Destaques

25 de agosto de 2010

Nem Tudo Que Brilha é Vinil

Eu adoro aquele brilho do couro e do vinil. O vinil tem um brilho lindo mas é especialmente um tipo de material chato pro nosso clima, é muito quente e a pele sua muito, não respira, pois vinil é puro plástico. O couro, com brilho mais fosco, por ser um material orgânico, respira bem é clássico, chique e rebelde.

Mas tem um tecido que eu adoro e que imita muito bem o brilho do vinil, é a famosa e difundida lycra ciré. Já virou moda e até nas lojas mais populares você acha calça legging de ciré, mas num passado não muito distante, essa malha, super confortável, era vista apenas em lojas underground. 

Eu costumava ver essa malha em roupas da Lady Snake e achava o máximo, mas não sabia o nome fantasia dela, apenas a composição. Saí numa busca de loja em loja pelo tecido no Brás e Bom Retiro e encontrei o fornecedor. Hoje é o tipo de malha que sempre tenho disponível pra fazer alguma peça. Já fiz saias, blusas, vestidos, biquini e maiô. Tá acabando? Vou lá comprar mais, sempre tem uma amiga querendo que eu faça uma roupa pra elas. Até minha mãe já tem um estoque de roupinhas em ciré, eu contamino todo mundo, porque essa malha além de confortável, é uma das melhores de se trabalhar.

Algumas peças em ciré disponíveis na Dark Fashion:


24 de agosto de 2010

Pesquisa sobre Moda Alternativa no Brasil

O aumento do interesse pela moda underground/alternativa no Brasil é visível.
É fato que até o fim dos anos 90, a moda alternativa por aqui era inexistente. No máximo, tínhamos camisetas de banda e coturnos. De 2005 pra cá cresceu muito o número de marcas que prestam esse serviço. Até então eram poucas marcas espalhadas entre o sudeste e o sul do país. Percebi que recentemente marcas iniciantes, muitas delas existentes apenas em perfis do orkut ou fotologs colocam fotos de marcas estrangeiras e fazem serviço de cópia.

Há muitas marcas brasileiras que são criativas, legalizadas, não fazem cópias como a Black Frost, Dark Fashion, Lady Snake, Profecias, enfim, o preço é igual ou talvez um pouco mais do que o valor das cópias, mas com a diferença de que elas são lojas REAIS e que precisam ter um retorno financeiro pra sobreviver. Se ficarmos só comprando de lojas que na realidade “não existem” estamos enfraquecendo as que existem e isso pode ser perigoso, pois sem grana, fica complicado investir em novas coleções.

Essas lojas virtuais do orkut, maioria faz cópia de roupas estrangeiras. Isso é mal? Não necessáriamente, se copiamos pra adquirir conhecimento de modelagem, e darmos nosso toque, ok! Sem problemas. Mas se copiamos apenas pelo prazer de copiar sem se interessar em crescer, só visando o lucro, isso é negativo.  Seria mais interessante que se fizessem roupas adaptadas ao público brasileiro, ao clima regional, aos nossos hábitos culturais.
Um exemplo?
A moda inspirada em Lolita na Alemanha. Obviamente existem adeptas fiéis à moda G&L na Alemanha, mas aos que apenas apreciam aspectos da estética G&L, os designers alemães tiveram uma grande sacada: adaptaram o estilo lolita aos estilos gótico, rock e mesmo punk ao gosto e clima alemão, criando uma moda alternativa inspirada em Lolita. Isso é ter olhar de mercado, saber o que o público quer e adaptar ao clima e estilo local. 

Já reparam como a moda alternativa alemã, inglesa, canadense, japonesa e americana são criativas? Porque? Porque eles contratam profissionais de moda que pesquisam público e tendências. Descobrindo o que o consumidor quer eles sempre desenvolvem peças que o mundo inteiro copia. E repararam como eles são rápidos pra não perder clientes? Exemplo: tanto na tendência pin-up quanto na tendência Steampunk, em um ano todas as lojas já tinham suas coleções nesses estilos. E aqui? Onde comprar esses estilos?

Como as adaptações poderias serem feitas aqui?
Uma das possibilidades seria a adaptação ao clima: no norte/nordeste que é mais quente usar tecidos naturais e peças mais soltas, fluidas, curtas, calçados leves mas estilosos.
No sul, que tem invernos longos: ousar no couro, vinil, calçados pesados. Mas lembrem que o verão no sul é tão quente quanto no sudeste, então: tecidos naturais e malhas leves pro verão.
No sudeste, estados de misturas: Carioca aceita roupas frescas, justas, curtas; já os paulistanos, mesmo no calor, são recatados.
Também tem que ser feita uma observação frequente do público alvo, que mudanças estéticas e tendências alternativas eles vão adquirindo.

Pesquisa! É isso que os estilistas mais fazem antes de criar uma coleção. Uma boa parte do tempo o estilista está pesquisando, lendo revisas  do mundo e até viajando pra saber mais sobre determinado tema. E depois, isso é repassado aos assistentes, modelistas, costureiras e a idéia sai do papel.

Fico feliz que a moda alternativa nacional esteja se desenvolvendo. Mas triste por ainda ser tratada como algo fundo de quintal e apenas  como uma fase juvenil. É melhor contratar uma pessoa formada com um salário baixo, do que não ter ninguém formado na empresa. Torço pra que isso melhore mais a cada dia.

Estou curiosa pra saber o que vocês acham do mercado a moda underground/alternativa nacional.
Por conta disso bolei uma pesquisa super detalhada sobre a opinião dos consumidores da moda alternativa no Brasil. Buscando saber opiniões sobre as lojas do mercado, gostos pessoais, qual região do Brasil você mora e no fim, você ainda pode acrescentar algo que eu não citei.
É um questionário longo, mas de respostas curtas. Por favor, quando tiverem um tempinho, respondam. 

Responder o questionário só é possível fazendo o download das perguntas neste link. É um arquivo word, mas se preferir, entre em contato e envio as questões pro seu email.

23 de agosto de 2010

Florianópolis Vitoriana

Há duas semanas atrás houve o 1º Encontro Vitoriano de Florianópolis. O evento, organizado pela historiadora Madame Mean, do blog Sombria Elegância, atraiu em torno de 30 pessoas, todas vestidas em lindos trajes. Eu imagino que deve ter sido ótimo e como uma visitante frequente da cidade de Florianópolis, eu sei que aquele centro antigo da cidade é um charme. Perfeito pra encontros para chás ou cafés.


Pra quem mora em Santa Catarina ou estará na cidade no feriado de 7 de setembro, na data está programado pra acontecer um Picnic Imperial, cujos detalhes você pode se informar aqui
Achei bem legal o picnic ser em honra aos festejos da Independência do Brasil, já que, nossas datas históricas não costumam atrair o interesse dos jovens. Essa é uma boa forma de não apenas de fazer amizades com interesses em comum, como celebrar a história de nosso país e de outras épocas.


Saias Rodadas

A Cris sugeriu via comentário, que eu fizesse uma postagem sobre a moda atual das saias rodadas
Eu adorei a sugestão, há um tempo atrás estava mesmo pensando em fazer uma postagem só sobre os tipos de saia. Aos que não sabem sou viciada em saias! Foi a primeira peça de roupa que aprendi a costurar e é a peça de roupa que mais uso, já que a cidade que moro é bem quente. Assim como a Cris, eu adoro as saias rodadas da moda atual.

A saia que está na moda hoje é a Godê. Essa saia é a que mais precisa de tecido para ser feita e tem 4 tipos diferentes de modelagem - de pouco rodada com pouco volume a muito rodada e volumosa. Fora as variantes com babados ou recortes que também são possíveis de fazer. Todas os outros tipos de saias são baseadas em um retângulo, a saia godê é baseada em um círculo.
 
A saia godê ficou mais conhecida na década de 1950 devido ao New Look - um estilo criado pelo estilista Christian Dior. É também a saia que embalou o som do Rock n Roll, recém surgido na época. Em 1950, a saia era usada com uma anágua como armação. Hoje em dia só as garotas subculturais usam assim.

Esse tipo de saia, é um grande círculo e suas variações. Nesse circulo, deixa-se espaço no meio para a cintura. Ela tem um caimento fluido que forma franzidos e cria volume na parte inferior do corpo. Isso faz as saias rodadas ideais para as mulheres de quadris estreitos ou ombros largos, equilibrando a silhueta. Ela também fica ótima em mulheres com corpo ampulheta, por isso muitas garotas usam esse tipo de saia com corset e corselets. Quem tem quadril largo e coxas grossas também pode usar saias rodadas, contanto que elas não sejam volumosas, já que, por ser um modelo fluido, disfarça grandes medidas.
Uma das tendências atuais é o cós largo e alto. Mas essa cintura alta é mais adequada para quem tem tronco comprido, peito pequeno ou médio e cintura definida. A cintura alta alonga as pernas, mas encurta o tronco, por isso não é  indicada para todas as mulheres.

Não é preciso entender muito de modelagem pra fazer sua própria saia godê, visto que ela é, ha minha opinião a saia mais fácil e rápida de ser feita, já que é baseada num círculo.
Essa imagem é do meu livro Modelagem Industrial Brasileira: Saias, de  Sonia Duarte e Sylvia Saggese. Embora eu tenha aprendido modelagem na faculdade, uso esse livro direto pra tirar uma dúvida ou outra que a gente sempre tem, na hora de fazer modelagem.
Por favor, se forem espalhar essa imagem por aí, creditem ao livro e às escritoras, porque é uma imagem com direitos autorais, ok!?

 
Como podem ver pela página do livro, há quatro modelos de saia godê:

A saia godê de 4/4, também chamada de Godê Completo ou godê guarda chuva. Fica bem volumosa como as dos anos 50.
A saia godê 3/4 de círculo.
A saia godê 2/4 de círculo, também chamada de Meio Godê - esse o modelo que mais uso.
E a saia godê 1/4, com pouco volume, ideal pra saias mais sociais, já que fica com bem pouco volume.


Fazer a barra de uma saia godê é meio chatinho pra quem não tem experiência, pois pode-se sem querer, costurá-la torta.
Dicas: após modelar, cortar e costurar as laterais e o cós da saia, pendure-a em um manequim ou em um cabide e veja se a barra está certinha, se não tem  nada torto. Se você fez a saia em malha, não costure ainda, espere até o outro dia e aí sim costure. Porquê? Porque a malha "se ajeita" e muda a forma. No dia seguinte, a malha terá se "ajeitado" e aí vc confere se a barra não entortou e daí sim, faça a barra. 
Em fábricas de roupas, a malha descansa antes de ser cortada, mas quando costuramos em casa não temos esse hábito, por isso, sempre que for fazer peças em malha,  o recomendado é abrir todo o tecido e deixar descansar por um dia.

Quer fazer sua própria saia rodada?
Tutoriais e moldes:
No blog Via Vestir, há dica para o cálculo do raio (onde fica a cintura) e exemplos de saias que ela fez.
A explicação dada pelo blog Fazedora de Artes, está facílima, acho que todo mundo vai entender.
No site Cortando e Costurando, há a dica da saia godê dupla, que fica bem volumosa e da godê simples, menos volumosa.
Mas se você não quer fazer a modelagem ou não tem habilidade para isso, recomendo imprimir o molde do site do Roberto Marques, é só imprimir e depois montar como na imagem, cada linha colorida é um tamanho. Fácil assim, não vai ter desculpa pra não fazer sua saia rodada!

Idéias pra se inspirar:



19 de agosto de 2010

Trajes Históricos do Século XIX

Pensando nos Picnics Vitorianos que  estão sendo organizados cada vez mais pelo Brasil, selecionei imagens de trajes dos século XIX. Quem quiser pode se inspirar em looks  modernos e estilizados, mas ver uma peça original ou uma réplica é sempre bom pra ver como realmente eram as peças sem se prender à limitações de desenhos ou pinturas antigas.

Este é a primeira de algumas postagens que pretendo fazer de réplicas feitas  de roupas antigas originais que são de propriedade de museus  ao redor do mundo. Algumas poucas fotos abaixo são de peças originais.

Século XIX: Era Romântica, Early Victorian e Late Victorian (1820 a 1901):

1850
1850 - Vestido de Luto
1854 - Vestido de Baile

1855 - Vestido de Jantar
1860

1866 - 1867

1880-82
1880

1880 - Vestido de Baile
1885 - Vestido de Ópera
Jaqueta de 1885    




1888 - Alta Costura Charles F. Worth
1889
















Belle Époque e Fim da Era Vitoriana (1890) e Era Eduardiana (1901-1911):

1890 de Jacques Doucet
1890
1890 - Traje Noturno

1894
1894 - Luto
1896 -Tarde
1897
1898 - 1902 (?)
1898 - Charles F. Worth
1898 - Charles F. Worth
1900
1900 - Vestido de Baile
1902 - Charles F. Worth
1910 -Vestido de Baile

18 de agosto de 2010

Anos 20/30 nas Subculturas

Textos Complementares:

Não é comum ver um adepto de subcultura vestido 100% no look dos anos 20/30, mas é fácil encontrar as referências do cinema de terror e do estilo vamp da época aqui e ali.
A herança mais forte dos anos 20/30  em todas as subculturas são os olhos maquiados de preto. 

Na subcultura gótica a maquiagem vamp é comum: olhos e boca  pintados em cores escuras. Os olhos maquiados ao estilo egípcio também é outra característica que é uma constante na maquiagem de não apenas a subcultura gótica, mas de adeptos de outras subculturas  como a  deathrock e a  Heavy Metal. Os cabelos pretos cortados curtos aos estilo bob ou Chanel  também se referem ao início do século XX e podemos encontrar referências em diversos acessórios como colares, gargantilhas, broches, penduricalhos de lantejoulas ou outro aviamento delicado e em tecidos finos, fluidos e transparentes.

A imagem do personagem Drácula, interpretado por Bela Lugosi é, até hoje, a imagem mais comum usada para reproduções de fantasias de vampiro:


Uma das principais responsáveis pela popularização e divulgação da maquiagem egípcia na subcultura gótica e pós-punk foi Siouxsie, que bebeu da fonte inspiradora da maquiagem e da egiptologia dos anos 20.


Exemplos da maquiagem pesada/egípcia, pele pálida e cabelos em versões atuais que lembram a estética 20/30:



Além de referências no cabelo e maquiagem, as roupas e acessórios abaixo também têm influência do início do século passado. Uma das estilistas alternativas que mais se inspira nestas décadas é Louise Black (última foto), que se veste e cria peças alternativas/góticas inpiradas nos 20s.


Um recente exemplo de como a década de 1920 pode influenciar de forma glamurosa a subcultura gótica, foi a sessão de fotos feita pela socialite americana Kim Kardashian, "fantasiada" de gótica, o glam goth e o look vamp se encontraram de forma moderna e classuda.


Maquiagem egípcia na subcultura deathrock:


Entre as roqueiras, também é comum batons em tons escuros, maquiagem egípcia e os olhos pintados de negro, embora bem mais leve do que o usado pelas garotas góticas. Os famosos "panda-eyes" são usados constantemente pela cantora de Heavy Metal Doro Pesch, desde os anos 80.
Abaixo: a punk Theo Kogan e as roqueiras Amy Lee, Tarja Turunen e Doro, todas de olhos negros e batom.


Veja também: 
Textos Complementares:

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