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24 de maio de 2015

Documentário : Quem paga o preço por suas roupas?

Dia 29/05 estreia um documentário que queremos muito assistir, chama-se "The True Cost", algo como "o verdadeiro custo". Segundo os autores, é um filme sobre as roupas que vestimos, as pessoas que as produzem e o impacto da indústria no mundo. O preço das roupas nunca foi tão baixo em toda a história da humanidade, em contrapartida, os custos humanos/ambientais nunca foram tão altos.
Então fica o questionamento: qual o verdadeiro preço do que vestimos??

"Eu fiz isso pelo valor de..." / "Eu comprei isso pelo valor de..." 


Alerta de cenas fortes no trailer, mas é a realidade de muitos...
neste mês outra fábrica de roupas desabou em Bangladesh [clique]


O Materialismo tem preço alto
O fast fashion viciou nossos hábitos de consumo com suas roupas baratas, então quando vemos uma peça com seu "real valor" - ou seja, feita sem trabalho exploratório, achamos elas "caras" e tendemos a reclamar e não comprar. Serão mesmo caras demais? Ou será que é o preço mais justo onde todos da cadeia de produção trabalham em condições dignas e isso, claro, faz o preço ter de cobrir as despesas?

E veja bem, não é condenar quem compra em fast fashion, não é isso gente! É sobre você pagar o preço real e não ser enganada por empresários gananciosos! Se você comprou uma roupa barata, você sabe que ela custou pouco pra ser fabricada. Mas pagar caro, numa "fast fashion grifada", por uma peça que custou centavos pra empresa... repense se você realmente precisa pagar um valor alto por aquilo que está enriquecendo o explorador. Isso ajuda a fazer com que a médio ou longo prazo, as empresas percebam que o consumidor não tem mais interesse naquele método de produção e mude. Não esqueça que você ainda tem muitos anos de vida nesse planeta e mudar de hábitos agora vai fazer toda a diferença no seu futuro.

E você se pergunta, mas por que essas pessoas aceitam trabalhar nestas condições?
O salário nestes países é muito baixo, e o que as empresas ocidentais oferecem pra pagar aos trabalhadores são salários mais elevados do que os observados em outras profissões do mesmo país. Assim, as pessoas se submetem a preferir esse tipo de serviço por ganhar mais e as empresas lucram absurdamente.


A cultura da moda vai sendo destruída...
Diversos estilistas estão estressados com a aceleração do processo de criar novidades, que acaba por limitar a criatividade e inovação dos designers, pois precisam concorrer com as fast fashion que copiam suas coleções. Se antes tínhamos novas silhuetas a cada 5 anos, hoje a moda recicla tendências do passado pela necessidade da venda rápida, alimentadas pelo marketing.

"As pessoas acabam não “saboreando” o que compraram e, pior, isto ensina aos jovens consumidores que a moda não tem valor." 
Li Edelkoort

Um dos reflexos desse novo desejo consumidor é o slow fashion, termo criado por Kate Fletcher em 2007, que une o sustentável, o "verde” e o ético na moda incentivando uma reflexão sobre a indústria do vestuário e seu impacto sobre o meio ambiente. 

O que é Moda Sustentável? Esse é um tópico que quero detalhar em outro post, mas adianto que são iniciativas que permitem justiça social e ambiental, que inclui redução da produção e do consumo. Uma mudança não apenas de hábitos mas de conceitos econômicos.

A trendhunter holandesa Li Edelkoort listou em seu “Manifesto anti-fashion” as razões que a motivam a acreditar que a moda do jeito que conhecemos hoje está obsoleta devido a essa imensa exploração de mão de obra escrava, produtos tóxicos ao ambiente e o ritmo desenfreado de produção e descarte sem pensar nas consequências ambientais e sociais.

Li ainda adiciona que esse hábito de roupas novas a cada quinze dias se reflete nos blogs de moda onde pessoas que tem conhecimento e repertório de Moda  são substituídos por blogueiros sem especialidade nem crítica profissional sobre o assunto, reforçando a ideia de que Moda não é importante e sim, o consumo.



Mas como reverter isso? Como será o futuro?
É possível que nós mesmos desenhemos o que queremos vestir. Haverão também as máquinas de impressão 3D, além da customização em larga escala, onde o cliente entra na loja, escolhe a roupa e a customiza lá mesmo. 

Queremos nos aprofundar cada vez mais em moda ética e sustentável porque acreditamos que esse é o futuro de uma indústria da moda mais justa não apenas com os seres humanos mas também com a natureza. Temos que (re)construir um futuro melhor pra todos nós, afinal, os recursos do planeta são limitados e a gente mora aqui. Falta d´água e mudanças climáticas já estão dando as caras... Mais de 20.000 litros de água são usadas pra produzir um quilo de algodão que fará 1 blusa e 1 jeans! Imaginem isso em larga escala!! Infelizmente os governos regulam a quantidade de água que a população consome, mas liberam as indústrias pra continuar gastando horrores, inclusive aqui no Brasil! Fiquem de olho nisso!  

Eu vi pessoas comentando que não é tudo "tão simples assim" de mudar. É realmente difícil mudar hábitos, mas pode-se começar com a SUA mudança de comportamento consumidor: pagando peças com seu "valor real"; cobrando/questionando a marca que você gosta sobre onde e como as roupas deles são produzidas, aliado à um consumo mais consciente e valorização do sustentável/alternativo/artesanal que pode ser mais caro, mas é mais duradouro e de fabricação justa. Jogar roupa no lixo de 6 em 6 meses está saindo de moda definitivamente.


   Você pagaria mais por uma roupa - ou o seu valor real - se soubesse que ela não tem trabalho exploratório? 



Para saber mais:
- Uma reflexão sobre a moda fast fashion
- Consumo Consciente, uma reflexão mais profunda

Estou lendo dois livros ótimos sobre o assunto e não vejo a hora de dividir com vocês o que aprendi! Quem se interessar:
- Moda Ética para um futuro sustentável
- Moda Sustentável, um guia prático

- Experimento da Fashion Revolution em Berlim que oferecia camisetas a 2 euros (cerca de R$ 6).
- Documentário espanhol “Vítimas da moda, do glamour a escravidão” mostra inúmeros produtos químicos perigosos usados no tingimento de peças sendo descartados nos rios.
 - Documentário "China Blue” de 2005 (meu primeiro contato com o tema!) foi feito sem a permissão das autoridades chinesas, mostra como as pessoas trabalham em fábricas e como os lucros são obtidos e mantidos nos países de primeiro mundo.



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Comentários via Facebook

15 comentários:

  1. Acabei de assistir esse documentário sobre o trabalho na China. A situação dessas pessoas é uma violência! Me lembrei demais da famosa frase do Paulo Freire "quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor". O dono da fábrica parece que enfrentou certas dificuldades para conseguir chegar ao patamar financeiro que está hoje, porém, ver seus próprios funcionários como gente mentirosa, invejosa e capaz de matar. Essas pessoas eram para estar estudando e com suas famílias. Isso é muito triste. :/

    Nós estamos consumindo cada vez mais e na maioria das vezes não nos perguntamos: eu realmente preciso disso?

    Essa documentário parece ser muito bom. Espero que logo tenha legenda em português.
    Vou procurar depois essas leituras q vc indicou.

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    1. E triste que também tem empresas daqui do ocidente que vão explorar os miseráveis do outro lado do mundo porque seus "países de primeiro mundo" o trabalhador tem todos os direitos garantidos.
      Daí a gente elogia gringo, empresa gringa, mas esquece de pesquisar a fundo como eles enriqueceram...

      Pode deixar que se surgir a legenda em português - quem tá promovendo ele aqui é o Fashion Revolution Brasil - a gente divulga o link :)

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  2. Q droga =/
    Eu era muito consumista. Acho q ainda sou mas como melhorei! Tinha coleção de melissas, de bolsas, de bijoux, disso, daquilo, daquilo outro... Até que minha ficha foi caindo aos poucos... Um city tour por Punta e o guia mostrar a mansão dos Grendene... as primeiras denuncias de trabalho escravo contemporâneo - estrangeiro e nacional - nas redes de fast fashion... Hoje eu não consigo ficar 5 minutos dentro de uma Zara, Marisa, CeA, etc... começo a olhar as etiquetas e é como se um filme me passasse na mente e a foto daquele casal que morreu abraçado em Bangladesh vem a mente... Qdo a Forever 21 foi inaugurada eu estava no shopping, por outra razão, foi apenas olhar: de novo não consegui ficar em meio aquilo, fora as etiquetas, como na Zara, de cada canto do planeta... me embrulha o estômago... Há meses não compro roupas e é como eu me libertesse, sabe ( a ultima peça foi uma anarok, uma fortuna e a etiqueta mostrava ser feito na China =/ Qto foi pra marca, estadunidense, e qto foi pros costureiros????). Minhas ações de diminuir o consumo são de impacto quase nulo na cadeia, mas não quero mais fazer parte disso, é muito triste...

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    1. Anônimo, eu acho que você já está fazendo algo sim! Só o fato de você ter se conscientizado e olhar de forma diferente essas lojas, já é fazer algo.

      O ideal seria que essas lojas produzissem aqui, pra dar emprego aqui e colocassem um valor mais justo. Recentemente também tive uma decepção como a sua, comprei uma peça de uma marca que eu juraaava que era feita aqui e quando cheguei em casa vi "made in vietnã". Me senti burra por não ter olhado a etiqueta na loja mesmo.

      Só que é complicado porque tudo que consumimos, em alguma altura da produção, pode ter passado por trabalho exploratório, o que dá pra fazer é ponderar se precisamos mesmo comprar aquilo ou se será mais uma coisa que vai virar volume no nosso armário, a gente tenta evitar ao máximo o consumismo exagerado.

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  3. Sana,que triste ver essas pessoas passando por isso :(
    pior é q tem os dois lados,os q quere pagar menos p q quer ter X peça,e os que pagam valores altíssimos para ter uma peça da marca X.
    e os empresários marcas que não se compadecem das pessoas que produzem o produto que os enriquece,poxa,precisam ganhar tanto?enriquecer tanto?pra que?
    falta de amor ao próximo,pois conseguir conviver sabendo da situação dessas pessoas,aff
    pq o povo que conseme ainda não tem essa consciência,não vê essas cenas,mas eles sim.

    resumindo,tudo vaidade,as custas do sofrimento alheio.

    ansiosa por esse documentário,que ele seja muito divulgado,as pessoas precisam VER essa realidade.

    mas a coisa é muito grande,envolve tantos setores,por exemplo pessoas como eu e algumas pequenas empresas,estão perdendo cada dia mais,pois não temos como concorrer com os preços,o valor de uma peça muitas vezes é menor do que o custo de material pra gente aqui.

    eu acho q deveria haver algum tipo de intervenção a nível mundial,colocando um valor salarial pré determinado para as empresas pagarem os empregados,independente do valor salarial do país,(viagem do meu senso de justiça rs)

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    1. Exatamente! A gente precisa parar de patrocinar a ganância e a exploração destes empresários que vivem da miséria alheia!

      Gio, você seria das beneficiadas com o slow fashion! A sua marca é artesanal, alternativa.
      E por isso mesmo a gente tem super interesse nesse assunto, porque a Moda Alternativa se encaixa no slow fashion por ser um tipo de moda que não reproduz os padrões exploratórios.
      Só que a gente aqui no Brasil tá um pouco atrasado porque o Slow Fashion já é realidade em alguns países.

      Como ainda está tudo meio que começando a se mover agora, as pessoas estão aos poucos se conscientizando, vamos torcer pra que em breve surja algum tipo de atitude governamental pra impedir todo esse absurdo...

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  4. Bom, eu sou formada em design de moda e trabalho numa indústria em SC. Concordo com o post mas gostaria de fazer umas observações:

    -Na imagem do valor da peça / valor pago, provavelmente só está incluso literalmente a peça ou só o valor da mão-de-obra da costura. Não deve estar incluso todos os valores como propaganda, salário de estilista, modelista, contador, etc.
    -Na empresa que trabalho temos peças que são feitas nacionalmente e no exterior (India e China), mas não é só pelo valor financeiro. No Brasil são poucas as facções que querem trabalhar modelagens diferenciadas e tecido plano. As facções em geral estão querendo apenas fazer o básico, pois não precisa pensar.

    Temos infelizmente também a falta de valorização das pessoas que desconhecem os custos para saber o quanto custa uma estampa rotativa, bordado artesanal e etc que ficam achando que as roupas da china são sempre vantagem.

    E infelizmente, também, o governo nunca quis saber de reduzir os impostos da indústria têxtil. Tanto que muitas vezes chega a ser mais barato enviar algodão BR para o exterior para tecerem e tingirem e importar isso de novo! Absurdo, né?

    Ah, e também me irrito com blogueiras de moda que não entendem lhufas. Vão comentar um desfile criticando pq simplesmente "não gostaram"...

    E parabéns pelo blog :3 acompanho a pouco tempo e é a primeira vez que comento aqui.
    Beijos de glitter!
    Sussurro do Ar

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    1. Concordo Ichigo, eu já trabalhei em confecção também e acompanhei processos semelhantes. Triste saber que nada mudou...

      E puxa, eu vi que algumas pessoas ganham 0,13 centavos por peça fabricada, imagina o quanto não fica pro empresário mesmo depois de todos os valores adicionados? Ainda fica um valor baixo pra eles. Foda é eles revenderem pra gente com um preço altíssimo como se tivessem gastado muuuuito pra produzir O.o

      A gente aqui no Brasil tá bem atrasada na questão dos impostos o que impossibilita que as coisas melhorem e infelizmente o Brasil não aprendeu com a história... continua sendo um país focado em manufatura ao invés de investir em educação e tecnologia para que se possa tingir, tecer e todos os etceteras por aqui mesmo.

      Até comentei com uma amiga recentemente, infelizmente uma parte de nosso empresário só se preocupam com a venda, ou seja, se estão vendendo, porque vão pedir mudanças tributárias? Essa acomodação me irrita tanto! Pensar a curto prazo isso não resolve o problema do segmento.

      Por isso mesmo é importante a conscientização, e que as pessoas saibam que, por exemplo, a China pratica o dumping e com isso acaba ficando com monopólio em alguns segmentos, ou seja, o mundo todo fica na dependência deles, com subemprego ou não! :(

      E muito obrigada por gostar do blog! :D

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  5. Parece que vai ser um documentário bem pesado. Só de ver esse pedacinho já quase chorei aqui.
    Me senti tão culpada pelo meu consumismo passado. Que já ando deixando de lado há um bom tempo, diga-se de passagem. E olha que nem sou dessas de "jogar roupa fora a cada 6 meses". Só me desfaço de uma peça quando ela já não serve mais ou não ta dando mesmo pra usar. E não gasto horrores por mês com roupas. Mas mesmo assim, hoje eu fico pensado, será que eu precisava mesmo de tal peça?
    Um pouco antes de entrar nesse mundo de blogs já estava começando a repensar meus hábitos e depois que comecei a blogar, fui pensando ainda mais sobre o assunto, principalmente acompanhando seu blog.
    Ultimamente tenho comprado apenas algumas peças chaves que vou poder usar sempre e com diferentes combinações pra poder parar de consumir por um tempo.

    É muito triste o que a ganância pode fazer com o ser humano né!? Chegar ao ponto de explorar seus semelhantes dessa forma só pra ganhar cada vez mais dinheiro. E no final das contas, no dia final dessa pessoa, pra que vai servir tanto dinheiro se ela vai pro mesmo buraco que todo mundo né!?

    Eu sou uma das que vive reclamando de preço alto em roupas alternativas, que não exploram do trabalho alheio, mas eu sei que no fundo esse caro é algo que recompensa quem tá por trás da criação de tal peça. Eu não falo caro desvalorizando o trabalho dos outros, mas sim caro em relação ao meu salário... rs
    E mesmo sabendo que é um caro que não é caro de verdade, no final das contas eu acabo pagando se for algo que eu realmente precise. O que eu não quero mais mesmo é contribuir com trabalho escravo e condições indignas de trabalho.

    Excelente post!
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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    1. Ah mas o consumismo é tão enfiado goela abaixo na gente desde que nascemos que você tem é que celebrar que "acordou" que ele existe e é nocivo.
      A moda também é sedução, vende uma pessoa que a gente quer ser então, super comum a gente comprar algo e depois perceber que "não é pra gente" ou foi compra impulso, nisso a vantagem é mandar pro brechó, ou num caso desapego, doar...
      Peças chaves no seu estilo são ótimas porque elas combinam com tudo assim você cria um guarda roupa versátil, com poucas peças mas fundamentais! :D

      Sim, o pior é que nosso mundo está sendo destruído pela ganância de poucos, pessoas morrem pra tornar outra mais rica... :(

      Acho que a gente é que ganha pouco mesmo kkkkk roupa alternativa é cara aqui, na Alemanha, nos Eua, no Japão...não tem jeito, mas pelo menos é uma produção um pouco mais equilibrada né? Eu tenho um hábito antigo é que guardar grana por meses até comprar algo que curto, prefiro isso ao invés de parcelar, porque daí eu crio uma relação diferente com o dinheiro e com a roupa, sabe?

      Ficamos felizes que você tá curtindo os artigos e que eles tão servindo pra conscientização!! :D
      Muito obrigada!

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    2. Pois é.. e quando a gente acorda a gente percebe o quanto foi enganada durante a vida.. acho que algumas pessoas preferem nem acordar por isso. Porque a verdade dói. E ninguém quer se sentir desconfortável a esse ponto. Só que é preciso. Não há ganho sem um pouquinho de sofrimento. Só assim pra poder ajudar a mudar o rumo das coisas.

      Acho não. Tenho certeza que a gente ganha pouco! E olha que eu ainda ganho mais que algumas pessoas que sobrevivem (fazendo milagres, diga-se de passagem) com um salário mínimo e mesmo assim acho pouco! rs
      Esse é meu mal.. eu sou das que parcela. Talvez esse seja o problema do meu consumismo, pq enquanto você guarda o dinheiro você ta pensando se vai mesmo precisar daquilo.

      Eu quem agradeço pelos textos de sempre excelente qualidade! ^^
      Espero que estejam ajudando mais pessoas além de mim.
      bjin ♥♥

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    3. O importante é acordar!! E é isso mesmo, a verdade dói, rompimentos doem... só que sem quebras não existem mudanças...
      Roupa alt é mais cara em todo lugar do mundo, mas a gente ganha muito mal mesmo (afff!). A parcela tem esse lance de "nos enganar" mesmo, safadinha ela rsrs! Mas juntar a grana também não é fácil, pode surgir outra "paixão" no meio do caminho e estragar tudo que planejamos com a outra hahaha!
      Obrigada Mone, adoro ver você aqui ;)

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    4. Concordo com tudo... rs
      E eu também adoro estar aqui! ^^
      bjin ♥

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  6. Isso me traz uma sensação profunda de inadequação, porque eu preciso me apaixonar pela peça ou ela ser muito versátil, senão não consigo usar. Eu me recordo quando era menina, que as coisas eram difíceis de comprar e conseguir. Meus vestidos de festa infantis passaram pelas mãos de todas as minhas primas, tiveram histórias. Era tão difícil achar uma camiseta ou uma calça diferenciada, que quando encontrávamos, comprávamos e usávamos pouquíssimo, tentando poupa-la para não perde-la. Aquela peça favorita, amada...parece que não existe mais. hoje, você acha um sapato diferenciado aqui por 300,00 e se procura na China, lá está ele por 60,00 reais.
    O que me surpreende é que não há mais cultura de moda mostrando o valor real, tanto em termos de produção e custeio, quanto de estilo. As revistas que eu comprava quando era menina mostravam como aproveitar peças de verão no inverno, como customizar, street style de meninas que inovavam (lembro até hoje de uma matéria falando sobre comprar roupas no brechó e o choque que deu nas minhas amigas!). Aliás, os brechós que eu ia tinham peças com etiqueta, de marca! Ficava maluca com isso! Por que comprar para não usar? Hoje, as revistas mostram tendências, tendências, artistas, mais tendências...Cadê aquele ensaio criativo, exclusivo, que era a marca nos anos 90? Queremos ver originalidade, não sempre mais do mesmo, mais carinho pela inteligência de quem vê e mais consideração por quem trabalha nesta cadeia produtiva.
    Acho que, da mesma forma que a sociedade está questionando a produção de comida, estará questionando a cadeia da moda. Mas para isso precisará trabalhar o ego da nova geração.
    E o que mais me revolta é quando jogam peças no lixo. Pelo menos doe a peça.

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    1. Lembro disso... antes as roupas duravam, passavam pro irmão mais novo, pros primos... e claro, tinham as lojas de roupas baratas, mas comparadas com hoje, não eram TÃO baratas assim. Eu me lembro quando a primeira loja de bacião abriu na minha cidadezinha, era um escândalo! Agora pobres poderiam comprar roupas novas e da moda com frequência!
      E de lá pra cá, algo que parecia legal (pobres poderem comprar roupas da moda) virou uma coisa monstruosa, classe média e cheia de modismos e desperdícios :(

      Nem fala Vívien, eu tenho um asco por revistas de Moda, posso te citar umas que gosto que são de apelo mais conceitual e artístico, porque as que focam no "mundo feminino" não me representam em nada!
      Acho que esses questionamentos tão rolando pelo excesso mesmo e pela forma como ambas as indústrias (alimentícias e de moda) tem tratado os seres humanos (e animais no caso da pecuária). Espero que ocorra mesmo uma mudança de mentalidade!

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