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27 de novembro de 2017

Levando o Punk para as massas: icônica exposição dedicada à banda Nirvana está em cartaz em São Paulo.

Está em cartaz desde o dia 12 de setembro deste ano a exposição “Nirvana: taking punk to the masses” no Lounge Bienal, dentro do parque do Ibirapuera, em São Paulo. A exposição passou antes pelo Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Visitei a exposição no dia 03 de novembro e trago aqui um pouco das minhas impressões sobre o evento.



O foco da exposição era mostrar como o Nirvana levou o punk às massas, ou seja, como fez com que um estilo musical pós-contracultural se tornasse popular. Isso não é muita novidade pra quem é fã da banda, mas de qualquer forma vale a pena visitar a exposição pelos itens que citarei a seguir.

© Nandi Diadorim

Pra quem já leu os livros do Charles Cross sobre o Kurt Cobain – o mais famoso é o Heavier than Heaven (Mais pesado que o céu, no Brasil) – vai reconhecer muita coisa por lá. As primeiras fitas K7 da banda, os encartes dos primeiros shows, as artes gráficas feitas pelo próprio Kurt – para a banda ou não – fotos raras, primeiros setlists, letras de músicas escritas a mão; isso tudo você já viu nestes livros. Mas ver ao vivo é bem diferente, um pouco emocionante até. Eu como fã inveterada da banda, sei que essa foi a oportunidade que eu tive de chegar mais perto deles.

© Nandi Diadorim

Existem algumas raridades na expo também: entrevistas em vídeo que nunca foram ao ar, fotos nunca antes publicadas, muito material de áudio e vídeo sobre a cena de Seattle (e não apenas do Nirvana), infelizmente muitos sem legendas. Muitas roupas usadas por Kurt e Krist também estão expostas.

© Nandi Diadorim
© Nandi Diadorim

Quanto a mim, as peças que mais me tocaram foram as guitarras (talvez por eu ser guitarrista também). Não quero soar tão espiritualista assim, mas as guitarras do Kurt guardam muito da energia dele; é possível quase sentir isso, tantos anos depois. Fiquei arrepiada de ver elas lá!!

© Nandi Diadorim


Entre guitarras lindas, impecáveis e bem cuidadas, como a famosa Fender Mustang, estão lá também as guitarras completamente destruídas nos shows; ou ao menos parte delas. Kurt destruía elas sem dó nem piedade. Dá quase pena de olhar pra elas, sobreviventes da história.

© Nandi Diadorim
Outra peça impressionante é a boneca do In Utero, usada nos shows dessa turnê, em duas versões diferentes, em tamanho real. Também estão lá um baixo do Krist Novoselic e um pedaço da bateria usada pelo Dave Grohl.


Além das peças, ambientes especiais também foram criados: uma sala imitando o cenário do Unplugged MTV, com cortinas e os candelabros usados no programa; e um espaço para fotos imitando a capa do Nevermind, onde você pode perseguir uma nota de dólar fictício (risos!).

© Nandi Diadorim

É claro que eu bati uma foto minha fazendo isso...
© Nandi Diadorim

Só não curti muito uma espécie de dark room (não entrei) que capturava sua imagem reagindo ao som da banda. Achei desnecessário, fora que você cedia seus direitos de imagem ao entrar na sala.
Em suma, uma exposição que vale muito a pena, você sendo um grande fã ou não. Se você não é um grande fã, você conhecerá a trajetória da banda. Se você é um grande fã, você vai pirar com os instrumentos e as raridades.



Pra quem quer dar uma olhada:
apressem-se, a exposição encerra dia 12 de dezembro!
Paz, amor e empatia!










Autora:
Nandi Diadorim.

Historiadora e professora na rede municipal de ensino no Rio Grande do Sul.
Guitarrista em uma banda de punk rock.
Cachorreira, gateira, vegetariana, feminista...em suma, a incomodação em pessoa.






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Artigo de Nandi Diadorim em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 

10 de novembro de 2017

Como é ser gótico e alternativo em Portugal?

A leitora portuguesa Oriana Bats do blog "Bats on the East Tower" nos enviou esse relato sobre como é ser gótico ou alternativo em Portugal. Se você é nosso leitor e mora no exterior, fica o convite para nos mandar suas observações sobre a cena alternativa no país em que reside, basta enviar o texto para este e-mail. Confira também a postagem escrita pela colaboradora Cha Trinsi sobre Como é ser alternativo na Suécia.


Festival Entremuralhas - Fonte

A existência de diferentes culturas é um fenómeno mundial. Nascem e crescem. Espalham-se e alteram-se (não necessariamente por essa ordem). Mas existem, regra geral, em todo o lado. O meu país, Portugal, não é excepção.
Portugal é um país de dicotomias: tanto existem as chamadas “cidades grandes”, como terreolas no meio de nenhures onde, depois do fenómeno da TDT (Televisão Digital Terrestre), há quem não consiga ver o Telejornal. 

Sinto que o mesmo se passa com as culturas consideradas mais alternativas/diferenciadas: nuns lados são bem aceites. Noutros, bem… são menos. Foi graças a essas dicotomias que resolvi pedir ajuda a alguns amigos para escrever este post. Pensei que, dar apenas a minha opinião (sendo eu uma pessoa que vive numa zona mais rural) seria pouco para abordar o tema. Falemos então primeiro das minhas vivências, antes de passarmos às dos meus amigos. 

A localidade onde vivo, apesar de apenas distar 50km da capital, já é considerada zona rural. A zona tem imensos cafés, cabeleireiros e alguns locais abertos à noite onde se pode ouvir música e beber algum copito. No entanto, esses locais apelam mais para música considerada “mainstream”, o que por aqui significa kizomba e grupos/cantores mais conhecidos. 

Apesar de, na maior parte do tempo, não ter quaisquer problemas, também por aqui podemos ver algumas reacções bem engraçadas. Lembro-me, por exemplo, de uma senhora que foi contra uma placa de um café (e a deitou ao chão), porque não fez outra coisa que não olhar para mim. No entanto, nem tudo são coisas divertidas. Uma vez fui seguida por 2 homens que distribuíam panfletos religiosos (sobre a família, e como só uma boa relação com Deus levaria a que a pessoa fosse feliz, etc). Enquanto vinham atrás de mim, diziam que tinha de deixar o Diabo, que Deus me ia perdoar… aparentemente cabelo azul e roupa preta dá em coisas destas.

Tal como já mencionei, pedi ajuda a alguns amigos de diferentes partes do país para compor este post. Recebi então alguns relatos, desde estereotipização, dificuldades em arranjar emprego/conseguir expressar-se (em termos visuais) um pouco mais no emprego onde está, passando por “purificações com água benta” e recordações constantes acerca da época do ano em que nos encontramos (o típico “Ainda não é Halloween/Carnaval” ou “O Halloween/Carnaval já passou”). Isto tudo entre outras situações.

No entanto, nem tudo são coisas más. Em 2010, surge o festival Entremuralhas. Com o lema “Há uma cultura que não se vende nas prateleiras do hipermercado”, o festival foi-se desenvolvendo em torno da música menos comercial (alguns dos nomes que já passaram por cá: Clan of Xymox, VNV Nation, Vive La Fête, Har Belex, Aesthetic Perfection, She Past Away e Parzival). A atenção dada por parte dos media a este evento (assim como o aparecimento de algumas reportagens mais sérias) contribuiu para esclarecer alguns mitos. No entanto, este não é o único festival dedicado a música mais diferenciada que existe em Portugal, sendo que outros bastante conhecidos são o SWR Barroselas, o Vagos Open Air e o Amplifest, entre outros. Temos também eventos mais pequenos como o Halloween Metal Fest, que se realizará pela primeira vez este ano. Existem ainda alguns eventos relacionados a modificação corporal, que também costumam ter algum destaque nos media. Todos, à sua maneira, contribuem para uma diferente visão das culturas alternativas/diferenciadas em território português.

Godvlad no Vagos Metal Fest - Fonte

Portugal tem ainda muito que mudar, começando pelos membros de culturas alternativas/diferenciadas em si. Aqui ainda existe muito quem diga que há pessoas que se “põem a jeito”*. Lembro-me de ver num fórum relacionado a música vários posts (já algo antigos) que criticavam outras culturas alternativas, por exemplo. Isto para além de comentários sobre as pessoas que se “punham a jeito”* (no sentido de receber comentários negativos ou preconceituosos) porque chamavam muito a atenção (seja por atitudes, roupas, etc) e depois queixavam-se, na opinião dos comentadores, sem qualquer razão. Sinceramente não vejo muita gente vestida “over the top” em Portugal, a não ser para eventos e acontecimentos do género. Mas, como passo pouco tempo em cidades, essa observação pode ser tendenciosa. No entanto, como tentar que haja mudança, se os próprios têm semelhantes pensamentos? 

Tenho plena consciência de que as coisas já estiveram piores. Basta ver uma reportagem, penso que dos anos 90, sobre Black Metal que começa assim: “A música de Satanás, uma década depois, os seguidores do Black Metal, anticristãos e satanistas, aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Profanar cemitérios e incendiar igrejas são rituais satânicos cumpridos por muitos dos que fazem do Black Metal uma forma de estar na vida.”. Ou mesmo algum artigo sobre um crime que ocorreu em Ílhavo em 1999, que foi definido como tendo conotações satânicas, pois o autor tinha uma banda de Heavy-Metal e vestia-se a rigor. Claro que as coisas já estiveram piores e, nalguns lados, pouco mudaram. Como faço muita pesquisa relacionada ao tema, é fácil ter essa noção. No entanto ainda há muita coisa que precisa de ser alterada. Tanto no meu país como no resto do mundo.



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Artigo de Oriana Bats em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.

26 de outubro de 2017

Halloween: Maquiagem de Zumbi inspirada em The Walking Dead!

O halloween esta aí! Começa a procura por fantasias e maquiagens para as festas, pensando nisso eu e minha filha resolvemos compartilhar com vocês uma ideia de maquiagem para quem não quer deixar a data passar em branco, e claro adora um motivo para testar a criatividade.

Aqui na Suécia também se comemora o Halloween, não como nos Estados Unidos, mas pelos menos se comemora. Onde moro é um lugar pequeno, então a comemoração é na sexta-feira antes do dia oficial, as escolas convidam os alunos a irem fantasiados e tem um bailinho para os alunos na sexta-feira à noite, e depois eles saem nas ruas pedindo doces. Aqui em casa a data é muito esperada, decoramos a casa, saímos atrás de doçuras ou travessuras o famoso trick or treat e adoramos soltar a imaginação na criação de fantasias.

Em uma casa onde o pai é musico e a mãe designer e fotógrafa, a criatividade rola solta, e adoramos incentivar a criatividade dos filhotes. Todo o ano minha filha escolhe a fantasia dela e nós planejamos juntas. Como toda criança ela tem suas fases: ela já quis ser a Elsa (Frozen), a Maleficent (Malévola), depois disso a Coraline, uma boneca de porcelana quebrada e este ano ela escolheu - na minha opinião - a fantasia mais bacana: ela quer ser um zumbi, e claro que a mãe coruja aqui foi buscar formas de fazer a fantasia ficar mais legal!

Ela pediu algo bem realista, e foi então que começamos todo o planejamento, buscamos por referências e então aprendemos como fazer uma pele falsa com gelatina incolor. Ficou bem legal, ela adorou o resultado, e uma das nossas inspirações tinha que ser, claro, a série The Walking Dead, foi aí que resolvemos incorporar o meu pequeno na festa, já que ele tem cabelos longos e adora o chapéu marrom dele, ele seria o Carl e minha filha um zumbi! 

Copyright: Cha Trinsi Photography
Copyright: Cha Trinsi Photography

O passo a passo é simples, e você pode conferir no vídeo abaixo e soltar a imaginação! Quanto mais detalhes, mais legal vai ficando.

Passo a passo 
Você vai precisar de:
- Gelatina incolor
- Tintas para pintura do rosto
- Maquiagem
- Sangue falso
 

Misture 2 colheres de sopa de gelatina com água quente. A água tem que ser misturada aos poucos. O ponto é não ficar aguado, tem ficar mais pastoso para a pele mais grossa como a da bochecha, e mais fina para detalhes.

Espalhe porções da gelatina em um papel manteiga (pode ser substituído por plástico filme, mas no papel fica melhor de tirar).

Deixe esfriar na geladeira por uns 5 minutos.

Faça uma nova mistura de gelatina dessa vez mais fina. Esta vai servir como cola. Comece a colar as partes da gelatina no rosto.

* Cuidado com as partes com cabelo e pelos. Na hora de tirar use água morna.
Deixe secar no rosto por uns 5 minutos, ou use um secador de cabelo no modo frio, para agilizar o processo.

Agora você vai fazer os detalhes, coloque uma base no rosto para unificar as cores, e faca furos na "pele" para parecer que q pele esta podre ou machucada.

Adicione tinta vermelha por dentro dos machucados e com um lápis preto ou tinta preta, escureça as extremidades do machucado, dê uma esfumaçada em tudo e adicione sangue falso.

* O sangue falso nós compramos, mas você pode fazer com Karo (glucose de milho) e corante.
 
E aqui está o vídeo do processo todo:




Espero que tenham gostado!!
Copyright: Cha Trinsi Photography

Happy Halloween!!
Copyright: Cha Trinsi Photography




Autora: Cha Trinsi
Mãe, Fotógrafa, fã do bom e velho Rock N'Roll e do estilo Rockabilly. Não resisto a acessórios kawaii, apaixonada por artes, procuro reunir meus conhecimentos para passar uma mensagem de empoderamento feminino e materno nas mídias sociais. Site:
www.chatrinsi.com




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Artigo de Cha Trinsi em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.

17 de outubro de 2017

Metal, Dark e Gótica: conheça as fusões da Dança do Ventre e Tribal na cena underground.

Com trajes diferentes dos estilos tradicionais folclóricos ou orientais da dança do ventre, além de cabelos coloridos, tatuagens ao longo dos braços, costas e barriga, piercings e todo tipo de joias e adornos, pode-se dizer que as dançarinas de tribal criaram uma porta de entrada para que se desenvolvessem fusões com os mais variados estilos musicais que não são necessariamente compostos por ritmos orientais, bem como estilizaram a dança do ventre de maneira exclusiva, trazendo novos elementos criativos para uma dança antiga. Aqui você pode saber mais sobre o estilo tribal de dança do ventre
 
Dança do Ventre Tribal Fusion Rock Metal Gótica
Mahafsoun, dançarina de Tribal na fusão de Rock e Metal

Das subvertentes que se formaram, as fusões underground e obscuras ganharam espaço e se consolidaram, tendo como ícone a bailaria Ariellah Aflalo, da Califórnia-USA, responsável por disseminar a estética dark e gótica na dança do ventre e tribal.

Tribal Style,  Dança do Ventre Tribal Fusion Rock Metal Gótica
Ariellah Aflalo (USA) | Tempest (USA) | Sashi (USA)

Ariellah Aflalo com Anthony Jones


O movimento teve início na década de 1990, nascido do descontentamento das dançarinas com o estilo tradicional da dança do ventre. Em 2003, a dançarina Tempest, de Seatle-USA, fundou o site Gothic Belly Dance a fim de documentar o estilo que ganhava forma. A princípio, as fusões obscuras não se enquadravam numa categoria/terminologia próprias, as dançarinas se entregavam a experimentações contemporâneas da arte sem se ater a um padrão. Apesar de suas diferenças, muitos dos nomes notáveis da cena underground da dança do ventre e tribal se uniram em 2006 para dar à luz o DVD Gothic Bellydance, produzido pela World Dance New York, com sua sequência, Revelations, sendo lançada em 2007.

Teaser do DVD "Gothic Bellydance"


O período foi marcado também pelo surgimento de eventos dedicados exclusivamente às fusões dark e teatrais na dança do ventre e tribal, tais como o Gothla, criado por Tempest e Sashi na Califórnia-USA, considerado rapidamente como o maior festival para celebrar a cena underground da dança, com edições na Inglaterra, EUA, Espanha, Itália e Argentina, trazido para o Brasil em 2012 por Rhada Naschpitz da escola Esmahan, localizada no Rio de Janeiro. Além deste, outros eventos notáveis da cena underground incluem o Lumen Obscura (USA), ShadowDance (USA) e, no Brasil, o Underworld Fusion Fest, em Curitiba.

Teaser do III Underworld Fusion Fest


Subvertentes
A cena underground da dança do ventre e tribal se divide em fusões dark, góticas e teatrais, onde o dançarino tem a liberdade de criar histórias, invocar mitos, trazer um caráter ritualístico para sua dança ou simplesmente dançar a própria história, despertando toda sorte de emoções e sentimentos através da dança. Nas palavras de Tempest, a dançarina de fusões obscuras e underground é parte atriz, parte vampira, parte cigana, parte rebelde, parte feiticeira e parte sacerdotisa.
"Considero-me uma artista esquisita. O 'esquisito' me seduz. Meus movimentos estão impregnados de ideologias, de crenças. Meus compassos são pouco convencionais e cheios de misticismo, de oposição, de agressividade. Ocultismo, caos e luxúria são mesclados às minhas criações e retratados de forma crua, orgânica, uterina. Ao dançar eu tenho a chance de reviver certas experiências e traumas, trabalhando, aceitando e digerindo esses sentimentos. Eu gosto de olhar para o público e contar a minha história, compartilhar as minhas vivências." Holle Carogne em entrevista ao blog Aerith Tribal Fusion
Dança do Ventre Tribal Fusion Rock Metal Gótica Tribal Fusion Tribal Style
Hölle Carogne (BRA)

Elizabeth Zohar & Cia


Dragonfly Tribe


Em meio a este cenário, temos as adeptas de fusões com rock e metal, estilos musicais que acabaram se destacando entre as dançarinas de fusões principalmente por serem convidadas a participarem de shows e festivais de músicas do gênero. O Rock Fusion enfatiza uma certa carga dramática inspirada no cenário da subcultura dark/gótica - tais como noir, industrial, burlesco, medieval e vitoriana - e urbana.
"Musicalmente, o Metal é um pouco complexo, por isso pode ser muito desafiador transmitir com o corpo todo o som, bateria e guitarra, sendo necessário por vezes quebrar o ritmo, pulando algumas batidas para seguir a letra e, de repente, seguir um solo de guitarra. No geral, dançar uma música que não possui uma dança específica requer muito treinamento e habilidade para transmitir a energia de acordo com o que estamos ouvindo. [...] Ousar dançar rock em uma sociedade que não está acostumada a ver isso tem seus prós e contras. Primeiro, como dançarinos, devemos entender que nem todo rock é 'dançável' e por este motivo devemos ter cuidado com as músicas que escolhemos, estudar o público a quem nos apresentaremos e compreender que esse público provavelmente não vai digerir sua proposta tão rapidamente. É preciso ser muito delicado ao subir em um palco de rock, com uma audiência rocker, é necessário oferecer um show de máxima qualidade para que vejam a arte que está além da dança de garotas com o corpo à mostra. É um verdadeiro desafio, mas cuidar da nossa imagem como dançarino é a coisa mais importante se o nosso objetivo é apresentar nosso trabalho de maneira digna como qualquer outro." Akzara Martini em entrevista ao site Metal & Rock Dance
Dança do Ventre Tribal Fusion Rock Metal Gótica Tribal Fusion Tribal Style
Fusão Metal: Akzara Martini, Mahafsoun e Diana Bastet

No exterior, Mahafsoun (Canadá), a do meio, se tornou a dançarina de fusão rock e metal mais famosa da cena europeia, conhecida principalmente por seu trabalho com a banda portuguesa de música gótica "Moonspell". Além dela, também temos a Diana Bastet (Ucrânia), à direita, como uma forte referência em metal bellydance. Na cena tribal, Akzara Martini (Venezuela), à esquerda, é expoente de dark fusion e adepta de fusões com rock e metal.

Moonspell com Mahafsoun


Diana Bastet


Akzara Martini 


Dança do Ventre Tribal Fusion Rock Metal Gótica
Luiza Marcon (BR) - Projeto Napalm

No Brasil, temos importantes representantes do cenário underground, gótico e dark de dança do ventre e tribal. Além da já citada Rhada Naschpitz, do Rio de Janeiro, conhecida por incorporar movimentos de corvos em sua dança, dançarinas como Mariana Maia, Dayeah Khalil e Irene Patelli de São Paulo, Sabbanna Dark de Brasília, Holle Carogne, Bruna Gomes e Gabriela Miranda do Rio Grande do Sul e Gilmara Cruz de Curitiba, dentre outras, desenvolvem pesquisas e performances solo e em grupos, em parcerias com bandas e eventos.

Desrroche com Priscila Sobré


Patrula do Espaço com Sabbanna Dark


Dayeah Khalil e Samaa - Projeto Dark INfusion


Para visitar:
Madame Club - Projeto Sarasvati
O tradicional clube underground Madame, de São Paulo, recebe performances através do Projeto Sarasvati onde dançarinas de tribal da cena underground de São Paulo se apresentam regularmente.
 
Ana Dinardi


Dayeah Khalil


III Underworld Fusion Fest - Espetáculo "Death" em 21 de outubro
Como encarar a Morte? Como lidar com a perda de alguém importante? Como mirar suas fases? A humanidade, com diferentes crenças e ideologias, tenta dar sentido para essa fase do ciclo da vida. A "Morte" é o tema central do espetáculo "Death", com suas crenças, culturas, medos e mistérios interpretadas sob a óptica de cada bailarino. O espetáculo contará com a participação de convidados profissionais nacionais do Rio Grande do Sul, São Paulo e da cidade de Curitiba e convidados internacionais da Argentina e Espanha. 



Espetáculo Death: dia 21 de Outubro, sábado.
Teatro Zé Maria da cidade de Curitiba-PR, Brasil.
Realização: Aerith Asgard​.
Mais informações: http://underworldfusionfest.blogspot.com.br/
Contato: underworld.fusionfest@gmail.com
A Autora

Melissa Souza
(Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança
.


Blog: http://tribalarchive.com

Artigo de Melissa Souza em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.
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23 de setembro de 2017

Trance Lifestyle: Festivais de Música e Cultura Alternativa no Brasil e no Mundo

Se você aprecia o contato com a natureza e é adepto de música eletrônica, então sem dúvidas deveria ir a um festival alternativo. Mais do que uma balada de final de semana ou um retiro espiritual, participar de um evento do tipo é uma vivência cultural sem igual, isso porque todo festival alternativo traz uma experiência única de imersão. Seja de 30 horas, 4 dias, 1 semana ou mais, sempre retornamos com aquela sensação gostosa de energia renovada. 

Mundo de Oz


A subcultura trance tem suas origens em Goa, uma ex-colônia portuguesa na Índia que ficou ligada aos neo-hippies e ravers com suas roupas tie-dye e dreadlocks. As primeiras festas em meados da década de 1970 eram na praia sob a lua cheia com violões e flautas. Depois, na década de 1980 surge o trance de equipamentos eletrônicos, DJs de música techno com toques orientais e tribais. Nos anos 1990 na Alemanha, house, pop e outros estilos musicais também são incorporados em batidas aceleradas, década em que as festas se espalham pelo mundo.

Taoísmo, hinduísmo, zen-budismo, hatha yoga, sustentabilidade, filosofia da paz e do pensamento livre são ideologias comuns ao grupo, herdeiros da cultura psicodélica sessentista. Suas festas podem acompanhar o curso da lua, solstícios, eclipses ou equinócios. Estes "primitivos modernos", colocam a mochila nas costas e viajam para festas em praias, florestas ou desertos. Pinturas corporais, bindis, roupas praianas, cores fluorescentes, calças bocas de sino, sarongues, estampas batik, tie-dye,  aliens, deuses hindus... tudo que remeta à espiritualidade e psicodelia são vistos no corpo, nas decorações tribais e nas luzes ultravioletas. Os stands de produtos artesanais dão o toque final nas festas destes viajantes da nova era.

Comemos quando sentimos fome, dormimos quando sentimos sono, desenvolvemos empatia e cultivamos valores como solidariedade e gratidão. É desta forma, respeitando a ordem natural das coisas, se preocupando com o bem-estar do próximo e valorizando o meio ambiente em que estamos inseridos que harmonizamos nossos processos fisiológicos, emocional e espiritual. Pensando nisso, preparamos uma lista de indicações de festivais de música e cultura alternativa no Brasil e no mundo + algumas dicas para tranceiros de primeira viagem, para você embarcar nessa sem receios e se permitir se sentir um espírito livre:

Festival Lightning in a Bottle

No Brasil


1. Universo Paralello



Um dos maiores festivais de arte, música e cultura alternativa da América do Sul, acontece entre dezembro e janeiro numa praia paradisíaca na Bahia. Além da música eletrônica, uma parte do festival é dedicado à música chill out, reggae e world music, além de intervenções artísticas e oficinas diversas.


2. Pulsar Festival



São 5 dias de vivências e oficinas de permacultura e artes somadas a uma experiência audiovisual única, realizado em Julho nas montanhas de Ipoema, Minas Gerais. Neste, a entrada de menores de idade não é permitida!


3. Kundalini


Acontece no Rio Grande do Sul no mês de fevereiro em meio a cachoeiras, canyons e trilhas guiadas, com opções de alimentação vegetariana e vegana e restrição de bebidas alcoólicas. O evento conta com um espaço especial para as crianças, além de terapias holísticas, cinema e exposição artística.


4. Trance in Moon


O evento teve início com amigos de grupo secreto em 2013, em São José da Bela Vista-SP e acontece em abril, no feriado de páscoa. A entrada não inclui acomodação e é preciso levar também 1kg de alimento não perecível.



5. Mundo de Oz
Acontece em abril na Aldeia Outro Mundo, em Lagoinha-SP. Trata-se de um festival de música, cultura e ecologia, com atividades artísticas, ecológicas, cênicas e educativas, além de uma programação especial para as crianças e palcos alternativos com os mais variados estilos musicais.





No Mundo

1. Tomorrowland


Um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, realizado na Bélgica, com toda a sua temática fantasiosa e tudo mais. A Netflix traz um documentário especial sobre uma edição do evento que aconteceu no Brasil em 2015:






2. Boom Festival


É uma bienal de cultura visionária realizado em Portugal durante a lua cheia de agosto. Começou em 97 como uma festa rave, mas evoluiu ao longo das suas edições e hoje é um festival multidisciplinar, transgeracional e intercultural.


3. Ozora Festival


Um dos maiores e mais tradicionais festivais de cultura alternativa do mundo, com sede na Hungria, desde 2004 realiza edições “one day” em diversos países.



4. Lightning in a Bottle


O festival se estende por mais de uma década celebrando arte, música e sustentabilidade na Califórnia, em maio.



5. Burning Man


Acontece num deserto em Nevada. Todas as atrações do festival são organizadas pelos próprios visitantes e não se pode pagar por nada. No último dia do evento, todas as obras fixas são queimadas!





5 Dicas para Tranceiros de Primeira Viagem

É comum que a mídia sensacionalista demonize os festivais de trance destacando situações que envolvem o uso de drogas e álcool em excesso, violência, marginalização, vandalismo e outras ocorrências que acontecem em TODOS os tipos de festa. Mas um festival de música eletrônica não se resume a pessoas com este tipo de comportamento – pelo contrário, um bom festival se preocupa com o bem-estar de todos os presentes e reforça a segurança para que situações como estas não interfiram no andamento da festa. Inclusive, muitos festivais recebem famílias, animais de estimação, menores de idade acompanhados de pais ou responsáveis, enfim, pessoas de todas as faixas etárias, crenças e filosofias. Em resumo, ir a um festival alternativo revela um mundo inspirador, onde nos libertamos de paradigmas e repressões da sociedade, onde nossas mentes e corações se tornam livres!


1. Viva a natureza!

Sempre é bom se informar sobre o local do festival e ir bem precavido, principalmente se você não é acostumado a passar a noite em meio à natureza - seja na praia, na montanha, na cachoeira ou no deserto. Reserve: protetor solar, repelente, itens de higiene como lencinhos e sabonetes biodegradáveis, dentre outras coisas.
Se for investir em acessórios de camping, compre uma barraca que aguente noites frias e dias quentes, vento e chuva. Também vale a pena levar cangas, colchão inflável, mantas e cadeiras dobráveis para ter uma boa noite (ou dia, rs) de sono e ficar bem descansado para curtir a festa sem problemas. Alguns festivais dispõe de redes fixas ou postes para colocar sua rede, fica a dica.
Para além da decoração psicodélica, conceitos de permacultura e bioconstrução são muito valorizados em festivais de trance, então faça a sua parte e respeite o meio-ambiente, não jogue lixo no chão, não agrida a natureza, não destrua as obras fixas nem vandalize o evento de qualquer forma.


O chill out é um espaço comumente utilizado para descansar e repor as energias. Fotos: 1/3. Universo Paralelo | 2. LIB


2. Pratique o P.L.U.R.

Leve em conta que festivais deste tipo reúne pessoas de todas as crenças e filosofias, então vá de mente aberta, seja solidário e evite discussões e intrigas sempre que possível.  Socializar, paquerar, dançar muito sem se importar com o julgamento dos outros é ótimo, mas respeite o espaço do seu próximo, não tente forçar uma situação e, principalmente, não faça nada sem o consentimento do outro.

Aproveite a oportunidade para conhecer pessoas novas, se possível faça contatos antes mesmo de ir para a festa, se estiver indo de carro ofereça aquela carona solidária, e não se acanhe em pedir auxílio caso tenha dificuldade para montar sua barraca ou coisas do tipo. Faça a sua parte e respeite as regras da festa, não coloque cadeiras em pistas que são para dançar e utilize o banheiro destinado ao seu gênero.

Paz, amor, união e respeito são os valores que regem a cultura trance. Foto: Kundalini


3. Como se vestir?

Guarde o salto alto e o jeans em casa e dê preferência a roupas e sapatos confortáveis – essa é a regra! Evite acessórios pesados ou de valor para não correr o risco de perder; quanto à maquiagem, leve somente o básico e essencial! De qualquer forma, cuidado para não exagerar na bagagem, principalmente se estiver indo de excursão ou carona.

Óculos escuros e bandanas ou boné/chapéu/boina são ótimos acessórios para se proteger do sol, tops, mesmo biquínis, shorts e vestidos caem super bem para usar durante o dia, e não pode faltar um moletom, cardigã/poncho para usar durante a noite; nos pés, vale chinelos – sim, chinelos – ou rasteirinha e um tênis confortável, all star, coturno ou botinha de cano curto.

Esses eventos sempre contam com uma feira mix ou pelo menos com alguns expositores de peças artesanais, acessórios e roupas em geral. É muito difícil voltar para casa sem levar nada! Mas dentre os acessórios que vale a pena investir, destacamos as cartucheiras - muito úteis para andar com o celular e os documentos sempre contigo.


1. Mundo de Oz | 2. Tomorrowland | 3. Universo Paralelo


4. Sobre alimentação e hidratação

Não exagere na bebida ou substâncias ilícitas, se mantenha bem hidratado e não deixe de fazer as principais refeições do dia. Mesmo que o evento aceite cartão, vá preparado financeiramente para não ficar limitado nem ser pego desprevenido.

Conforme o evento, a praça de alimentação pode conter diversas opções de lanches, massas, doces ou salgados. Há alguns que contam inclusive com cozinha comunitária. De qualquer forma, leve água, balas/chicletes e comidinhas em geral em embalagens térmicas e transparentes – não se esqueça de conferir a lista do que pode ou não levar!

No Mundo de Oz a água é gratuita e a última edição contou com uma cozinha comunitária. Fotos: 1. LIB | 2/3. Mundo de Oz

 

5. Aproveite a programação

A música não pára, então acostume-se com a ideia de dormir e acordar com música eletrônica na cabeça. Conhecedores do estilo sempre verificam a line up para saber o horário que seus DJs/gêneros favoritos estarão tocando, mas não se preocupe que com o tempo nosso ouvido aprende a filtrar os ritmos que mais nos agradam.

As intervenções e oficinas artísticas mais comuns incluem malabares, pirofagia, dança e artes circenses, além de artesanato, pintura, dentre outros. Fotos: 1. Boom | 2. Pulsar | 3. LIB

Espaços destinados à redução de danos, chamados comumente de áreas de cura, oferecem terapias holísticas, massagens, doação de reiki, meditações e práticas de yoga. Fotos: 1. Mundo de Oz | 2. Trance in Moon | 3. LIB

De qualquer forma, não se esqueça das demais atividades culturais que o evento oferece: prestigie as intervenções artísticas, participe das oficinas, assista palestras, sente-se em volta de uma fogueira, veja as mensagens, fotografias, esculturas e demais artes expostas, faça uma prática de yoga ao amanhecer, enfim: são muitas possibilidades!



A Autora

Melissa Souza (Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança.



Blog: http://tribalarchive.com


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