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30 de dezembro de 2019

Conheça as peças criadas por Sana em parceria com a loja Sweet Sam [Corporate/Glam Goth]

Como parte da comemoração dos 10 anos do Moda de Subculturas, uma das propostas foi a criação de peças em parceria com lojas alternativas parceiras do blog! Hoje apresento as peças que eu, Sana,  desenvolvi em parceria com a Mine, da loja Sweet Sam.
Atenção! Devido ao lançamento, as peças estão com brinde + desconto de 10% por dez dias na loja! (até 09/01). Após esse prazo retornarão ao preço normal, e você poderá usar o cupom "Subculturas", porém o desconto do cupom é menor que o dado agora no lançamento.
Micro Coleção "Glam Goth", composta por 3 peças: uma blusa e duas saias.
Modelo: Sana @sanaskull/ Foto: @barbaratomasiafotografia 

Vocês já devem conhecer a loja Sweet Sam e recomendo a leitura da entrevista que fiz com a Mine pra conhecer a história, contexto e forma de criação da marca. É só vocês clicarem neste título: "Mine da Sweet Sam conta tudo sobre a marca e sua participação no programa Troca de Estilos".

O processo de criação 

Assim como Mine, me graduei em Moda. Ser estilista de Moda Alternativa é algo que deixei de lado por conta de trabalho e deveres acadêmicos, os 10 anos do blog me permitiram retornar à criação, desta vez com limitações. Por alguns anos fui estilista de uma marca alternativa de SP com total liberdade. Mas ao criar em parceria com lojas, várias questões precisam ser levadas em consideração, como pensar se peças terão a identidade da marca. Sou eu que devo me adaptar ao estilo da marca e não a marca ao meu estilo; passando pela viabilidade real das peças e seu potencial de venda. Por conta disso, foi fundamental trocar ideias com a Mine e receber as posições finais dela sobre as peças. 

Como resultado, optamos por lançar 3 peças em veludo que são intercambiáveis e formam dois looks. O nome do trio é "Glam Goth" e se compõe de uma blusa com manga de tule e duas saias. O veludo é um material que a marca já trabalha, o motivo da escolha do tecido foi por eu querer um material que remetesse à elegância. E veludo tem esse poder.
Outra coisa que eu queria MUITO era uma blusa que tivesse mangas inspiradas na manga bispo, transparentes. Eu adoro esse tipo de manga e até o momento da criação não tinha visto em marcas alternativas nacionais. Essa manga remete à moda dos anos 1930, que adoro! A década de 1930 é pouco explorada nas lojas daqui. Essa manga também foi usada na década de 1980 e retornou atualmente na alta moda com volumes imensos. Explico sobre ela mais abaixo. 

E por fim, duas saias: uma saia lápis clássica, que vai durar a vida toda porque nunca sai de moda. Ela cria visuais corporate goth, ou seja "gótico corporativo", pra quem trabalha e quer manter o estilo ou cria looks bem básicos para aqueles dias que você não está nada inspirada, já que a peça combina até com tênis. A outra saia é de fenda - também uma peça clássica, atemporal mas de pegada mais femme fatale, pra ir num evento, numa festa ou pra balada mesmo colocando aquela botona de plataforma. Uma saia que permite explorar seus extremos.

Importante: as peças da Sweet Sam são bem justinhas. Caso você não curta peças coladas ao corpo, peça para a Mine confeccionar com alguns centímetros a mais de sua medida. 
O veludo que a marca trabalha é bem fino, dá pra usar o ano todo, mas não recomendo em dias extremamente quentes (a não ser que você fique no ar condicionado, aí sim haha!)

Clique nos títulos em azul para acessar a loja. Nesta foto:
Modelo: Sana @sanaskull/ Foto: @barbaratomasiafotografia 

 Clique nos títulos em azul para acessar a loja. Nesta foto:
Modelo: Sana @sanaskull/ Foto: @barbaratomasiafotografia 


Detalhes da blusa Hollywood Glam e da saia Elvira
Modelo: Sana @sanaskull/ Foto: @barbaratomasiafotografia 


Blusa "Hollywood Glam" (com manga bispo)
Mangas volumosas fazem parte da história da moda, mas na década de 1930, período de crise econômica, o romantismo surge como uma forma de fuga com os rumores de uma nova guerra mundial.

Irenne Dunne com grandes mangas bispo, assim como e Rosalind Russel no filme Jejum do Amor.

O Glamour Hollywoodiano ajudou a propagar esta estética romântica e foi exatamente de Hollywood que tirei minha inspiração, já que adoro a moda dos 30´s, mas raramente vejo peças inspiradas no período nas lojas alternativas nacionais. Aproveitei a oportunidade! Agora a Sweet Sam tem uma peça com manga bispo na moda alternativa nacional!
A manga bispo é uma manga comprida, franzida e presa na altura do pulso, ficou popular a partir de meados do século 20, desapareceu da moda nos anos 1970 e retornou agora.

Minha inspiração: Barbara Stanwyck!
Foto: Scotty Welbourne

Enquanto a década de 20 trazia a jovem flapper, na década de 1930 essa jovem se transforma numa mulher madura e elegante, com roupas seguindo o contorno natural do corpo. Uma silhueta longilínea e ajustada, mas não apertada. E essa silhueta marca minha micro coleção com a Sweet Sam

A década de 1930 também viu surgir os conjuntos para o trabalho e o conjunto Corporate Goth é nosso lookinho dedicado ao lado profissional. O tecido usado na coleção também se liga com a moda da década de 1930: o veludo! Valorizando o luxo no dia a dia, nos anos 1930 elogiava-se o veludo "que não amassa, não enruga, é compactável e ultra elegante", foram as palavas de um artigo de 1936 do Literary Digest. E temos também as palavras do figurinista de Hollywood Walter Plunkett, declarando que "o veludo é epítome e símbolo de elegância".


Saia Lápis "Vampira"

Embora saias afuniladas já existissem no começo da década de 1910 impedindo as mulheres de darem passos maiores do que 5 centímetros [risos, mas é real], foi a coleção lançada em 1948 por Christian Dior para a "Ligne Envol" (Linha Lápis), que marca o surgimento da saia lápis. A saia era ajustada com uma pequena fenda atrás para permitir a mulher de dar um passo e assim, caminhar. Mas a peça só pegou mesmo em 1954 quando o estilista lançou a coleção "Linha H", mudando a ênfase da cintura (New Look) para o quadril. Essa silhueta era bastante diferente na época e conquistou mulheres como Marilyn Monroe que todos se lembram de seu andar "sensual" naquelas saias apertadas e difíceis de entrar...

Saia Lápis criada por Christian Dior.

A diferença é que a saia que criei em parceria com a Sweet Sam não é nada difícil de entrar e nem desconfortável já que é de veludo de malha e estica! As saias de Dior começavam com um cós na cintura natural e curvavam-se sobre os quadris e depois afunilavam as pernas logo no joelho ou mais abaixo. Exatamente como a saia que criamos! É uma peça cheia de história da moda! (como todo o resto da micro-coleção!)
A nossa saia recebeu o nome de "Vampira" em homenagem à glamour ghoul Maila Nurmi e seu quadril marcadíssimo! Minhas outras musas Bettie PageDita von Teese e Marilyn Monroe também mostram que a peça é um superclássico da moda que nunca vai ficar datado!



Saia de fenda "Elvira"

A saia de fenda tem a história bastante negligenciada, por isso é um grande prazer escrever aqui no blog já que não se encontram informações sobre ela em sites brasileiros dedicados à moda/história da moda.
A saia de fenda aparece no começo do século 20 associada à dança, especificamente ao Tango Argentino que na década de 1910 causava furor na Europa! Sua adesão na dança foi por ser uma peça confortável que permitia a mulher se movimentar (veja aqui algumas roupas da década de 1910). Essa moda do tango na Europa influenciou até mesmo o costureiro Poiret que logo estava criando vestidos com fendas "envelope". Os vestidos inspirados no tango eram mais soltos e tinham uma longa fenda central na saia que revelava calças por baixo.

Existem registros na cidade de Minnesota (EUA) de uma garota que foi presa por usar saia de fenda em 1913, depois de ficar atrás das grades a moça ainda foi levada para um sanatório! Esse modelo de saia era banido das ruas americanas pois era considerada indecente por mostrar muito as pernas. Isso me remete a diversos posts que temos sobre feminismo, onde vemos muito bem que para a sociedade, o corpo da mulher é considerado público e não privado. E as mulheres têm sua liberdade restringida apenas pelos homens considerarem seus corpos propriedade de todos, menos delas! E isso torna a nossa saia de fenda ainda mais poderosa: homenageia as mulheres que são donas de suas vontades!

As saias de fenda retornaram em outros períodos da moda: década de 1970, 1990 e agora, na época atual. Na cultura alternativa, é fácil relacioná-las com a personagem Elvira (leia a história dela aqui) e foi ela mesma que nomeou a saia da Sweet Sam:


E dá pra se inspirar também na elegância de Dita von Teese <3

História da Moda + Moda Alternativa: isso marcou a história do blog, se tornou nosso diferencial e agora se reflete na criação com a Sweet Sam! Demonstrando que os temas se unem e se completam!

Caso você adquira uma das peças ou as três e caso você também seja um colecionador de moda alternativa, estas peças fazem parte de um momento histórico do blog: a comemoração dos 10 anos. Tem valor agora e poderão ter no futuro! <3

o visual elegante de trabalho pra alternativa super profissional que não largou a trevosidade.
o visual glamouroso e femme fatale pra arrastar olhares em qualquer lugar que você vá.
Modelo: Sana @sanaskull/ Foto: @barbaratomasiafotografia 

* Lembrando que por ser lançamento as peças estão com um superdesconto, e depois vocês podem usar o cupom "Subculturas" com um desconto menor.



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25 de julho de 2019

Mine, estilista da Sweet Sam conta tudo sobre sua marca e sua experiência no programa Troca de Estilos

A Sweet Sam nasceu no ano de 2006, em São Paulo, com o intuito de oferecer moda de qualidade e acessórios sob medida para o público alternativo. 

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Mine, estilista estilosa da Sweet Sam

Com confecção de moda alternativa sob encomenda e sob medida, a marca começou importando tecidos e aviamentos para desenvolver roupas e acessórios. Uma das características mais marcantes da Sweet Sam, foi oferecer peças para as mulheres do Hard Rock e do Heavy Metal numa época em que este público tinha poucas opções disponíveis especialmente de estilos que estavam em voga no exterior, que a marca habilmente desenvolvia em versões nacionais. Outro estilo que a loja investiu há mais de sete anos, foi o retrô, desenvolvendo maiôs e biquinis quando esse segmento ainda era minúsculo no Brasil.

Existe uma relação interessante entre eu, o blog e a Mine: uns tempos atrás, ela divulgou em seu Instagram que uma saia de tule que fiz e postei o DIY no Orkut e uma conversa que tivemos por e-mail, foi o que a incentivou a criar a marca!! Essa foi uma das coisas mais lindas que aconteceu em minha vida! <3 

Tendo como plano de fundo as comemorações dos 10 anos de blog, estou fazendo uma série de entrevistas com as lojas parceiras! Adoro a oportunidade de conhecer as pessoas por trás das marcas. 
Antes de começar, anota aí o cupom de desconto na loja:   Subculturas

Entrevista com Mine, da Sweet Sam

MdS: Quando e como começou a sua adesão à cultura alternativa?

Mine: Eu sempre fui uma criança muito sozinha, porém com uma mãe muito criativa. Cresci ouvindo histórias fantásticas e ajudando minha mãe a fazer artesanatos. Com 10 anos ouvi um disco do Pink Floyd e do Queen na casa do meu padrinho. A paixão foi instantânea e comecei a procurar saber mais sobre rock. Naquela época não era comum todas as pessoas terem computador em casa, muito menos celular. Eu buscava informação em revistas e livros de sebos.

Comprava fitas K7 e cds e trocava gravações com as minhas amigas. Logo o visual diferente das bandas me chamou muito a atenção. Com 14 anos ganhei meu primeiro computador, e passava as madrugadas (oi internet discada grátis após a meia noite hahahaha!!) procurando bandas, referências de visual...

Me apaixonei por Hard Rock com 15 anos, e o meu sonho era ter uma bota de onça, uma calça de vinil e uma jaqueta de couro. No Brasil roupas assim não estavam disponíveis, e importar não era uma opção, pois não tinha dinheiro para tal. Um dia ganhei um dinheiro de aniversário e corri para uma loja aqui em SP para comprar a tão sonhada calça de vinil. As calças eram muito duras, com uma modelagem estranha, completamente diferente das que eu via (e sonhava) dos clipes. As roupas simplesmente não vestiam em mim. Frustrada e muito triste, tive a ideia de comprar em um brechó algumas peças e tentar modificar. E assim comecei o meu caminho!




MdS: Um dia você contou no Instagram que meu post sobre como fazer uma saia de tule e um email que te respondi sobre a área de moda, foram dos momentos que te impulsionaram a criar a tua marca. Como foi seu início? Você buscou fazer cursos específicos?

M: Eu descobri o blog logo quando ganhei meu primeiro computador. Vi em um grupo do finado Orkut um post sobre como fazer uma saia de tule em casa (era outro sonho de consumo). A partir desse dia, eu comecei a pensar em fazer ou customizar minhas roupas. A simpatia e a atenção da Sana foram extremamente importantes para esse início. Eu estraguei muita roupa até decidir iniciar um curso de corte e costura. Logo em seguida, fui atrás de cursos de customização, etc... Com 20 anos decidi que iria cursar faculdade de moda, para me especializar ainda mais. 



MdS: Naquele mesmo post do Instagram, você disse que conseguiu fazer faculdade de moda com seus próprios recursos. Como foi estudar Moda sendo uma garota alternativa? Sentia resistência ao tema entre os professores? Sentiu que o curso te daria a base necessária?

M: Eu paguei minha faculdade fazendo trabalhos para colegas de classe, estudantes de moda de outras instituições e com o meu trabalho de confecção de peças da Sweet Sam. Os tempos eram outros, e infelizmente encontrei muito preconceito por parte de poucos colegas. Mas tive muito apoio e incentivo de muitas pessoas, principalmente de professores. Pedras no caminho sempre irão existir, temos que aprender com elas e seguir em frente. ❤️ Eu aprendi grande parte do que sei também com as minhas costureiras maravilhosas e no dia a dia com os clientes.




MdS: Sua loja inicialmente se chamava Lúcifer Sam, quais os motivos que te levaram a trocar para o nome Sweet Sam?

M: Eu recebia e mail TODOS os dias perguntando se a loja tinta pacto (sério) hahahaha!! Clientes também pediam para não colocar etiqueta nas roupas. As bases do nosso país são cristãs, e muita gente tem uma visão muito distorcida daquilo que não tem conhecimento e entendimento. Por intuição e por um estudo de numerologia, resolvi mudar o nome para Sweet Sam.

MdS: No início sua marca focava bastante no público hard rock e metal oitentista, naquela época você era das raras marcas que fornecia peças personalizadas para esse público. Como você definiria seu público hoje? Ainda tem bastante clientes hard/metal, ou adquiriu uma nova clientela de outros estilos alternativos?
M: Ainda atendo o público Hard Rocker e Metal sim. São minhas raízes, tenho paixão por brilho e metal. Hoje meu público é muito diverso, atendo desde fantasias para feiras, adolescentes, adultos, meia idade e recentemente estou atendendo à melhor idade também. As mulheres adoram as peças mais fluídas e transparentes que ando trabalhando. Atendo da adolescente fofa que gosta de desenhos japonês até a mulher fatal que quer arrasar em uma roupa de vinil. Meu trabalho é bem diverso e acompanha o meu humor. Tenho épocas mais fatais, então tenho inspiração para criar peças mais sexies. Tenho épocas mais fofas, então tenho inspiração para criar peças mais fofas. Fora as minhas clientes maravilhosas e as minhas influencers, que sempre criam peças novas comigo.

MdS: Como é seu processo de criação, de pesquisa e referências? Cria coleções ou lança novas peças esporadicamente?
M: Eu dificilmente lanço coleções fechadas. Se eu tenho vontade de fazer uma peça nova, eu simplesmente faço e lanço.

Rosana (@bettiefromhell) e Sarah Amethyst (@thequeenofhurts)

MdS: Quais são as suas dificuldades como empresa pequena para se manter em funcionamento? Quais os pontos altos de ter uma marca alternativa?
M: A dificuldade maior são os altos impostos que o pequeno empresário tem que pagar. O ponto alto é sem dúvida ver a alegria e a satisfação das pessoas que recebem as peças que confeccionamos. Outro ponto que adoro, como pessoa, é ter a oportunidade de oferecer moda de qualidade, feita com amor e carinho, por pessoas que foram tiradas de situação de trabalho tenebrosas, e que hoje prestam serviços com amor e dignidade para a Sweet Sam. Sou totalmente contra a situação de trabalho escravo de grande parte das oficinas de costura do Brasil. Costura é dedicação e amor, não exploração.

MdS: O que acha do mercado alternativo brasileiro atualmente?
M: Acho ótimo. Hoje temos uma grande variedade de roupas e acessórios. O brasileiro é muito criativo, a nossa moda não deixa a desejar em nada para outros países. Temos tanta variedade e qualidade como qualquer outro país.

Rosana (@bettiefromhell)

MdS: Uma das questões que o blog aborda é sobre manter o estilo alternativo quando adulto. Você sente ou já sentiu alguma pressão para mudar de estilo por causa da idade?
M: Já senti muita pressão vinda da família. Mas aprendi a não ligar, afinal a vida é minha, esse povo que fala groselha tá com a vida toda bagunçada e fica dando pitaco na vida alheia.  Mando cuidar da própria vida e pronto, geralmente dá certo hahaha! (juro que não sou grossa, mas não admito gente metendo o dedo nas escolhas e no estilo do outro, maior falta de respeito isso).

MdS: Recentemente foi ao ar o programa Troca de Estilos, do Discovery Home & Health com sua participação! Me conta como foi sua experiência, já que este tipo de programa costuma destruir o estilo e personalidade de pessoas alternativas, como vimos na postagem "Sobre Esquadrão da Moda, Mude Meu Look e ser socialmente aceito".

M: Fui contatada pela produção que me pediu que eu indicasse uma amiga. Lembrei de uma grande amiga minha que gostava de visual alternativo, de metal, tocava em uma banda de black metal quando era adolescente. Quando lá pelos 16, 17 anos elas adotou um estilo mais casual e comum. Enquanto eu continuei no meu estilo alternativo. Ao final de todo o processo [do programa], foi muito interessante me ver com outro estilo, outro tipo de roupa. 90% das roupas que uso são da minha coleção. Dificilmente compro roupa, faz mais de 5 anos que não compro roupa. Compro sapato, calcinha e sutiã. Biquíni eu faço todos.
Mas uma coisa que fiquei um pouco chateada não foi ao ar: foi que as pessoas, elas pensam que quem tem um estilo diferente está de alguma maneira 'se escondendo', sabe? Ou disfarçando alguma coisa que não gosta. E não é nada disso. Não é porque uma pessoa usa lente de contato ou pinta o cabelo de uma cor diferente, que ela não gosta do cabelo dela natural ou da cor dos olhos dela. É uma questão de gosto pessoal. Essa é uma visão muito turva que as pessoas têm. O povo achando que eu tava me escondendo atrás de maquiagem, roupa e cabelo... Engraçado que as pessoas "padronizadas" ou os ícones Pops ninguém se esconde, eles 'têm estilo'; e aí quando uma pessoa comum tem estilo, é porque está se escondendo e não se aceita de alguma forma? E o pior é ouvir  um negócio desse vindo de uma pessoa que trabalha com imagem, uma personal stylist. Francamente! É uma cagação de regra...  Mas não foi uma coisa tão invasiva quanto aquele Esquadrão da Moda, que eu acho ridículo.
De resto foi maravilhoso. Foi muito legal.
Pra mim o mais importante foi ver minha amiga se redescobrindo porque ela foi se deixando ficar discreta e apagada, e ali naquele momento eu vi ela florescer, se sentindo feliz, bonita, sexy. E eu como estilista, me sinto muito bem em ver outra mulher se sentindo bem. Quando faço roupa pra homem também, ele se sentindo bonito, se sentindo bem. A pessoa se sentindo bem com a própria imagem dela é muito importante. Eu repetiria a experiência porque foi muito legal e interessante. Mas eu não adotei nada daquele estilo que me sugeriram. Eu achei aquele vestido branco horroroso, péssimo, uma modelagem horrível que não veste bem em ninguém, um tecido inapropriado. Eu sou muito chata com roupa, você não tem noção! Achei o vestido mal cortado... não gostei de nada que me colocaram... a maquiagem eu achei ok, era aquela maquiagem que não parece que você está maquiada. O cabelo preso: detesto! Pra mim cabelo é a moldura do rosto, independente do tamanho do cabelo. Tem gente careca que é maravilhosa! Mas pela minha amiga valeu muito a pena, ver ela feliz e se sentindo bem. Ela mudou bastante a forma de agir e a forma que ela se comporta com ela mesma depois dessa experiência.

Mine, você gostaria de falar sobre algum assunto que não foi perguntado?
Gente, sejam o que vocês quiserem ser.
Sigam a profissão que quiserem, tenham o visual que se sintam bem.
Não existe idade ou corpo pra usar tal roupa.
A roupa (pelo menos aqui na Sweet Sam) é para todes, independente de idade, corpo, gênero.
Se libertem do olhar do outro, se foquem no seu próprio eu e deixe a vida fluir.
Dessa experiência de vida que temos nessa terra só levamos aprendizado.
A vida é curta pra se podar e deixar de experimentar novas coisas, novas roupas e novos estilos! ❤️
Muito obrigada pelo carinho e pelo espaço Sana, a minha admiração por você é enorme, continue sempre com esse lindo trabalho ❤️

Rubia Nosferotika  (@nosferotika) modelando para Sweet Sam

______


Eu que agradeço imensamente a Mine por fazer parte da história do blog desde o começo! E que venham mais anos de sucesso!

E vocês, o que acharam da entrevista? Também são clientes da Sweet Sam?




Convite: apoie a campanha de 10 anos de blog!
http://vaka.me/606162





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