Destaques

4 de agosto de 2013

Moda Alternativa: Plataformas

Como vocês já devem ter notado, a década de 1990 está em voga e no meio alternativo e no mainstream. Cropped Tops, minimalismo, gorros, chapéus, vestidos camisola, transparências... e o que dizer das plataformas? Que tiveram seu momento tendência principalmente no fim dos anos 90 e atingiram alturas imensas nos pés das subculturas de rua japonesas como as Gyarus e Lolitas.
Veja também sobre os calçados que originaram as plataformas: Chopines e os Sapatos sem salto.

As plataformas estão de volta na moda alternativa e tem pra todos os gostos. Melhor dizendo: para todas as alturas desejáveis. Além dos creepers tem botinhas, sapatos e tênis (ou sneakers como os fãs da língua inglesa preferem dizer).
 

 
 

 

 
Calçados originais dos anos 90 com plataformas:


Ginger Spice uma das ícones de estilo da década com suas plataformas que exalavam girl power!



Que tal esse Jeffrey Cambell atual?


Como terminar essa postagem sem ilustrar um pouco da moda de rua japonesa? Afinal, por lá, estas plataformas nunca saíram de moda.
 

Fonte das imagens dos sapatos originais dos anos 90 e do Jeffrey Campbell: http://www.buzzfeed.com/leonoraepstein/things-that-will-make-90s-girls-feel-old

Editorial Belle Époque na Vogue China

Para aquelas que gostam dos looks do passado, a Vogue China fez um editorial com inspiração na moda da virada do século passado. Quem é mesmo o estilista que ama história da moda e sempre fotografa inspirado no passado? Ele mesmo: Karl Lagerfeld.
Mais do trabalho dele como fotógrafo:

Versace - Fall 2013: Xadrez, Vinil e Punk!

Esta coleção já tem uns meses que foi lançada mas vale a pena ser vista aqui no blog. Eu adorei a mistura de xadrez com vinil e studs nas peças e essa aura Punk de boutique. Aliás a coleção de outono inverno do ano passado também estava incrível, com influência gótica e bizantina.
Cliquem pra aumentar.

 
 
 
 
 

2 de agosto de 2013

Chopines x Sapatos sem salto

Dos séculos XV ao século XVII, o Chopine era um tipo de calçado com plataforma que funcionava como um tipo de pedestal ou galocha para proteger os sapatos e os vestidos das mulheres ricas da lama e da sujeira da rua. Com o tempo virou também símbolo de status entre as mulheres que os usavam.
No século XX, este tipo de calçado ressurgiu na cena underground fetichista na estética da mulher dominadora e distante e as plataformas sempre retornam sua moda em épocas de economia difícil suprindo a demanda por altura e consequentemente de status da mulher que os calça. 
Um pouco da história dos chopines e dos calçados sem salto na sessão História da Moda deste blog. 



A moda sempre se reinventa consciente ou inconscientemente. Dois bons exemplos já postados no blog foi sobre o Peplum e o New Look Dior. Décadas atrás, sapatos sem salto "surgiram" na moda underground fetichista, seja nas criações de Kronier ou  de nosso estilista de calçados Fernando Pires. Com a popularização da estética fetichista no mainstream, surgiram calçados sem salto numa versão menos extrema e mais usável.
Mas esse tipo de calçado não é inédito na moda. Dos séculos XV ao XVII, nos mais diversos lugares - da Itália à Turquia e China - foram usados os chopines.  


O Chopine era um tipo de calçado com plataforma que inicialmente funcionava como um tipo de pedestal ou galocha para proteger os sapatos e os vestidos das mulheres ricas  da lama e da sujeira da rua.

As verdadeiras origens deste calçado são desconhecida, altos tamancos já eram usados por atores de palco grego e por mulheres turcas em balneários; assim como eram uma alternativa menos dolorosa usada pelas mulheres manchús (China) para os efeitos do pé deformado no século X.

chopine em madeira
O andar no chopine era instável e deselegante. As mulheres que os usavam eram geralmente acompanhadas pelo marido, empregadas ou funcionários para poder se equilibrarem. Há quem argumente que no Ocidente, o sapato nasceu na Espanha do século XIV, pois há muitos registros, referências pictóricas e exemplos remanescentes daquele país. Mas é igualmente muito aceito que sua origem seja Veneziana. Os chopines que sobreviveram ao tempo são feitos de madeira ou de cortiça e os ao estilo espanhol podem ter faixas de metal. A peça era tão popular na Espanha que a maior parte da cortiça produzida no país foi para a produção do sapato. Com o comércio do país com a Itália, os chopines ganharam sua maior fama e fascínio em Veneza, por volta da virada do século XVI. 
A mania de chopines na Itália coincidiu com o auge da atração por trajes extravagantes durante o ano de 1500, quando quase todos os artigos de vestuário eram extremamente exagerados. Os chopines venezianos eram artisticamente esculpidos e os chopines espanhóis eram cônicos e simétricos (mas não menos adornados). Há também peças cobertas com couro, brocados, veludo ou jóias bordadas. Muitas vezes, o tecido do chopine combinava com o vestido ou o sapato, o que anunciava a riqueza da família e a posição social.

Chopines adornados com rendas e jóias:

 


Chopine em altura extravagante
Além de seus usos práticos, a altura da chopine tornou-se uma referência simbólica ao nível cultural e social - quanto maior a chopine maior o status da mulher. Eles eram normalmente de 12 a 22 cm de altura mas alguns modelos sobreviventes tem mais de 50 cm.
Na Itália renascentista, os chopines eram usados também como um meio de alongar a silhueta e  permitir mais espaço para a exibição de uma saia com pano suntuoso. Diz-se que as cortesãs venezianas os usavam para se destacar na multidão e atrair mais olhares.
Para alguns estudiosos, o chopine foi uma ferramenta para manter as mulheres em casa, já que o andar exigia tempo e equilíbrio. Na Itália, clérigos adoravam o uso dos chopines, porque segundo eles, impedia as mulheres de se entregar a prazeres moralmente perigosos, como a dança. Mesmo assim, há quem diga que havia mulheres que de tanta prática, conseguiam dançar graciosamente.
Há relativamente poucos chopines que sobreviveram ao tempo e estes estão em coleções de museus. Um dos motivos de eles terem sido salvos, pode ser exatamente devido à sua estética “estranha”.

Mulheres usando chopines:


Uma ilustração mostrando como o chopine era usado como um meio de alongar a silhueta e  permitir mais espaço para a exibição de uma saia com pano suntuoso. 


Não é de se admirar que os calçados ao estilo chopine tenham ressurgido no século XX na subcultura fetichista, onde temos tanto a figura da mulher doninatrix, alta e superior quanto o fetiche por pés. Outro dado curioso é observar que as plataformas da década de 1940, 1970, do final de 1990 e dos tempos atuais (a partir de 2009) mostrem que a demanda por altura e consequentemente status está presente num momento onde a economia (crise econômica de 2008) não anda tão bem. Alguns destes calçados sem saltos atuais são tão adornados quanto os chopines venezianos.

Subcultura fetichista do século XX: mulher alta, inatingível e dominadora.


Sapatos sem salto atuais: estética amenizada, mesmo assim exige um andar cuidadoso, em lugar plano e liso (calçada esburacada nem pensar!)...

 ... e alguns modelos são tão adornados quanto os chopines originais.

 

Como esta postagem é comparativa com os atuais sapatos sem salto, selecionei apenas imagens de chopines semelhantes. Há outros modelos de chopines, formados normalmente plataformas inteiriças e altas.

Fontes consultadas:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Chopine
- http://www.metmuseum.org/toah/hd/chop/hd_chop.htm
- http://www.allaboutshoes.ca/en/heights_of_fashion/east_meets_west/
- http://www.batashoemuseum.ca/podcasts/200903/index.shtml
- http://www.fashionencyclopedia.com/fashion_costume_culture/European-Culture-16th-Centur/Chopines.html
- http://aands.org/raisedheels/Pictorial/extant.php
- http://pourlavictoire.blogspot.com.br/2013/05/the-return-of-chopines.html
- http://americanduchess.blogspot.com.br/2013/06/chopines-platforms-of-past.html

Black Frost Coleção Veludo: Blusa 124 (review)

Como vocês puderam ver no post anterior, a Black Frost lançou uma nova coleção com peças em veludo. Neste post vou falar da blusinha 124 que é de veludo, verniz e tela arrastão. Meias argolas regulam a abertura frontal por fitas.


Uma coisa que eu preciso deixar claro é que este veludo não é aquele veludo grosso de roupa de frio. É super macio, fininho e confortável e por incrível que pareça, é fresco! Ou seja, dá pra usar sossegado em dias de calor porque o veludo é numa malha com uma tecnologia que troca de umidade com o ambiente.
Aliás, Alexandra acertou na peça: essa blusa tem uma pegada punk que me atrai muito! Eu adoro arrastão e toda a história "rebelde" do material e os detalhes em verniz e a amarração complementam esta estética rebelde mas que ainda assim é super feminina!

A blusa frente e costas. As costas são lisas e livres de detalhes. 


Na frente, arrastão nas mangas e no centro da peça. Laterais do recorte em verniz e amarração por fita - aquele tracinho branco à esquerda é um pêlo do meu gatinho safadeen que ficou olhando eu tirar fotos =P

 

Detalhe da tira de verniz e da amarração: 



Este blog não é adepto do look do dia mas é adepto de roupas no corpo! =P
Eu ia tirar foto com a abertura frontal mais fechada mas fica pra próxima!


A qualidade das peças da BF nem precisa de comentários. Já as criações da marca demonstram o sucesso criativo da estilista que pegou um tecido que está na tendência criou peças originais, sempre reinventando a estética da marca.



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