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5 de dezembro de 2014

Projeto: Inserção do Diferente

Então pessoal, essa semana estamos dedicando postagens voltadas à tipos de preconceitos com estéticas ou pessoas alternativas [post 1], [post 2], [post 3], [post 4], [post 5].

Aiai... aqueles olhares diários de crítica, curiosidade, admiração... o que seria de nossa vida sem eles, não é mesmo???? Todo mundo aqui deve ter histórias pra contar sobre suas experiências!

Eu, por exemplo, tive várias fases, teve uma época que eu exagerava bastante nos looks e direto tinha pessoas cochichando, apontando, encarando e até xingando. Alguns xingamentos me deixavam paralisada, sem saber o que responder tamanha a surpresa com a agressividade e/ou julgamento errôneo. Hoje, mais velha, uso cabelos cor de rosa e é muito difícil algo me abalar, estou bem mais segura de quem sou e adoro, simplesmente adoooooro quando uma pessoa me olha bem feio e eu dou um sonoro "bom dia" com um sorrizão e passos saltitantes e desmonto a pessoa na hora, elas ficam sem fala ou até gaguejam kkkkkk!! *vingancinha*

Mas agora chegou a hora de falar de um projeto que descobrimos recentemente e achamos sensacional! Chama-se "Inserção do Diferente"! E trata justamente disso: flagrar os olhares críticos, curiosos ou admirados sobre os alternativos.
Lembram o vídeo do post anterior da gótica nas ruas de NY? O projeto brasileiro é bem semelhante, ou seja: estamos todos na mesma sincronia!! Só que enquanto o americano é um vídeo de arte, o projeto brasileiro é pura realidade!!


O projeto foi criado por Bianca Rocha, de 19 anos e Jaqueline Martins de 20, ambas da cidade do Rio de Janeiro. 
Nós fizemos umas perguntinhas à elas que estão fazendo a diferença e principalmente fazendo a parte delas ao divulgar o preconceito recorrente que os alternativos encaram. Entre as questões, fotos do projeto.

- Como surgiu a ideia do projeto? Teve motivo pessoal (vocês usam estética alternativa)? 
Jaqueline: Tive essa ideia a partir do meu primeiro contato com o mercado de trabalho. Eu tinha metade do cabelo pintado apenas e mesmo assim sofria olhares de reprovação dos funcionários mesmo após ter sido contratada pela empresa. Ou seja, o preconceito não partia da empresa em si, mas sim dos seus funcionários. Depois de apresentar a proposta, outros alunos do curso se interessaram. 
Bianca: Após apresentação da ideia, quis participar por presenciar todos os dias esses olhares desferidos contra eu e meus amigos que tinham um estilo diferenciado. Pinto o meu cabelo desde 12 anos e nunca tinha reparado no grau de preconceito que havia sobre mim. Os olhares chegavam a representar o nojo de quem os salpicava em cima de nós. 
Bianca e Jaqueline: Vimos oportunidade de nos pronunciar através do projeto e mostrar a nossa indignação!


 
- Como vocês escolhem as/os modelos, precisa ter um "nível x" de diferenciação?
Os modelos são escolhidos através do facebook, isso inclui amigos de amigos, pessoas achadas aleatoriamente, pessoas que curtem a página entre outros....
O Inserção do Diferente não possui um padrão ou um parâmetro de quão diferente os modelos são, o único critério é que já tenham vivido essa experiência.

- Houve diferença de tratamento em diferentes locais do Rio?
Os lugares escolhidos são sempre de grande movimentação e que tenham um grande fluxo de trabalhadores. Houve em todos os locais o mesmo tipo de olhar porém, sentimos uma diferenciação em pessoas de maior faixa etária onde ocorreu o maior número de olhares.



- Vocês acham que todos os olhares são necessariamente de preconceito ou são também de curiosidade? 
Isso vai da leitura da imagem que cada um faz.

  "Por meio de um ensaio fotográfico e vídeo o estranhamento da sociedade em relação as pessoas com estilos diferenciados e como elas se sentem."




- Vocês observaram olhares ou até assédio maiores nas mulheres do que homens? 
Sim. Em mulheres houve um maior impacto estando mais relacionado com as vestimentas.



- Pra vocês, qual seria a forma mais adequada de inserção do diferente na sociedade?
Nosso objetivo é amenizar esse estranhamento mostrando que as pessoas são mais do que estilos, mostrando o lado de opressor e do oprimido.

A imagem de perfil da página é bem interessante: uma mão "alternativa" e outra não, juntas! 



Curtam a página do projeto porque em breve terá mais fotografias de rua! ;-)
 

Comentários via Facebook

2 comentários:

  1. Espetacular esta série de posts!
    Imagino que muitas pessoas rejeitam o diferente por medo do desconhecido, mas muitos também rejeitam por inveja, porque querem e não podem.
    Confesso que eu olho quando alguém com um estilo bem alternativo passa, mas com olhos de admiração. Mas vejo ao meu redor muitas vezes olhares de inveja sobre a pessoa.
    Ontem mesmo passei por uma situação estranha. Fui numa loja de bijou comprar um cordão novo para meu pingente. Ao entrar, uma mulher me encarou e começou a ficar nitidamente nervosa do meu lado. O que foi estranho, porque eu estava muito sossegada, a vendedora me atendeu sorrindo...enfim, a única pessoa agitada era ela! Será que ela tinha algum problema com suspensórios? hehehehe

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    Respostas
    1. Que bom que curtiu Vívien!!
      Esse projeto é interessante porque cada um de nós faz uma leitura da imagem e o mais legal é notar que nem todo olhar é ruim. Mas é interessante também a postura do alternativo, uns andam mais encurvados e outros mais cabeça erguida. Não sei se isso faz diferença em como as pessoas te olham.

      Quanto à sua história, não pude deixar de sorrir intrigada, afinal, o que se passou pra vendedora não estar assim tão confortável ao seu lado???

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