Destaques

16 de maio de 2014

Cabelos coloridos: Breve história de seu surgimento à chegada no mainstream

Estamos trazendo algumas postagens sobre cabelos coloridos porque reflete um comportamento da moda atual. Esse primeiro post, é focado nos cabelos coloridos no mainstream. Ao final sugerimos alguns posts antigos do blog que complementam esse artigo, neste momento, como introdução, o post Em Busca da Diferença mostra bem a atmosfera alguns anos atrás.

 Cabelos coloridos

Faz um bom tempo que percebemos como os cabelos coloridos saíram da cena alternativa e invadiram a moda mainstream de jeito. Há mais de cinco temporadas desfilando nas passarelas internacionais, observamos grifes famosas utilizando tinturas fantasias em mechas, perucas ou fios naturais de suas modelos.
Pintar o cabelo é um hábito antigo, os egípcios já usavam henna com tonalidade avermelhada em 1500 a.C., porém, a moda que conhecemos atualmente, surgiu na década de 70, onde os cabelos coloridos vieram como um dos símbolos da pós contracultura do Punk.
A estética, com essência provocante, converteu um simples ato de beleza em rebeldia, transformando o cabelo em cortes e cores dos mais radicais possíveis. Uma personagem que se destacou na subcultura londrina era a modelo Soo Catwoman, que tinha como marca cortar suas madeixas de forma que imitasse orelhas de gato, por isso o codinome.


Na mesma fase, Nina Hagen foi também grande exemplo do estilo. Já nos anos 80, o cenário estendeu ao pop com os cantores Cindy Lauper e Boy George, ex-Culture Club. Na década seguinte, havia uma mistura de ambas as cenas.

No Brasil, temos representantes como a MariMoon. Muito antes dela, a cantora Baby Consuelo já chamava a atenção por seus fios multicoloridos, ao ponto de ser barrada na Disneylândia, famosa história que gerou uma canção.
De lá para cá, os cabelos coloridos ganharam muita atenção, acelerando a popularidade devido ao uso de artistas do mainstream.


Em 2007 já encontramos um editorial na Vogue América de março onde as modelos usam rabos de cavalo coloridos com roupas de grife, era mais um dos sinais de que algo estava mudando na moda dominante.

Nos desfiles, foi interessante ver que começaram a ser aceitas modelos de estética mais alternativa, algumas até conseguiram alcance de mídia, é o caso de Chloe Norgaard e Charlotte Free.

Charlotte Free e seu cabelo tingido de rosa em um editorial e modelo de peruca rosa em outro editorial.

Pode soar comum cabelos vermelhos em subculturas, mas eles nunca foram comuns em editoriais de moda e passamos a ver modelos com mechas avermelhadas neles.


Atraindo os olhares da moda, encontramos madeixas pintadas de todas as cores nos principais editorias da área, em todo tipo de publicação e em volta de todo o tipo de temática fotográfica.


Katy Perry foi uma das primeiras cantoras pop a tingir verdadeiramente os cabelos em tons fantasia nesta década. Nos editoriais, mechas temporárias e cores que saem ao lavar os cabelos na W de setembro 2011 e na Vogue Itália de outubro de 2009.


A moderna revista I-D do verão de 2011; uma óbvia peruca roxa (perucas coloridas também viraram tendência) e o cabelo vermelho fogo, antes tão associado à subculturas.


Mas o que carimbou de fato a trend, foi quando a importante edição de setembro (a mais importante do ano e que define tendências) da Vogue América de 2012 trouxe um editorial que sugere que mulheres negócios bem sucedidas tenham cabelos coloridos. As modelos, usam perucas. 
Depois disso, passou a ser mais comum ver mulheres/meninas "normais" desfilando cabelos coloridos nas ruas usando roupas mainstream.


Os tons pastel entram em voga logo a seguir. E tiveram seu espaço garantido com looks mais suaves, contrastando com peças brilhosas ou com transparências.

Valeria Efanova e Charlotte Cardin-Goyer na Elle Canadá, dezembro 2012  
e Marie Claire chinesa.

W Coréia e Vogue Paris, novembro 2012.

A tendência continua em desfiles internacionais da temporada 2014:
Ashish (spring); Maria Grashvogel; DKNY (fall); Gilles (Fall)...

...Nicolle Miller; Vera Wang (fall), Meadham Kirchhoff (spring).
Abaixo uma comparação evolutiva entre o desfile de Kansay Yamamoto em 1980 e Schiaparelli Couture 2014.

... aqui no Brasil, a Melissa fez um editorial com a já citada modelo colorida Chloe Norgaard e seu último desfile foi cheio de referências alternativas. Além do látex e das perucas coloridas, teve como stylist Anna Trevelyan, ex-assistente de Nicola Formichetti.


Há vários editoriais de moda mainstream postados aqui no blog na época de suas publicações nas revistas. Abaixo, indicaremos alguns. Para acessá-los, basta clicar nos links:

- Cabelos Coloridos na Plastic Dreams
- Cabelos Coloridos: Pastas Pigmentadoras
- Editorial: Sweet Escape
- Revista Numéro: Tribal
- Editorial: Uptown and downtown 



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Direitos autorais:
Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
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9 de maio de 2014

Tintura Candy Color + Dica de Loja: Sweet Style

Pintar os cabelos em tons fantasia sempre foi parte da estética alternativa. Se antes eram usadas pela diferenciação, hoje vai muito além disso, pois já se tornou inclusive tendência mainstream. Uma das vantagens das tinturas fantasias semi permanentes é que elas saem com lavagens. A desvantagem é a descoloração que você deve fazer nos cabelos. E confesso que esse medo da descoloração atrasou por anos minha intenção de pintar os fios em tons coloridos. Atualmente estou usando um tom entre o roxo e o rosa, da marca Candy Color. Como gostei do resultado, resolvi apresentar a marca aqui no blog.
A Candy Color é uma marca nacional de tinturas semi permanentes que tem crescido e se destacado na cena alternativa.

Breve História
A criadora da marca, Hannah, resolveu estudar química pra adquirir conhecimento especializado. Quanto mais complexo e de maior qualidade o produto, mais profundo deve ser o conhecimento do desenvolvedor. Além do conhecimento técnico sobre o assunto, ela possuía também o conhecimento teórico, pois há mais de 10 anos vinha pintando os cabelos com tintura fantasia. Foram anos de pesquisa sobre formulações, componentes (e suas origens), legislações (nacional e internacional), registro de produtos e autenticidade dos fornecedores.
Na faculdade passou a entender e descobrir como o cosmético era criado. Após mais 2 anos de pesquisa, em 2010 ainda sem muita experiência, em uma base em gel foram adicionados alguns corantes para testar uma possível semelhança com algumas tonalidades de marcas estrangeiras e o mais importante: se a coloração pegava nos cabelos. Testes feitos, ela que descobriu que tinha criado um produto! 
O nome surgiu de uma ideia não específica, que por acaso ficou perfeito! O diferencial da Candy Color é a base em gel que faz render mais. O que incentivou que as amostras dessem início ao primeiro lote, foi a durabilidade e a quantidade de cores disponíveis. Conforme a demanda foi crescendo, surgiu a necessidade de abrir uma  empresa para que fosse possível realizar o registro do produto e seu comércio. Oficialmente, o primeiro lote foi desenvolvido apenas para testes de cor no fim de 2010. Assim foi também com os lotes consecutivos, até a estabilização da fórmula.
Sobre o polêmico assunto sobre corantes, Hannah diz: "Durante as pesquisas, descobrimos que não há nenhum milagre, ou o corante é cosmético, ou não é. Não há muita coisa a ser feita na formulação do produto. Visando a qualidade de nossa tinta, usamos os mesmos corantes do fornecedor da marca americana Punky Color."
A Candy Color tem sido bem aceita pelo mercado nacional e o foco agora é legalizar a produção. A tinta é comercializada de maneira artesanal, com intenção de levantar fundos e também para consolidar a empresa.

Este é o catálogo de cores da marca, bem lindo e variado né?



Tons Pastel
Se você gostou das cores do catálogo mas quer tentar um tom pastel, não tem problema. A marca tem o Candy Color Mix que é a base sem cor e serve para diluí-las. Por exemplo, Royal Pink com o Mix numa base loira bem clara vira rosa pastel. 




Dica de Loja: Sweet Style

Aproveitando a deixa vou apresentar a nova loja parceira do blog, a Sweet Style que também é revendedora da Candy Color
Na categoria cabelos tem vários produtos relacionados à descoloração e tratamento. Tem cosméticos da Nyx, cílios postiços, entre as roupas, moletonzinhos super fofos (olha o inverno vindo aí!!), e muitas outras variedades.

Como eu disse láá no comecinho do post eu uso Candy Color desde 2012 quando pintei minha franja com a cor Sweet Grape e recentemente pintei o cabelo todo. Recebi da loja Sweet Style 3 tubinhos, o Mix, o Royal Pink e o Magic Pink, além de duas presilas de mãozinha de caveira (rosa pra combinar com o cabelo rsrs) e um mega cílios postiços preto! 
O que me surpreendeu é que tudo veio num pacotinho lacrado, cheio de isopor colorido que parece marshmallow e veio também uns chicletinhos (acabei cortando da foto) hehe, afinal o nome da loja tem tudo a ver com um docinho certo? =D



Esse são os potinhos de tinta, vem 100ml em cada um e rende bem! Eu pretendo fazer meu primeiro teste pra tentar obter um rosa pastel no meu cabelo nas próximas semanas, é que a tinta tem durabilidade de 40 lavagens e estou esperando ela desbotar mais um pouquinho mais pra fazer esta experiência! *ansiosa*



Os tubinhos tem a tampa com este tipo de fechamento, 
o que conserva a tinta no pote caso você use mais de uma vez. 



Aqui as mãozinhas pinks  - vai ser o máximo combiná-las com o cabelo *_* 
e cílios imeeeeensoss =O

Acessem o site da loja Sweet Style!





6 de maio de 2014

Review: Corpete 3601 da Dark Fashion

Hoje, o review é do corpete 3601 da Dark Fashion!





Devo dizer que as fotos do site não fazem jus à beleza "ao vivo" desta peça! Ele realmente é muito, mas muito mais bonito em mãos, com todos os detalhes de fechamento e spikes...
Este corpete é uma espécie de underbust, mas é curto, tem 20cm de altura. Deixando claro que essa peça é de estilo, não pensem em fazer tight lacing com ele, ele não tem essa função. E no caso de comprarem, ele é feito sob medida. No link de compra, tem uma imagem explicativa da forma que você deve tirar suas medidas.



O material é couro sintético envernizado, reforçado com barbatanas de aço. Na frente, fechamento com zíper e com duas fivelas adornadas lateralmente por dentes de zíper de metal. Logo ao lado, spikes dão um charme mais rock/metal. A amarração traseira é com com fita de cetim. Clique na imagem pra ampliar.


Aqui, a peça aberta exterior e interior,  como podem ver nas fotos é forrado com brim grosso, ou seja, é super bem acabadinho e nada de ficar com as costuras da peça encostando direto no seu corpo!


Detalhes... *_*
Clique na imagem pra ampliar.



A peça que a Níva me enviou era pronta entrega, não era sob medida - no meu caso, como sou bem magra e costumo ter que ajustar até mesmo roupas que compro pronta (eu uso um tamanho entre o 36 e 38 rsrs!) - o corpete ficou completamente fechado atrás e nas laterais, acima, sobram aproximadamente 2cm de cada lado o que é amenizado pela roupa que uso por baixo, pois as roupas dão volume. Por isso é importante na hora da compra vocês passarem as medidas de vocês certinhas, pra não ficar grande =)


Eu não sei o que dizer dessa peça, desde que chegou já usei umas 6 vezes, combina com tudo que eu tenho hahaha! Eu acho que essa será uma de minhas peças top do ano exatamente pela versatilidade absurda! Ele "prende" bem o corpo, "segura", se é que vocês me entendem. Mas não pressiona nem aperta, mesmo porque, há a regulagem de abertura traseira que em mim ficou fechadinha. Fora que levanta pra caramba o look, é marcante, chama a atenção. Por ser uma peça curta, meio como um cinto, eu optei por usá-lo com saias de cintura alta.




Quando adquirirem a peça, acredito que vão gostar tanto quanto eu! =D
[Look 1 - link externo]





5 de maio de 2014

Os novos produtos da Le Café! (+ review)

A Le Café é uma loja parceira do blog que oferece produtos para o público Lolita, Visual Kei, Gyaru e Cosplay, apenas pra citar alguns. Também shopping service, ou seja, se você está de olho numa roupa ou produto que está a venda somente na Ásia, basta contatar a loja que eles trazem o produto ao Brasil pra você. Você pode ler todos os detalhes sobre isso [aqui]. Eu já havia postado sobre a loja ano passado, quem perdeu basta [clicar], vale uma visita pra conhecer, os preços são super acessíveis!!



Acessem:

A Rika me enviou estas duas meias super fofas escolhidas por mim. Quem me conhece deve estar estranhando as meias não serem pretas hahaha! Pois é, é que há um tempo eu procurava uma meia de renda branca ou off-white pra tirar um pouco o preto dos meus looks e a meia de estrelinhas e unicórnios foi uma ousadia minha mesmo, queria sair um pouco da minha zona de conforto e testar minha criatividade tentando algo diferente mas dentro do meu estilo.

 

Acabou que a meia de renda fica tão linda quanto uma meia preta mas destaca bem mais o look! Como tenho muita coisa preta, obviamente ela vai combinar com tudo e a meia de unicórnios me surpreendeu porque embora ela seja colorida, quando vestida, os desenhos ficam bem fraquinhos, em tons pastel e de longe mal aparecem, o que é interessante!
Uma coisa que merece ser dita é que estas meias são super macias e suaves ao toque. Ao contrário de várias meias importadas que são mais ásperas e pinicam as pernas. As meias vendidas pela Le Café não pinicam e não incomodam então acho que esse é um diferencial de qualidade que deve ser levado em conta na hora da compra.



Editorial Alternativo: Punk!

Esse editorial super gracinha é da revista japonesa de moda alternativa Kera. Eu acompanho essa revista todos os meses e é minha preferida! Gosto de ver a criatividade da moda alt. japonesa assim como os editoriais super cheios de dicas de peças e looks inspiradores.

Esse editorial tem tema "Punk", deve ter algo mais escrito ali em japonês mas eu não faço a mínima idéia, se alguém souber traduzir, fiquem à vontade. O que eu curti na sugestão de peças é que eles fizeram um editorial mostrando roupas atuais com referência punk, mas não é aquele cliché fácil e óbvio que a gente costuma ver em revistas mainstream onde o punk é minimizado ao estereótipo de preto, correntes, couro, moicano.

Esse editorial pega elementos fundamentais da moda punk como as animal prints, cores fortes e estampas, listras, cintos de tacha, calças com pernas em cores contrastantes, coturnos, a bandeira da Inglaterra. E tem também o lado pin-up que super faz parte da cena punk mais recente: bolinhas, cerejas, saias rodadas...
As roupas com tela arrastão, sapato boneca, creeper, couro (ou a imitação do mesmo), xadrez, calças rasgadas, plataformas, spikes e por aí vai...
Não me estranha que seja exatamente no Japão, o país que tem exportado moda alternativa pro mundo, que todos esses elementos que formam a moda punk tenham sido muito bem lembrados e muito bem representados em peças contemporâneas. É bom demais pra quem ama as subculturas e suas modas dar de cara com editoriais como este: tão criativos e respeitosos com a herança fashion que o punk nos deixou.



4 de maio de 2014

Sorteio de Bolsa com estampa de Caveira da Custom & Fashion

O Moda de Subculturas inaugura sua parceria com a loja Custom & Fashion sorteando a bolsa com estampa de caveira da imagem abaixo! 



Atenção: o sorteio está sendo realizado e sob a responsabilidade da fanpage da Custom & Fashion e o MdS está fazendo a divulgação do mesmo.

Para participar do sorteio, vocês devem acessar ESTE link e seguir as regrinhas indicadas lá, que são, basicamente:

- Curtir a página da Custom & Fashion: https://www.facebook.com/pages/Klau-Custom-Fashion/621319944551293
- Curtir a página do MdS: http://www.facebook.com/pages/Moda-de-Subculturas/207882219254621
- No Facebook do Custom & Fashion, clicar no aplicativo PROMOÇÕES (imagem de um passarinho). Você deve permiti-lo em seu perfil e em seguida clicar em QUERO PARTICIPAR.
- Compartilhar o link a seguir publicamente: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=847692388580713&id=621319944551293&stream_ref=10
O não cumprimento de quaisquer uma das regras desclassificará o participante.
O sorteio é de Dia das Mães, então CORRE que já é domingo dia 11/05 =D


Sobre a loja Custom & Fashion
A loja faz itens personalizados através da customização de peças de vestuário, acessórios e de decoração. É ideal pra quem quer fugir das produções em massa. Como tudo é feito à mão, artesanalmente, os produtos são exclusivos, o que significa que cada artigo foi produzido de forma única.

1 de maio de 2014

O estilo da cantora Brooke Candy

Antes de iniciarmos nossa análise sobre Brooke Candy, vamos explicar o porquê do tema: vivemos uma carência absurda de representantes femininas no rock. Fica difícil lembrar algum nome que abalou a cena por sua atitude em tempos recentes. Sentimo-nos órfãs da rebeldia que parece ter ficado a cada dia mais no passado. Praticamente, a estética se tornou a mesma para todos. Quase comum.

Patti Smith, Wendy O. Williams, Poly Styrene e as Runaways dominaram a década de 1970. Nos anos 1980, Nina Hagen. Tivemos o feminismo das Riot Grrrls, garotas grunges dos anos 90, como Bikini Kill, 7 Year Bitch e L7. Na mesma fase, a ira de Courtney Love e Kat Bjelland. Amy Lee nos anos 2000 era como uma donzela melancólica. Já as garotas do heavy metal andam comportadas, viraram "Divas" e "Deusas"; nesse meio quem se destaca pela atitude é Shamaya da banda Otep.
No Brasil, temos a grande Rita Lee e a Pitty. Dentre os homens a escala é maior, desde Elvis Presley, passando por Sex Pistols, Alice Cooper, Kiss, Rob Zombie, as loucuras estéticas do glam metal até algo mais próximo, como Slipknot e Marilyn Manson. Daí em diante, tudo na estética rocker masculina é revival, nada novo.

Porém começamos a observar nos últimos anos, que essa quebra de regras não sumiu por completo, tem voltado com força em mulheres do cenário pop. A maravilhosa Amy Winehouse era puro estilo e atitude. Lady Gaga abusa da ousadia, mas é boa moça como a cultura de massa gosta. Foi então que nos deparamos, em situações diferentes, com a rapper americana Brooke Candy.

A Lauren vem observando há algum tempo algumas meninas do gueto. Elas vinham lhe chamando a atenção pela estética e clips chocantes. Segundo o que percebeu, a Brooke tem aquela atitude bitch que não vemos mais no rock com frequência. Mulheres da pesada, “força da natureza” a la Courtney Love, com posicionamentos que intimidam o mainstream.

Já a Sana, conheceu a cantora no começo do ano, enquanto lia uma reportagem sobre a geração Y e suas misturas estéticas. Durante a leitura, uma fotógrafa é citada e uma visita ao seu site, acabou a levando até Brooke. Impressionada com a estética da moça, a associou com algumas tendências de moda alternativa que via surgir, porém não sabia qual fonte de inspiração. Ao olhar a rapper, tudo fez sentido.


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Brooke Candy

Sabemos que a Brooke é de um universo muito diferente do nosso, então pedimos que abram a mente, deixem os pré-julgamentos de lado, porque a moça apareceu com um estilo autêntico, corajoso e sim, alternativo. Bem mais, aliás, do que muitos que se dizem alternativos. A geração contemporânea parece não ter tanto o espírito rebelde e provocativo das anteriores. 
Nós amamos pessoas que desafiam romper padrões, pois nada mais é do que a verdadeira essência do rock n’roll. Como autoras do MdS e duas garotas do rock, apreciamos artistas que provocam e conseguem levar a cultura, a música e a moda adiante. Resolvemos então ousar e causar, falando dessa rapper que ainda não vimos ser abordada na cena alternativa daqui. Afinal, polemizar, quebrar tabus e trazer novas visões é o que a gente gosta de fazer!


Brooke Candy

Brooke Candy é uma rapper de apenas 23 anos que se auto-intitula “Freak Princess” de Los Angeles. Ela se enquadra na gíria americana "ratchet", que define garotas do gueto com toque de high trash (algo como “alto lixo”, uma analogia com “alta moda”) e imagem de stripper em looks abertamente sexuais. De fato, Brooke é uma ex-stripper crescida nos bastidores da indústria pornô californiana (Wendy O. também tinha) e se tornou conhecida pelo seu tumblr pessoal onde divulgava fotos polêmicas. Ela tocava em pubs norte-americanos e aos poucos começou a se destacar como artista underground.

Foi através das fotos que postava em seu tumblr pessoal 
que seu estilo começou a se destacar no underground.
brroke-candy-style-tumblr

Brooke aprecia o universo trash. Quentin Tarantino e John Waters (Cry Baby, Pink Flamingos) estão entre seus diretores preferidos. Com um visual mega diferente, carregado em exageros e elementos excêntricos, Brooke parece não possuir o menor receio de alternar a sua estética, muitas vezes beirando ao ponto da androginia, pois quem não a conhece, pode confundi-la com uma Drag Queen. Ela não tem limites para se expôr, boa parte de seus clipes são proibidos no Youtube. Se fosse para defini-la, com certeza não iriam faltar palavras como extremo e over.


Brooke adora flertar com a androginia.

Numa entrevista, Brooke revelou: "Fui obcecada por Marilyn Mason. Ele é um gênio. Ele tinha cabelos longos e se transformou em transexual/artista performático com muita originalidade. Courtney Love é alguém que eu respeito. Amy Winehouse é a mulher mais emblemática para mim. Ela foi a artista mais original do nosso tempo e era tão genuína, verdadeira e trágica. Sua voz era tão emotiva e de coração partido. Posso me relacionar com sua intensa tristeza. Ela é alguém que eu literalmente amo..."

Como uma moça da geração Y, Brooke mistura diversos elementos visuais de subculturas em seus looks, mas é tudo levado ao extremo. Abaixo, franja em V, cabelo rosa e azul, tranças, roupa de látex, elementos cyber e clubber, cores neon, plataformas gigantes, unhas imensas decoradas, maquiagem gótica. Uma pin-up radical, pós-apocalíptica!
 


Polêmica, sobre sua imagem over-sexualizada e hiper-agressiva, ela diz: "As mulheres ainda são sexualmente escravizadas em nossas mentes. Não deve haver dois pesos e duas medidas e eu sinto que homens e mulheres são iguais e devem ser tratados assim. Eu era muito atormentada quando estava crescendo, era uma pessoa muito triste. Nunca estava confortável comigo mesma, nunca". 

Brooke diz que quando virou stripper sua auto-estima melhorou: "eu não estou sugerindo isso para as meninas como uma forma de construir a sua confiança, não. Mas para mim, funcionou. Meu pai trabalha na pornografia e então eu estava em torno deste tipo de coisa desde muito nova. Eu disse a mim mesma: "Ok, eu estou empurrando os meus limites, vou me objetivar e não ser objetivada". Eu estava me objetivando para mostrar a outras mulheres que devem se sentir confortáveis com o seu maldito corpo. Quem se importa? Eu não tenho um corpo perfeito. Não há limites para a minha sexualidade e não me ligo mentalmente com os homens, é como se eles fossem um objeto sexual para mim, como muitas mulheres tem sido para os homens ao longo dos séculos. Por que eles não podem ser objetos sexuais para as mulheres? A  vagina é uma arma, ela detém o poder. As mulheres são tão poderosas, dão a vida."


Numa foto relembrando seus tempos de stripper, plataformas gigantescas ao estilo que Marilyn Manson usava nos anos 90!

Brooke já vem um tempo flertando com a moda. Teve o vídeo “Everybody Does” produzido pela revista Dazed And Confused e em “Das Me”, ela termina andando pela Rodeo Drive, um quarteirão famoso de LA por ter as maiores lojas de grifes do mundo. Quando começou a se destacar no underground, revistas de apelo mais alternativo como a Shön, a Wad, a Cream, a Tank e a Love Magazine colocaram o estilo de Brooke em suas páginas.

Sua coleção de plataformas é visível na primeira foto, a seguir, o mix de clubber + rapper. Abaixo, um streetwear colorido; látex e flores para a Love Magazine e finalmente com a amiga Mela Murder.


Seu nome tem ganhado bastante evidência depois que se juntou a Nicola FormichettiA amizade começou depois que ele a viu no clipe Genesis, da Grimes. O diretor criativo ficou impressionado com sua estética, achou a completamente louca. Se conheceram durante uma sessão de fotos e desde então, Formichetti tem trabalhado como stylist da rapper, abrindo as portas da cantora à moda mainstream, tornando parte da campanha de acessórios da Diesel.

Com Formichetti teve acesso a roupas de McQueen, Thierry Mugler, Gareth Pugh, Viktor e Rolf, ela diz que as criações dos estilistas são opulentas, mas ainda tem o fator estranho: “Eu estou em transição, saindo da armadura. Estou evoluindo para algo mais alta moda”.


Brooke com Nicola Formichetti e se apresentando no desfile da Diesel.

Brooke está começando uma nova fase, quer atingir um público maior e está trabalhando com Sia pra dar uma direção mais pop, acessível e comercial às suas polêmicas músicas. Se ela continuará nos surpreendendo com seu estilo, parece que sim, a julgar pelo teaser de seu novo clip Opulence, dirigido por ninguém mais ninguém menos que o icônico fotógrafo Steven Klein, sob o styling de Formichetti.


Brooke para Diesel nas duas primeiras fotos e com um visual mais amenizado em evento recente. Será que a autenticidade de seus looks continuará, agora que seu visual está sendo assistido por Nicola Formichetti, ou ela será transformada numa nova Lady Gaga? 


Na Moda Alternativa
O ghetto fabulous já começa a dar as caras aos poucos em algumas linhas da moda alternativa. O estilo de Brooke, amenizado, se revela até que bem vendável. A onda hipster, super vendida por lojas fast fashion chinesas, já se tornou comum e aos poucos as pessoas procuram novamente por diferenciação. Essa referência 90s, de cores fortes, cyber e clubber, já começa aos poucos a invadir o estilo dos alternativos. Não duvide que os lita inspired boots sejam substituídos por calçados de imensas plataformas num breve espaço de tempo!



EDIÇÃO 24/01/2018: Em recente entrevista, Brooke Candy revelou que rompeu com a gravadora por esta estar limitando sua criatividade. De fato, nos anos em que esteve sob contrato, a cantora amenizou bastante sua música e visual. A rapper ama o underground e a cultura alternativa, será que agora voltará com seu estilo extravagante? :)

EDIÇÃO 07/06/2019: Sim! Brooke Candy voltou a ter um visual super ousado, aumentou as tatuagens e continua super provocativa! Se afastar do mainstream fez ela voltar a ser ghetto fabulous!



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Artigo original do blog Moda de Subculturas. É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer  nosso trabalho. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos. 

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