Destaques

13 de agosto de 2010

Fantasmas na Biblioteca

Singela homenagem à sexta-feira 13: editorial A Flutter of Gauzy Fabrics, Vogue Itália, 2006.
Lembrando que quem for na Bienal do livro hoje fantasiado de algum monstro ou personagem terrorífico, não paga o ingresso.


10 de agosto de 2010

In My Tribe

Fashion Rocks de 2007 com fotografia de Steven Meisel.


Adventures in Steam

Editorial da revista australiana Fiend #18, junho/julho/agosto de 2009.
Aproveitem que algumas fotos não foram publicadas no editorial original, peguei-as com a ex-diretora de moda da revista.
Fotografia de Katie Sheppard
Por favor, se forem reproduzir as imagens em seus blogs ou sites, creditem à Fiend Magazine e a Katie Sheppard. Obrigada.


 

9 de agosto de 2010

Shrinkle Clothing e Sugar Pill Cosmetics

A estilosa Amy Doan é a pessoa por trás da marca de roupas Shrinkle e da linha de sombras de luxo em cores vibrantes, Sugar Pill.

A Shrinkle foi criada em 2003 e é uma linha de roupas alternativas bem coloridas e leves  inspiradas na estação favorita da Amy, a primavera. Em 2010 foi a vez da Sugar Pill ser lançada como maquiagem pra complementar as roupas, as sombras de luxo de cores vibrantes bem dramáticas com fórmula especial de longa duração e uma embalagem fofa perfeita pra colecionar. 

Como a linha é nova, Amy aos poucos tem acrescentado novos produtos. Além das sombras - que tem novas cores  a serem lançadas no decorrer dos meses, tem também cílios postiços. A possibilidade de nos próximos anos haver uma linha de maquiagem completa é grande, já que Amy diz que vive tendo idéias, mas falta-lhe tempo pra colocá-las em prática.

Sugar Pill Cosmetics. O gatinho de Amy é um dos logos da marca.



Shrinkle Clothing: Alternativo colorido, perfeito pro verão.

7 de agosto de 2010

Luella - Fall 2008

Bruxinhas góticas na coleção de outono 2008 da Luella.


2º Picnic Vitoriano em Curitiba

Ajudando a divulgar:

2º PICNIC VITORIANO &SÉCULO XVIII: "Meu Romance de Época". Sob trajes anteriores a 1920 e variações
Dia 10 de outubro de 2010 a partir das 13 horas no Parque da Barreirinha, Curitiba, PR. 
Trazer uma pequena quantia de comida e bebida e um livro que será doado para trabalhos voluntários.

Informações adicionais:

TRAJES ANTERIORES A 1920: Edwardiano, Vitoriano, Regencia/Império, Georgiano/Rococó, Barroco, Elizabethano, Renascentista, Medieval, etc.

VARIAÇÕES: Steampunk, Lolita, Ouji, Gothic Romantic, entre outros estilos que tragam alguma referência a roupas de época.

NÃO ESQUECER seu kit picnic tal como: toalhas, talheres, copos entre outros utensílios.

É PROIBIDO menores de 18 anos com bebidas alcoólicas. 

Mais informações: Comunidade do Orkut


5 de agosto de 2010

Sucker Punch - Figurinos

Foram divulgadas as imagens das personagens de Sucker Punch.
Looks sexies e rebeldes, com toques de militarismo, vitoriano e steampunk



1 de agosto de 2010

Goth Culture: Gênero, Sexualidade e estilo na Subcultura Gótica (Análise e Reflexão)

O livro Goth Culture: Gender, Sexuality and Style da alemã Dunja Brill, é sobre a relação entre modo de vestir e identidade sexual  dos membros  da subcultura gótica, apresentando entrevistas e pesquisa de campo feito pela autora em eventos e clubes da Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos .


O livro é uma pesquisa séria e interessante,  daquelas que falam um pouco de aspectos sociológicos, de simbologia de roupas e de hábitos.  A pesquisa de Dunja mostra nuances da subcultura que eu ainda não  tinha parado pra refletir sobre, como o lado contraditório e semelhante com a cultura dominante. Aos que acham que a cena no Brasil é imperfeita, que tem gente mais privilegiada que as outras, muitas garotas que apelam pra sensualidade explícita, verão como é a cena nos países citados: tão contraditória quanto aqui.


Feminilidade e Androginia 
Todas as subculturas tem uma hierarquia, normalmente elas celebram aspectos masculinos, porém a subcultura gótica tem traços que celebram a androginia e a feminilidade. Ou seja, a subcultura tende a ser analisada da perspectiva da feminilidade: maquiagem, acessórios, cabelos longos, vestuário (saias, tops justos) e elementos de roupas fetichistas foram abraçados pelos góticos dos dois sexos.
Porém, essa feminilidade na subcultura é ambígua e problemática. Para as mulheres góticas, ser pega com uma "maquiagem entediante" ou mal feita pode ser humilhante e - igual ao caso das mulheres da sociedade mainstream, obcecadas com a beleza - implica a perda de status na subcultura.

O estilo andrógino é restrito aos homens góticos. Na subcultura, o termo "androginia" é descrito como "um culto à feminilidade". A androginia masculina é constantemente ligada à qualidades como transgressão e coragem. A força da transgressão pode ser usada por homens como um modo de atingir a masculinidade "expressando controle sobre as mulheres" e como uma forma de rebeldia contra os homens dominantes. Transgredir e desafiar as normas sociais dá aos homens um critério maior de status na subcultura, porque a masculinidade é mais valorizada em nossa sociedade do que a feminilidade.
A androginia feminina na subcultura gótica é fortemente desencorajada. Então, para as mulheres góticas, a principal opção para ganhar aceitação  e status através da subcultura é adquirir feminilidade, beleza e atração e forma igual à cultura tradicional dominante em que vivemos. A subcultura tem enormes e contraditórias pressões sobre as mulheres. Assim como na cultura dominante, as góticas acima do peso também sofrem preconceito e discriminação por não se encaixarem no padrão de magreza e feminilidade extrema obrigatória no grupo.


O Machismo Velado

Nas subculturas grafite, punk e heavy metal, a masculinidade e o machismo são explícitos e as mulheres desses grupos normalmente adotam visuais masculinizados e agressivos, mas na subcultura gótica com a feminilidade sendo o foco de admiração e padrão, o machismo impera na forma velada.

Já que as mulheres e a feminilidade são o forte da subcultura, elas devem ser mais enfeitadas que os homens, estar vestidas com muito estilo lhes dá poder e controle. Com estilo, elas se tornam intocáveis também para os homens tradicionais (que não são da subcultura), que as olham com medo e receio de se aproximar, o que os mantém longe delas. Esse poder da feminilidade pode ser paradoxal, já que a palavra "poder" é um símbolo masculino.

A androginia feminina é rejeitada, poucas góticas se adentram por esse estilo, nas raízes da subcultura, Siouxsie Sioux brincava com elementos andróginos do pós punk, esses elementos estão praticamente ausentes na atualidade. As góticas que decidem usar looks andróginos dizem que a androginia feminina lhes torna rebeldes e fortes, porém, na subcultura não há para essas garotas um "prêmio" de reconhecimento por essa coragem.

Muito da androginia gótica veio do punk, pós punk e do glam rock. Os músicos de bandas de rock que apelam pra esta estética são glamourosos e transgressores e esta se torna um tipo de "acessório rebelde" para eles, já que na sociedade mainstream a moda masculina é sem graça e comum. Essa androginia glamourosa e transgressora, adotadas pelos homens góticos, lhes dá status já que na subcultura gótica, a vaidade é uma virtude.

Status: feminilidade extrema para as mulheres e androginia para os homens. Quanto mais feminina, enfeitada, perfeitamente maquiada e de cabelos longos, mais admirada é a gótica.
Marilyn Manson effect: o visual andrógino e a estética glam goth do músico é copiada pelos homens que usam a androginia como forma de aumentar seu status na subcultura.



A cultura ocidental é fóbica quando se trata de homens efeminados. Na subcultura, o homem efeminado anuncia seu desvio, sua rebeldia, e é visto como corajoso, confiante encarando as normas sociais que censuram sua androginia.
Esse culto à androginia masculina é maior na Inglaterra. Na Alemanha, os homens ainda preferem um visual mais másculo e agressivo, mesmo quando usam saias, as saias devem lembrar guerreiros medievais, guerreiros futuristas e devem ser acessorizadas com correntes ou cintos. Essas saias costumam ser chamadas de "saias de combate", mostrando que a saia recebe um nome bem masculino, agressivo. Essa característica mais "macho" dos góticos alemães se dá porque muitos deles entram na subcultura através do Heavy Metal - que é um estilo musical muito forte na Alemanha (cena Schwarze).

Nas subculturas em geral, o espaço é majoritariamente heterossexual e o machismo é algo comum, sendo as mulheres relegadas à  objetos sexuais sendo admiradas pela beleza. 
Em Londres, homens góticos entrevistados por Dunja dizem que em clubes noturnos quando uma garota nova aparece, todos querem conhecê-la, enquanto que, se um rapaz novo aparece, é deixado de lado. Isso demonstra como a heterossexualidade é forte na cena já que as mulheres recebem todas as atenções para que possa eleger um novo parceiro e os homens devem lutar entre eles pelo território. A mulher fica responsável por prover charmes eróticos através de sua beleza e os homens devem se deixar levar por esse charme.


Sexismo e a participação feminina na cena Gótica
Na cena alemã e também nos EUA, é comum a prática de flyers de eventos góticos apresentarem garotas em roupas ao estilo fetiche ou semi nuas, isso também acontece em pôsteres e anúncios de revistas. As góticas não devem se importar ao ganhar reputação de ter uma vida sexual promíscua, ao contrário, ser uma "slut" (traduzido como cadela em português) lhes dá status nas cenas góticas pesquisadas por Dunja. A escritora diz que nas suas pesquisas encontrou diversas mulheres confiantes e que não se importam de expressar sua sexualidade de forma bastante direta e mesmo de forma agressiva. E essas garotas costumam ter um status muito alto na subcultura.

Outra faceta da liberdade de expressão da sexualidade feminina é o estilo altamente sexualizado que muitas mulheres góticas adotam. Em alguns clubes, citados como "mercado de carne", a maioria das mulheres se vestem de forma a mostrar o corpo e recebe atenção por seus looks. Essas roupas sensuais não são vistas como uma forma de "oferecimento" aos homens, mas sim vistas como uma valorização da estética da subcultura e da liberdade sexual feminina.

Assim como na cultura mainstream, a maioria dos góticos diz que idade não importa num relacionamento, porém, a pesquisa de Dunja mostra que na real, é aceitável homens mais velhos terem relacionamentos com mulheres mais novas, enquanto que o contrário: mulheres mais velhas com homens mais jovens não é algo comum. Nos clubes, se veem poucas mulheres mais velhas mas o mesmo não acontece com os homens mais velhos. Dunja liga essa ausência de mulheres mais velhas em clubes com as regras de beleza gótica, afinal, quanto mais velha uma mulher fica, é mais propenso que sua beleza decline, já que as mulheres são julgadas pela sua atração física, o que não acontece com os homens. As mulheres mais velhas que frequentam eventos, dizem se sentirem marginalizadas pelos outros góticos. "Os homens são frequentemente julgados pelo seu status social, intelectual e pelo sucesso material, mulheres são julgadas pela aparência e pela sua relação com os homens" (p.109).

Além da liberdade de as mulheres expressarem sua sexualidade sem serem mal vistas, outra área que é menos rígida que na sociedade mainstream é a questão desenvolvimento na cena. Pessoas que contribuem com a cena em clubes, organizando festivais ou tendo lojas são imensamente admiradas. Na cena do Reino Unido, o envolvimento das mulheres com produções e organizações é muito grande em comparação com outras subculturas.  Algumas  das maiores empresas góticas são dirigidas por mulheres. Mulheres que organizam eventos ou produzem mídia tem a mesma "quantidade" de respeito que os homens que fazem o mesmo serviço. Já a cena alemã é mais comercial e é em sua maioria dominada por homens em oganização de festivais, revistas e clubes. Todo esse envolvimento profissional na cena, lhes dá prestígio subcultural.

O estilo feminino, como já foi citado acima, quanto mais feminino mais é valorizado. Para os homens, ter uma aparência de "aberração" pode lhes dar status. Esse fenômeno é chamado por Dunja de "efeito Marilyn Manson", pelo modo como esse artista trabalha sua aparência. Para as mulheres, um look "aberração" é indesejado. Elas devem manter sempre seu estilo belamente enfeitado.
Para as góticas, o ideal de beleza masculina seria um homem magro, alto, de cabelos compridos, traços finos e um toque andrógino. As góticas entrevistadas dizem que adoram observar um garoto andrógino, porém não sentem atração sexual por eles, na hora de ter um relacionamento, preferem os não-andróginos.

Toda essa regra de "as mulheres góticas devem ser mais enfeitadas que os homens", pode explicar porque há mais roupas para as mulheres do que para os homens: "é porque a estética é considerada primariamente um domínio feminino, os homens são esteticamente motivados a escolher as amantes e as mulheres em serem escolhidas" (p.115).
Essa diferença entre masculinidade e feminilidade também é explicita nos estilos de dança. A dança masculina expressa poder e força como um vampiro, um guerreiro e a dança feminina, graça e misticismo, como as fadas. O macho dominante e poderoso versus a mulher receptiva e maleável. Há hordas de "cavaleiros solitários", "guerreiros negros solitários", "vampiros" e "lobos" procurando por suas "princesas", "elfas", "anjas caídas" na noite. As mulheres que ousam rejeitar a feminilidade extrema da cena, são marginalizadas.


Sexualidades estranhas
A abertura sexual e a transgressão são valores importantes na subcultura gótica. Góticos normalmente aceitam e toleram sexualidades não convencionais (gays, lésbicas) e de gênero (transgêneros). Eles também comumente se identificam com os gays e outras minorias e mesmo se solidarizam com grupos marginalizados como eles. Em cidades pequenas, góticos, gays ou travestis, dividem ou coexistem no mesmo espaço apoiando uns aos outros. Porém outra contradição da subcultura gótica: a afinidade com o bissexualidade. Sabemos que, bissexuais na nossa sociedade são estigmatizados como "os outros" e são negados e silenciados tanto pelos gays quanto pelos heterossexuais, pois são considerados pessoas que ficam "em cima do muro".

Muitos góticos pesquisados por Dunja se dizem bissexuais, porém há mais mulheres se autoproclamando bissexuais do que homens. Muitas góticas tem atração ou namorariam outras mulheres enquanto que os homens que se dizem bissexuais não assumem ter interesse sexual por outro homem, dizem apenas que gostam de observar um homem bem vestido ou outro homem vestido de forma andrógina. Para Dunja, isso é outro sinal do machismo na subcultura, que assim como na sociedade dominante, um homem pode ter relações sexuais com duas mulheres (ou seja, a mulher nesse caso se torna bissexual), mas os homens góticos, embora não tenham preconceitos contra gays, não aceitam uma relação sexual entre dois homens e uma mulher (onde o bissexual seria o homem). Os homens que ocasionalmente escolhem uma imagem homossexual fazem isso para transgredir, brincar ou chocar. Preferencialmente, pra adquirir status, escolhem a imagem andrógina. Essa bissexualidade também dá status a quem assume, só que muitos góticos se sentem incomodados em não serem bissexuais e por conta disso terem menos status. Muitos se dizem bissexuais, mesmo não sendo, para terem mais status. Então, conclui-se que as mulheres que querem ter um status a mais se intitulam bissexuais e os homens que querem um status a mais apelam pra androginia.

Já a questão do homoeroticismo é ainda mais conflituosa. Embora os homens góticos assumam não ter preconceitos com gays, Dunja Brill captou uma certa homofobia na cena que são raras de serem exteriorizadas. Peter Steele um dos homens que se encaixam no ideal de beleza masculina idealizado pelas góticas, é considerado pela escritora um homofóbico e machista. Quando ela o entrevistou, ele disse que posou para a Playgirl para as mulheres e que rejeitava atender homens na sessão de autógrafos da revista. Por conta do grande número de gays presentes na sessão de autógrafos, ele escreveu a canção "I like Goils" (girls), uma música de letras ofensivas e abertamente homofóbica.

Peter Steele, a beleza idealizada masculina das mulheres góticas (magro, alto e de cabelos longos) é considerado homofóbico e machista.


Música e Midia
O machismo da subcultura está explícito também na música. Umbra et Imago apresenta seu show com duas mulheres semi nuas com toque homoerótico; Blutengel, outra grande banda também apresenta homoeroticismo no palco e na sua arte dos cds. Essas duas bandas são igualmente amadas e odiadas na cena, amadas por jovens, odiadas pelos mais velhos.
Essa mentalidade "sexo vende" e lesbianismo são característica forte nas bandas alemãs, em bandas britânicas e americanas como Sleep chambers e Midnight Configuration com garotas dançando no palco em roupas de PVC. Tanto as bandas como as revistas apelam para imagens de S&M/fetiche no palco ou em ilustrações com fins comerciais. Mulheres na posição submissa tem bastante destaque, algumas poucas bandas exploram a imagem do masoquismo masculino, uma delas é Nine Inch Nails.
A quase totalidade das imagens de mulheres apresentadas como objetos sexuais ou em cenas de lesbianismo e fetiche, são de autores homens. Talvez, se retratadas sobre o ângulo de uma fotógrafa tivessem um foco na estética e não no gênero.

Bandas como Umbra Et Imago, Blutengel, Sleep Chamber, usam a mulher como objeto explorando a imagem fetichista e bissexual, tendo o homem como dominante.

Outro sinal de machismo está nos vocais de muitas bandas, onde as mulheres cantam com vozes suaves, angélicais. Estilos como Electro, EBM e Industrial, com seus sons pesados, distorcidos e ásperos estão em mãos masculinas, excluem a participação feminina no estilo.  Muitas bandas destes estilos adotam visuais militaristas ou de campos de batalha.

Quando as bandas decidem misturar elementos masculinos e femininos, há uma divisão clara, exemplificada por exemplo pelo Gothic Metal (estilo que é parte da subcultura heavy metal): os homens se encarregam de tocar Melodic Death Metal e fazerem vocais másculos guturais e as mulheres são as responsáveis pelas angélicas vozes de soprano. Por isso muitas bandas desse estilo são chamadas de "A bela e a Fera". Típico caso onde as mulheres são relegadas ao domínio da emoção, sensualidade, eroticismo e beleza física, enquanto que os homens ficam com a expressão artística. Esse é o modo como muitas female-fronted bands se representam e se apresentam na mídia subcultural. "As mulheres músicas tendem a ser apresentadas primariamente como mulheres e não como musicistas" (p.151). Esta é a ligação do gótico com o Heavy Metal: Um fetiche por tecnologia, uma estética masculina hardcore e a mulher vista como objeto sexual, mãe da terra ou restrita à sua feminilidade.

As raras mulheres que ousam se aventurar em bandas de Industrial, EBM ou Electro, são acusadas de fazerem "músicas para garotas" e isso é falado de forma pejorativa. Esse estilo, também chamado de Future Pop é popular em clubes europeus e tem muitos oponentes puristas.

O curioso de tudo isso é que a cena gótica é cheia de mulheres poderosas, como as divas Gitane Demone do Christian Death, Diamanda Galas e Siouxsie Sioux são ícones femininos de poder, não convencionais e às vezes até de feminilidade agressiva. Talvez essa seja uma forma de as mulheres da cena reconstruirem uma imagem mais positiva dos "atributos femininos" devido à pressão do mundo racional masculino. Artistas mulheres que tentam quebrar a barreira do gênero e ousam criticar o sexismo da cena em que elas são parte comumente se encontram em um "double-bind" (situação em que o indivíduo recebe mensagens contraditórias ou diferentes), já que elas tendem a serem vistas como uma mercadoria sexual, independente dos seus méritos artísticos, já que esse tipo de imagem faz com que as mulheres possam passar a ver a si mesmas de forma distorcida e se tornem ainda mais obcecadas com a aparência.

As divas Diamanda Galas e Siouxsie (que brincava com a androginia):  mulheres poderosas, dominantes, agressivas e transgressoras pouco influenciam as mulheres góticas da cena atual.


Os questionamentos aqui apresentados foram todos retirados do livro e espero que tenham feito vocês refletirem de alguma forma sobre as subculturas e suas utopias. Talvez o machismo e os valores patriarcais de milênios de história esteja tão enraizado em nossos hábitos que seja difícil aponta-lo em algumas situações, mas podemos vê-lo quando analisamos símbolos e hábitos e quem sabe, consciente desses hábitos, podemos tentar mudá-los.

"As subculturas não são perfeitas, pois são moldadas de acordo com os interesses do grupo. As subculturas não se prepararam para mudar o mundo. Elas visam sobretudo criar um microcosmo paralelo no qual seus membros possam se divertir, um microcosmo com experimentações como  regra e menos restritivos do que a sociedade em geral. Numa era pós-moderna, as subculturas parecem ser mais sobre a "negociação individual", do que uma "rebelião coletiva contra algo", como gênero e outros princípios estruturais da sociedade" (p.185/186).



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