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3 de dezembro de 2014

Sobre Esquadrão da Moda, Mude Meu Look e ser "Socialmente Aceito"

Programas como "Esquadrão da Moda" e "Mude meu Look" transmitidos pelo canal Discovery Home & Health, são acima de tudo entretenimento. Voltados à realidade cultural dos EUA, um país com fortes traços conservadores e que cultua o bom mocismo. Tudo que é considerado mal, feio, desvirtuoso deve ser destruído ou transformado em coisas boas e aceitáveis.
Você vai me dizer que as participantes ficaram melhores depois, mais bonitas!
Mas péra... já se tocou que o conceito do que é belo é algo socialmente construído? (a História da Moda comprova isso)


Moda neutralizada: nenhum resquício da estética subcultural.

Vejam este flyer (foto logo abaixo):

"... o programa "Mude meu Look procura pessoas para uma transformação total $$$"
Estamos procurando diversas pessoas em torno dos Estados Unidos! Estamos procurando pelos mais mal vestidos e pelos vestidos de forma incomum. Indique alguém hoje!
Você conhece alguém que se destaca pelo seu estilo? É muito anos 80? Muito ultrapassado ou desalinhado? Muito sexy? É hora de mudança? (...) se selecionados para o programa, cada pessoa é muito bem compensada pela sua participação. Adicionalmente, o candidato recebe uma transformação que vale $$$ em cabelo, maquiagem, sapatos, bolsas, muitas roupas e mais!
Estamos abertos para todos os looks, aqui alguns exemplos do que estamos procurando..." aqui entra lista de alguns exemplos, entre eles, Hippie, Gótico, anos 80, grunge, biker, finalizando com "tenha sua sensualidade de volta".

Prestou atenção nas palavras em negrito?
Como um bom programa de entretenimento, tem grana envolvida.
Tem seres bizarros que assustam a plateia. Tem o palhaço que domina as cenas.
Tem machismo enraizado na cultura tradicional.
Tem sensualidade envolvida porque é o sexo que move $$$ o mundo.
Como um bom programa de entretenimento, tem muito drama. Tem no final os bonzinhos vencendo os malvados, os errados. Tem o malvado ficando bonzinho e obediente. 


Esse flyer foi fotografado e publicado pela americana Amy Doan, dona da Shrinkle/Sugar Pill Cosmetics, ela foi abordada pela equipe do programa sendo convidada a participar do mesmo. Ela conta que disse à produtora que gostava do jeito que era e a produtora disse: "Ainda melhor! Nós amamos os candidatos que realmente acreditam que tem uma boa aparência. Eles fazem a transformação mais dramática".
Acho que isso dá uma noção do que rola nos bastidores.

Deixando claro que não tenho nada contra estes programas e sim, que não os levo à sério! 
E também deixo claro que este post é sobre os participantes alternativos. Sobre os participantes "normais" desleixados, desalinhados, tenho a dizer que nem todo mundo nasce com senso estético. Algumas pessoas precisam ser orientadas seja por desinteresse, porque não foram incentivadas à isso na fase de desenvolvimento ou por não terem uma habilidade natural para Moda. Mas outras se ligaram em subculturas ou na cena alternativa, onde não existe nenhuma regra exigindo que um look seja belo, o contrário: quanto mais exótico e autoral, mais valorizado.

Vocês se lembram qual é uma das características da moda alternativa? Vou reproduzir trecho aqui:
"O fator artístico/criativo é muito importante, assim como a roupa ser usada como uma forma de auto expressão, fora do que é considerado apropriado ou elegante e desafia a concepção do que é considerado belo."

Um dos grandes mitos de nossa sociedade é que podemos mudar o outro. Torná-los nossa "imagem e semelhança". Adequá-los ao nossos gostos e necessidades. Porque assim seremos felizes. Mas esquecemos que o outro é um indivíduo com vida e gostos próprios.

Motivos comuns pelos quais as participantes são indicadas:
- pessoa passa uma imagem errada pra sociedade.
- querem o bem delas.
- não está vestida de acordo com a idade (cronológica ou de espírito?).
- agradar aos amigos - se vestir ao gosto do amigo (ou dos pais ou do marido).
- arranjar namorado, ser sensual e atraente.
- se vestindo assim ela nunca atrairá o sexo oposto (mentalidade que a mulher se veste pro homem e não para si mesma).
- a roupa que usa parece barata (preconceito de classe / devemos ser ostentadores?)
- falam que o estilo da mãe fere os filhos (se o filho se sente ferido, será que ele tá sendo educado reproduzindo preconceitos?)

Claro que não posso deixar de notar o machismo em diversas situações, num certo episódio, a moça diz: "ainda não estou pronta pra casar" - e a apresentadora responde: "e quando vai estar pronta?". Não é de hoje que mulheres que estão solteiras são cobradas ao casamento como se essa fosse a principal meta de suas vidas. E também falam de "saltos de prostitutas" e dizem que tudo que fica acima dos joelhos é  de "vadia", palavra muito usada para objetificar o corpo feminino.

A produção do programa Mude Meu Look prefere alternativos. A mudanças é mais drástica. O programa é alimentado por tensão e drama.


Você já reparou quem indica as pessoas alternativas?
São "pessoas normais".
Você já viu um episódio onde alternativos indicam outros alternativos?
Já viu um episódio onde alternativos indicam pessoas normais?
Não? Nem eu.
Talvez porque os alternativos, mais do que ninguém, entendam o valor da individualidade estética.

O convencimento do alternativo pra "se tornar socialmente adequado", é explorando suas fragilidades, seus pontos fracos, seus traumas. Não raro, o alternativo cai no choro e em culturas conservadoras, choro é fraqueza emocional. Já não basta ter passado por maus bocados na vida por ser alternativo, ainda vem as pessoas te esfregar isso na cara? 
Há episódios com terrorismo emocional, uma espécie de "manipulação". Pegaram traumas da pessoa: "ah é por causa desse trauma que você é assim blablabla" e a pessoa, fragilizada, sofrendo, se acha o pior ser da face da terra e passa a aceitar tudo que eles dizem como regra porque "oh, realmente, o problema sou eu...". Trauma todo mundo tem, só que às vezes, as tais roupas não aparentavam vir de traumas e sim de gostos específicos.

Se a participante está feliz, confiante e cheia de autoestima sobre seu visual, a apresentadora faz caras e bocas e convence-a de que ela está toda errada, cava fundo nos dramas pra encontrar uma fragilidade e explorar ao máximo, se nada disso dá certo, partem pra questão amorosa: "Você está sozinha? Já reparou que sua roupa afasta os homens certos?". Homens certos...

A participante Ivy em termos de comportamento, era aquelas punks das antigas, bem atrevida e com um jeitão meio Courtney Love. Ela ficou socialmente aceitável depois de "reformada", mas era possível ter mantido elementos punks no visual dela se o programa levasse em conta a personalidade ousada. 


Esquadrão da Moda:
Ao contrário do Mude Meu Look que adoooora pegar alternativos, o Esquadrão da Moda não tanto... mas lembro de algumas participantes que tinham o estilo alternativo. Não me esqueço de dois: um rapaz gótico de longos cabelos negros que, segundo o cabeleireiro tinham de ser cortados. E foram! Bem curtinhos. O rapaz não ficou bem (o rosto dele não combinava com cortes curtos) e não gostou nada. Mas nesse caso parecia uma mistura de preconceito e sacanagem por parte do cabeleireiro/produção.

Outra participante que me lembro era uma roqueira, na hora de fazer compras, ela não foi na loja "chique" indicada pelos apresentadores, fugiu pra uma famosa loja alternativa de NY, comprou algumas peças e ficou tirando sarro.

Também lembro de uma senhora que usava roupas muito curtas e doidas, mas eram a cara dela, se é que me entendem. Essa senhora permitiu a mudança das roupas, mas no final confessou que não as usaria. Ela tinha um cabelo loiro cacheado super armado, que era uma característica do estilo dela e negou que ele fosse mudado. Isso é ter personalidade! O cabeleireiro ficou possesso!

Em alguns casos eles envelhecem as participantes (porque roupas de corte clássico envelhecem) deixando jovens de 25 anos com aparência de senhoras. 


Um estilo alternativo que indica uma personalidade irreverente e que gosta de brincar com a moda e o "depois", com impessoalidade e neutralização. 

Os alternativos querem que a sociedade os aceite como são, o que envolve inclusive tanto o direito de andar todo gótico trevas quanto andar mostrando a bunda. O que torna uma bunda indecente não é pessoa, é a cultura que ela faz parte. Uma bunda não é indecente pra uma índia, por exemplo porque na cultura deles o significado do corpo é outro. A cultura que vivemos trata o corpo feminino como algo que deve ser escondido e resguardado por ser propriedade do outro e não da própria mulher. E cabe a roupa conservadora resguardar esse corpo.
Todo tipo de "desvio" social deve ser evitado, por isso, em meados do século passado surgiram os movimentos de contra cultura, porque eles eram contra a cultura dominante. Eram rebeldes que pregavam um novo modo de vida e de pensamento.

Já conversei com alternativos daqui e de outros países e é basicamente o mesmo pensamento que todos tem: ser aceito pela sociedade como são; lutar pra ser o que se é e claro, a vida não é fácil pra quem pensa assim, quem disse que é? Quem se assume, precisa encarar!

É preciso estar disposto a lutar e passar por cima dos preconceitos. A roupa expressa você!! Eu tenho amigos não-alternativos, tenho familiares não-alternativos e antes de tudo os enxergo como seres humanos, quando estamos juntos, a roupa é diferente, mas o respeito é igual. Minha melhor amiga de infância é o oposto de mim. Esse é o mundo que eu quero. Que alternativos e não-alternativos estejam juntos e um não reparem na diferença do outro, e sim, no que tem de igual.


Concluindo
Outra coisa a ser notada é que a transformação não acaba após o cabelo e maquiagem. Os participantes são levados a encontrar familiares numa festa de recepção do seu novo look ou expostos publicamente num palco dentro de uma espécie de shopping center, um teatro grandioso onde os transformados são apresentados ao grande público como exemplos de que sim! Podemos mudá-los, retirar seus "desvios" e deixá-los ao nosso gosto correto e ordeiro, e então: aplausos!

E alguém orgulhosamente diz:

"Parabéns fulana, você é outra pessoa!"

Objetivo alcançado.



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46 comentários:

  1. Palmas e mais palmas. Que texto lindo.

    É incrível a incapacidade do outro em aceitar a individualidade das pessoas. Dos "socialmente aceitos" é algo que se espera - pois trata-se de pessoas que, durante toda a vida, foram ensinadas a não desagradar, a se encaixar e esconder seus defeituosos "desvios comportamentais" dos outros - mas, infelizmente, alguns 'alternativos' estão começando a se encaixar entre esses que não aceitam a pluralidade (tanto estética quanto intelectual).

    A individualidade estética é o que nos representa quando não temos a oportunidade de nos apresentar à alguém - é algo que pode ter seus signos identificados numa simples olhada, algo que pode dizer muito:
    "Fulano se veste de tal maneira, portanto deve gostar de tais coisas" - então a pessoa escolhe se aproximar ou se afastar.

    Pra mim, os homogêneos da sociedade é que são uma estranha incógnita: quem eles são? Do que gostam? O que escondem por trás dessa capa de normalidade? De que traumas precisam se livrar?

    Dá pano pra manga.

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    1. Ai fiquei de bochechas vermelhas com suas palmas rsrsrs!
      Tocou num ponto suuuuuuuper importante: alternativos que não estão aceitando a pluralidade, isso é um retrocesso!!
      Os homogêneos são todos um mistério mesmo, não dá pra saber o que gostam, o que tem pra mostrar pro mundo.... tomara que um dia se libertem também destas amarras estéticas!!
      É muito assunto pra desenvolver!
      Bjs!!

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  2. Realmente, texto muito construtivo!

    Eu nem gosto de assistir programas assim pra não passar nervoso... Só acho alguns engraçados, tipo, quando a pessoa se veste muuuito desordenada! Hahaha! Mas ai já não tem a ver com alternativos, e acho que nunca assisti um sobre alternativos e nem deixaria que me transformassem. Acho que eu ia fazer igual a moça que fugiu pra outra loja alternativa e iria torrar todo o dinheiro com peças que me agradassem. *-*

    universoasfixia.blogspot.com.br

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    1. Nossa, também fico nervosa em alguns episódios, às vezes até tiro o volume porque me incomoda tanta pressão psicológica!
      Pôxa, super normal algumas pessoas serem desordenadas porque né? Ninguém precisa nascer sabendo sobre moda, precisam ser orientados. Mas alternativos são diferentes porque eles enxergam a moda como expressão de seus gostos e personalidades!
      Imagina nóis in NY torrando $$ nas lojas alts!! kkkkkkkk

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  3. Excelente texto! Parabéns!

    Eu acho horrível programas desse tipo. Nem assisto porque acho uma falta de respeito com o outro ser humano. Lembro que uma vez assisti um pedaço de um programa desse tipo (não lembro qual programa) e fique revoltada, porque eles ficavam desdenhando da pessoa só por causa da sua vestimenta. Nem terminei assistir pra ver no que ia dar.

    Eu fico indignada com a dificuldade que as pessoas tem de aceitar e respeitar o que é diferente. Fico indignada com os argumentos que eles usam pra julgar e posicionar quem é diferente e para tentar mudar quem é diferente. São argumentos sem base nenhuma e, na maioria das vezes, desrespeitosos.

    Eu tenho cabelo colorido, várias tatuagens e piercings visíveis e resolvi assumi mesmo meu estilo, minha personalidade. E sei quanto isso me custa todos os dias. Eu não arrumava emprego fácil de jeito nenhum. Tudo por preconceito. E, acredito eu, que hoje só estou trabalhando porque passei em um "concurso" onde eu era avaliada por uma prova e não em uma entrevista sendo julgada pela minha aparência.

    A propósito, eu não achei que as pessoas ficaram mais bonitas depois da transformação. Preferia antes. :)

    E assim como você, também sonho com esse mundo onde os diferentes possam conviver em harmonia, sem preconceitos e julgamentos. Minha melhor amiga também é o oposto de mim e somos a prova de que isso é possível.

    Mais uma vez, parabéns pelo texto!

    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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    1. A ridicularização é uma técnica bem comuns em programas que buscam audiência, parece que sentem prazer sádico em apontar os pseudo defeitos do outro...
      E com razão... nem todo mundo fica bom no depois, porque a transformação é muito impessoal, neutra, clássica... tem muitos que perdem traços interessantes de suas personalidades quando adotam esses visuais.
      Pôxa, assim como você, eu me assumo e encaro, mas o preconceito é recorrente, mas creio que fazemos a diferença ao resistir!!
      Obrigada!!
      Bjssss

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    2. Sim.. mas é ao tentar ridicularizar o outro que essas pessoas começam a conseguir o que querem, pois como foi dito no texto, a autoestima começa baixar até o ponto que a pessoa fica vulnerável a manipulação do outro.

      Exato! Muitos que se transformaram pareciam até mesmo desconfortáveis, pois sabiam que aquilo não era o que eles eram.

      Sim, com certeza fazemos! Afinal, antigamente éramos, provavelmente, algumas poucas dezenas e hoje já devemos chegar aos milhares. Assim damos força aos que também querem se assumir e resistir a padronização. Quem sabe um dia não viveremos em um lugar mais livre de julgamentos por aparências!? ^^

      bjin ;*

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  4. Nossa, adorei o texto, eu sempre converso com meu namorado que odeio esse tipo de programa. É tão impessoal, não leva em consideração o que as pessoas gostam, a personalidade de cada um e acabam formando mais do mesmo. Sem contar com a perpetuação do preconceito e a exposição das pessoas ao ridículo.Roupas e cabelos devem mostrar sua personalidade, falar um pouco de você sem que você abra a boca. Acho sinceramente que quem caga regra em relação a moda é que são os inseguros e querem que as pessoas também sejam assim. Afinal que absurdo uma pessoa ser tão segura de usar uma roupa "estranha" sem se importar com o que os outros acham.
    Beijão Diva
    http://divaspinup.blogspot.com.br

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    1. A perpetuação do preconceito... porque esses programas rodam o mundo,né? Imagina esse pensamento se refletindo em todos os cantos na mente de pessoas que não questionam?? É perpetuar preconceitos na certa!!
      E concordo completamente! Pra uma pessoa sair na rua como quer ela precisa ser muuuuuuito segura de si e não ligar pros outros, e esses programas fazem exatamente o contrário: fazer a pessoa se importar com a opinião alheia! o.O

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  5. Olha só a coincidência! Escrevi faz um tempo sobre este programa lá no blog tb, porque eu assistia o programa mas me decepcionei muito com ele. Me chateia ver a pasteurização que se torna o "Mude Meu Look", a desconsideração com a ideologia estética da pessoa.
    Engraçado que, num episódio, uma das participantes era uma ecologista e deixou claro que só iria participar se as lojas usassem métodos ecológicos de produção, e o programa não só a levou em lojas veganas como também fez compensação das produções de carbono realizadas durante todo o show. Perae, se esta ideologia foi respeitada, porque as outras não tiveram seus gostos e ideologias respeitados?
    O episódio com a Mayim Bialik, que interpreta a Amy no The Big Bang Theory, também foi icônico. Ela tem um gosto bem diferente, comprou roupas de seu estilo e não a fizeram devolver. Nem tosaram o cabelo totalmente, talvez porque ela precisa dele comprido para o papel. E aí? No fim ela ficou...sem sal! Sua personagem Blossom nos anos 90 virou ícone de uma geração por ser diferente, e isso se perdeu!
    Parei de ver esses programas.

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    1. Ah acabo de ver a vinheta nova no canal, com Gaby Amarantos cantando "O importante é ser você..."
      Aham, sei...

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    2. Vívien, acabei por ler seu post!! E também assisti os episódios citados! Pra mim eles comprovam que as pessoas alternativas, pra eles, são seres bizarros e que devem ser mudados e não melhorados! Afinal, porque esse tratamento diferente, não é mesmo? O trabalho do personal stylist é melhorar o estilo de uma pessoa e não anulá-lo!
      Boa essa lembrança de que a Blosson é ícone justamente porque era diferente!!
      Bjs

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    3. Quanto à Gaby: kkkkkkkkkkkkkkk!
      Mas sério.... parece que neste mundo só pode ser si mesmo quando se é famoso né? Caiu no anonimato já é tachado de bizarro....affff

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    4. É a velha formula: tá dando audiência, explora!

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  6. Adorei o texto, não sei o que me chamou mais a atenção: a técnica ou o conteúdo, rs. Falando do conteúdo, concordo plenamente. Uma coisa é querer auxiliar uma pessoa que tem dificuldades quanto à estética (tipo: que corte de cabelo fica melhor com o formato do meu rosto/quais cores combina com meu tom de pele/que tipo de roupa cai bem no meu corpo) e outra coisa é "reformar" uma pessoa, adequando-a aos padrões estéticos impostos pela sociedade e ignorando sua personalidade.

    Quando eu era adolescente adorava calças moletom, saias indianas, top cropped, bolsas laterais, all star e batom preto. Mas aos poucos fui reformando o guarda-roupa para me sentir mais "aceita" na escola e na balada. Eis que os jeans invadiram minha vida. Somente depois de começar a dançar e ingressar no universo do Tribal Fusion que voltei a me sentir à vontade com meu estilo. Aboli o uso de maquiagem no dia a dia, comprei um tênis confortável e troquei minha bolsa de ombro por uma mochila personalizada que parece uma coruja. Me sinto muito mais eu agora!

    Beijocas, amo seu blog <3

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    1. Obrigada Melissa!!! :D
      Sim, esse auxilio com a estética É o trabalho do personal stylist! Que trabalha totalmente em cima da personalidade e hábitos de vida do cliente e não impõe nada à ele, apenas sugere!
      Parabéns por ter tido a coragem de se assumir, ótimo exemplo!!
      Bjsss <3

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  7. Uma das coisas que odeio é quando tentam arrumar um motivo no psicológico pra pessoa ser "desajustada".

    Dessas que vc postou eu preferi todas antes da mudança. rs

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    1. Pois é! Apelam pro psicológico porque sabem que todo mundo tem um trauma e aí pronto! Exploram ao extremo!
      Também prefiro antes hahaha :D

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  8. É o que eu sempre penso quando eu assisto a esses programas, porque já há uma pressão da sociedade para que você se enquadre no padrão de todo modo. As tendências, as revistas femininas, o certo e errado e quando você consegue resistir a tudo isso vem um programa de TV e te força a se enquadrar a todo custo. Isso é uma tremenda violência da sociedade.

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    1. Sim, há muita pressão midiática! :(
      E especialmente contra as mulheres que precisam estar sempre "aceitáveis", daí pra querer mudá-las é um passo!

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  9. Assisti um com uma lolita americana que eles insistiam em chamar de fantasia os outfits dela.
    Pra ela a desculpa foi que como ela cresceu num abrigo usava lolita pra "compensar" alguma coisa da infância que tinha ficado mau resolvida.
    Por fim, tacaram decotes nela e no fim deram os parabéns por ela ter "crescido" e virado um mulherão.

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    1. Lembro deste! Mas qual o problema de gostar de coisas mais infantis? Nós vemos beleza onde quisermos, Gostar de coisas fofas não significa automaticamente imaturidade ou incapacidade.
      "Virar mulherão" é complicado né? A ideia de que a mulher precisa sempre seduzir e procriar rsrsrs!

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  10. Um completo absurdo querer mudar uma pessoa para se tornar mais "aceitável". E devo dizer que esse texto expressa a minha completa opinião sobre esses programas.

    Vou te contar uma história... Dos meus 11 até 13 anos eu sofri bullying na escola. Não sei se era o meu jeito, aparência ou sei lá. Naquela época eu não sabia nada e nem seguia algum estilo alternativo. Para que me aceitassem e para que gostassem de mim, comecei a me vestir como as meninas mais populares da sala, mas isso não me agradava muito.

    Quando cheguei aos 14 anos, comecei a me interessar por certas coisas como rock, ocultismo e wicca. Comecei a comprar algumas peças e acessórios, porém não usava sempre. Quando completei 16 anos, eu assumi o estilo alternativo, e te digo, foi a melhor coisa que já fiz. Por causa do bullying eu não tinha auto-estima nenhuma, me sentia feia, horrível. A que não se encaixava, que não era igual aos outros. Apesar de que ser igual aos outros nunca me fez bem , eu nunca realmente quis isso. Só que na minha cabeça eu queria que as pessoas gostassem , coisas de adolescente.
    Assumir o alternativo despertou a vaidade, a auto-confiança e minha felicidade. Até membros da minha família dizem isso. Minha mãe apoiou totalmente essa transição pois ela viu o qual bem me fazia.
    Eu sempre fui diferente, e hoje agradeço isso. Já são quase 10 anos que eu sigo o estilo alternativo.

    Adorei o texto.

    Daniela V.

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    1. Oi Daniela, interessante sua história, é parecida com a minha até as idades batem! Que bom que se sente feliz agora podendo exteriorizar como é por dentro!
      Abraço! <3

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  11. nossa!q blog antenado tenho que admitir..eu vi esses episódios e jamais achei que alguém falaria sobre.
    www.maniasdelolitta.com

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    1. Pôxa Sarah e a gente fica feliz de saber que acertamos em abordar o tema! ;)

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  12. Nao é custume eu assistir esses programas, mas o pouco que eu vi, eram senhoras, mulheres na faixa do 40. Primeiro, de fato existe liberdade, e voce deve vestir o que mais te conforta...Mas concorda, que senhoras, com 7 filhos vestindo cada peca de uma cor, ou uma mulher que pareci um homem, o que voce pode achar que é pressao psicologica ou lavagem cerebral, eu vejo como uma luz (alguns looks nao dao certo, e admito que alguns perdem sua essencia, o que tambem nao precisa ser tao drastico, afinal talvez depois da ajuda do programa, ela possa misturar o look alternativo com uma coisa mais clean) algumas realmente saem feliz, somos seres de constante mudanca, e eu acho que rotulos sao coisas de crianca, acho que quando voce atinge uma certa idade, nao importa se visto so preto ou se escuto musicas romanticas. Todo mundo quer ser aceito, ate mesmo aquele gotico todo maquiado. Tudo em exagero faz mal, seja comida bebida exercicios e roupas. A tal é mae mas adora a ideologia gotica ( o que nao eh provavel, defina gotico?) ela nao precisa colocar spikes, calca rasgada, lenço e maquiagen preto pra ir ao supermercado com o filho.
    nao acho que o programa faz errado, vc tem o direito de decidir se vc participa ou nao, caso deixe eh pq no fundo sabe que nem a sua consciencia queria vestir aquilo. outra, como eu disse antes todo mundo quer ser olhado, ter a estima alta, ser aceito, e se sentir bem, bonita e satisfeita eh muito melhor do prezar algo que muitas vezes nao representa a sua ideia atual, e voce so veste por custume, ou comodismo. Mas um ponto positivo do programa é que os marido saem felizoes rs rs rs
    Agora, os programas brasileiros vou te falar nao tem senso nenhum. --'

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    1. Então Anônimo, no post eu toco em alguns pontos basicamente: um é que existem pessoas que não tem senso estético. Seja por qual for o motivo, desde criação à interesse pessoal, estas pessoas simplesmente não sabem como usar a moda e essas pessoas - alternativas ou não - podem ser bem orientadas.
      E o segundo ponto, que é o foco do artigo é a abordagem com os alternativos. O julgamento de que o estilo alternativo é "errado" e deve ser "consertado".
      E outro ponto que eu toco no texto e que você também abordou no seu comentário é: quem define o que é socialmente aceitável? A sociedade claro! Só que alternativos - se expressam através de suas vestimentas (essa é uma das características de ser alternativo) e se sentem bem usando o estilo deles em todos os lugares. Agora agradar homem também não pode ser o foco do programa (e costuma ser em alguns episódios), porque tem algo muito errado nesse conceito.

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    2. Mas você já pensou que "falta de senso estético" também é baseado na sua construção social? Se ela é "desleixada", só porque ama legging e moleton, ou usa um cabelo "feio", não "se cuida". Tipo, se cuidar é pensar na saúde, não ter um cabelo "bonito" (aceitável para a sociedade). Achei esse ponto meio hipócrita. Quando é com alternativos é errado, mas se a pessoa é "desleixada", sem "senso pra moda", ai tudo bem orientar (no caso, expor a pessoa ao ridículo, destruir o resto de alto estima e mostrar que ela tem que se vestir de forma "madura".

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    3. @Unknown vou repetir aqui um trecho do texto, e adicionar infos pra te deixar isso um pouco mais claro, caso não tenha entendido a diferença entre como alternativos e "normais" utilizam a moda como EXPRESSÃO pessoal ao ler o texto:

      - Pessoas que se ligam em subculturas ou em moda alternativa: não existe nenhuma regra exigindo que um look seja belo ou aceitável, ao contrário: quanto mais exótico e autoral, mais valorizado.
      O que significa? Que a estética alternativa INDEPENDE do socialmente aceitável.

      -Já pessoas "normais" SEM senso estético: desleixados, desalinhados, NÃO SABEM SE AUTO EXPRESSAR COM A MODA e precisam (ou podem) ser orientadas a aprenderem a se auto expressar.

      Então:
      O alternativo se expressa de forma consciente e a pessoa sem senso de moda não sabe como se expressar.
      Se uma pessoa não sabe se expressar com a moda, ela pode ser orientada por um personal stylist (e não, isso não significa que ela deva virar um robozinho neutralizado, isso é a falha destes programas); já os alternativos tem seu próprio estilo e expressão estética escolhidos por si mesmos e esta expressão da individualidade deve ser respeitada.

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    4. TUDO é construção social.
      E não, ninguém é obrigado a ser orientado por um personal stylist. Nem mesmo a pessoa sem senso estético.
      Há de se atentar que mesmo estas pessoas são indicadas por alguém que acha que o estilo delas é "vergonhoso", porque se fosse por vontade própria como vc bem mesmo comenta, elas nem participariam das mudanças estéticas.
      E sim, o foco do texto é nos alternativos porque o preconceito estético com os alternativos é algo NATURALIZADO na nossa sociedade e é necessário abrir os olhos pra isso. O tipo de preconceito que pessoas alternativas sofrem podem ser violentos e com graus diferente dos que pessoas "normais" sofrem meramente por uma estética desleixada.

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  13. Eu nunca vi estes programas mas já tinha ouvido falar deles. Depois de ler isto, imaginei-me nesta situação, e repeti o mesmo que sempre digo à minha avó quando ela me vem mostrar as transformações que as revistas portuguesas fazem às pessoas (existe pelo menos uma que todos os sábados mostra uma transformação, mas acho que nunca lá apareceu ninguém alternativo): "Nem pensar que essa gente me põe as mãos em cima, caredo!". A maior parte das vezes são pessoas com ar bastante aceitável. Todas dizem que a transformação lhes elevou a auto-estima. Palmas e Parabéns! Agora não queiram impor isso aos outros. E é isso que estes programas fazem. A minha opinião é que, como há gente a quem estas transformações aumentam a auto-estima, isso tem de valer para todos. E não é bem assim. Eu esganaria a primeira pessoa que sonhasse sequer em mandar-me para uma coisa destas. E era bem capaz de fazer a vida negra às pessoas de lá. Aquilo que nos impõem de que "ai e tal é o teu trauma que te leva a vestires-te assim", merecia uma resposta do género "imagino, o seu deve ter sido mesmo horrível!" (e quando me fizessem uma conversa do género: "Ah e tem namorado?" "Tenho" "Aposto que é como você" "Acaso não, é mais parecido consigo" "Ah duvido, eu nunca namoraria com alguém como você" "Não se preocupe minha querida, pessoas como eu têm bom gosto"). Eu sei que sempre dizem "não deves, senão toda a gente pensa que os alternativos são todos assim". Resposta: Então porque é que às chamadas "pessoas normais" não acontece o mesmo? Um alternativo não apanha com uma "pessoa normal" mau-humorada e acha que todas são?" Só porque são mais comuns? Isso depende do sítio onde estás! Como aconteceu numa reportagem sobre Whitby. Às tantas já era o apresentador (super "pessoa normal") que se sentia desconfortável, observado e deslocado. E porquê? Porque à sua volta só havia alternativos, e ele era o "estranho" dali. Por isso, tudo depende.

    Já que a minha mãe insinua que sou dona de uma boa porção de humor negro, nada melhor que fazer uso dele. Porque duvido seriamente que eles ponham a mão na consciência sozinhos, mas quem sabe. Sem tentar, não se sabe. Não sei até que ponto usar aqueles géneros de respostas os fariam pensar, já que eles saberiam que tem a "sociedade mainstream" do lado deles, mas pode encontrar-se alguém consciencioso nos sítios mais estranhos. Ah, e palmas para a rapariga que foi às lojas alternativas! Devem ter ficado cá com uma cara XD se souberem disso em vídeo no youtube gostava de ver XD

    Não sei se fiz entender a ideia, mas acho que sim.

    E já agora, adoro o blog :D e ainda estou a dever fotos à Sana para o look do leitor (acho que ainda se faz). Não sei se ela se lembra, sou aquela moça portuguesa que perguntou uma vez se só os brasileiros podiam participar no look do leitor. Acredites ou não, depois de tanto tempo, não tenho fotos de jeito XD a ver se dou um jeito nisso!

    Beijinhos! <3

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    1. Já agora, fiz um post sobre o assunto no meu próprio blog, caso queiram ler http://emonika.blogs.sapo.pt/os-alternativos-e-os-programas-de-39949

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    2. Exatamente Oriana, a imposição é uma coisa que incomoda. Só que uma coisa que esses programas fazem pra "seduzir" as pessoas a participar é oferecer dinheiro. E daí acho que é nesse ponto que as pessoas acabam cedendo e aceitam passar pelo processo.
      Então, acho que a pergunta é: aceitaríamos, por dinheiro, que nosso estilo fosse tirado do nós e que fôssemos exibidos na TV como seres bizarros que precisam ser consertados??
      É muito absurdo os programas usarem a pressão psicológica dos traumas para enfraquecer e manipular a opinião dos participantes.

      Oriana, a sessão Look do Leitor está em pausa, mas sei lá, se um dia resolver participar, abrimos um espaço pra ti ;D

      Bjs e vou ler seu artigo!

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  14. Resolvi comentar de novo para falar do "Pegar ou largar", o novo programa da Stacey London. Que absurdo completo, sério. É uma caça as bruxas do estilo, já na vinheta do programa.
    Assisti outro dia uma gótica ir para a fogueira das vaidades neste programa, e confesso que terminei quase chorando...de raiva!
    Deprimente.

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    1. Vívien, eu estou acompanhando esse programa (à contragosto porque me irrita) pois quero postar depois que ver a temporada toda uma análise sobre ele. É bem complicado ainda mais que mistura com machismo (a mulher tem que estar "pegável")... vi o caso dessa gótica, foi devastador mesmo!

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  15. Tem um desses que é o pior de todos,o "Snog,Marry or Avoid",programa britânico que AMA pegar os alternativos e ainda os coloca num tipo de "vitrine:" onde são expostos ao sexo oposto (pessoas nada a ver) pra saber se elas teriam interesse em pegar,casar ou correr da pessoa exposta.Trash demais.

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    1. Já assisti esse também. É ultra machista! É o homem que julga se a mulher está "pegável".

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  16. Incrível, palmas para seu coração e cérebro 😁

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  17. Eu odeio esses programas q tiram a identidade da pessoa

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  18. Pois é... acho legal "adequar" as pessoas ao meio social. torna-las "aceitaveis". mas não as desconstruir.
    Existe quem saia todo estiloso, colorido, loucão pra ir a uma entrevista de emprego, por exemplo.
    Em certas situações, devemos no adequar, mas não deixar nossa personalidade de lado. Hoje em dia existem tantas lojas de shoping que seguem tendencias alternativas, sem exageros. isso é algo tão comum, por que pegar uma pessoa e tranforma-la em algo totalmente diferente, se tem como "neutralizar" sem destruir ela?
    Muitas vezes me frustro com esses programas, pois só aceitam meninas e meninos padrãozinho...
    Acho que seria muito mais interessante, mostrar tanto para os alternativos, como parar os "normais", que tem como ser alternativo "normal". rs'

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  19. Aliás, ótimo blog! estou louca aqui!

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  20. Imagine o que eu padeço numa cidade do interior de Pernambuco, sendo professora com piercings, tatuagens e cabelo colorido... me chamam de ateia satanista, louca, volta e meia tem pais querendo justificar o preconceito deles tentando achar uma brecha na minha 'conduta' que possa prejudicar seus filhos... e quando passei um tempo usando sidecut? Foi osso...

    Ao menos minha família e amigos nem ligam, e muitos dos meus alunos adoram tbm... esses programas querem nos idiotizar...

    Adorei a postagem...

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  21. Que material absolutamente sensacional! Você expressou bem o que acho desses programas. Obrigada!

    Antonia/ Rock ur Nails!
    http://rockuroutfit.blogspot.com.br/?

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  22. Também não gosto desses programas se você quer mudar seu estilo tudo bem mas menosprezar as roupas de outra pessoa só porque é diferente e sempre querer os "mais diferentões" é só para dar ibope. O mais engraçado é que quem dita a moda são os alternativos, nós usamos e depois de uns anos se torna moda e você encontra as roupas sendo vendidas na Renner e Riachuelo ai todo mundo compra, ai já é legal...

    Eu fiz meu tcc de estilismo e fui ridicularizada, os professores diziam que ninguém iria usar o que criei. Hoje todo mundo quer e está a venda (claro não exatamente a mesma coisa que criei mas bem parecido). Na minha opinião a única coisa que é feia é ser vulgar e isso sim é algo que deveria ser mudado, falando com cuidado e respeito pois é o mundo de outra pessoa nunca sabemos pelo que ela passou a forma de nos vestirmos é reflexo do que somos, do que passamos e pensamos.

    Espero que tenha conseguido explicar, não estou sendo grosseira às vezes não consigo expressar nas palavras o meu ponto de vista ^^ Adorei o post, muita verdade!

    https://apenaseuday.blogspot.com.br

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