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11 de maio de 2012

Subculturas Alternativas: O esvaziamento ideológico e estético das Subculturas - Monocultura (Parte 2)

Na postagem anterior, “Subculturas Alternativas: Elas ainda existem?”, algumas publicações que sugerem que uma espécie de "monocultura" matou as subculturas em anos recentes. Para explicar o que é uma monocultura optei por traduzir um artigo que é bastante claro sobre a relação das subculturas com a pós modernidade. O artigo foi publicado na revista Coilhouse #4 sob o título de “Children by the Millions Wait”, escrito por Joshua Ellis.

"Em 1989, no livro Lipstick Traces, o jornalista e historiador de música Greil Marcus faz uma conexão direta entre o movimento punk britânico do final dos anos setenta, os heréticos e as seitas místicas cristãs que assombraram a Europa na Idade das Trevas. É um livro estranho e pós-moderno, e de fato há muitas semelhanças entre misticismo e contracultura. Na Idade das Trevas, um mundo pré-mídia de massa, ser um místico era contracultural, era o equivalente a ter cabelos longos numa banda de rock em 1965, esculpir o cabelo de formas estranhas em 1976 ou deixar crescer a barba e aderir a um laptop em 2009.

Ir contra a Igreja era punk pra caramba no século XI. Parte do processo de se tornar uma aberração cultural ou um místico é ser retirado de sua zona de conforto: você está explicitamente assumindo-se como uma pessoa fora da norma e sendo um "estranho". Não há como voltar atrás. Para as gerações pós-guerra, a transcendência e a revolução pessoal estão intrinsecamente ligados aos meios de comunicação de massa, como literatura, filmes underground rock and roll, hip-hop e música eletrônica. Para mim, na escola, o caminho do excesso era rock and roll juntamente com a literatura emergente cyberpunk de William Gibson, Bruce Sterling e John Shirley. Naqueles dias, antes da onipresença da internet, era difícil as coisas chegarem em suas mãos se você vivesse fora dos núcleos urbanos centrais dos Estados Unidos. Eu acho que grande parte do valor da contracultura, era a escassez da mesma, o mistério. Vale lembrar que, antes desta década, era difícil encontrar uma música que não estava em grandes gravadoras, filmes que não foram lançados por grandes estúdios de Hollywood ou livros de pequenas editoras. Não havia Amazon ou iTunes. Se você quisesse alguma coisa estranha e diferente, suas opções eram severamente limitadas. O que Nick Hornby disse no filme Alta Fidelidade é absolutamente verdadeiro em mim: eu gosto das pessoas em sua maioria não por causa de quem eles são, mas por causa do que eles gostam. Se isso soa superficial, pense da seguinte maneira: em certo sentido, suas escolhas no consumo de mídia sugerem muito sobre quem você é e o que você acredita.

Com a popularização da Internet, é quase impossível não saber tudo sobre qualquer coisa nos dias de hoje. Eu tendo a acreditar que a Internet realmente matou o conceito de uma contracultura. Em vez disso, temos o que meu amigo Warren Ellis chama de monocultura: "Vá na sua esquina", diz Ellis em seu livro em quadrinhos Transmetropolitan, "Você provavelmente vai ver um McDonalds, uma televisão ligada na MTV, uma loja de roupas Gap. Vá à uma esquina da uma rua em Londres e você verá a mesma coisa. O mesmo em Praga, mesmo em São Paulo, Grozny e Hobart. Isso é o que é uma monocultura. Está em todo lugar, é tudo a mesma coisa. Isso é o futuro. Isto é o que nós construímos."
 
Em uma monocultura, é impossível criar qualquer subcultura que se coloca em oposição ao mainstream porque o mainstream simplesmente se apropria dela. Eu não estou falando sobre a apropriação no sentido empresarial /capitalista, onde os significantes da cultura alternativa são usadas para vender tudo. Isso não é nada novo. O que é estranho sobre a monocultura é que ela realmente abraça subculturas e torna-as parte do mainstream em uma velocidade muito maior do que jamais foi alcançado antes. Mesmo anti-consumismo é aceitável. Não é mais possível ser “estranho” porque ser estranho agora é aceitável, e se algo é geralmente aceitável, é, por definição, não-estranho.

A tatuagem e a modificação corporal são um grande exemplo. Há vinte anos, ter mangas de tatuagens em seus braços era algo muito estranho. Era relativo à  motociclistas, condenados e punks que não esperavam ocupar um emprego. O mesmo acontecia com os piercings. As únicas pessoas com piercings faciais eram as aberrações de circo. Hoje, todos tem tattoos e piercings, inclusive minha mãe. A loja de tatuagem deixou de ser no beco da pior parte da cidade e passou a ser uma loja de alto nível.  Tatuagens  eram de modo geral, culturalmente inaceitáveis no ocidente. Também não era aceitável caucasianos terem cabelos dreads, moicanos ou tingidos. Ao mesmo tempo que está totalmente descolado usar seu cabelo como o de um empresário dos anos 50, está aceitável para as mulheres vestir espartilhos, vestidos de estampas florais até os tornozelos ou uma combinação de ambos. O que estamos vendo, talvez pela primeira vez na história, é um mundo em que tudo é aceitável. 

Porém dentro e fora da monocultura há os que professam indignação com o declínio "moral" da sociedade, em grande parte são conservadores cristãos e islâmicos. Mas, em geral, a monocultura ignora essas pessoas, em parte porque eles tendem a não ser bons consumidores e, portanto, são praticamente invisíveis para o capitalismo (que faz a monocultura), e em  outra parte parte, essas pessoas constituem a única verdadeira contracultura atual, rejeitando e rejeitada pela sociedade, marginalizados por sua falta de vontade ou incapacidade para entrar na onda mundial. Como John Walker Lindh provou alguns anos atrás, a única forma real irritar seus pais e a sociedade é começar a falar absurdos em nome de um Deus ou de outro. 

Hoje em dia, estar em uma banda punk é como estar em um círculo de leitura, um grupo da igreja ou um grupo de xadrez: uma maneira divertida de passar algumas noites da  semana e não o ato anarquista de cuspir na cara de convenção. E então eu volto aos anos de 1991, dias pré-internet, quando calçar um Doc Martens com os laços desfeitos, ter Manic Panic  no cabelo e ler romances polêmicos era uma forma de distanciar-se de tudo o que era monótono e normal sobre a sociedade. Eu percebi que a minha revolução foi maior, não porque tínhamos perdido, mas porque tínhamos vencido. Nós tínhamos refeito o mundo à nossa imagem, e o mundo não se importava mais conosco. Minha fantasia adolescente era ver um mundo conectado pelas redes globais e controlado por super nerds, um mundo que tornou-se realidade ... e é muito menos interessante do que eu imaginava que fosse. Mas ainda acredito que o rock and roll pode mudar o mundo, se não o mundo em geral, pelo menos o seu próprio mundo pessoal.”

***

A intenção de fazer esta sequencia de postagens, partiu da observação e reflexão sobre alguns comportamentos que tenho acompanhado da geração mais nova que eu e que se consideram alternativos. Assim como o autor do texto acima, vivi metade de minha vida numa era pré-internet e realmente o comportamento subcultural, assim como a forma que a sociedade via as pessoas alternativas está bem diferente, muito mais aceitável. Uma amostra é que o maior modelo masculino da atualidade é um cara todo tatuado apelidado de "Zombie Boy" e as maiores modelos femininas são as que tem algo incomum ou fora da beleza padrão.
Cheguei a escrever sobre isso um tempo atrás em 2009, um relato informal e despretensioso na postagem "Não Sou Mais Tão Estranha...", onde observo a relação sociedade x estética alternativa.

Adorei a participação de vocês na postagem anterior e gostaria de saber o que vocês pensam, seja contra ou a favor dos temas abordados. Acredito que todos os dias vocês entram na internet e absorvem muito conteúdo subcultural/alternativo, alguns vão te fazem parar, refletir, criar uma opinião própria ou mesmo lhe provocarem dúvidas. Fico feliz em apresentar um tema novo e com conteúdo pra vocês.

Leia também: Subculturas Alternativas: elas ainda existem?
                    Subculturas Alternativas: Consumo, imagem e moda

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18 comentários:

  1. Realmente, ser alternativo hoje em dia é praticamente normal, principalmente nas grandes cidades (como a minha não é tão grande assim, ainda não chegou nesse estágio, mas tá quase).
    A frase: "Minha fantasia de adolescente era ver um mundo conectado pelas redes globais e controlado por super nerds, um mundo que se tornou realidade... e é muito menos interessante do que eu imaginava que fosse." resume tudo, aposto que muitos tinham esse pensamento há alguns anos (inclusive eu), e agora que o mundo está assim vemos que não tem essa graça toda. Dá até vontade de voltar pra o tempo em que só você e mais alguns se vestiam e agiam diferente, era muito mais divertido.

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    1. Sim, no interior ainda há bastante preconceito. Mas pros jovens a informação está disponível como nunca antes.

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  2. Sana, eu também fiz parte da turma que passou a adolescência em dias de pré internet e o pessoal alternativo eram poucos e ótimos grupos que participavam e criavam as festas e encontros; eramos considerados estranhos (na minha cidade as pessoas faziam sinal da cruz, diziam que estavamos perdidos no mundo do mal, etc) mas como toda subcultura, a cena gótica daqui também mudou com o passar dos anos. Hoje apesar de todo o acesso a informações, alguns dos grupos das antigas mantem-se ativos, mesmo que com certo intervalo de tempo, ainda nos reunimos. Enfim, adorei a postagem. Já escrevi um longo texto com minha opinião.Aguardando a parte 3. Boa sorte.

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    1. Pois é, antigamente você só conseguia informações quando adentrava num grupo e eram grupos unidos. Os tempos mudaram e os hábitos também mudaram, né? Que bom que o grupo antigo ainda se reune por aí, deve ser muito legal!

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  3. Nossa muito legal essa sequência de posts que você está fazendo.
    Realmente é algo para parar e pensar.
    Gostei muito porque era exatamente isso que eu me perguntava hoje em dia. O que que não é mais aceitável? O que que é verdadeiramente fora do comum, e excluído da sociedade?
    E não conseguia penar em nada e chegava a conclusão de que tudo se tornou consumível e normal.
    E realmente o conservadorismo trocou de lugar com as subculturas.
    Houve uma inversão de valores.

    Um mundo imaginado por nós sempre é mais interessante, porque é novo e inatingível e existe aquele desejo de conquista.
    Quando se está nele já é algo "comum" e por isso se torna "não tão legal".
    Beijos

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    1. Que bom que gostou Rebecca!! Fico feliz!
      Está mesmo difícil a sociedade excluir alguém hoje em dia, ninguém é abandonado pela família ou marginalizado por causa do estilo.

      Eu percebo que uma parte dos alternativos está conservador. Em que outro país do mundo os alternativos são simpatizantes de partidos políticos de direita? Só no Brasil! Onde estão os alternativos brasileiros quando se realizam marchas contra corrupção ou contra o desemprego? Eles não estão lá, faz anos que não vejo punks infiltrados nessas marchas ou mesmo pessoas com visuais diferentes organizando algo... Onde estão os alternativos brasileiros pra defenderem temas tabus como aborto, homossexualidade e o feminismo? Não tenho visto estes temas como foco de seus debates. Então, sim, uma parte dos alternativos (não dá pra generalizar!) está conservador em suas idéias e atos e até mesmo, conformistas, palavra que nunca foi aceita no vocabulário subcultural.
      ^^

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  4. Sana, acho que "monocultura" é um certo exagero.
    Sim, o mainstream não só está nos aceitando melhor como está utilizando estéticas que antes eram exclusivas do underground na maior cara-de-pau(exemplo: a banalização do personagem do vampiro em filmes como Crepúsculo e a temática do sombrio sendo explorada em editoriais de moda).

    Mas eu uso cabelo vermelho-vivo Manic Panic e devo ressaltar que recebo olhares chocados de adultos, idosos e crianças, e que recebo os mesmos olhares quando me "monto" com arrastão e batom preto. A "onda" de ser dark não é chamar a atenção ou incomodar o mainstream (embora isso seja bem legal também); a "onda" é ver beleza em arrastão, correntes e maquiagem pesada e usar isso sem dar a mínima para o que vão pensar de você.
    Embora por um lado incomode a idéia do mainstream nos aceitando (poxa, nós já havíamos nos acostumado a ser chamados de freaks), a idéia de não ouvir gracinhas na rua por causa do meu cabelo me agrada. E certamente que sermos "não-mais-tão-freaks" é um preço razoável a pagar por um mundo onde uma jovem como Sophie Lancaster não precise ser assassinada a chutes e pisões por usar piercings no rosto e se vestir de preto.

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    1. Talvez seja um exagero sim, ainda mais pra nós, brasileiros. Vale lembrar que este texto foi escrito por um americano em 2009. Em 2008 e 2009 houve uma extensa popularização da moda alternativa no meio mainstream nos EUA e na Europa, pelo que eu lembro, era comum ou habitual ver fashionistas usando a estética alternativa assim como os artistas pop americanos e ingleses também. A estética alt. estava em todas as revistas e coleções. Então, não sei dizer se é um exagero do autor quando ele fala de América/Europa, mas soa exagerado pra nós, brasileiros, que ainda estamos muitos passos atrás na questão respeito indivudual e às diferenças. Para ter uma idéia, essa onda alternativa no mainstream que foi forte lá, demorou um ano e meio pra chegar aqui e chegou super discreta.

      Permita-me dizer que seu look (arrastão + correntes + cabelo vermelho + batom preto) deve receber olhares muito chocantes não apenas porque é diferente, mas porque é agressivo. Toda a simbologia das roupas que vc diz usar passam a idéia de agressividade, então inconscientemente as pessoas tem medo disso. Eu acho que vc deve ficar linda vestida assim, porque é um tipo de look que eu adoro!

      E vale dizer que a função das subculturas visuais (punk, gótico, metal) é usar o visual com o propósito de chocar a sociedade. Então o uso de roupas diferentes é intencional (você pode achar que não é, mas é - ao menos essa era a idéia original) e ao mesmo tempo não dar a mínima pra que os normais pensam de seu look. A função da roupa de uma pessoa alternativa é exatamente essa: provocar questionamentos na pessoa "normal" que a observa, mostrar que se é contra o que é pré-estabelecido. Se isso acontece com vc, você teve sucesso em seu propósito! =)

      E sim, o caso Sophie Lancaster foi um dos responsáveis pela recente e maior aceitação dos goths na Inglaterra, porque o crime chocou o país e houveram debates televisivos sobre respeito à expressão individual.
      Ser freak é cool hoje né? ;D

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  5. Bom, primeiro é preciso desmistificar a ideia de que toda subcultura luta contra o sistema. Essa é uma visão idealizada e inocente. Subcultura não é exatamente o mesmo que contracultura.
    Agora, é claro que o código de vestimenta, os hábitos e as posturas podem ser uma forma - talvez até metafórica - de ‘atingir’ o status quo, mas daí a imaginar que as subculturas querem ‘derrubar’ um sistema, fazer uma revolução armada ou algo do tipo... é uma visão simplista.
    Aliás, temos ‘N’ subculturas com valores e posturas e visão de mundo tradicionais e conservadoras.

    E uma subcultura com uma rede consolidada e estruturada se mantem viva e independente da apropriação da mídia de massa. Aliás, a midia de massa trabalha com a ideia de uso e descarte. Os valores do status quo são fluídos, seguem uma logica de mercado. Os valores de uma subcultura permanecem com o tempo, estruturados.

    Não podemos lamentar caso nossos penteados, tatuagens ou piercings se tornem mais aceitos! Acho engraçado isso...
    É estranho pq ao mesmo tempo que os saudosistas reclamam que ‘no meeeu tempo usar símbolo X era uma contravenção e hoje é aceito com naturalidade, perdeu-se a essência..’ os mesmos bradavam na época que queriam ser aceitos com tal uso de símbolo X. Ou seja, devemos encarar isso como uma conquista não como uma perda. Símbolos podem virar grife, ideias e valores não! Ainda que tentem...mas como eu disse, é momentâneo.

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    1. Freon, não é preciso desmistificar, basta procurar o conceito da palavra "subcultura" e veremos que é um "rótulo" extremamente amplo, veganos, nudistas, Otakus, nerds, hipsters entram no significado do termo e eles não lutam contra o sistema. O que acontece, e que talvez esteja dando essa impressão é que aqui no blog o foco são subculturas visuais como a punk, goth e as vertentes do rock/metal, ou seja, subculturas que apelam pra estética como forma de diferenciação e que tiveram lá no seu comecinho (especialmente a rock e a punk) elementos de contracultura.

      As subculturas nem podem derrubar o sistema porque elas precisam do sistema para serem subculturas. E a intenção delas ao usar um visual diferente é mostrar discordância com as regras dominantes e não necessáriamente acabarem com as regras. A não ser que sejam punks anarquistas aí sim acho que a situação fica diferente.(?)

      O lance do penteado, tattoo e piercing cair na aceitação, vejo como uma mudança de comportamento do observador, algo como a desmistificação destas estéticas por parte da cultura dominante e até mesmo dar novos significados à estas estéticas que não são mais coisas vistas como negativas. Como disse o autor, até nossas mães tem tatuagens hoje em dia.

      Sobre seu último parágrafo, sou da opinião de uma coisa pode ser aceita sem perder a essência, isso se chamaria respeito e informação e seria a tal "conquista idealizada", isso existe em alguns (raros) lugares do mundo onde a expressão individual é respeitada.
      Um objeto ou estética perde a essência quando é absorvido pela massa e seu significado é retirado ou amenizado. E é isso que tem acontecido com os produtos da moda alternativa no mainstream, eles estão sendo usados como objetos de consumo capitalista independente de seu significado. E é isso que fala o texto, sobre a apropriação do mainstream pelas coisas das subculturas.

      Mas eu imagino que no futuro essa linha divisória seja menor ainda do que é hoje pois os alternativos de hoje crescerão, poderão ter filhos e a educação dos mesmos será de aceitar o "diferente".

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Acompanho seu blog já há algum tempo - mas sem jamais haver comentado - e desta vez decidi fazê-lo, pois estou adorando sua série de posts sobre subcultura e monocultura. Também sou dessa geração transicional, vivi a época dos zines, fitinhas k-7, troca de cartas e VHS como forma de propagar ideias que estavam fora da cultura mainstream, e vejo com grande interesse, e um certo assombro, essa uniformização e massificação da subcultura nos anos 2000.
    Meus parabéns, não só por essa série de artigos, mas pelo blog como um todo, que adoro!

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    1. Talmbém sou da geração transicional, por isso minha cabeça fica muito dividida neste tema!!
      Vivi a época das fitas K7, VHS, dos encontros pra trocar cds com amigos de amigos, de conversas filosóficas e profundas sobre política, consumo e humanidade ao mesmo tempo que navego na internet desde o ano de 1999 e vi tudo mudar, os encontros pra trocar cds não são mais necessários, as conversas filosóficas não são baseadas mais em livros e artigos mas em postagens na internet. Grandes mudanças em apenas 1 década!!

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  8. Sana, aqui onde moro tem muito preconceito sim. Mesmo com tanta informação disponível o pessoal das antigas ainda se reúne, o que é bem legal, apesar de aceitarem muito pouco a massificação da subcultura gótica(eu inclusive), mas faz parte do mundo atual e globalizado. Estou gostando muito das opiniões nesta postagem. Boa sorte.

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  9. Adorei os textos, tanto a parte 1, mas principalmente a parte 2. Já tem um tempo que tenho refletido sobre isso,o fato de as subculturas estarem se tornando de certa forma normais. Moro em cidade pequena, mas mesmo ainda havendo muito preconceito, sinto que ele vem diminuindo com o tempo. De certa forma acho bom essa popularização, por que somos menos perseguidos por nossa escolha de estilo de vida. Ter um estilo alternativo hoje em dia não atrapalha mais tanto na hora de arrumar emprego por exemplo (ou atrapalha menos no caso dependendo de onde você mora).Por outro lado, essa comercialização das subculturas pelo mainstream está descaracterizando a alma das subculturas, que são as ideologias.E por isso muitas vezes nós nos deparamos com punks conservadores, góticos fúteis, headbangers elitistas e etc...
    O mainstream comercializa tudo que pode, roupas, cds, livros e etc, mas isso é apenas o superficial, as ideologias se enfraquecem e com isso a própria subcultura se enfraquecem também... Se esquecemos o por quê de usarmos um símbolo, não faz sentido continuar usando esse símbolo... Nesse ponto, acredito que as subculturas não vão desaparecer,porque os modismos do mainstream não duram pra sempre, mas correm o risco de serem muito descaracterizadas.

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    1. Emilia, hoje em dia ter um estilo diferente não atrapalha. Mesmo porque os alternativos se tornaram dispostos a serem normais no trabalho e alternativos fora dele. Imagine que quando se assumia ser um rocker nos anos 50, além de ser expulso de casa, virar um párea, a família perdia amigos e vizinhos por conta de preconceito de ter um filho "diferente", veja como os tempos mudaram. ^^
      Adorei sua opinião, e concordo que estas coisas acontecem mesmo!

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  10. Adorei os textos!Realmente o tempo e absorção das estéticas underground pelo mainstream através do capitalismo, provocam a perda da simbologia e ideologias do conceito de subculturas. Parece que está caminhando a um ponto que tudo será aceito para ser depois comercializado.
    Tenho passado por momentos de grande inconformação com a cultura e modo que fui criada, me identifiquei e vi na subcultura metal/gothic/rock a forma de como dissolver as ideias conservadoras impregnadas em mim pela sociedade (ninguem escapa disso). Não vejo que as pessoas aceitarão meus pontos de vista pq as vejo como acomodadas incondicionais.
    Misticismo, imbecilidade e alienação tem dominado cada vez mais a sociedade e para mascarar toda arrogancia ela tenta incorporar estéticas e ideias, através do consumismo, consideradas no passado como contravenções e cult; mas tudo fica apenas na superficialidade e nas aparencias.

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