Destaques

13 de agosto de 2014

Entrevista com Mariane da Devas Acessórios Lolita & Alternativos

A Devas é uma loja especializada em acessórios alternativos e também direcionados ao público lolita. Os produtos são feitos artesanalmente, um por um. Apesar do crescente desenvolvimento de marcas alternativas, ainda há pessoas que apreciam o artesanal na moda. Seja porque gostam, seja porque as lojas de pronta entrega não oferecem o que o consumidor quer. Ao contrário do que se possa pensar, consumir roupa ou acessório confeccionado manualmente nem sempre custa tão caro, existem peças incomuns com valores bem acessíveis.
Nossa entrevistada de hoje, é a Mariane, a mente criativa e criadora por trás da Devas. Nessa conversa, conhecemos um pouco a história da marca e a visão da estilista sobre o Mercado Alternativo.

acessórios alternativos
Mariane com o estande da Devas na Alquimia Gothic Nights


Devas no MdS:
- Os novos produtos da Devas
- Chifres na Moda: da história à moda alternativa
- Devas: Review de corsage, wristcuff e presilha de morcego


Quando e como começou a sua imersão pela cultura alternativa, mais especificamente a Lolita?

Acredito que tudo tenha começado com minha curiosidade por tudo que era incomum (visuais de bandas, personagens de filmes e de desenhos animados) e minha paixão pela cultura japonesa.
Quando comecei a faculdade de Moda (FMU), passei a frequentar feiras que revelam novas marcas e conhecer muitas pessoas com ideias e visuais diversos. Foi nessa mesma época que comecei a pesquisar quem eram as lolitas e entrei na comunidade do Orkut para entender quais eram os requisitos para criar um outfit, onde comprar e quais as marcas mais citadas. Em 2008 vi os livros Fresh Fruits e Gothic&Lolita (na verdade coletâneas bem antigas de revistas bem famosas) e decidi que ia me aprofundar cada vez mais nesse universo J-Fashion.
Em 2010 fui ao meu primeiro meeting lolita e depois consegui expor no I Meeting Nacional Lolita. Isso foi graças ao apoio que a Rika (da loja le café) deu, deixando que novos criadores expusessem suas peças em seu estande nesse evento.




Como surgiu a ideia de fazer artesanato lolita e alternativo? Você já tinha uma habilidade natural pro artesanato ou foi estudar técnicas? É uma área que exige um pouco de detalhismo, certo?

Foi um longo período de erros e acertos até decidir criar acessórios para esse público. Depois de pesquisar bastante, em 2009 já estava confeccionando as primeiras peças - que eram somente mini cartolas e depois consegui fazer a primeira sombrinha da Devas.
Minha maior referência e fonte de incentivo foi minha mãe (Rose - a outra metade da Devas), que sempre foi muito talentosa com arte feita com as mãos, muito criativa e aproveitando todo material que via pela frente. Acho que herdei certa parcela desse talento.
Já o raciocínio básico para moldes e escolha de materiais devo aos ensinamentos que acumulei na faculdade.



O artesanato não é tão valorizado e não ganha tanto destaque no Brasil, exceto em um nicho populacional mais culto que valoriza o personalizado, peças únicas. De que você acha que se dá esse desdém do brasileiro pelo artesanal?

Talvez porque o artesanato tenha 2 espécies de conceitos, algo que até já foi discutido por minha professora na faculdade (Valéria). Um é voltado para o feito a mão, peça exclusiva e criada uma a uma, com cuidado. Outro já é esse artesanato mais serial, com moldes e carimbos comercializados em grande escala até para desenho de olho de algum boneco. Não que um seja certo e outro errado, mas esse segundo tipo de artesanato acaba criando "artesãos copiadores" que compram ou copiam moldes da internet e vendem em larga escala. Talvez por isso as pessoas acabem desvalorizando e achando que seja algo bem fácil de fazer, que não exista criação e nem esforço.




Reclama-se que os consumidores não querem pagar o valor do artesanato por acharem mais caro, mas esquecem que as peças são feitas manualmente e resultam num trabalho exclusivo. O que você acha dessa situação? Como lidou (ou lida) com isso? 

É algo bem frequente, já presenciamos isso em feiras voltadas para artesanato. Até porque, mesmo nessas feiras atuais é muito comum ver outros artistas preferindo comprar uma peça pronta importada (provavelmente da China) e revender. Quando isso acontece, o público fica confuso e acha que aquele preço deve ser o parâmetro para o restante. Nesse caso, sempre temos peças para mostrar e exemplificar o que é industrial/feito em série e o que é costurado à mão. Como uma mini cartola toda costurada e uma outra de plástico flocado feita na China, então fica mais fácil ilustrar a diferença do preço final.



Quanto tempo demora pra fazer uma peça?
A mini cartola, por exemplo, demora 3 dias para confeccionar. Dependendo se temos os materiais necessários (tecido, aplicação etc), se temos outras peças para confeccionar no mesmo período e também se a peça exigir algum detalhe especial.

wristcuffs, tiara de laço


Você participa de muitos eventos alternativos no underground, como feiras e bazares, esse é o principal meio de divulgação da marca? Estar onde o publico está é a saída?

No momento é o nosso principal meio de divulgação, sim. Foi através desses eventos (como o Alquimia Gothic Nights, Perky Goth Party etc) que conseguimos um feedback muito mais rápido e preciso, aumentando nosso público e podendo conviver com outros estilos. Outra professora (Miti) sempre falou que o melhor meio de entrar no mundo alternativo é frequentando as mesmas casas. Pra mim, algo maravilhoso, já que sempre fui tímida e não saía. O Facebook também é outro veículo precioso.

Estandes da Devas em eventos alternativos


Você tem alguma influência ou referência pra criar as peças ou faz de acordo com a demanda dos clientes?

No começo a nossa maior referência eram as peças que as grandes "burandos" (brands) japonesas criavam e imagens que clientes nos enviavam, além de nossas criações baseadas em peças de vestuário de séculos passados, brinquedos antigos, pessoas que admiramos, personagens de filmes, livros e músicas. Cada vez temos uma inspiração diferente, só não separamos em coleções.

Corsage (serve como presilha ou broche); fluffy com spikes (presilha ou broche); wrist cuff de renda com miçanga e bottons numa caixa em formato de caixão com uma caveirinha.
wristcuff


Você revende alguns produtos na Miniminou. Como surgiu essa parceria?

Essa é realmente uma parceria muito especial. Conhecemos a Isis e sua irmã Baboo em uma visita ao Mercado Mundo Mix, nessa época tanto a Devas como a Miniminou estavam se formando. Fomos ao evento e conhecemos o estande delas, minha mãe foi atirada e sugeriu que "dessem uma olhada" em nossas criações (que se limitavam a mini cartolas e sombrinhas). Fui surpreendida quando Isis nos contatou e começamos nossa parceria que virou uma amizade muito linda. Temos muito orgulho dessa parceria e de como nossas peças são valorizadas pelas produções da Miniminou.


sombrinha de renda

miniminou, chifres


O que acha do mercado alternativo (dificuldades e facilidades), tanto como consumidora e empresária?

A dificuldade é que por ser alternativo, o público é um pouco menor e a maior vantagem é que são muito fiéis e carinhosos.
Como consumidora, acredito que está mais fácil encontrar lojas alternativas que atendem aos mais diversos estilos. O que falta é mais união pra ter uma divulgação melhor. Algo que sempre tentamos, em grupos no Face, participando de eventos parceiros e tendo outras parcerias.
É um mercado que está sempre crescendo, e mesmo fugindo de tendências mainstream tem as suas próprias. Seu blog mesmo é um bom termômetro do que está em alta, temas e materiais.



Para os leitores que quiserem comprar seus produtos, qual forma de contato?

Por enquanto aceitamos pedidos e encomendas por e-mail (lojadevas@gmail.com) ou Facebook (facebook.com/lojadevas1).Também podem conhecer nossos produtos pessoalmente em eventos que temos estande, acompanhando nossas atualizações.

7 de agosto de 2014

Livro: Metal Cats!

Em maio (2014) foi lançado o livro "Metal Cats" que mostra músicos da cena extrema do Metal com seus gatinhos de estimação. Uma parcela dos rendimentos do livro assim como de shows beneficentes irão para abrigos animais que não os sacrificam. A autora, Alexandra Crockett além de trabalhar com música é designer de jóias, e a ideia para o livro surgiu quando estava fazendo fotos promocionais para bandas de amigos e seus gatos sempre apreciam para sentar junto. Algumas bandas participantes são Black Goath, Throne, Isis, Morbid Angel, Skeletonwitch, Ludicra, Holy Grail, Exhumed, entre muitas outras.
Separei algumas imagens pra vocês! Clique pra aumentar.



5 de agosto de 2014

Alfinetes de Segurança: do Punk ao Mainstream

Devido à exposição “Punk: Chaos to Couture” ter sido tema do MET Gala de 2013, muitos elementos estéticos do movimento sobressaíram nas temporadas de moda internacionais. Entre os destaques, poderíamos ressaltar o enorme uso dos alfinetes de segurança.


Não é a primeira vez que eles reaparecem na moda. De tempos em tempos, os encontramos de volta nas passarelas. Porém, o que pouco se fala é como eles surgiram no punk e se transformaram num dos maiores símbolos de rebeldia. Nesse post, vamos relembrar o início e fatos importantes que ocorreram ao longo dos anos.

Os alfinetes fazem parte da indumentária há séculos. Eles tinham como objetivo prender as roupas, como ganchos. Uma lembrança conhecida são as fraldas de pano que necessitavam do objeto para serem fixadas. Ninguém poderia imaginar que no século XX, uma mudança total de conceitos poderia ressignificar a peça.

Era final dos anos 60, quando o Punk começou a tomar forma em Nova Iorque. Um músico conhecido como Richard Hell chamou a atenção do empresário Malcolm McLaren pelo jeito que se vestia. O inglês ficou fascinado pelo estilo anti-moda do rapaz, que usava roupas rasgadas e perfuradas por alfinetes de segurança. McLaren tentou empresariá-lo e levá-lo para Londres, mas não obteve sucesso.

Richard Hell no período em que tocava no grupo The Voidoids. Perfurar as roupas com alfinetes era também uma tentativa de "costurar" os rasgos, já que não se tinha dinheiro para comprar novas:


Malcolm então decide retornar à Inglaterra. Lá, ele tinha uma loja de roupas junto com a esposa, Vivienne Westwood, onde decidiu tentar reproduzir o que havia visto na cena americana, porém adaptando ao contexto social inglês. O empresário cria os Sex Pistols e, consequentemente, o grupo passa a ser vestido com criações de Westwood.

John Lydon (na época Johnny Rotten) e sua roupa pregada de alfinetes.

Sex Pistols usando as criações de Westwood e um cartaz da banda.

Influência: fã dos Pistols, Joan Jett usa o alfinete em duas ocasiões; com uma camiseta customizada por ela e na função primária da peça fechando seu jeans.

Trinta anos depois: o logo da liga London Roller Girls relembra o anúncio do grupo inglês.


Mesmo o Punk tendo nascido em solo americano, foi na terra da Rainha que ele se impulsionou. O movimento foi uma válvula de escape para os jovens da classe operária que estavam desempregados e sem nenhuma perspectiva de vida devido a forte recessão que assombrava o país.

Irritados, desiludidos e revoltados, passam a protestar usando como arma tanto a música quanto a estética, que deveria ser o mais chocante possível. Assim, os alfinetes de segurança perfuram em excesso as roupas, os acessórios e o corpo. Atravessam os tecidos, mas também o nariz, lábios, bochechas e orelhas, que muitas vezes, são interligadas por correntes de privadas. Dessa forma contestadora, o ano de 1977 costura de vez sua história na moda.

Punks anarquizando sua estética perfurando o objeto na boca e orelhas.


Os alfinetes na Moda Mainstream
Quando olhamos as imagens dos Sex Pistols e suas roupas cobertas de alfinetes, logo lembramos que a criadora daqueles trajes foi Vivienne Westwood. Durante esse período, e também nos anos posteriores, o aviamento volta e meia pontuaria as coleções da inglesa, como a de Outono/Inverno 1993.

Kate Moss fotografada por Ellen Von Unwerth, fazendo clara referência aos Punks. À direita, no desfile Outono/Inverno 93.

Mas Vivienne não foi a única estilista importante da época. Se ela era conhecida como a Rainha dos Punks, Zandra Rhodes seria a Princesa. E embora Zandra não tenha a fama comercial da primeira, sua influência no desenvolvimento da moda punk é significativa. Ela também utilizou dos cortes remendados por alfinetes nas suas produções.

A "Princesa do Punk" demonstrando seu total amor pelo objeto.

A estilista usou e abusou do material nas criações.

Embora outros estilistas tenham se inspirado na estética punk, um desfile no Outono/Inverno de 1992 iria causar furor na moda mainstream, talvez remetendo a mesma perplexidade que a sociedade inglesa setentista tinha ao enxergar um anárquico.

Gianni Versace trouxe para sua passarela o universo bondage, causando um certo espanto aos críticos de moda que observavam. Vestidos ultra-mega colados ao corpo, com decotes profundos, eram entrelaçados por fivelas e alfinetes de segurança. Em defesa as críticas que recebia, soltou a seguinte opinião: “Eu não acredito em bom gosto”. Dois anos depois, a atriz Elizabeth Hurley ganharia fama ao usar um dos vestidos na première do filme "Quatro Casamentos e um Funeral". Esse foi um ponto crucial ao acessório, pois obteve uma inversão de valor, sendo transformado em artigo de luxo.



Desfile Bondage da Versace Outono/Inverno 92, com as tops Naomi Campbell e Christy Turlington.

O vestido desfilado por Helena Christensen, ganhou fama dois anos depois pela atriz Elizabeth Hurley.

Da década de 90 para os dias atuais, os alfinetes de segurança ressurgiriam numa coleção ou outra. Um pouco antes da exposição surtir influência nos designers de 2013, a grife Balmain, ainda comandada por Christophe Decarnin, reviveu a estética punk de luxo nas roupas Primavera/Verão de 2011. A jornalista Nicole Phelps do site Style chegaria a questionar se “a balmainia ainda era tão forte para as mulheres desembolsarem altos valores numa jaqueta cravejada de metais, com um olhar tão DIY”.


Balmain por Christophe Decarnin, Primavera/Verão 2011.

Kristen Stewart com vestido da grife no MTV Movie Awards de 2011.

No Brasil, o estilista Alexandre Herchcovitch, que sempre teve ligação com as subculturas, se inspirou na estética de Boy George para o desfile Primavera/Verão 2013. Apesar do tema oitentista, as clutches da marca eram recheadas de alfinetes em diversos tamanhos. Já para o Inverno 2014, João Pimenta colocou entre os detalhes de sua coleção masculina, enormes alfinetes que transpassavam golas ou cachecóis.


Coleção Primavera/Verão 2013 Alexandre Herchcovitch.

Coleção Inverno 2014 de João Pimenta.

Quem costuma observar a moda mainstream, é provável que tenha notado a volta significativa do material em roupas e acessórios, muitas vezes usados por celebridades que nem são alternativas. Além de retornarem nos tecidos, os alfinetes também estão perfurando novamente as orelhas, como brincos.


O cantor britânico Shane McGowan usa o alfinete com o mesmo espírito dos anos 70.


Famosas alternativas ou não aderindo a peça: Kate Nash, Isis Queen, Kelly Osbourne, Miley Cyrus, Rihanna e Jessica Alba.


Além das orelhas, Kelly Osbourne fez uma versão no seu cabelo. Antes dela, Giovanna Bataglia apareceu com os fios entrelaçados por alfinetes no MET Gala de 2013.



Faro hipster: em 2009, na sua primeira visita ao Brasil, Marc Jacobs já tinha o alfinete como brinco. Aliás, esse é um motivo interessante a se notar: quando alternativos usavam alfinetes ou clips nas orelhas, muitos debochavam de tal atitude. Agora com o renomado estilista usando a peça, será que as mesmas pessoas que criticavam mudaram de opinião??? São nessas horas que descobrimos as vítimas da moda.

Marc Jacobs usando o acessório, em 2009.


A difusão do alfinete na moda se tornou tão forte que conseguiu atingir diversos públicos. Chegou-se a um ponto incontável de exemplos. Isso confirma o quanto o objeto foi diluído e dominado pelo mercado mainstream.



Editoriais de 2013: Teen Vogue de Setembro e Tyra Banks na Faulty Beauty Magazine de Julho.


Na exposição The Little Black Jacket, o famoso casaco da Chanel também foi alfinetado.

Apesar do aviamento ter penetrado no mercado de luxo, ele ainda permanece em roupas alternativas, como das cantoras Avril Lavigne e Brody Dalle.

A rede de departamento Zara trouxe na versão estampa.

Max Cavalera mostra que os alfinetes também pertencem ao metal.


Nessa imagem da Tokyo Fashion, a criatividade dos japoneses se revela como sempre além do esperado, em "tatuagens" nos seus rostos.


Até a monstrinha Draculaura ganhou alfinetes em suas orelhas. Será que as crianças de hoje já enxergarão com mais naturalidade um alfinete sendo usado como brinco?
 

Jean Paul Gaultier provoca no desfile de Inverno 2014, ao trazer um modelo com mais idade. Nele, a gravata é espetada por alfinete cheio de penduricalhos, como se fosse um pingente. Nos anos 70, era também comum punks criarem colares e pingentes feitos só do aviamento.
 

O alfinete é mais um exemplo de objeto que teve seu uso desconstruído pelas subculturas e como vimos, cooptado pelo mainstream. Teve o seu significado amenizado ou esvaziado de forma a que fosse melhor vendido para as massas. Mas será que a ideologia morreu por completo?



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29 de julho de 2014

"Renda-se" - a nova coleção da Dark Fashion!

Eu ia fazer um post apresentando a nova coleção da Dark Fashion com as belas fotos do lookbook, mas conversei com a Nívia, estilista/proprietária e optei por contar como a coleção surgiu e ao mesmo tempo dar dicas de como usar as peças. É legal que os clientes saibam de onde vieram as referências e, por incrível que pareça, mesmo que falemos muito em "estilo próprio", algumas pessoas não conseguem desvencilhar a imagem de um look pronto de catálogo transferindo as peças pra um uso mais real, mais dia a dia e menos "balada".

Outra coisa que eu já havia conversado com a Nívia em outra ocasião, é sobre o fato de que as fotos de catálogo não fazem jus à beleza das peças da Dark Fashion na vida real! As peças da DF são muito mais bonitas pessoalmente do que em imagens e isso é uma coisa que me fascina.
Se vocês quiserem ver algumas peças da marca no corpo: blusinha2013 [aqui][aqui], corpete3601[aqui][aqui], saia5023.

A coleção
Era para a coleção "Renda-se" ter sido lançada antes, estava desenhada desde fins de 2013. Esse delay se deu, segundo Nívia, à dificuldade de encontrar um bom fornecedor de veludo. Passada esta fase, existia a dificuldade de costurabilidade do material, especialmente na união com a renda, unir tecidos de gramaturas diferentes não é tão simples quanto parece. Devido a este fato, algumas peças tiveram seus detalhes originais alterados e em alguns casos foram feitas de 4 a 5 peças piloto de cada até a modelagem e os encaixes dos recortes ficarem perfeitos. Ou seja, além do material usado ser um pouco mais caro, deu mais mão de obra e os valores finais acabaram por ficar um pouco mais altos que o normal, já que um pouco do material foi perdido nas tentativas de dar certo.


Acho interessante explicar isso pros leitores porque nem todos tem conhecimento de como funciona a criação de roupa nos bastidores. Em todo o trabalho de testes que um estilista tem até que a peça fique próxima do que foi idealizado. 
Os tecidos da coleção são majoritariamente: veludo irlandês, renda e viscolycra.

Do rock à sofisticação
Renda e veludo resultaram numa coleção mais luxuosa e sofisticada, remetendo a um estilo gótico mais próximo do tradicional com referências tanto medievais quanto de filmes e séries que envolvem figurinos diferenciados, como Reign e Once upon a time, deste último foi de onde Nívia criou o detalhe da cauda da blusa 2200 e da 2202, que foi deixada mais curta. 
Com esta coleção, a Dark Fashion atinge um outro nível, bem mais elaborado, ampliando assim os horizontes da marca e mostrando versatilidade criativa. 



As peças
Devido às questões já apresentadas, esta coleção tem preços que variam de R$55,00 (short), passando por uma legging de R$70,00 (você paga R$60,00 por aquelas de loja de departamento com centenas de peças iguais); um corpete de R$180 e um vestido longo medieval de veludo por R$270 - a peça mais cara.

Vestidos:
Medievalíssimo e dramático, esse vestido remete àquela imagem do gótico tradicional. Misterioso, elegante e sofisticado.


Os três vestidos a seguir são tão versáteis que eu sugerira que todas as meninas tivessem ao menos um dos três. Por um motivo muito simples: são estilosos e atemporais. Pode ter certeza que em cinco anos eles ainda estarão "na moda". Fora que vão pra um passeio, um namorico, um jantar, uma festa (pessoal sempre comentando que não tem roupa alternativa pra uma festa mais chique, olha as opções aí!), formaturas, casamentos que permitem pernocas de fora como os civis... mas basta colocar um coturno que eles já ganham ares mais rebeldes! 
Necessários, sim ou sim??


Bata com os recortes tipo os da blusinha2013 mas com manga longa e leve cauda.
Como usar: não precisa necessariamente ser com legging, pode ser com uma calça justa preta ou com uma saia lápis pra equilibrar a silhueta. 


Essa já é uma blusa mais fashion, mais ousada, novamente, se você encara um estilão, usando com legging fica um arraso, mas com uma calça preta justa ou uma saia lápis ela vai facinho pra eventos e festas mais chiques. A transparência a deixa dramática e a peça em si chama a atenção pelo estilo único!


Bolero de renda... é preciso dizer algo? Necessários pra usar num dia fresquinho. O legal são as costas em veludo que oferecem uma proteção. Mais uma peça atemporal que não sai de moda!


Este é o único corpete da coleção. Maravilhoso! 
Uma peça de estilo que é ao mesmo tempo sofisticado e alternativo.


Blusa 2026 e saia 5005: conjuntinho perfeito e jovial da coleção. Feitos um pro outro rsrs! 
Blusa: além do aspecto rebelde elegante que oferece usada em conjunto com a saia; sozinha ela segue o mesmo esquema das outras peças: vai pro trabalho, pra um passeio, pra um jantar... e também é atemporal.
Já a sainha tem um detalhe em tecido com estampa damasco vermelho, é o tipo de peça que se o usa o verão todo por ser estilosa e fresquinha!



Mais uma saia que vai do rebelde ao chique! Basta mudar os acessórios e os tops e terá mais uma peça versátil no guarda roupas! Uma meia calça escura com um sapato alto com bico mais arredondado te leva com ela pra lugares elegantes e com uma meia arrastão ou um coturnão, você vai num show de rock.



Leggings
As três leggings da coleção possuem 3 níveis: básicona (a toda preta em veludo) que vai pra todo canto; a de renda só na frente - que engana quem te vê só de costas. Esta, no caso, se usada com uma bota e uma minissaia, de frente fica com aspecto de meia calça. E por fim, a calça de veludo com recortes de renda (deve dar um belo trabalho costurar rsrs), a mais elaborada de todas e a mais estilosa.

 

Chegamos ao shortinho. E aí você me pergunta: como usar?
Eu vejo ao menos três possibilidades: 
- como short mesmo, investindo numa blusa legal e/ou o usando com uma meia calça daquelas fio 20, ou rendada e uma bota. Ou com uma arrastão criando um visual mais punk e agressivo.
- como peça de praia. Dar um passeio à beira mar e/ou usar pra praticar algum esporte na areia.
- como uma underwear chique, protegendo suas partes do vento. Imagino ele usado por exemplo por baixo da sainha de damasco vermelho.
Possibilidades existem, vai da criatividade de cada um inventar usos! Não se prendam à limitações estéticas.


Deixei essa blusa meio pro fim porque já estou a considerando uma peça  icônica da marca. Parece uma simples blusa de veludo com amarração frontal mas sai uma cauda de renda da barra até o chão!! \o/
Dramática e arrasadora!
Com a legging, a cauda disfarça o quadril e também a imagino sendo usada com uma saia mais reta, preta e simples. Na última foto ainda há a sugestão de ser usada como um manto, é uma opção interessante...

 

Casacos: dois modelos adequados pro nosso inverno - ainda mais pra quem mora no sul e na serra.
O primeiro na verdade é uma blusa estilo fraque. Diferente e bem estilosa! Novamente a imagino com uma calça/legging ou uma saia justa.
Já o segundo modelo é mais "simples" mas não menos estiloso, é uma peça que vai pro trabalho além do lazer. O detalhe traseiro que se abre em pregas é bem interessante.


E finalmente, a loja também lançou novos acessórios e calçados. Selecionei como destaques uma gargantilha com rosa e pingos negros e uma bota de cano longo com salto quadrado e amarração traseira.


 E vocês, o que acharam da nova coleção? Já tem suas peças preferidas?


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