Destaques

19 de fevereiro de 2014

"Meu corpo não é uma gaiola"

Essa arte/fotografia incrível, juntamente com esta frase de impacto, vai pra todas aquelas que se sentem presas à ideais de beleza fora da realidade. Seja como você é e como quer ser e não como os outros e a sociedade dizem que você deve ser. 
Ainda bem que a cultura alternativa abraça a diversidade.

 

16 de fevereiro de 2014

Mist and Powder

Mais um trabalho de Natalie Shau aqui no blog, chamado "Mist and Powder".
Veja mais:
A arte de Natalie Shau
Natalie Shau e Lidia Courteille
Kerli em Tea Party


 

15 de fevereiro de 2014

Look do Leitor: Carol

Este é temporariamente o último post da sessão Look do Leitor. A sessão passará por uma reformulação e assim que tudo estiver ok, eu retornarei com ela.

Os looks de hoje são da Caroline Leal de 18 anos e que mora em Santa Maria (RS). Ela conta que é a única pessoa da cidade que se atreve a andar na rua com vestidos de influência gótica e medieval. Vistas grossas e preconceitos acontecem, mas pra ela, acaba sendo uma diversão ser diferente do normal. Carol é também costureira e fotógrafa. As fotos que ela me enviou foram tiradas por ela mesma. 

Algumas fotos vieram com explicação dos looks:

"este vestido de noiva ganhei de uma mulher desconhecida."


 "roupa que eu fui à uma festa e meu "bebê", a minha guitarra"

"todo o look foi feito por mim, é um dos meus preferidos. 
Costumo sair sempre assim"




12 de fevereiro de 2014

Estilo: Baby do Brasil


"Todo mundo acha que crente tem que ser feio, pobre e morar longe. Eu estou dizendo que cristão pode ter cabelo roxo, roupa muito louca, unhas coloridas e o coração cheio de Deus, cheio do bem".


O Moda de Subculturas amplia seus horizontes sobre a abordagem dos alternativos. Hoje, decidimos falar sobre o estilo da cantora Baby do Brasil. Ela não pertence à uma subcultura específica, mas tem um estilo pessoal nada padrão e super autêntico. Baby se tornou evangélica no fim da década de 1990, criou a própria igreja e virou "popstora". Muitos achavam que ela ia abandonar o estilo e usar roupas conservadoras, o que não ocorreu.

Cabelos
O sonho de criança de Baby era ter o cabelo azul. Tudo porque ela cresceu vendo o desenho da Branca de Neve e seu cabelo preto azulado.
Um dia, quando estava nos Estado Unidos, ficou fascinada pelo cabelo roxo de uma moça, abordou a mulher e perguntou onde ela tinha comprado a tinta. Não deu outra! No fim dos anos 1970 Baby já havia tingido os cabelos de roxo, rosa, azul...

Barrada na Disney
Ainda no começo dos anos 80, a cantora e Pepeu Gomes foram impedidos de entrar na Disneylândia porque os cabelos coloridos chamavam atenção demais, o que deu origem à canção "Barrados na Disneylandia: 
Eu estava grávida de sete meses do meu quinto filho e fui com o Pepeu toda colorida, do cabelo até os pés, para a Disney. E, quando estávamos para entrar, vi um carrinho tipo uma prisão, era tão bonitinho que eu pensei ser um carrinho qualquer do parque. O cara começou a falar inglês comigo e eu não entendia nada. Uma pessoa traduziu para mim e disse que estávamos sendo barrados por chamar mais atenção do que os brinquedos do lugar. Adorei! Me acabei de rir!"
Naquela época, o cabelo estava metade verde e metade rosa, suponho que algo parecido com o que vemos na capa do álbum "Cósmica" de 1984.

Reparem também na foto as unhas, uma cor diferente da outra. 
Baby era à frente de seu tempo.


Numa entrevista para o site da Lilian Pacce, Baby diz:
 “Fui eu quem trouxe a cor (roxa) para o Brasil entre a década de 70 e 80”. Depois, Baby tingiu apenas as pontas do cabelo de azul bebê, mantendo a antiga cor na parte de cima. Segundo ela, a mistura representava uma fase importante da sua vida, mix de experiências e sentimentos: “A alegria da gravidez com a satisfação do sucesso profissional”. Em seguida, a cantora optou por deixar as madeixas completamente azuis, dessa vez em um tom diferente. Pra ela, isso transmitia a imagem de uma personalidade quase séria. Por último, Baby pintou os fios de violeta, cor que ela diz ter sido um aviso divino: “Ouvi que devia ser assim”. Descobriu na sequência que essa é a cor dos antigos sacerdotes e já mantém por 5 anos.



E por que cabelo colorido? 
Ela diz que é porque gosta, cores lhe dão inspiração. Baby tinge o cabelo com frequência, pois o pigmento desbota e mancha, fazendo com que ela só use travesseiro na cor violeta: "...sei que em um mês terei várias tonalidades, porque vai tingindo a cadeira, a casa, tudo…(risos). Como gosto da cor mais escura, passo o pigmento de 15 em 15 dias. Mas não tenho uma vaidade de terceira dimensão em cima disso. Esqueço de raspar a perna, de fazer a unha..." 



Roupas
E não foi apenas os cabelos coloridos que Baby manteve com o passar dos anos, o estilo também. Baby deixou o estilo hippie e tropicalista que tinha bem no início de sua carreira de lado e passou a usar roupas ecléticas, muitas com elementos alternativos, do punk e do rock. No começo dos anos 2000, Baby vestiu um macacão de vinil numa homenagem à Cazuza. Isso bem antes de o vinil se popularizar no mainstream (na época, ele estava restrito à cena alternativa) e Ivete Sangalo usar um. 


Ao olhar as fotos abaixo, com as roupas que Baby usa atualmente, caímos naquela questão abordada no post "Adultos e Moda Alternativa": existe roupa "pra jovem"? Existe limite de idade para se usar o que gosta? Ou quem impõe esse limite são os outros?  
Baby tem 61 anos, claro que por ser uma artista é BEM mais fácil manter a alternatividade, mas acredito que ela possa inspirar muitos de nós a não perder nossa autenticidade por mais que os anos passem.


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Artigo das autoras do Moda de Subculturas.

9 de fevereiro de 2014

Casamento Alternativo: E a noiva vestiu negro!

Esta semana um casamento regado à rock e noivos de preto tomou conta dos sites de notícias e redes sociais. Uma coisa me chamou a atenção sobre o fato: o preconceito explícito. É pena que em nosso país, preconceito contra alternativos não seja crime (no norte da Inglaterra já é!) porque esse seria um caso mais do que comprovado. O preconceito em questão foi pela aparência dos noivos, pela cor da roupa. A cor preta, nos rincões deste imenso Brasil, ainda é vista como algo muito, mas muito subversivo.

* Tivemos um debate interessante neste tópico no grupo Moda Alternativa, se você está no grupo, eu sugiro a leitura.

A Noiva de Preto
O casal em questão mora numa cidade de MG com menos de 10.000 habitantes. Segundo o noivo, o tatuador Wesley, ele chegou a ficar afastado da igreja devido aos preconceitos com o seu modo de vestir, mas voltou a frequentá-la ao conhecer o padre da Paróquia local. O padre em questão disse à Wesley que não afetava em nada a roupa dele ser diferenciada e também disse que o casal poderia casar do jeito que quisesse, já que seguiriam as leis de Deus. O casamento foi realizado aos modos dos noivos. Fernanda (a noiva) disse que o casamento foi como ela sonhava, ela já tinha o plano de se casar de preto há algum tempo. 


Após o casamento, algumas fiéis alegaram que o casal era parte de uma seita satânica (desde quando satanistas frequentam igrejas??) e que "o catolicismo e a Bíblia ditam um padrão para casamentos, não podendo celebrar nada de diferente do tradicional". Inacreditavelmente, as fiéis querem anular o casamento para servir de exemplo (??) para futuros noivos. Elas também buscam a transferência do padre!! Dá pra acreditar que tudo isso acontece por causa da cor de uma roupa? E o caráter dos noivos, não é levado em consideração? 
Eu e minha esposa somos católicos. Não cometemos nenhuma infâmia contra às regras impostas pelo catolicismo. Gostamos de rock, de cores escuras, e vestimos de uma maneira singular. Queríamos ter um matrimônio que fosse a nossa cara. Meu casamento é legítimo e não tem nada que alguém possa questionar”, disse Wesley. O preconceito contra o estilo do casal é diário segundo uma matéria que li, porém, o casal ignora os olhares.

A questão aqui é simples e muito mais à respeito da rejeição do que do próprio conceito do casamento. Porque ocorreu rejeição?
O casal provavelmente já era conhecido por usar preto na cidade, por isso acredito que a crítica das fiéis é apenas uma desculpa pra expor publicamente o que estava entalado na garganta há muito tempo e elas não tinham coragem de colocar pra fora: o preconceito e o repúdio à quem ousa sair do que foi pré estabelecido como "certo". A cor da roupa foi apenas um argumento raso pra elas soltarem a língua contra o casal. Tem pessoas que preferem ficar encontrando pseudo-defeitos em quem não pensa e age igual à elas e os usa como escudo pra agredir os outros...


O vestido da noiva: uma convenção social
O vestido de noiva nem sempre foi branco. Durante a história ele também foi verde, vermelho, e sim, na Espanha do século XVI, o vestido de noiva era... preto! E pasmem: era preto por obediência à Igreja! O que acontece é que o branco tem um sinônimo de pureza e tranquilidade e a cor mostra a sujeira, se tornando assim, um símbolo de status. Carregamos ainda hoje, no século XXI, muitas heranças sociais e culturais da Era Vitoriana (século XIX), uma delas é o vestido branco de noiva. 

casamento renascentista

Em 1840, a rainha Victoria se casou por amor com o Príncipe Albert com um vestido branco. Na época, Victoria  escolheu o branco porque era uma cor não usada pra casamentos (era uma cor incomum!!) e porque devido ao desenvolvimento industrial, os artesãos estavam ficando sem emprego, assim, a rainha colocou um exército de artesãs trabalhando pra ela. O uso do véu e do buquê de flores brancas miúdas, também foi usado pela rainha. Como tudo que ela usava virava moda, as mulheres a imitaram. Desde então, o vestido branco passou a simbolizar também a virgindade das debutantes. Victoria reinou durante todo o século XIX, numa época considerada super conservadora.Esse foi o vestido branco usado pela rainha Victoria em 1840:


Reparem que o vestido da rainha, no estilo da moda da época, é meio que até hoje a referência dos vestidos de noiva, quando dizem "quero me casar com vestido de princesa": corpete, saia armada, rendas e, se repararem na "noiva de preto" da matéria, ela manteve o padrão de estética vitoriana no casamento dela (ainda que inconscientemente).

 
Black Wedding
Ano passado Avril Lavigne casou de preto com Chad Kroeger. Ela tem usado bastante roupa preta depois que começou o relacionamento com ele. Lembrando que a Avril tem uma marca, a Abbey Dawn.



Outras noivas de preto por aí... 




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Direitos autorais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas. 
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29 de janeiro de 2014

Kerli: "A Musa do Mês"

A Kerli já esteve aqui no blog algumas vezes [link1], [link2]. Embora eu não seja ouvinte das músicas dela, acho-a uma garota com um estilo muito legal. Aliás, ela é uma das possíveis "criadoras" ou melhor, uma das possíveis inspirações pra invenção do estilo Pastel Goth por fazer uso da mistura de moda gótica moderna com moda alternativa japonesa. Existem outras moças que fazem uso desta estética mais "pastel" como a proprietária da marca de maquiagem Lime Crime, Doe Deere e até mesmo MariMoon. É sabido que as 3 moças são amigas, até que ponto uma influênciou a outra, eu não sei rsrsrs!! Mas em oposto às outras duas, a Kerli usa mais elementos do goth, do cyber e vinil. Eu acho interessante.


12 de janeiro de 2014

Os arreios de Zana Bayne

Vocês já devem ter notado na moda alternativa a popularização de acessórios que lembram arreios.
O que são arreios? São peças feitas de couro, fivelas e grampos de metal, usados para prender animais (cavalos) na montaria ou nas carroças.
De onde veio essa tendência do arreio? Muito simples, é filho de outra tendência que já está aí desde pelo menos 2008: o fetichismo. 
Não o fetichismo underground e sim um fetichismo light, perfeito pra ser vendido pras massas consumidoras.
Digamos que este objeto que no underground fetichista tem uma simbologia muito forte, pois ele prende, amarra e subjuga; ao ser relido e revendido pras massas perde sua função original. Como resultado, temos um acessório diferenciado e sem o peso de sua simbologia original.

Então, já que é pra falar de arreios, decidi falar do trabalho de Zana Bayne que tem as criações que mais me chamam a atenção pela criatividade e qualidade, não à toa ela já foi convidada pra fazer peças pra grifes mainstream de renome e já apareceu em diversos editoriais de alta moda, mas o ponto alto de sua carreira foi fazer peças sob medida pra Lady Gaga.
Zana lançou os primeiros arreios em 2010, logo que ela se graduou em Arte. A marca tem residência em Nova York e todas peças são feitas à mão, em couro e seguem as linhas do corpo. A diferença dos arreios de Zana é o requinte e a individualidade de cada peça.
Apesar de ter tantas peças legais, Zana diz que raramente sobra tempo pra fazer alguma pra ela. As influências dela são Thierry Mugler, Siouxsie Sioux, Rachael de Blade Runner e a Mulher Gato (personalidades fortes, hein!) e admira muito a estilista Ann Demeulemeester por manter sua visão de estilo e ser comercialmente viável.

A estilista Zana. Ela adora preto e brilho. Gosta de cores em situações específicas. Diz que se sente muito mais confortável em diversas texturas da cor preta. Ah, eu eu amoooo que ela tenha esse cabelo encaracolado! (Porque tantas alisam o cabelo hoje em dia, né?)



O estúdio onde ela e alguns assistentes fazem à mão os arreios:


Um pouco do trabalho da marca: 


E claro, a Moda Alternativa (que sempre usou do fetichismo) também criou suas versões "light" dos arreios. Acessórios para uso frequente:



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