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3 de junho de 2016

Adultos em Idade Produtiva: Criatividade tem limite de idade?

Quando Ari Seth Cohen criou o site Advanced Style (que por sinal, nós amamos!), conseguiu mudar a visão e fortificar um segmento que a indústria não prestava atenção. Aqueles são idosos da Geração Silenciosa e da Geração Baby Boomer, que vieram ao mundo para transgredir, seja quando jovens das décadas de 1940 a 1970 ou idosos nos anos 2010. Percebendo aí um público importante, o comércio que não é bobo, aproveitou para investir nesse mercado que tende cada vez mais crescimento, apesar de alguns editores de moda afirmarem ser algo passageiro. De lá para cá, começou a se falar sobre a "juventude sem idade", da qual deu ênfase a esse consumidor que acabou virando o rosto de várias marcas estrangeiras em 2015.

Recentemente circularam no Facebook, links de sites variados que celebravam mulheres acima de 60 anos com cabelos coloridos, foi ocultado que algumas delas são modelos ou trabalhavam com arte/design. O ponto observado por nós ao visitar esses links foi: ter cabelo colorido acima dos 60 anos está fácil de ser aceito pela sociedade, pois aposentados podem fazer o que quiserem de suas estéticas. Os anos de cobranças sociais já passaram. Eles não devem nada pra ninguém, já cumpriram as obrigações exigidas de um cidadão que é trabalhar e dar dinheiro ao Estado.   

idosas com cabelo colorido

Quais as diferenças entre ser ousado na adolescência e quando idoso? Como é ser ousado na idade produtiva?
Nos primeiro caso, é uma fase de experimentações e descobertas. O segundo cumpriu os deveres como cidadão e contribuiu para o progresso da sociedade. O que já não ocorre com quem está na idade produtiva, especialmente entre os 22 e 60 anos, fase em que não há desculpa para cometer imaturidades, as responsabilidades são cobradas, você tem que trabalhar para sobreviver e por causa disso é obrigado a se submeter a situações que a adolescência ou a velhice dariam a liberdade de escapar. Como ser transgressor nessa faixa etária? Como desconstruir as regras sociais? 

Quando a moda se aliou ao marketing para vender juventude, venderam para os Baby Boomers e as gerações seguintes (incluindo as nossas!) que ser criativo é ser jovem, que se nos mantermos criativos quando adultos, não envelheceríamos nunca. O problema é que automaticamente nos transformamos em "adultos crianças", ou seja, pessoas infantilizadas, desesperadas para chamar a atenção, com medo de envelhecer, "nostálgicos", sendo comum se enturmar com os jovens para não perder a criatividade. É uma linha tênue.
Só que pais ou mães que "se enturmam com os jovens" são constantemente mal vistos e criticados. Ser transgressor em idade madura, incomoda tanto assim? Quem nos ensinou que isso é ruim? Por quê?


Criatividade e liberdade não tem idade!
Lembre-se que muitos eventos e publicações alternativas são geridas por adultos - como esse blog. Nossa fase adolescente já passou faz tempo. Parte do preconceito que sofremos é pensarem que somos imaturos porque insistimos em sermos alternativos aos 30 anos. Todos querem mudar nosso jeito e estilo. E esse é um preconceito pesado, algo que ninguém se importa de reproduzir, afinal, estamos em idade produtiva e precisamos cumprir nossas obrigações de cidadãs trabalhando e pagando os impostos pra sustentar o sistema. Devemos esperar atingirmos 60 anos pra voltarmos a sermos ousadas como as senhoras ilustradas acima?? E só daí nos celebrarão como cools?

Gwen Stefani aos 30 anos de idade: "Fiz 30 e quero ser adolescente de novo", diz ela. Na época Gwen pode não ter se ligado, mas ela inconscientemente também associou irreverência e criatividade com juventude.


A "idade produtiva" não é cool o suficiente para a sociedade?
Como exemplificado no post anterior, é um mito colocar que só pessoas muito jovens possuem ânsia de mudanças, são mais criativas, se manifestam e o que mais de adjetivos forem ligados a juventude. Ter o espírito transgressor não possui idade. Ao contrário. A maturidade e o conhecimento adquirido pelos anos de vida nos fazem ser mais assertivos com nossas escolhas. Ou seja, se quisermos mudar algo, vamos ter muito mais chances de acerto devido a experiência e a cautela de observar um problema por todos os ângulos. 

Outro ponto interessante foi desatar o nó que essa questão acaba gerando. É preciso lembrar que vivemos num mundo de diversos contextos sociais, e essa cobrança de "fazer tudo" antes dos 25 pode deixar gente frustrada por se achar ultrapassada para fazer algo que no fundo não tem prazo. Você vive com pais conservadores que não admitem piercing, tatuagem e cabelos coloridos? Seu emprego não permite tais adornos? Acalme-se! É perfeitamente normal esperar o tempo apropriado para poder fazer as coisas que curte, ninguém está velho para ter a primeira tatuagem ou pintar os fios de cores diferentes aos 40. 


A apresentadora Astrid Fontenelle pintou o cabelo de rosa 
pela primeira vez depois dos 50 anos.

Enquanto estereótipos de velhice tem caído por terra, os estereótipos da idade produtiva permanecem. Acredito que essa é a revolução social de quebra de comportamento mais desafiadora no momento!

Vocês acham que a mudança social mais importante se dará no dia em que pessoas em idade produtiva sejam tão celebradas quanto os idosas por terem cabelos coloridos e estéticas alternativas? 


 


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Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
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1 de junho de 2016

Subculturas não tem idade: Adultos que adentram no mundo alternativo

Dentro da Geração Silenciosa, encaixam-se os primeiros frequentadores de subculturas. Nascidos entre aproximadamente 1925 e 1942, deram origem à grupos como Teddy Boy/Girls, Rockers/Bikers, Beatniks, Hippies, a Swinging London e criaram  sonoridades como o Rock n Roll. Dessa geração podemos citar como exemplo Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e pessoas que estão - ou estariam - hoje entre os 70 e os 90 anos de idade.

Mas o que contaremos agora são casos como o de Viva, ilustrado abaixo:
pessoas que adentram subculturas DEPOIS de adultas. 


Viva tem 82 anos e adentrou no punk rock quando estava com 45 anos. O punk a atraiu porque a fazia se sentir livre pela falta de regras. Ela não sabia cantar, mas na cena isso não importa, você é livre pra se expressar sabendo ou não tocar ou cantar. Se você tem o espírito e a energia punk é o que vale, diz ela no vídeo a seguir.


Além de Viva, nos lembramos de Vivienne Westwood que tinha 35 anos quando também se envolveu com a subcultura punk produzindo roupas ultrajantes e criando estilos usados até hoje pelas gerações seguintes.


Recentemente assistindo ao documentário Envelhescência, nos surpreendemos com o caso de Judith Caggiano. Hoje uma senhora toda tatuada que ouve punk rock, ela começou a se tatuar após os 70 anos e adentrou no estilo de vida do filho motociclista.


Temos também Isobel Varley, que fez sua primeira tatuagem aos 48 anos e morreu aos 77 sendo a mulher mais tatuada do mundo segundo o Guinness World Records.


Válido citar algumas musicistas que conseguiram sucesso na faixa entre 27 e 30 anos numa indústria que cria ídolos com idades cada vez mais jovens:

Wendy O. Williams tinha quase 29 anos quando criou a banda Plasmatics, que é considerada por alguns a primeira banda que mistura sonoridade e atitude punk com o metal.


Cindy Lauper explodiu nos anos 80 com 30 anos de idade.

Kim Gordon é outra que começou na banda Sonic Youth aos 28 anos.

Debbie Harry tinha 30 anos quando o álbum Blondie foi lançado.

Shirley Manson tinha 29 anos quando a banda Garbage estourou, ela conta que "se sentia velha" como contamos neste post dedicado ao estilo dela.



Estudos olham as subculturas apenas como cultura juvenil.
E de fato, em grande parte era, mas isso parece estar mudando
na medida em que o mundo passa a permitir uma maior liberdade de expressão da individualidade.


Os casos acima, entre outros, nos chamam a atenção por saírem fora do conceito de que é permitido somente aos jovens a rebelião, a contestação e o uso de estéticas alternativas. O próprio Marketing de massa explora a ideia de que adultos devem se comportar dentro da normalidade enquanto estão na idade produtiva.

Observando isso, também notamos um atraso significativo nos estudos de moda e comportamento relativos à esse tema, por exemplo: a moda mainstream só dá valor aos estudos de jovens até 24 anos ou após os 60, as idades entre estas são ignoradas. Enquanto que as subculturas estão à frente, quebrando as regras de todas as gerações. 

Nestes estudos mantém-se a ideia que o adulto não pode ousar nem ser criativo. Tem que ser um robô. Tem que passar pelo esquadrão da moda pra jogar a criatividade fora porque "já passou da idade". Criou-se essa coisa de que a criatividade, transgressão e rebeldia só pertence aos jovens. No nosso ponto de vista, isto não é verdade. Isso não tem idade.


Subculturas podem soar ultrapassadas na pós modernidade,
mas é impressionante como são relevantes em termos culturais. Ainda seduzem jovens e adultos que estão com disposição de quebrar as regras!



Enquanto muitos dizem que ser alternativo “não é só uma fase”, o que dizer de pessoas que estão se descobrindo parte de subculturas na idade produtiva: aos 30, 40 ou 50 anos? E aí, vamos podar essas pessoas? Vamos dizer que elas estão erradas, estão sendo imaturas ou com medo de envelhecer e pedir pra elas largarem de lado suas criatividades e novas descobertas?
É isso que vamos continuar analisando no próximo post.


 

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