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30 de setembro de 2014

Entrevista com Nívia, estilista da Dark Fashion

Recentemente, a marca Dark Fashion, lançou uma de suas mais ousadas coleções. Renda e veludo levaram as criações da marca alternativa à um outro nível, mais luxuoso, adulto e sofisticado. 



Essa diversidade de estilos poderá se tornar mais comum à marca daqui pra frente, porém ainda há um longo caminho para habituar o consumidor brasileiro ao fato de que peças sofisticadas podem sim ser desconstruídas e utilizadas isoladamente com peças ao estilo mais rock e metal. Existem muitas possibilidades de looks, não é necessário se prender ao visual montado para o catálogo da marca.
À medida que vamos ficando mais velhas, ficamos mais seletivas e ter peças mais elaboradas, mas ainda alternativas, são essenciais! 

Neste post da sessão "Mercado Alternativo", entrevistamos a Nívia, proprietária e estilista da Dark Fashion, espero que gostem, vamos lá!

Nívia, conte-nos como se interessou por moda alternativa, quando decidiu trabalhar com esse segmento e ter sua própria marca.
Desenhos me fascinavam desde pequena. Eu adorava reproduzir imagens e roupas que via em livros e dizia pra todos que quando crescesse seria uma grande estilista. Não sei de onde tirei essa ideia, pois de certa forma não tinha referências, mas sempre soube que era isso que eu queria, nunca tive dúvidas e nunca sequer cogitei outra profissão, sempre brinco que já nasci sabendo qual era minha missão nesta vida [risos].
Por outro lado, minha mãe é costureira, então eu sabia o que era uma máquina de costura e como as roupas aconteciam, o que provocou minha curiosidade de aprender a costurar. Assim, uma coisa levou a outra. Eu não tinha contato algum com o rock, nem sabia o que era isso, pois morava em Goiânia, e lá o sertanejo predominava no início da minha adolescência. 


Mas fui salva aos 15 anos quando minha mãe se separou de meu pai e decidiu morar em Cascavel, no Paraná. Ah, o sul! Conheci o frio, comecei a escutar rock e música clássica, e minha vida mudou da água para o vinho! Comecei a usar preto e parecer uma árvore de natal prateada, de tantos spikes e taxas [risos] e tive meus dois primeiros problemas: não achava uma calça preta básica para comprar, e não conseguia usar camisetas de banda, pois não gosto de camisetas. No mais, era tranquilo, me virava, fazia minhas roupas e levava em algum armarinho para colocar ilhóses, então conseguia no geral ter as roupas que eu queria.

No ano 2000, aos 18 anos, tive minha primeira ideia para uma marca alternativa. Nesse período, mal existiam lojas nesse seguimento, mas eu não tinha dinheiro e nem conhecimento para começar, então a ideia ficou encubada. Eu já tinha terminado o ensino médio, mas decidi não fazer faculdade pois não existia curso de Moda na minha cidade e não quis fazer outra coisa, por que era Moda o que eu queria. Então continuei costurando, melhorando a modelagem, construindo minhas roupas... Em 2002 abriu o curso de Moda na UNIPAR, e finalmente em 2005 eu consegui começar a faculdade sempre com a ideia da minha marca alternativa. 

Eu queria fazer roupas para o público com o qual eu me identificava, e principalmente por que era um nicho pouco explorado. Neste esse ponto as ideias já borbulhavam, e tudo o que criava era direcionado a isso. Minha primeira coleção na faculdade, com um tema gótico é claro, chamava-se Dark Angel, e por sinal foi a primeira ideia para o nome da marca. Já sabia que o caminho era uma loja virtual.
 

A faculdade e o tempo de trabalho como costureira, modelista e desenvolvimento de produtos me deu muito repertório e segurança para finalmente em 2007 começar a desenvolver a marca, que depois de muita dificuldade para escolher um nome, passou a se chamar simplesmente Dark Fashion, só consegui registrar a marca em 2010 e ano passado finalmente a marca ganhou registro oficial. Então nesses últimos 6 anos venho dedicando toda a minha energia em prol da Dark Fashion, que não é só uma empresa, é um sonho realizado que luto constantemente para manter de pé, em meio a tantas dificuldades. Se a ideia fosse só ganhar dinheiro eu já teria desistido faz tempo. Tive que me tornar professora para ter uma renda fixa, o que a loja não me dava inicialmente.  Ser professora no curso de Moda é minha outra paixão, eu amo tanto quanto amo a DF, me mantém em contato com os alunos e profissionais da área, e em constante estudo e aprimoramento do conhecimento que acabo empregando na empresa.


 
E o processo de criação, as coisas que te inspiram...
No inicio eu fazia tudo: criação, modelagem, costura, fotos para o site, administração, vendas, atendimento... e à medida que a marca foi crescendo senti a necessidade de ter ajuda, e esse é o meu maior problema até hoje, não consigo mão de obra especializada, ou que queira se especializar para fazer meus produtos, e ainda tem a questão dos encargos para registrar funcionários, que é praticamente um tiro no pé, então acabo fazendo praticamente tudo para manter a qualidade, e essa minha centralização do todo é o que impede a DF de crescer mais, fico travada em relação aos meu projetos. Mesmo assim ainda acho que consegui fazer muito pela marca mesmo sozinha, apesar das dificuldades, da falta de incentivo. Definitivamente preciso dividir funções, e estou trabalhando para isso, e tenho certeza que alguma hora acontecerá.
Especificamente com relação à criação, algumas pessoas acham que eu só fico envolvida com “coisas darks”. É claro que tenho minhas preferências “darks”, mas tudo que eu gosto me inspira, músicas, filmes, indumentária antiga, meu alunos, minhas gatas, tecnologia têxtil, aviamentos, formas geométricas, barulhos, roupas feias, pessoas mal vestidas, e outras tantas coisas aparentemente inúteis que me fazem ter ideias, ou construir e melhorar mecanismos, eu crio o tempo todo, neurose pura, ai fico frustrada com o que não consigo dar andamento.



 
Como você definiria a Dark Fashion? E que tipos de itens a pessoa encontra na loja?
A ideia principal é fazer produtos usáveis e confortáveis, peças que não pareçam uma fantasia dark, ou que não sirvam somente para ir a um show de rock. Pessoas alternativas são reais, elas trabalham, estudam e quase sempre em ambientes hostis em relação a pessoas “não normais”. Eu acredito que possamos ter o nosso estilo e usar o que quisermos sem parecer anormais. E é isso que tento fazer quando crio as peças da Dark Fashion, tento juntar todos esse elementos, deixando as peças personalizadas mas de fácil vestibilidade. As pessoas que conseguem entender isso sabem o que vão encontrar. Muito disso não é possível mostrar somente por fotos, essa é umas dificuldades que observo, algumas peças são realmente lindas e tem algumas características interessantes em relação a tecidos, aviamentos, mecanismos de abertura, e que eu não consigo mostrar nas fotos, mesmo tirando muitas. Tem coisas que o cliente só verá quando tocar ou usar a peça, essa talvez seja uma das maiores desvantagens em relação a se ter uma loja virtual, creio que as vendas seriam maiores se o cliente tivesse acesso à roupa, pudesse tocar... vejo isso aqui no ateliê mesmo, as pessoas ficam encantadas quando pegam na mão. Mas eu sei que atinjo o meu objetivo a cada e-mail que recebo de algum cliente me dizendo que o produto que recebeu é mais bonito do que nas fotos, ou que a qualidade é superior ao que ele esperava e coisas do tipo. E o melhor é quando o cliente volta a comprar e continua comprando, isso não tem preço.


 


Me conta um pouco sobre a coleção Renda-se: o que te inspirou, que tecidos usou, um pouco do processo de criação...
Nessa coleção tentei dar um ar mais luxuoso e sofisticado e algumas peças são mais temáticas, remetendo a um estilo mais gótico. E o que eu mais gosto nesta coleção é esse ar mais elegante, mais adulto. São 18 peças no total, o mix ficou grande. Tive várias referências, tanto medievais, quanto de filmes e séries que envolvem figurinos diferenciados, como Reign e Once upon a Time, onde o figurino é maravilhoso, foi de onde tirei o detalhe da cauda da blusa 2200 e da 2205, que deixei mais curta. Estou sempre guardando detalhes, modelagens, recortes, e criações antigas que passam por inúmeras mudanças, depois saio distribuindo nas peças, e algumas peças dão origem a outras... essa parte da criação é a mais fácil e a mais gostosa com certeza, tanto que tenho pilhas de modelos desenhados, aguardando por uma chance [risos].
Essa coleção já estava desenhada desde o fim de 2013. Demorei um pouco para lançar em virtude da dificuldade de achar um fornecedor de veludo e depois mais algumas dificuldades de costurabilidade como por exemplo a junção do veludo com a renda, uma vez que as duas malhas possuem estrutura e gramatura diferentes. Algumas peças tive que mudar muitos detalhes, para conseguir fazer, e algumas tive que fazer cerca de 4 a 5 amostras de cada até dar certo a modelagem e o encaixe dos recortes.... Ou seja, além do material usado ser mais caro,  essas peças requerem mais tempo de produção e muita paciência, por isso algumas peças ficaram com o valor um pouco mais elevado.

 



Quais as peças de maior sucesso?
A venda é bem variada, mas as blusas de malha com detalhes em ilhóses e couro sintético, as leggings de amarração lateral e a navalhada, as saias em bicos com camadas navalhadas de malha, o vestido de referência gótica medieval e o com detalhes em spikes nos ombros fazem bastante sucesso. Tem também corpetes, corsets, calçados, acessórios...




O masculino quase não vendo, por isso até diminui o mix de peças, mas vendo muito para o meu representante em São Paulo, o Christian da loja Fake no More. As blusas masculinas e os vestidos góticos são os que ele mais compra, ele tem um público bem gótico.


Quais suas peças favoritas?
Não consigo dizer o que mais gosto em relação às peças, pois gosto de todas [risos].  Cada uma tem uma história, uma dificuldade ou facilidade em especial, é a minha modelagem, então acaba sendo tudo especial.

 


 
Quem você gostaria de ver usando sua marca ?
Não tem ninguém em especial que eu gostaria de ver com meu produto, mas confesso que adoraria ver mais pessoas do público alternativo usando as peças, isso é algo que quase não vejo; a maioria dos meus clientes são de outras cidades. Fico muito feliz com as fotos que me mandam ou quando os vejo em fotos no facebook...  sinto orgulho de ver o resultado do meu trabalho.



 
O que você programa para o futuro da marca?
Planos para o futuro? Muitos como sempre! E especial o desejo de atender uma parcela cada vez maior em relação a estilos alternativos. Oferecer diversas opções em moda alternativa. Um local em que você possa encontrar qualquer peça desde lingerie até roupa de cama, mesa e banho, e em todos os estilos alternativos. Uma marca que realmente pudesse atender o público além do vestuário. Algo totalmente fora da minha realidade no momento, mas quem sabe um dia né?


 
Quais os pontos baixos e os pontos altos de ter uma marca alternativa?
É um nicho de certa forma restrito que não dá tanto retorno financeiro comparado com o público de massa, a maioria dos clientes não faz a mínima ideia do que passamos para manter uma marca alternativa funcionando, e em alguns momentos tecem críticas quanto ao valor “excessivo” dos produtos, ou a “falta de criatividade” em fazer produtos mais fashion ou diferenciados, quando na verdade não param para pensar que criar é o de menos. 
Existe uma série de processos para se efetivar um produto. O público às vezes não valoriza e não entende que não conseguimos ter valores mais acessíveis, uma vez que trabalhamos em nível de artesanato, e muitas vezes preferem comprar produtos importados, por serem mais baratos. Tantas marcas alternativas que não existem mais são a prova disso. Tem ainda a concorrência desleal de lojas “alternativas” que só revendem produtos importados de baixa qualidade e ganham muito sem esforço algum, muitos desses “empresários” não tem conhecimento sobre todo o processo de criação de moda, não fazem ideia da riqueza do todo, acho isso injusto com quem realmente trabalha com produtos alternativos e que realmente quer que esse público tenha alternativas. Só amando muito isso para continuar lutando. Por outro lado, ver as pessoas usando os seus produtos, fazendo propaganda para as amigas e ainda recebendo elogios quanto ao atendimento e a qualidade das peças é que faz toda a diferença.


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Review: Saia 2028, Blusa 2026 e Saia 5005
Recebi da Nívia três peças: uma saia e um conjunto da coleção veludo.
Uma coisa que insisto em dizer é sobre o fato de que as fotos de catálogo não fazem jus à beleza "real" das peças da Dark Fashion! As peças são muito mais bonitas do que no site e isso é uma coisa que me encanta.

Saia 2028: Esta é com certeza, uma das saias mais adequadas para o verão que está por vir! É de malha, além de soltinha e confortável, ela é preta, o tipo de peça que combina com uma grande variedade de tops/blusas!
Trata-se de uma saia mullet com babados de renda.
(Para ver todas as fotos do post em tamanho maior, basta clicar nelas)

Utilidade: a Dark Fashion agora manda um papel ensinando como cuidar das peças!

* Veja aqui look com a peça.

Blusa 2026 e saia 5005: Estas peças juntas são perfeitas e joviais. Eu preciso destacar a qualidade de veludo e da renda que é lindíssima! 

Blusa: além do aspecto elegante e sofisticado que oferece usada em conjunto com a saia, ela é bem versátil. Usada com uma calça pro trabalho, com um outro tipo de saia vai pra um passeio, pra um jantar e além de ser atemporal, dá pra usá-la também de um jeito mais rebelde, rocker, investindo numa mini saia com meia arrastão, coturnos e spikes, por exemplo.

Pra começar, vale a pena mostrar: as peças da coleção veludo vem embaladas num saquinho lindo! A Dark Fashion está começando a investir em sustentabilidade, aos poucos está substituindo as embalagens de plástico por embalagens em tecido ou em TNT para que o cliente possa reutilizá-las.
Em destaque, a renda que forma o decote e mangas.


 
Já a sainha tem um detalhe em tecido com estampa damasco vermelho, é o tipo de peça que dá pra usar tanto no frio quanto num dia mais quente porque apesar de ser em veludo, é muito leve e fresquinha. Tive um pouco de dificuldade pra conseguir captar o tom real do vermelho, acho que cheguei bem perto.
Essa saia, além de também ter um aspecto mais elegante e chique, também pode ter essa imagem desconstruída e ser usada com peças rockers mais pesadas.


* Veja aqui look com as peças.

Espero que tenham gostado da entrevista e que visitem o site da loja, porque as peças realmente estão com muita qualidade e cada vez mais versáteis!

 *Publipost

29 de setembro de 2014

The Rocky Horror Picture Show e as referências estéticas das Subculturas

Muito está se falando do filme Rocky Horror Picture Show, em parte por causa da coleção de maquiagens da MAC para o Halloween a ser lançada esta semana e em parte porque o filme está completando 40 anos.

Em torno de um mês atrás, ao mesmo tempo em que rolavam as primeiras imagens dos cosméticos da MAC, encontrei acessórios licenciados do filme em uma marca alternativa (Rock Rebel). 


O que isso significa?
Significa em termos comerciais que elementos do filme são de alguma forma uma tendência, assim como Malévola foi. Mas neste post, à exemplo do post sobre "Pink Flamingos", faremos um resumo e mostraremos brevemente a relação estética do filme com as subculturas.

Uma breve análise:
Rocky Horror Picture Show é um musical inspirado numa das primeiras peças de teatro alternativo que estreou em junho de 1973. A versão cinematográfica de 1975 se tornou cult devido a seu estilo divertido e único que de certa forma presta homenagem ao cinema de horror das décadas de 1940 e 1950.
A história tem elementos de Gothic Novel, com uma clara inspiração no romance Frankenstein. Nas obras de gothic novel, é comum a existência de arquétipos, fantasias utópicas relacionadas ao passado, futuro e medievalismo. No filme, os seres extraterrestres vem da galáxia da Transilvânia e moram num castelo medieval da época do revival arquitetônico gótico. Rocky é uma criatura de laboratório criada por Frank-N-Furter usando metade do cérebro de Eddie, um ex-amante viciado em drogas, motociclista e fã de rock'n'roll. 

A personagem Magenta lembra a estética das atrizes de filmes de terror da década de 1940. Numa das cenas, ela aparece de Noiva do Frankenstein. Os grandes cílios postiços são herança da moda dos 60s. A maquiagem olho preto + boca vermelha vem da década de 1920.

Os personagens também usam figurino ficção científica, futurista, estética que foi bastante explorada na década de 1960.

Frank-N-Furter é um "doce travesti da Transilvânia transexual" e bissexual (isso mesmo que você leu!), algo raro, muito raro de ser retratado naquelas épocas. Mas o grande lance é que o filme é uma resposta da revolução sexual de 1960 com a sociedade americana conservadora, representada pelos personagens Brad e Janet. Brad representa a virilidade masculina dominante e Janet é a mulher que concorda com o que o marido diz mesmo tendo outra opinião. Fato que aos poucos ela vai se libertando. Na época do filme, nos EUA, ainda havia uma repulsa à homossexualidade e à independência sexual das mulheres. Na década de 1970, pela primeira vez, gays e lésbicas poderiam se reunir em público, namorar um pouco mais livremente e saírem do armário. The Rocky Horror Show reflete um período em que a opressão sexual da população estava terminando.

O conservadorismo do casal contrasta com o visual trans de Frank-N-Furter.

Quanto à sua relação com as subculturas musicais 
A persona de Frank-N-Furter é meio que uma metáfora para a estética do Glam Rock, há nele muito de Ziggy Stardust (criação de David Bowie). Ziggy, assim como Frank, vinha de outra galáxia e Bowie se declarou bissexual no início daquela década. Freddie Mercury e Elton John também traziam em seus visuais os excessos estéticos do Glam, assim como se assumiram homossexuais.

Numa das cenas, Frank pergunta ao casal se eles também tem tatuagem. Sua estética ousada mistura underwear à mostra com jaqueta de couro com patches, maquiagem Vamp e saltos altos:

Dessa relação com o Glam Rock vemos também a androginia, cílios postiços, delineador nos olhos, ostentação... A personagem Columbia lembra Liza Minelli em Cabaret, porém numa estética burlesca cheia de lantejoulas e brilhos, típico do Glam. Inclusive são elementos das décadas de 60 e 70 que estão vindo com tudo nos desfiles internacionais de Primavera 2015.


Frank usa corselet, calcinhas à mostra, cinta-liga, meia arrastão e salto; do rock vemos jaquetas cheias de bottons aplicados, refletindo o estilo Punk que se desenvolvia durante as filmagens!

A maquiagem dos atores tem as cores predominantes preta e vermelha e um pouco de azul. Olhos pintados de preto e boca vermelha lembram algo? Sim, já falamos da maquiagem e estética VAMP [neste post]. Maquiagem esta que depois virou referência pra cena punk, gótica e metal.

 Olhos pretos bem marcados, boca vermelha 
e uma gola ao estilo era gótica medieval...

Então, quem diz que a make do filme tem um toque gótico, bom... de certa forma tem sim, porque a gente tende a associar olho preto com góticos. Mas não podemos nos esquecer que o make olho preto + boca escura vem de referências anteriores de outras épocas e subculturas ;)

Encontrei algumas referências ao filme na web. Uma releitura de Columbia e esta moça fez um look bem legal com a camiseta combinando as cores preto, vermelho e branco.

Na moda mainstream:
Com a data comemorativa, a grande notícia que saiu é a nova coleção de maquiagens da MAC para o Halloween. Antes disso, a marca jovem Red Valentino colocou na sua coleção de pré-inverno a famosa boca que inicia o longa, da qual surge como estampa em camisetas e acessórios que podem chegar a custar R$1.300,00, um contraste com a veia underground do filme. Essa foi uma estratégia inteligente da grife ao trazer novamente a estampa à venda em outra versão, já que os lábios tiveram destaque no mercado ao reaparecerem nos últimos dois anos com o revival do surrealismo na moda devido a exposição da Prada e Elsa Schiaparelli no Met Gala de 2012.

O famoso símbolo estampado nas peças da Red Valentino:

E pela M.A.C, veja mais no site:

Mais do que coleções de moda, que os 40 anos da película sirvam para relembrar o grande musical que Rocky Horror Picture Show foi - e ainda é. Que o seu conteúdo transgressor e vanguardista seja um dos emblemas de como o Rock consegue abraçar as diferenças e torná-las numa virtude. 

E assim, termino com um trecho da canção Rose tint my world, onde diz: "Não sonhe que você é, seja!"  

Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Compartilhar e divulgar é permitido, sendo esta a forma mais justa de reconhecer e agradecer nosso trabalho.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. Plágios serão notificados a serem retirados do ar. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, linke o artigo do blog como respeito ao direito autoral do nosso trabalho (lei nº 9.610).

Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.
Fotos: Google.

25 de setembro de 2014

Gareth Pugh, Spring 2015

Gareth Pugh fez uma coleção inspirada nas deidades pagãs. É curioso ver esse tema vindo de um estilista de alta moda porque já faz um bom tempo que coleções com temas pagãos, ocultistas e até de bruxaria (interesse aumentado pela série American Horror Story) estão em voga na moda alternativa [1,2]. Pugh gosta de coisas obscuras como já postamos diversas vezes aqui no blog [1,2,3,4]. Suas características de modelagem, simetria e assimetria estão presentes nessa coleção. Os traços geométricos em preto e branco quesão a assinatura do estilista também se fazem presentes. 
O que adorei? Os pentagramas que envolvem pescoço e cintura e as peças em preto e branco!
Clique nas imagens pra aumentá-las.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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