Destaques

24 de outubro de 2019

10 anos de Moda de Subculturas: Conheça a arte de Aline Lacroc, ilustradora do nosso zine Dark Pin-up!

Hoje vocês vão conhecer um pouco mais do trabalho ilustrativo da Aline Lacroc! Foi ela quem criou as ilustrações para o zine Dark Pin-up que em meados de novembro começará a ser enviado aos que colaboraram  com a Vakinha do aniversário dos 10 anos do Moda de Subculturas.

Conheci a Aline anos atrás através de seu blog Estilo Retrô Rock, onde desde julho de 2009 postava sobre seu estilo de vida, decoração, DIY, moda e cultura retrô e vintage. Há alguns anos ela desenha pin-ups, fazendo inclusive trabalhos de estamparia para lojas. Como admiradora do seu traço e da forma que ela aborda as temáticas nos desenhos, com pin-ups em atitudes super divertidas, convidei para colaborar com o projeto de aniversário do blog e agora, chamo vocês pra acompanhar a entrevista com ela pois vale a pena conhecer a artista por trás da arte! 
E fiquem de olho no Instagram dela para acompanhar as datas disponíveis para trabalhos comissionados.



Conta pra gente como você adentrou na arte do desenho? Frequentou algum curso?
Comecei a brincar de desenhar quando era mais nova e assistia animes na TV Manchete. Eu colecionava revistinhas e mangás e copiava os personagens para criar minhas próprias histórias. Nunca fiz curso de desenho, mas tenho vontade.
Muitas vezes olho desenhos mais antigos e vejo muitos erros que na época não percebi, isso significa que eu melhorei de lá para cá. Acho muito importante estudar anatomia, proporção, perspectiva, técnicas e materiais, para depois então, pensar em ter um estilo próprio. Eu tenho tanto para aprender mas minha rotina de mãe e meu trabalho me deixam com pouco tempo para praticar infelizmente.



Quais suas inspirações artísticas?
Minhas maiores inspirações vem do antigo tatuador Sailor Jerry, grande referência do estilo Old School, da ilustradora e também tatuadora Quyen Dinh. Já na comic art minha inspiração vem da russa Sveta Shubina como referência atual e das antigas artes de Eric Staton com suas mulheres poderosas em corsets e botas de cano longo. Me inspiro também nos cartoon antigos de Dan Decarlo.

Como foi o processo até chegar no estilo de desenho que faz hoje? E como você descreveria seu estilo de criação?
Dos desenhos que fazia copiando HQs até o bico que arranjei em um estúdio de tatuagem, tudo me influenciou a criar um estilo próprio.
Gosto de mesclar elementos da tatuagem old school com o mundo das pin-ups mid century. Não procuro fazer arte realista como alguns artistas de pin-ups consagrados como Gil Elvgren, pois gosto mais do  estilo cartoon . As HQs antigas eram impressas em poucas cores, com muito uso de traços grossos e sombras em nanquim preto e eu procuro manter essa característica no meu trabalho também. Atualmente meus temas preferidos são halloween, pin-ups e bondage.



Você pretende desenvolver produtos físicos ligados à seus desenhos, como pôsteres, adesivos, papelaria..?
Seria um sonho! Gostaria muito de desenvolver estes produtos, mas precisaria contar com ajuda de parceiros que já trabalhassem nessa área de produtos, pois desenvolver todo o processo é algo bem complexo e demanda tempo. Um exemplo de parceria que deu certo foi quando a marca retrô Rocket Clothing me chamou para desenvolver algumas estampas de camisetas.

Você já criou ilustrações para loja de roupas 'Rocket Clothing", como tem sido a experiência? Você também já criou pingentes com seus desenhos pretende investir mais em criação ligada à moda?
Trabalhar com a Rocket Clothing foi uma experiência incrível. Precisei aprender um pouco mais sobre ilustração digital para adequar os desenhos ao formato de impressão das camisetas. Fiquei muito orgulhosa do resultado final, principalmente porque a marca se preocupa muito com qualidade e acabamento dos produtos.
Já criei também alguns pingentes próprios de forma artesanal e até aprender todo o processo foram muitas peças pro lixo. Tenho em mente criar mais peças como essas, com temáticas mais góticas e fetichistas por exemplo. A escassez de produtos voltado para a moda rocker em geral me faz ter muita vontade de criar minhas próprias peças. Atualmente já temos algumas marcas como referência aqui no país que trazem moda retrô, rocker, gótica e rockabilly para um público que cresce cada vez mais e poder fazer parte disso é muito bom.


Falando em moda, você é uma das meninas que criaram os primeiros blogs de tematica retrô no Brasil. Hoje blogs pessoais já sairam de moda em detrimento de redes sociais como o Instagram, como você adentrou no estilo de vida retrô?
Tenho uma paixão muito grande pela história e o estilo mid-century, bem como a cultura do rockabilly. Acho que o estilo de vida tem muito a ver com as preferências musicais da pessoa, sempre gostei de rock e isso influenciou tudo  na minha vida.
Foi muito bacana ter o blog Retrô Rock e conhecer pessoas do país todo pela internet (e algumas pessoalmente), mas sinto que essa fase pra mim já passou. Ainda mantenho o blog no ar pois existem muitos posts que foram feitos com base em pesquisas que fazia na época para recontar um pouco da história dos anos 1950.
Agora meu hobbie passou a ser os desenhos e me sinto mais realizada assim. De qualquer forma, as amizades permaneceram e são justamente as mesmas pessoas que curtiam o blog que curtem minhas ilustrações. Pelo instagram é possível ter contato não só com o público quanto com outros artistas do mundo todo e de várias sub-culturas diferentes. 



Em 2017, a Aline criou estes adesivos super fofos pra ajudar na castração de gatinhos! Eu fui uma das que os comprei e hoje guardo-os com muito carinho! Tenho muito cuidado e admiração com quem cria arte alternativa! Então não deixem de acompanhá-la, de repente você pode ter a chance de comprar um de seus materiais quando disponíveis!

Espero que tenham gostado! Me digam nos comentários!




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9 de outubro de 2019

10 anos de Moda de Subculturas: "Subculturas e Estilo" a história que me trouxe até aqui.


Hoje o blog Moda de Subculturas comemora seus 10 aninhos!!


Neste ponto todos devem saber da nossa campanha da Vakinha, onde os apoiadores receberão 1 revista + 3 zines comemorativos (clica aqui), que fica no ar até dia 15/10 e em novembro os materiais e brindes estarão disponíveis aos apoiadores!

Difícil dizer qual o maior legado do blog nestes anos todos, acho que o principal foi tratar a moda alternativa com seriedade, mostrando que as subculturas influenciam a história da moda e são influenciadas por ela. Informar sempre respeitando a história das mais diferentes tribos, mesmo daquelas que não nos identificamos pessoalmente.

Um outro legado que considero importante, foi respondido numa das perguntas da minha entrevista para a revista Gothic Station #3: sem querer o blog cunhou o termo "Moda de Subculturas" no Brasil. Pode soar arrogante, mas é verdade.


Foram inúmeras vezes que ao longo destes 10 anos recebi mensagens de pessoas dizendo que: 
- se interessam por "moda de subculturas", 
- que o TCC é sobre "moda de subculturas", 
- que pesquisam "moda de subculturas", 
- que quer fazer trabalho de "moda de subculturas"... 
e assim vai...

Isso é fofo e curioso.
Fofo porque as pessoas se interessem no tema e curioso porque elas usam o nome do blog como referência para um assunto.

"Moda de Subculturas" é o nome do blog.
E moda das subculturas seria a grafia pra se referir ao assunto.
nome do blog virou um termo e se entranhou na cabeça das pessoas como um 'sinônimo' pra essa temática. 

Quando isso acontece, já sei que ali tá marcada a influência do blog em suas vidas, em sua forma de pensar, no seu interesse por pesquisa e principalmente na forma de se dirigir ao tema de moda alternativa. 
E por mim podem continuar usando o nome do blog, "Moda de Subculturas", pra se referir ao tema, não me importo! XD

Atualmente somos praticamente o único site/blog ativo no BR sobre o tema geral de subculturas, nossa presença está marcada na web. É uma forma muito forte de influencia. Será que alguém vai estudar isso algum dia? :P

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Como já estão cansado de saber, houve uma comunidade do Orkut que deu origem ao blog. São muito anos, as gerações mudaram e alguns que aqui visitam podem nem ter ideia de como foi a origem de tudo. Embora este ano o blog comemore 10 anos, faz treze anos que comecei a postar informações sobre moda alternativa na web! :O Meu interesse no tema vem de todo um histórico pessoal: foi o gosto por música (rock/metal) que me levou à cultura alternativa, ao desejo de saber mais sobre subculturas e posteriormente a criar minhas próprias roupas

Eu poderia dizer que "sou alternativa desde criancinha" pois cresci numa família roqueira e me sentia "diferente" desde nova (por ser questionadora de fatos sociais), mas isso seria absurdo, pois naquela idade eu não tinha o conhecimento e muito menos a consciência de todo um contexto em que a cultura alternativa se insere. Na minha opinião, ser alternativo não é gostar de Frankenstein e roupa preta quando criança, pois a cultura pop tem grande influência sobre nossa formação cultural ao longo de nosso desenvolvimento. Pra mim, ser alternativo é uma junção de fatores que quando criança eu ainda não tinha plena capacidade de compreensão. Só passei a me compreender como uma pessoa 'encaixável' na cultura alternativa quando adolescente, aprendendo e compreendendo seus simbolismos, códigos, ideologias e ações.

Meu interesse no tema me leva no começo da década de 2000 a estudar Moda, graduação que não era muito habitual aos que se identificavam com cultura alternativa. Hoje, o curso de Moda é uma opção onde pessoas "diferentes" encontram um porto seguro. Uma área em que podem ser si mesmos. Uma opção às carreiras tradicionais. Um curso que alternativos sentem que podem manter seus visuais, embora na vida real seja uma área difícil para empregos.

Munida de um pouco de conhecimento adquirido, fundei no Orkut a comunidade "Subculturas e Estilo", lá era a rede social onde todos estavam e logo conheci pessoas alternativas do Brasil todo que só agregavam! A comu surgiu em 2006 e permaneceu ativa até o fim do Orkut em 2013. Só não vou lembrar quantos membros tinha quando o Orkut finalizou, pois não tenho prints, mas eram milhares (perto de 5 mil se não me engano).

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Existe um problema com a internet, se você não "printa" ou não salva uma página da web, algumas coisas se perdem para sempre. Eu vi isso acontecer com a história do que produzi na web.

Desde que o Orkut não existe mais, perdeu-se o que produzi naquele lugar. Neste sentido, a internet também prejudica pesquisadores. Como recorrer a algo que não está mais lá? Como provar algo que não pode ser visto? Como confirmar uma informação que existe na sua memória mas que não há mais o registo virtual daquilo?

Com sorte, eu cheguei a salvar as páginas da comunidade e se não fosse por isso, dependeria da história oral e escrita de quem presenciou aqueles momentos. Não lembro o dia exato em que a Subculturas e Estilo foi criada, perdi essa informação, só lembro que foi em 2006 (entrei no Orkut em 2005). Achei um arquivo Word com os textos que lá postava e foi bastante interessante reler, são 35 páginas! Não me lembrava mais exatamente o que eu escrevia. E é um pouco disso que compartilho com vocês agora.

Comemorando os 10 anos do blog vamos começar antes do começo, com o print de um post com o texto do perfil da comunidade, de março de 2007 (a "Lady Skull" sou eu rs).


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Parte da descrição da comu foi adaptado de um livro de Patrice Bollon. Eu não faria isso nos dias de hoje. Mas estava começando a ler material acadêmico, então eu ainda não tinha uma abordagem adequada. Além disso, sabemos das complexidades dos termos "subculturas" e "tribos urbanas" e seus desdobramentos através dos teóricos. Tribos Urbanas é um termo que pegou MUITO no Brasil pós 1985, tanto que se usa até hoje. Mas eu não utilizava Maffesoli como referência, eu tinha lido Hebdige e estava pessoalmente envolvida com a cena Metal (uma subcultura). 
"Subculturas" era um termo pouco usado no Brasil (em prol de Tribos Urbanas) até recentemente (ainda é, em alguns segmentos), mas nestes últimos anos voltou forte a ser usado no exterior e na academia devido às ressignificações teóricas, o termo voltou à mídia estrangeira e fico feliz que eu tenha usado o termo no nome do blog pois ajudou na nossa ascensão e contextualização às recentes teorias. 

Atenção pra esse pedaço: eu tô chocada que nada mudou! 

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"absurdos que leio por aí", UI! 

Em muitos pontos eu fazia um tom meio didático, optei por essa abordagem porque na época não se encontrava muitas informações sobre moda alternativa no Brasil e os blogs eram fundamentais nessa questão. Eu falava de moda mainstream em paralelo com o conteúdo de moda alternativa, fazia questão de informar sobre MODA, que era vista com preconceito no meio alternativo, como algo fútil. Na verdade Moda ainda é visto como algo fútil, impressionante como cada nova geração repete as ideias do passado sem questioná-las! Eu queria quebrar isso. Queria mostrar que a moda não era só futilidade, que havia um outro lado, o lado histórico, o lado do significado das coisas, dos motivos...



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Hoje falamos muito de marcas e parcerias e a Subculturas e Estilo tinha a intenção de divulgar lojas alternativas nacionais, existia um tópico apenas pra isso. Nada mais justo do que compartilhar que é possível criar lojas e desenvolver o mercado daquela época.
Os que no passado criticaram o blog por fazer postagens comerciais - sendo que hoje no Instagram isso é habitual dos influenciadores - não deviam saber que desde 2006, divulgação de marcas já era um dos intuitos.



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Abaixo: Aquele momento em que no dia 17 de julho de 2006 postei sobre Deathrock de uma forma bem senso comum e percebi que em pleno 2019 nunca postei sobre o estilo no blog!  XD 
Eu não escreveria aquele primeiro parágrafo hoje em dia, além de mal escrito é duvidável, mas de resto eu manteria os tópicos melhorando a pesquisa... citei até a Bettie Page! XD



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Esse post abaixo é outro que hoje em dia eu não faria da mesma forma. A intenção era falar do Glam Metal (famoso Hard Rock/Hair Metal oitentista) e onde o glam estaria "hoje em dia" (naquela época, né) no rock/metal. E lendo esse post, me veio à mente que o Marilyn Manson era chamado, especialmente no exterior em algumas publicações de música (eu lia muito essas fontes), de "Glam Goth", termo que hoje não se usa mais pra falar dele...


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Óbvio que cometi equívocos ao longo dos anos e não tenho vergonha de dizer isso! Encontrar informações não era/é fácil, era/é preciso ficar traduzindo artigos do inglês, importar livros que nem sempre traziam as informações sobre moda. Ao mesmo tempo que abri a porta da busca do conhecimento, me envolvi com informações que variavam entre senso comum e ideias que ainda não estavam 100% desenvolvidas, às vezes sendo visionária e às vezes antecipando tendências e às vezes dando opiniões sobre assuntos que supostamente eu não deveria abordar por não ser da cena X. 

Encontrei pessoas que de forma nenhuma queriam colaborar, me achando muito intrometida, "folgada" e outros xingamentos básicos por eu ter interesse em conhecer mais sobre suas subculturas ou estilos de vida. Outros se ofereceram pra ajudar e quando viram que meu trabalho era sério e relevante ficaram  com raiva do conteúdo que mostrei à eles (não quero usar a palavra inveja, mas até poderia ser). Alguns queriam guardar suas subculturas como itens preciosos que não deveriam ser compartilhados, ainda mais por um blog assim... tão diverso e que falava de... Moda!! (algo fútil pra eles que não devem usar roupa nem adornos né? rsrs)

Bom, se as pessoas não compartilham informações com um blog que respeita as culturas alternativas, mas se abrem pra mídia dominante que fazem matérias erradas sobre esse universo, eles tiveram as opções e fizeram suas escolhas. 

Às vezes falar para um público menor, mais direcionado, faz mais efeito educativo do que pra um público amplo demais que vai cortar tuas falas. E pra uma mídia que vai alterar a linguagem informativa. De qualquer forma, sempre estive aberta ao diferente e ao que não entendo. E sempre vai ter os que não gostam da abordagem. Mas não podem dizer que não deixei o espaço aberto.

E o que aprendi com toda essa hostilidade? Que infelizmente em muitas pesquisas não terei ajuda das pessoas de certas cenas. É um processo que sozinha tenho que destrinchar estudando muito, fazendo com que um post demore até mesmo anos pra sair.


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Um dos primeiros banners do blog

Vocês podem navegar pelos primeiros posts do blog e ver como era minha abordagem bem senso comum das temáticas e como depois aquilo deu uma melhorada. Haviam até revoltas pessoais, coisa que hoje nem tem mais, pois levei pro meu blog pessoal, o morto-vivo Diva Alternativa

O blog já nasceu com o "Dark Glamour", termo que "criei" pra remeter à tudo que fosse obscuro e elegante, que simboliza muito o que aprecio esteticamente. 

Em 2011, usei pela primeira vez o termo "dark pin-up" aqui no blog.

A primeira vez que coloquei publicidade paga no blog foi no começo de 2013, embora parceria por permuta também seja praticada.

Capa em 2011/2012: papel de parede remetendo à "Dark Glamour".

Muitas mudanças ocorreram no caminho: testes de conteúdo, experiências... perceber que tipo de postagem não atrai o público...
Vejo muito bem que vocês não gostam de moda colorida né? hahahaha!! Mas é algo que tem que postar, especialmente se enxergamos algo relevante ali!

Vi diversos outros blogs alternativos que começaram antes ou junto desaparecerem, como o Sombria Elegância (2008 a 2010), Moda Trash (2008), Choose your Style (2008), Black Baroque (2013-2014), responsável por usar o termo "Retro Gothno Brasil; e outros que permanecem no ar como o Aliena Gratia/Desvianteh, desde 2008. Toda essa turma teve relevância na história da blogueiragem alternativa brasileira, além de claro, os blogs mais específicos, como os de moda Lolita e Gyaru.

Em 2012, a Lauren, a moça que era dona do blog Moda Trash me escreveu perguntando se podia ser colaboradora. Acabamos descobrindo muitas coisas em comum e a parceria intelectual deu tão certo que em 2013 ela virou colaboradora efetiva, uma co-autora, e desde então o Moda de Subculturas mantém duas autoras.

Logo se destacou uma nova geração de blogueiras, como a icônica época das blogueiras góticas e/ou alternativas: Gabi, Giovanna, Nayara, Mayara, Marcela, Rafaella, Bruna, Ariel, Rokaia, Lídia, Mone, Fernanda, Jaque, Thaís, Camilla, Alessanda, Suélen... entre outras - Nosferotika e Sandila - foram muito representativas e depois migraram para o Youtube.


Em 2016, concorremos no exterior com blogs de peso como Haute Macabre, como melhor blog no tema "Subcultura", sendo o único blog da lista em português, nossos leitores votaram em peso e fomos pra final!! Não ganhamos - claro, único blog em português numa eleição mundial - mas estranhamente não nos foi dito pelos organizadores qual nossa posição final. Algo que acho estranho até hoje XD

Vi o desenvolvimento das lojas alternativas do fim dos anos 90 quando tudo meio que se baseava em criações em torno da temática de bandas além da moda street (skate/surf); o começo de 2000 com as criações da Black Frost e outras marcas de pegada romantic goth; seguindo a década dos anos 2000 vendo-as se profissionalizarem cada vez mais; a década de 2010 e todas as experiências de tendências alternativas e cooptando o mainstream; chegando a 2015 em diante onde as lojas se profissionalizaram muito, criando suas próprias coleções e ganhando variedade, acompanhando os interesses das mídias sociais.

Acho muito importante apoiar quem está começando! Tenho muito orgulho de ter apoiado e divulgado aos leitores marcas alternativas. Mesmo que algumas marcas tenham depois deixado o blog, foram parte do nosso caminho!

Capa em 2014.

Certeza que nessa carta muita coisa ficou de fora, 10 anos é tempo pra caramba também pra esquecer das coisas que aconteceram!!

Mas acho que história do blog mostra bem que "influencer" não são só fotos lindas, existem os micro influenciadores e principalmente a influência intelectual - essa é uma forma muito potente de influência, pois muda a mente das pessoas, a forma de pensar. Uma pena que não sai na foto.

Não faço ideia do que será do blog nos próximos meses/anos, pois continuar na ativa está bastante difícil devido aos compromissos da vida real. Mas independente do rumo que tomarmos, esse blog já está na história da cultura alternativa nacional, modéstia à parte. Quem sabe um dia, no futuro quando alguém for pesquisar a história da moda, mídia e cultura alternativa no Brasil, se lembre de nós e possamos ser uma fonte oral e escrita da História?


Capa 2014 - 2017


Aqui acaba essa imensa carta de 10 anos e não esqueçam que nossa campanha de 1 revista + 3 zines comemorativos está chegando ao fim.

O conteúdo delas não estará disponível no blog!

Então clica no banner abaixo e garante seu material! Afinal, só se faz 10 anos uma vez!! <3

Grande abraço!

Assinado: Sana (@sanaskull)



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2 de outubro de 2019

Conheça um pouco mais sobre a Revista dos 10 anos do Moda de Subculturas

Tá chegandoooo!! A primeira revista brasileira dedicada à moda das subculturas! E tem @thequeenofhurts na capa!! Fotografada por @carol_sakuma.
Clica aqui pra conhecer a Vakinha


📍 Escolher a capa de uma revista não é tarefa fácil! São tantas pessoas incríveis, tantos assuntos fascinantes!

Quis na capa uma pessoa que fosse ligada à esse universo, queria colocar uma modelo alternativa! A Sarah produz ensaios super diversificados e muitas vezes surpreendentes, mostrando-se multifacetada e que moda é genuína expressão do self.

A contracapa, tem a Marie Devilreux, @dressedtokillyou! 😍
Agradeço muitíssimo à #glamourghoul brasileira por encontrar tempo entre ensaios e shows ao redor do mundo pra responder minhas vinte perguntas da entrevista 😅

Ao longo destes dez anos, o blog teve o compromisso de tratar moda alternativa com seriedade, tentando afastar ao máximo a ideia de que usar visual é futilidade, mostrando subculturas e como seus estilos foram construídos visando a auto-expressão. Confere alguns spoilers das páginas:





A revista Moda de Subculturas e os zines são sobre pôr a mão na massa e produzir conteúdo de forma independente. Isso é o que nos une: manter viva a essência da cultura alternativa apesar de todas as adversidades do caminho!

Algumas das matérias que você vai encontrar:
- O legado contracultural dos Hippies;
- As origens das culturas vintage e retrô,
- Breve história da Moda Fetichista;
- Modern Primitives;
- A influência da Cultura Pop nas subculturas;
- Mulheres Trans nas Subculturas;
- Pin-ups negras;
- Medievalismo;
- Anarcofeminismo;
+ História da Moda;
+ Dança;
+ Arte...

📍Terá entrevistas com a Sarah Amethyst (capa), Marie Devilreux, Kemp von Sellessen, Mothmouth (blogueira do Through the Looking Glass), Henrique Kipper, Carol Sakuma, Liisa Ladouceur...

Espero que vocês gostem do material e principalmente que continuem conosco pelos próximos anos!! São 10 anos (r)existindo como um dos poucos sites/blogs brasileiros sobre moda e cultura alternativa. Chegamos até aqui e TUDO é possível graças à vocês!

Tenho postado as atualizações sobre o projeto dos 10 anos do blog no nosso Instagram, especialmente nos Stories, não deixem de nos seguir!


Faltam menos de 15 dias pra acabar nossa Vakinha, você já garantiu seu material?
Já estou preparando brindes a todos que estão contribuindo! 💖 




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Conheça um pouco mais sobre os zines dos 10 anos do Moda de Subculturas

Tenho postado as atualizações sobre o projeto dos 10 anos do blog no nosso Instagram, especialmente nos Stories, mas como nem todo mundo tem aquela rede social, hoje vou compartilhar aqui os mais recentes posts, onde fiz breves comentários sobre os três zines comemorativos.

Antes, clica aqui pra conhecer a Vakinha!

Zine Dark Pin-ups

A capa do zine Dark Pin-up é uma ilustração de Aline Lacroc!
Devo confessar que esse é o zine que estou mais apegada e o que estou mais envolvida, tanto que o deixei pra montar por último! Eu já sabia que demoraria mais nele que nos outros materiais pois eu teria que trabalhar muito em cima da pesquisa que foi bem extensa e tentar ao máximo deixar sucinta e adaptada ao formato de zine.

Pra esse zine, conto com participação de várias meninas que adotaram o estilo, como @murderqueen e @bettiefromhell, entre outras. A Bettie é uma entusiasta que vira e mexe a gente tem umas conversas sobre o assunto! E ela me ajudou muito a entender o que o estilo se tornou ou hoje!
Pra esse material, busquei ao máximo realizar uma pesquisa investigativa e acho que cheguei a bons resultados. Mas isso são vocês que deverão dizer após lerem o zine!

Será composto de basicamente:
- análise do resultado do questionário realizado em 2017; 
- possível histórico do estilo; 
- adeptas no Brasil e no exterior; 
- porque escolhi chamar de "dark pin-ups"; 
- como se espalha um estilo pela web; 
- subcultura ou estilo?; 
- do que se compõe o visual; 
- possíveis subdivisões do estilo; 
- quais as referências; cooptação comercial; 
- abordagem na internet; 
- o que se tornou o estilo hoje.

E ainda trás uma Dark Pin-up de vestir criada pela Aline Lacroc que já postei spoiler nos stories do IG.

dark-pinup-style
capa, ainda provisória, do zine Dark Pin-up


Zine  Moda de Subculturas

No inicio o conteúdo deste zine estava muito claro pra mim. Se chamaria "Subculturas e Estilo" e seria como a comunidade do Orkut que deu origem ao blog: traria pequenos textos sobre as estéticas alternativas e ao fim traria bonequinhas de vestir criadas pelas ilustradoras... Mas infelizmente, não consegui com que algumas pessoas me cedessem fotos (ah se eu fosse a rede Globo isso seria diferente!? 😂), e isso miou a ideia toda, pois havia um nexo em apresentar especificamente aqueles estilos.
E acho importante compartilhar que o processo de criação não tem só coisa boa, tem muitos imprevistos também!

Então tive que mudar o zine e, ao ver a ilustração oficial criada pela @estranhadupla e @violet.coffin, vi a oportunidade de tornar esse zine algo divertido! Aquele tipo de material que a gente pode oferecer pras crianças!
Sempre foi um desejo meu apresentar a cultura alternativa aos pequenos, pois eles não tem preconceitos e limitações que os adultos se auto-impõem!
Mas este não é considerado por mim um zine infantil, e sim um zine pra todas as idades!
Trará breve textos facinhos de ler e as bonecas fofíssimas de Aline Lacroc e @ilustra.annah!
A bonequinha Dark Pin-up entraria aqui também, mas agora foi lá pro zine homônimo, faz mais sentido e ficou bem mais interessante também! ❤

Capa do zine Moda de Subculturas



Zine Riot Grrrl


Você deve ter notado que a capa da revista e do zine Riot Grrrl estão cheias de tons de rosa, seja bem clarinho, seja mais forte. A escolha não foi à toa. Nos últimos anos, não há cor mais subversiva que o rosa. É o momento perfeito pra questionar os clichés de que a cor é apenas um símbolo de feminilidade.

Parafraseando Valentino: Pink é punk!

🌹 É a sociedade que define os sentidos das cores.
Foi nesse ponto que busquei na história o pink de Schiaparelli na década de 1920, que já nasce alternativo e pink do tailler de Claude Montana nos anos 80, que reconhecia a autoridade social das mulheres.

🌹 O rosa foi o tom dos protestos políticos de jovens rebeldes nos anos 1960 e 70.

🌹 A banda The Clash declarou que o rosa é "a melhor cor do rock 'n' roll"..

🌹 Um triângulo rosa era utilizado para identificar homossexuais em campos de concentração e tornou-se um símbolo do ativismo gay.

🌹 O famoso rosa Millennium é a cor dos questionamentos de estereótipos da geração jovem.

🌹 Rosa é a cor que as feministas (liberais?) começaram a se apropriar tornando um símbolo de força e não de frivolidade.

🌹 Cada vez mais o tom desafia as ideias tradicionais da sociedade! Assim como no século 18, o rosa volta a ser uma cor sem gênero definido.

🌹 Subverter o rosa, é subverter os papeis socialmente criados em relação às mulheres!

🌹 Desta forma, especialmente a capa do nosso zine sobre o Movimento Riot Grrrl ganha esse tom anacrônico, que une punk noventista com pink feminista 2019!

Como um blog feito 100% por mulheres falando de subculturas (um tema que é dominado por homens) e de moda (sendo acusadas de frivolidade), nada melhor do que subverter e declarar: Pink é Punk! E podemos provar isso!! .

🌹 E você, o que acha da nossa escolha de cor??

Capa do Zine Riot Grrrls


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