Destaques

20 de setembro de 2010

Black Phoenix Alchemy Lab

Black Phoenix Alchemy Lab é uma empresa de Los Angeles, que já existe há 15 anos! Os proprietários Elizabeth Barrial e Brian Constantine fazem essencias "especiais". Afinal, a inspiração deles são temas como Halloween, obras de Neil Gaiman, H. P. Lovecraft (um de meus escritores preferidos!), Alice no País das Maravilhas e temas obscuros. Suas coleções tem nomes como "Ars Moriendi", "Diabolus", "Mad Tea Party", "Sin and Salvation", "A Picnic em Arkham" e todas as essências tem embalagens que lembram as épocas de antigamente. Eles tem até um porta-essências de colocar na parede que é um esqueletinho e as amostras parecem tubinhos de ensaio com sangue, hmmm que fofura! Além das essências eles tem esmalte preto, óleo de massagem, sabonetes e já há uma coleção prontinha a ser lançada pro próximo Halloween.

Ah, claro e o site, embora não tenha fotos, é uma graça, com uma estética antiga, tem poesias, a explicação de cada coleção e de cada essência. Muito legal ficar lendo os textos sobre as essências, super misteriosos. Lêem-se explicações como:
"Black Lily - escuridão de tirar o fôlego, uma visão de graça nas sombras", 
ou ainda: "Black Lotus - Nascido nas sombras de um templo de Set, esta essência do egito corrompido evoca imagens de pirâmides negras,  demônios do rio e areias mortais do deserto. Com flor de Lotus negra, âmbar, sândalo e mirra",
"Akuma - tentação diabólica, doce como o pecado: sangue laranja, neroli e franboesa
e "Black Phoenix - Nosso óleo. Um cheiro obscuro, lânguido. Promove tendências hedonistas e extremo auto-amor. Você não vai parar de beijar os espelhos por um mês".
Essas explicações dos perfumes mostram, além do marketing, a preocupação da empresa de encantar o cliente e comprar-se não um produto, mas uma história encantadora, misteriosa e envolvente.

Elizabeth, dona da marca, diz: "Eu não gosto da idéia de qualquer um de nós consumir versões de belezas padronizadas. Na Black Phoenix, estamos preocupados em capturar emoções, momentos e idéias enquanto forçamos ao máximo o limite do que é consideraro belo. A diversidade de nossas criações e as fontes de inspiração são coisas que qualquer pessoa com a mente aberta pode desfrutar".

Cada vez que eu vejo empresas assim, eu percebo  que  não há um real mercado alternaivo no Brasil. Só há "roupas e acessórios tudo preto" e campos como maquiagem, cosméticos, objetos e outros produtos que seriam uma real alternativa de consumo pra nós, não existem. 
Temos tantos roqueiros, góticos e etc formados em administração, biologia, arquitetura e design de interiores, química ... será que eles nunca pensaram em paralelamente terem uma empresa voltada pras especialidades deles, mas... pro mercado alternativo? 



18 de setembro de 2010

Lingerie Histórica - Parte 6: Bloomer/Pantalettes

O Bloomer original foi uma peça de vestuário inventada pelas americanas Elizabeth Smith Miller e Fabrizia Flynn, mas popularizada por Amelia Bloomer  no início de 1850. Amelia era advogada e lutava pelos direitos das mulheres, por isso a peça recebeu o nome dela.
Bloomers eram calças largas, compridas e folgadas que se estreitavam na altura dos tornozelos e usadas por baixo das saias. Também eram  destinados a preservar a decência vitoriana, uma época de regras rígidas para as mulheres.

O século XIX, foi uma era de urbanização. As bicicletas e a prática de esportes estavam se tornando populares e para que as mulheres pudessem pedalar seria necessário o uso de um vestuário simplificado e confortável. As mulheres adotaram o bloomer nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde eram chamados de Knickerbockers.


Mas poucas mulheres usavam a peça, e as que usavam eram ridicularizadas e insultadas pela imprensa. Só que muitas das mulheres que usavam a peça estavam profundamente envolvidas na  “reforma do vestuário”, na abolição da escravatura  e do movimento pelos direitos das mulheres - eram as primeiras feministas, que reclamavam das restrições das roupas e da saúde. O bloomer acabou sendo adaptado também para as meninas e para educação física feminina.

Mas  com o passar do tempo,  ficaram em alta para a classe média, ficando mais populares na década de 1910 e 1920.

Algumas vezes os bloomers são relacionados às pantalettes (calças longas), um tipo de pantalonas  usadas por meninos e meninas muito jovens que se originou na frança no século XIX e se espalhou pelos Estados Unidos e Inglaterra. As pantalettes (imagem ao lado) eram usadas por meninos e meninas. Feitas em seda, linho ou algodão, eram usadas para cobrir as pernas até o tornozelo ou as panturrilhas, eram lisas com babado de rendas ou outro acabamento na parte inferior de cada perna, presas na cintura com botões ou laços. As mulheres do século XIX costumavam usar embaixo do petticoat para se protegerem do aço da crinolina e garantir que as pernas nunca fossem mostradas.  

O bloomer é uma das mudanças (ou reforma) mais importante na história do vestuário feminino. Subverteu gêneros e botou abaixo a regra de "calças para homens/saias para mulheres". Foi um marco também na roupa para esportes. Até então não havia um tipo de roupa específica para a prática esportiva. Além de ter vestido as mulheres em calças, o bloomer também deu origem ao sportwear.

Atualmente, os bloomers e pantalettes são usados pelas diversas variações da moda Lolita, pelas góticas e pelas moças Steampunks. Podendo serem usados embaixo das saias ou mesmo como peças à mostra.

Pantalettes e Bloomers:


Mais sobre lingerie histórica:


Postagens sobre história da moda no link Moda Histórica.
O texto foi escrito pela autora do blog, de acordo com pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.

Lingerie Histórica - Parte 5: Crinolette/Bustle

Por volta de 1864, a forma da crinolina começou a mudar. Ao invés de ser em forma de cúpula, a frente e os lados começaram a se estreitar, deixando apenas o volume na parte de trás. O tipo de crinolina que apoiava este estilo era conhecido como um Crinolette

O crinolette é composta por 26 meios-arcos costurados em uma meia-saia de algodão. Os meios-arcos eram conectados por dentro da saia através de tiras, que poderia-se apertar ou afrouxar dependendo do tamanho desejado.

1870
1870
Mas a Crinolette  foi rapidamente substituído pelo Bustle.

Bustle é a evolução da crinolette, que aconteceu entre 1867 e 1872. Eram feitos em tecidos pesados visando puxar a parte traseira de uma saia para baixo e esticá-la, mas podia perder a sua forma no uso diário devido à movimentos como sentar-se ou movimentar-se com freqüência. Os crinolettes e os Bustles eram mais restritivos que as crinolinas, a frente reta e as tiras presas ao redor do corpo tornavam os movimentos mais difíceis.  O problema de sentar era resolvido empurrando o bustle para o lado ou sentando na ponta dos assentos.
Abaixo, bustle de 1875, 1885-87 e um desenho:


Muitos cartoons fizeram piada dos bustles, comparando as mulheres à besouros ou caracóis.


Com o bustle, o tecido em excesso e os enfeites foram transferidas para a parte de trás da saia. Esse volume ainda era necessário para dar a mulher a aparência de cintura fina e quadris largos. Entre as décadas de 1870 e 1880, o bustle teve as mais diferentes formas. Apenas durante um curto período entre 1878 e 1882, nenhum tipo de bustle foi usado e as costas dos vestidos eram retas. Mas então, ele reaparece em 1885 atingindo proporções exageradas. 

A moda dos bustles imensos acabou em 1889. Entre 1890 e 1900, o bustle sobrevive como um suporte elegante para as saias, pois equilibrava a famosa silhueta em S que empurrava o busto pra frente e os quadris para trás. A peça caiu em desuso entre 1905 e 1913, ao mesmo tempo que o corset.

 
Hoje em dia os bustles -  estruturas de metal - são raros, as exceções são nas coleções alta costura e vestidos de noivas. Mas é comum o estilo Late Victorian sem o bustle, apenas modelando e dando volume à parte de trás  dos tecidos dos vestidos.
Um famoso exemplo recente de vestido com o bustle feito apenas em tecido, é o vestido feito pelo estilista Eiko Ishioka, que ganhou um Oscar por seu figurino no filme Drácula de Bram Stoker.



Bustles de gaiolas em metal são raros hoje, mas as subculturas como a gótica, a moda Lolita e os apreciadores de trajes históricos, reproduzem as suas roupas modelando e dando volume ao tecido, de forma que o uso da gaiola é descartado.


Mais sobre lingerie histórica:
Lingerie Histórica - Parte 1: Farthingale e Guardainfante
Lingerie Histórica - Parte 2: Pannier 
Lingerie Histórica - Parte 3: Petticoat (Anágua)
Lingerie Histórica - Parte 4: Crinolina/Cage
Lingerie Histórica - Parte 6: Bloomer/Pantalette

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O texto foi escrito por mim, de acordo com minhas pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.

Lingerie Histórica - Parte 4: Crinolina/Cage

O termo Crinolina deriva de Crin, palavra francesa para crina de cavalo. Na França, a partir de 1829, a crina era enfiada através do petticoat para endurecer-lo. Mais tarde, na década de 1850, cana, barbatanas de baleia  e  aros de aço foram desenvolvios para dar um efeito similar ao de uma gaiola (em inglês: cage).

Ao contrário do Farthingale e do Pannier, usado apenas pela corte e pelas classes altas, a crinolina foi adotada por mulheres de várias classes sociais, mesmo com muitas anáguas (para evitar que o aço aparecesse), peso e volume, havia uma produção em massa. A crinolina é considerada a primeira peça de roupa usada por todas as classes sociais. Mas, as peças eram objetos de sátira nos jornais e odiados pelos apoiadores da “dress reform”, um grupo de pessoas que lutava pela reforma do vestuário.

Dizem que a crinolina chegou ao tamanho máximo de três metros de diâmetro, e alguns jornais sensacionalistas dizian que as dificuldades das mulheres ao passar por portas, entrar em carruagens, assim como o perigo de pegar fogo em velas, ficarem presas em máquinas, fora os problemas de movimentos corporais. Apertadas por corsets, se as mulheres não se sentassem de determinada forma, a crinolina poderia voar em seus rostos e feri-las. Mas será que tudo isso era verdade? Ou chamariz para notícias?

Posteriormente, estas peças passaram a ser feitas apenas de aço, se tornando mais leves e fazendo com que apenas duas anáguas fossem suficientes pra esconder o metal. A  gaiola de crinolina permitia às mulheres mover suas pernas livremente sob a gaiola mas a peça se balançava facilmente de um lado a outro, e como a decência era lei, elas deviam usar bloomers, botas acima tornozelo e evitar toda possibilidade de mostrar alguma parte das pernas.

O século XIX foi um período de dominação masculina, os homens eram considerados "sérios, ativos, fortes e agressivos" e usavam roupas escuras, com pouca ornamentação. As mulheres eram consideradas "frívolas, inativas, delicadas e submissas" e usavam roupas delicadamente enfeitadas que inibiam os seus movimentos.  Alguns dizem que a crinolina simbolizava a fertilidade feminina, ampliando tamanho dos quadris, e a cage (gaiola), era um sinônimo de prisão feminina. Para outros historiadores de moda,  a crinolina também era uma representação de como as mulheres burguesas "vestiam uma armadura" para encarar a vida urbana moderna, ou seja, a largura da enorme saia  era uma barreira entre a usuária e as outras pessoas. Para os burgueses, essa distanciação era importante numa época em que a urbanização e industrialização levou a um contato mais frequente com estranhos. Também poderia ser uma forma de diferenciar-se da classe trabalhadora. Mas mesmo usando crinolinas, ao contrario do que se pensa, as mulheres eram muito ativas.


Por volta de 1864, a forma da crinolina começou a mudar. Ao invés de ser em forma de cúpula, a frente e os lados diminuíram e  o volume ficou apenas na parte de trás,  a peça foi chamada de Crinolette.
 
Em tempos recentes, em sua primeira coleção solo, a estilista Vivienne Westwood usou a crinolina como inspiração. A coleção era intitulada Mini Crini, onde ela usou crinolinas em saias curtas e com de aros de plástico flexível em 1987 (foto ao lado).  

A crinolina é imensamente usada em vestidos de noiva, na subcultura Lolita e na gótica,  já que ambas tem raízes na estética do século XIX. Um dos modismos mais recente é usar uma crinolina estilizada por cima das saias.

Crinolina de 1860 e 1867:


Formas de sentar de modo à não se machucar:


Sátiras de jornais com a crinolina:


Subculturas: muito pesente na subcultura Lolita, principalmente em versão curta para saias curtas; na subcultura gótica, onde o look ao estilo romântico e o early victorian são bem popular. A onda agora é usar a crinolina aparente ou por cima da roupa:


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17 de setembro de 2010

Lingerie Histórica - Parte 3: Petticoat (Anágua)

O Petticoat nada mais é do que uma anágua, ou seja, uma saia de baixo. Uma peça de roupa para ser usado sob outra saia ou um vestido.

Essa prática  começou a ser estabelecida em 1585, onde as anáguas eram usadas por mulheres que queriam modificar o formato do seu corpo através das roupas. A anágua,  volumosa ou dura, dava à saia de cima um formato de abóbada, dando a impressão de ter-se uma cintura menor do que realmente a mulher tinha. Anáguas elaboradamente decoradas eram usadas à vista sob vestidos com fendas abertas na frente em meados do século XVI e posteriormente no século XIX. Já as anáguas do século XVIII eram de lá ou seda e acolchoadas para esquentarem o corpo e eram usadas com vestidos curtos ou jaquetas.

No século XIX, anáguas elaboradas eram algumas vezes suportadas por ossos de baleia. E então, em 1820, a valsa tornou-se popular e as saias com anágua foram revividas na Europa e Estados Unidos, e elas passaram a ter mais voltas e múltiplas camadas volumosas.
O peso das roupas, assim como o peso e o aperto dos espartilhos, faziam as mulheres desmaiarem. Nas décadas da Era Vitoriana, onde um corpo “encorpado”, era associado à saúde, riqueza e pertencimento a uma classe mais elevada, as anáguas tinham papel essencial para dar volume no corpo, já que, ser magra era ser associada à pobreza, doença e pertencimento à classe baixa. Até 1870, as anáguas estavam muito em voga, até que entrou na moda o Bustle. Mas ainda houve um pequeno revival de vestidos cheios de anágua entre 1890 e começo do século XX, mas poucas mulheres usaram.

As anáguas foram revividas pelo estilista Christian Dior em 1947, quando ele criou o New Look (postagem específica em breve), um look com saias de muitas camadas, babados e anáguas engomadas, que ficaram muito populares na década e 50 especialmente entre as adolescentes.

Há poucos anos, as anáguas voltaram à moda através subculturas, primeiro pela moda Lolita japonesa e há seis ou sete anos atrás na moda a gótica, assim como na subcultura do Vintage Rock n Roll e pessoas que gostam de se vestir com trajes de época. A finalidade atual das anáguas nas subculturas, nem sempre é ser roupa de baixo, há anáguas feitas para serem usadas por cima das roupas e nas mais diversas cores. A cantora Amy Lee ajudou a popularizar as petticoats entre as adolescente nos Estados Unidos há poucos anos atrás.

As anáguas como armação/proteção de saias:


Sobre saia aberta/curta exibindo anáguas elaboradas:


Reproduções: 



Petticoats ao estilo tradicional americano:


A Moda Alternativa cria anáguas dos mais variados tecidos e modelos, não apenas  com a finalidade de ser lingerie, muitas peças são para se usar de modo aparente:


Mais sobre lingerie histórica:

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