Destaques

4 de dezembro de 2014

Vídeo: Gótica caminha por 10 horas nas ruas de NY e filma preconceito

Esse vídeo chamado 10 hours walking in NYC as a Goth é de David George Brommer como resposta-paródia de um outro vídeo feito pela ONG Hollaback, divulgado em outubro, onde uma mulher caminha pelas ruas e recebe diversos tipos de assédio [esse].
Claro que o vídeo-paródia gótico viralizou também e nós não podíamos deixar de postar aqui já que tem tudo a ver com as postagens dessa semana sobre preconceito com a estética alternativa. MAS todas as frases ditas no vídeo são assédios reais vividos por góticos que contaram suas experiências de preconceito durante o planejamento do mesmo.

E mais do que tudo é uma amostra do que  as pessoas consideradas à margem da sociedade precisam enfrentar todos os dias.


3 de dezembro de 2014

Sobre Esquadrão da Moda, Mude Meu Look e ser "Socialmente Aceito"

Programas como "Esquadrão da Moda" e "Mude meu Look" transmitidos pelo canal Discovery Home & Health, são acima de tudo entretenimento. Voltados à realidade cultural dos EUA, um país com fortes traços conservadores e que cultua o bom mocismo. Tudo que é considerado mal, feio, desvirtuoso deve ser destruído ou transformado em coisas boas e aceitáveis.
Você vai me dizer que as participantes ficaram melhores depois, mais bonitas!
Mas péra... já se tocou que o conceito do que é belo é algo socialmente construído? (a História da Moda comprova isso)


Moda neutralizada: nenhum resquício da estética subcultural.

Vejam este flyer (foto logo abaixo):

"... o programa "Mude meu Look procura pessoas para uma transformação total $$$"
Estamos procurando diversas pessoas em torno dos Estados Unidos! Estamos procurando pelos mais mal vestidos e pelos vestidos de forma incomum. Indique alguém hoje!
Você conhece alguém que se destaca pelo seu estilo? É muito anos 80? Muito ultrapassado ou desalinhado? Muito sexy? É hora de mudança? (...) se selecionados para o programa, cada pessoa é muito bem compensada pela sua participação. Adicionalmente, o candidato recebe uma transformação que vale $$$ em cabelo, maquiagem, sapatos, bolsas, muitas roupas e mais!
Estamos abertos para todos os looks, aqui alguns exemplos do que estamos procurando..." aqui entra lista de alguns exemplos, entre eles, Hippie, Gótico, anos 80, grunge, biker, finalizando com "tenha sua sensualidade de volta".

Prestou atenção nas palavras em negrito?
Como um bom programa de entretenimento, tem grana envolvida.
Tem seres bizarros que assustam a plateia. Tem o palhaço que domina as cenas.
Tem machismo enraizado na cultura tradicional.
Tem sensualidade envolvida porque é o sexo que move $$$ o mundo.
Como um bom programa de entretenimento, tem muito drama. Tem no final os bonzinhos vencendo os malvados, os errados. Tem o malvado ficando bonzinho e obediente. 


Esse flyer foi fotografado e publicado pela americana Amy Doan, dona da Shrinkle/Sugar Pill Cosmetics, ela foi abordada pela equipe do programa sendo convidada a participar do mesmo. Ela conta que disse à produtora que gostava do jeito que era e a produtora disse: "Ainda melhor! Nós amamos os candidatos que realmente acreditam que tem uma boa aparência. Eles fazem a transformação mais dramática".
Acho que isso dá uma noção do que rola nos bastidores.

Deixando claro que não tenho nada contra estes programas e sim, que não os levo à sério! 
E também deixo claro que este post é sobre os participantes alternativos. Sobre os participantes "normais" desleixados, desalinhados, tenho a dizer que nem todo mundo nasce com senso estético. Algumas pessoas precisam ser orientadas seja por desinteresse, porque não foram incentivadas à isso na fase de desenvolvimento ou por não terem uma habilidade natural para Moda. Mas outras se ligaram em subculturas ou na cena alternativa, onde não existe nenhuma regra exigindo que um look seja belo, o contrário: quanto mais exótico e autoral, mais valorizado.

Vocês se lembram qual é uma das características da moda alternativa? Vou reproduzir trecho aqui:
"O fator artístico/criativo é muito importante, assim como a roupa ser usada como uma forma de auto expressão, fora do que é considerado apropriado ou elegante e desafia a concepção do que é considerado belo."

Um dos grandes mitos de nossa sociedade é que podemos mudar o outro. Torná-los nossa "imagem e semelhança". Adequá-los ao nossos gostos e necessidades. Porque assim seremos felizes. Mas esquecemos que o outro é um indivíduo com vida e gostos próprios.

Motivos comuns pelos quais as participantes são indicadas:
- pessoa passa uma imagem errada pra sociedade.
- querem o bem delas.
- não está vestida de acordo com a idade (cronológica ou de espírito?).
- agradar aos amigos - se vestir ao gosto do amigo (ou dos pais ou do marido).
- arranjar namorado, ser sensual e atraente.
- se vestindo assim ela nunca atrairá o sexo oposto (mentalidade que a mulher se veste pro homem e não para si mesma).
- a roupa que usa parece barata (preconceito de classe / devemos ser ostentadores?)
- falam que o estilo da mãe fere os filhos (se o filho se sente ferido, será que ele tá sendo educado reproduzindo preconceitos?)

Claro que não posso deixar de notar o machismo em diversas situações, num certo episódio, a moça diz: "ainda não estou pronta pra casar" - e a apresentadora responde: "e quando vai estar pronta?". Não é de hoje que mulheres que estão solteiras são cobradas ao casamento como se essa fosse a principal meta de suas vidas. E também falam de "saltos de prostitutas" e dizem que tudo que fica acima dos joelhos é  de "vadia", palavra muito usada para objetificar o corpo feminino.

A produção do programa Mude Meu Look prefere alternativos. A mudanças é mais drástica. O programa é alimentado por tensão e drama.


Você já reparou quem indica as pessoas alternativas?
São "pessoas normais".
Você já viu um episódio onde alternativos indicam outros alternativos?
Já viu um episódio onde alternativos indicam pessoas normais?
Não? Nem eu.
Talvez porque os alternativos, mais do que ninguém, entendam o valor da individualidade estética.

O convencimento do alternativo pra "se tornar socialmente adequado", é explorando suas fragilidades, seus pontos fracos, seus traumas. Não raro, o alternativo cai no choro e em culturas conservadoras, choro é fraqueza emocional. Já não basta ter passado por maus bocados na vida por ser alternativo, ainda vem as pessoas te esfregar isso na cara? 
Há episódios com terrorismo emocional, uma espécie de "manipulação". Pegaram traumas da pessoa: "ah é por causa desse trauma que você é assim blablabla" e a pessoa, fragilizada, sofrendo, se acha o pior ser da face da terra e passa a aceitar tudo que eles dizem como regra porque "oh, realmente, o problema sou eu...". Trauma todo mundo tem, só que às vezes, as tais roupas não aparentavam vir de traumas e sim de gostos específicos.

Se a participante está feliz, confiante e cheia de autoestima sobre seu visual, a apresentadora faz caras e bocas e convence-a de que ela está toda errada, cava fundo nos dramas pra encontrar uma fragilidade e explorar ao máximo, se nada disso dá certo, partem pra questão amorosa: "Você está sozinha? Já reparou que sua roupa afasta os homens certos?". Homens certos...

A participante Ivy em termos de comportamento, era aquelas punks das antigas, bem atrevida e com um jeitão meio Courtney Love. Ela ficou socialmente aceitável depois de "reformada", mas era possível ter mantido elementos punks no visual dela se o programa levasse em conta a personalidade ousada. 


Esquadrão da Moda:
Ao contrário do Mude Meu Look que adoooora pegar alternativos, o Esquadrão da Moda não tanto... mas lembro de algumas participantes que tinham o estilo alternativo. Não me esqueço de dois: um rapaz gótico de longos cabelos negros que, segundo o cabeleireiro tinham de ser cortados. E foram! Bem curtinhos. O rapaz não ficou bem (o rosto dele não combinava com cortes curtos) e não gostou nada. Mas nesse caso parecia uma mistura de preconceito e sacanagem por parte do cabeleireiro/produção.

Outra participante que me lembro era uma roqueira, na hora de fazer compras, ela não foi na loja "chique" indicada pelos apresentadores, fugiu pra uma famosa loja alternativa de NY, comprou algumas peças e ficou tirando sarro.

Também lembro de uma senhora que usava roupas muito curtas e doidas, mas eram a cara dela, se é que me entendem. Essa senhora permitiu a mudança das roupas, mas no final confessou que não as usaria. Ela tinha um cabelo loiro cacheado super armado, que era uma característica do estilo dela e negou que ele fosse mudado. Isso é ter personalidade! O cabeleireiro ficou possesso!

Em alguns casos eles envelhecem as participantes (porque roupas de corte clássico envelhecem) deixando jovens de 25 anos com aparência de senhoras. 


Um estilo alternativo que indica uma personalidade irreverente e que gosta de brincar com a moda e o "depois", com impessoalidade e neutralização. 

Os alternativos querem que a sociedade os aceite como são, o que envolve inclusive tanto o direito de andar todo gótico trevas quanto andar mostrando a bunda. O que torna uma bunda indecente não é pessoa, é a cultura que ela faz parte. Uma bunda não é indecente pra uma índia, por exemplo porque na cultura deles o significado do corpo é outro. A cultura que vivemos trata o corpo feminino como algo que deve ser escondido e resguardado por ser propriedade do outro e não da própria mulher. E cabe a roupa conservadora resguardar esse corpo.
Todo tipo de "desvio" social deve ser evitado, por isso, em meados do século passado surgiram os movimentos de contra cultura, porque eles eram contra a cultura dominante. Eram rebeldes que pregavam um novo modo de vida e de pensamento.

Já conversei com alternativos daqui e de outros países e é basicamente o mesmo pensamento que todos tem: ser aceito pela sociedade como são; lutar pra ser o que se é e claro, a vida não é fácil pra quem pensa assim, quem disse que é? Quem se assume, precisa encarar!

É preciso estar disposto a lutar e passar por cima dos preconceitos. A roupa expressa você!! Eu tenho amigos não-alternativos, tenho familiares não-alternativos e antes de tudo os enxergo como seres humanos, quando estamos juntos, a roupa é diferente, mas o respeito é igual. Minha melhor amiga de infância é o oposto de mim. Esse é o mundo que eu quero. Que alternativos e não-alternativos estejam juntos e um não reparem na diferença do outro, e sim, no que tem de igual.


Concluindo
Outra coisa a ser notada é que a transformação não acaba após o cabelo e maquiagem. Os participantes são levados a encontrar familiares numa festa de recepção do seu novo look ou expostos publicamente num palco dentro de uma espécie de shopping center, um teatro grandioso onde os transformados são apresentados ao grande público como exemplos de que sim! Podemos mudá-los, retirar seus "desvios" e deixá-los ao nosso gosto correto e ordeiro, e então: aplausos!

E alguém orgulhosamente diz:

"Parabéns fulana, você é outra pessoa!"

Objetivo alcançado.



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Estilo: Abby Sciuto e Penelope Garcia

Num mundo hipoteticamente perfeito não haveriam julgamentos ou preconceitos. Você seria aceito por seu caráter.
Quem dera esse mundo não fosse tão hipotético assim, mudanças de comportamento são possíveis, basta se arriscar a dar o primeiro passo e quebrar paradigmas. É lento mas acontece. Pode ser que você não usufrua mas deixe isso de herança para futuras gerações.

O ideal seria que você conseguisse arranjar um emprego pela suas capacidades e habilidades e não pela forma que aparenta. Independente de ter de lidar com o público. Porque num mundo hipotético, o público também não se importaria em como você aparenta, porque esse público também seria livre para se expressar visualmente como quisesse. Notar o que o outro veste não é problema algum, o problema é julgar as capacidades intelectuais e emocionais do outro.

No cinema, televisão, literatura, que trabalham com ficção, esse tema já foi explorado, desde Lisbeth Salander, a hacker de estética punk-dark e gênia da informática, passamos também por Effie Trinker de Jogos Vorazes, afinal, andar de peruca rosa não é pra qualquer um! E semanalmente podemos citar Penelope Garcia de Criminal Minds e Abby Sciuto de NCIS. E é delas que vamos falar hoje!



Abby Sciuto é interpretada pela atriz Pauley Perrette na série NCIS do canal AXN. Pauley tem 45 anos e além de atriz, estudou sociologia, psicologia e fez mestrado em ciência criminal. Também é vocalista de uma banda só de mulheres, a Lo-Ball.
Já a personagem Abby é gótica, mas de forma nenhuma estereotipada naquela imagem de pessoa anti social e introspectiva. Ela é segura de si, alegre, não se sente inferiorizada, é irônica, inteligente e super sociável. 

Abby é uma chance de jovens garotas se identificarem com a personagem e irem atrás de conhecer mais sobre a subcultura gótica.


A personagem usa muitas gargantilhas, elas fazem a diferença no look:


Recentemente a atriz teve uma reação alérgica à tinta de cabelo preta após tingir por muito tempo os fios e agora usa peruca durante as filmagens. Sobre tornar a Abby loira (a cor natural do cabelo de Pauley), ela diz que a personagem é como um personagem de desenho animado: nunca deve ser mudada!

Pauley já usou cabelo loiro antes de entrar pro NCIS, o visual dela em sua banda caía mais pro estilo ousado do Rock n Roll!


"Eu acho minha personagem fantástica. Me sinto honrada em interpretar um dos melhores personagens da TV, que é uma modelo para garotas de todo o mundo. Eu ouvi de pais, avós e de diversas jovens que a personagem que eu interpreto tem incentivado-as estudarem matemática e ciências, o que é uma bênção.

O estilo de Pauley fora das telas também é alternativo:

******


Penelope Garcia é a personagem interpretada 
por Kirsten Vangsness,de 42 anos, na série Criminal Minds.

A personagem Penelope se diferencia visualmente de seus colegas

Penelope é uma personagem que usa uma moda alternativa colorida, com muitos acessórios, enfeites de cabeça e cabelos coloridos (já usou até cor de rosa!), ela  tem uma personalidade emotiva, envolvente, animada e é uma hacker que trabalha para o governo. 
Acessórios que algumas pessoas podem considerar infantil, como presilhas, plumas, bonecos... são parte da personalidade de Penélope: gostar de coisas divertidas e alegres.  


Num determinado episódio, ela assume a função de uma colega e muda para uma estética séria, de cores sóbrias e discretas,  de poucas e corretas palavras, ou seja, anula sua estética. Só que aí, ela perde sua personalidade. Confusa e  atrapalhada, ela está completamente sem saber como agir, existe uma briga entre sua personalidade e a nova imagem formal que ela quer passar no novo cargo, então, seu colega Morgan diz pra ela ser ela mesma, como ela sempre foi, pra nunca mudar, para ela ser a "Garcia original". Na cena seguinte Penelope Garcia reaparece como ela é: colorida, falante e alegre e tudo começa fluir bem de novo. 

Achei sensacional a série abordar sobre a anulação estética e o impacto que isso provocou no trabalho da funcionária: o rendimento caiu porque a pessoa ficou infeliz e preocupada em satisfazer a vontade dos outros.

 Kirsten Vangsness nos bastidores das gravações.

Assim como Puley,  Kirsten também tem uma estética fora do padrão na vida real. No tapete vermelho, onde todos supostamente devem ser um exemplo de sofisticação e elegância ela desfila sua irreverência.


Existe vantagem em termos estas personagens em seriados, pois apresentam ao grande público de massa, versões não estereotipadas de pessoas alternativas, quebrando barreiras e ajudando a diminuir os preconceitos!


2 de dezembro de 2014

Sobre Preconceito e Autoconfiança: A Resistência Estética

O post anterior foi sobre o Preconceito com as Estéticas Alternativas.
A partir do momento que você assume sair do padrão, encontrará resistência da sociedade em aceitar sua individualidade.






A estética das subculturas tem como base a música. "Diga-me o que ouves que te direi como te vestes!"
Já a moda alternativa, como falamos [aqui], é muito mais abrangente, a moda subcultural está dentro da moda alternativa.
Quando passamos a nos interessar por subculturas ou moda alternativa, queremos demonstrar isso pelas vestimentas, queremos dizer ao mundo quem somos através de nossos adornos.
À medida que crescemos nós abandonamos essas vestimentas... ou não. 


"Perigo: A música punk pode causar criatividade  - e - individualidade"


Por que alguns mantém uma estética subcultural e outros não?
Tirando a questão do emprego (o grande dilema!), algumas pessoas se ligam de forma mais aprofundada nas subculturas e outras se ligam mais superficialmente. E também porque algumas pessoas se encaixam nas normas mais facilmente que as outras.

Como saber se é só uma fase pra você?
Essa é uma pergunta realmente difícil.
Só o tempo vai te dizer.

Se quiser saber o quanto se expressar pelas roupas é importante pra você, pode fazer um teste: por uma semana, não use absolutamente nada que tenha referência alternativo ou subcultural. Se você sofreu muito durante esse período, se teve crises de recaída, se não via a hora de se despir, se sentiu angústia... bom, você não vai largar seu visual alternativo tão cedo! :D

Se por algum motivo da vida ou por vontade própria você precisou amenizar ou largar sua estética subcultural, tudo bem! Isso não é um crime! Tenho certeza que mesmo assim vocês conseguem ser fiéis à si mesmos de outras formas!!


Como sobreviver ao preconceito?
Pra quem já passou de certa idade essa pergunta pode parecer tola! Mas como eu sei que o blog tem muitos leitores novinhos e sei que quando adolescentes as crises de insegurança são comuns, estas dicas podem ser úteis:

-  Se vista de forma super elaborada nos dias que estiver autoconfiante! Porque se alguém na rua implicar com você, você não vai nem ligar pras baboseiras!  A nossa linguagem corporal diz muito sobre se estamos confiantes ou não e as pessoas reparam em quem está mais enfraquecido e tiram proveito disso pra agredir.

- Se você não estiver muito autoconfiante e fizer questão de usar um visual mais elaborado, tente não sair na rua sozinho/a. Saia com alguns amigos ou com seus parentes. Quando se anda em grupo é mais difícil ser vítima de agressões.

- A clássica "não ande em ruas escuras ou muito vazias" pode servir aqui. Nunca se sabe se algum engraçadinho vai aproveitar o ambiente pra  te ridicularizar. 

Claro que que existem momentos que realmente não dão pra sair toda montada ou com "aquele make". É o tal de "estar vestido adequadamente pra situação". Quais seriam estas situações? Principalmente situações que envolvem idas à hospitais, funerais ou em ambientes da lei. Casamentos, depende! Se a maioria dos convidados já souber que você é alternativo tudo bem, se os noivos não se importarem com o seu visual, tudo bem também. Afinal, se você foi convidado é porque te conhecem, certo? Mas se tiver dúvidas, você pode apelar pra um look mais amenizado.

A autoconfiança é necessária pra se sustentar um look! 
Quem tem, não se importa com o julgamento alheio. 


Nem toda atenção é ruim!
Nesta vida, aprendi que o que os outros pensam de mim não é tão importante assim. Seria isso individualismo, egoísmo? Pode ser. A questão é que na cabeça de muitas pessoas estéticas subculturais estão associadas à drogas, perversões, tudo de ruim... então, não vejo como egoísmo querer se defender de críticas maldosas simplesmente apertando o "foda-se"!

Eu já surpreendi muita gente puxando assunto, dando bom dia/tarde, falando coisas bobas, conversando com os velhinhos da praça, tudo isso de forma natural, porque me deu vontade! Isso desconstrói o mito de que somos seres fechados ou isolados e as pessoas passam a te enxergar além da roupa.
Claro que já fui contra tudo e todos, não falava com ninguém, fechava a cara, mas isso foi durante os turbulentos anos de adolescência, depois passou, eu defini minha personalidade e fechar a cara não tem mais a ver comigo.


Se é de sua natureza, não tenha medo de sorrir e surpreender! 
Isso quebra barreiras!



Às vezes construímos um muro contra as pessoas e achamos que todas elas vão nos fazer mal! Nem sempre! Às vezes elas te olham por curiosidade, sem maldade e nem bondade. Tente não focar tanto no negativo, nós não estamos contra as pessoas, só queremos nosso espaço pra se expressar livremente!
 
Existem os que vão admirar seu estilo, só que nem sempre terão coragem de falar com você. Você já imaginou que pode estar inspirando muitas meninas e meninos mais novinhos que te veem passar na rua? De alguma forma você afeta outras pessoas, nem que seja pra fazer elas saírem de seus próprios mundos por alguns segundos.
Eu por exemplo cresci numa cidade do interior e justamente por me vestir alternativamente, as pessoas se lembram de mim! Podem gostar ou não de meu estilo, mas se lembram!


O exercício da auto confiança é diário.
Se você não tem ainda coragem de sair toda montada na rua, comece aos poucos, uma peça pesada com uma peça leve, depois vá acrescentando acessórios, ou calçados e por fim, estarás vestido como deseja!
Veja com qual peça se sente mais segura e use-a como base do look (pode ser um calçado, um acessório, uma roupa...).
É preciso perder o medo de dar o primeiro passo. A auto confiança vai aparecer durante esse exercício!


A Rejeição dentro de casa:
Se seus pais ou parentes não aceitam ou toleram seu visual, tente evitar atrito com eles. É preciso entender que eles são de outra geração e foram criados de outra forma. Simplesmente viva sua vida e faça os entender que roupa não muda caráter. 


"Você pode fazer o que quiser, 
contanto que não empurre na goela abaixo de outras pessoas"
 


Não é sobre se exibir, é sobre se expressar!
Algumas pessoas podem dizer ou pensar que nos vestimos desse jeito pra chamar a atenção, se exibir.
Ora, nos vestimos assim porque gostamos!
E justamente por sermos nós mesmos livremente acabamos por nos destacar na multidão.



Você já imaginou que às vezes as outras pessoas não tem coragem de se expressar através das roupas como elas gostariam? 

Que se vestem com as roupas da moda por medo de não satisfazerem as expectativas dos outros?
Ainda bem que não fazemos parte deste grupo!


1 de dezembro de 2014

O Preconceito com as Estéticas Alternativas


 "As pessoas vão te encarar - faça valer a pena!

O preconceito estético de "pessoas normais" para com quem tem um visual diferente costuma ser diário.
Como eu lido com isso? 

Não tô nem aí!


"Não se preocupe com o que os outros pensam de você"

Mas sim, eu já me importei quando era novinha. Até que um belo dia me dei conta de que é impossível querer se vestir diferente, sair na rua e ninguém reparar. 
O conceito do que é "visualmente adequado" é uma convenção social. Se você sai do padrão, com certeza será julgado de alguma forma.

Penso que o Brasil é bastante conservador em temos de moda e estilo apesar de existirem grupos de pessoas com ideias e projetos avançados aqui e ali. Pessoas conservadoras querem tudo do jeito que elas consideram correto e respeitável. E eu sou o contrário: uma pessoa de mente muito aberta para o diferente e incomum,
sou a favor da livre expressão estética! O que seria "se vestir de forma respeitável" numa sociedade em que os maiores ladrões usam terno e gravata?
Mas aí você me diz que nunca viu tanta gente alternativa pela rua, tantos cabelos coloridos... mas isso não significa que os outros estejam aceitando mais. Podem tolerar, aceitar ou compreender é diferente.

Nos meus anos de estética alternativa, não enfrentei violência física, mas olhares diários com assédios e violências verbais ocasionais.

Quando minha personalidade "diferente" começou a se revelar, eu não percebia que eu era "diferente", pra mim, eu era absolutamente normal! Talvez eu fosse muito nova pra entender as nuances de personalidade e simbolismos estéticos... Eram os outros que enxergavam o incomum e que me enquadravam. Mas um dia percebi que aquilo era preconceito e intolerância, e me senti muito mal, a autoestima foi lá embaixo! Depois, entendi que existiam pessoas de mente fechada e decidi chutar o balde. Na época, construí um muro pra me defender e achava as pessoas normais repugnantes! Às vezes, quando jovens e com personalidade em formação, a gente precisa da fuga pra sobreviver.

Pouco depois, com mais autoestima, quebrei o muro e passei a encarar o preconceito de frente. Não vejo mais as pessoas normais como "repugnantes" e sim, com direito à escolha de serem como elas são: diferentes de mim. Eu as respeito, mas não significa que eu concorde com elas! Hoje, eu digo que tenho uma espécie de alma punk: eu aperto o ‘foda-se’ e sigo em frente.



"Eu não dou a mínima pro que os outros pensam de mim", Brody Dale

Desde que assumi a estética alternativa full-time, não me lembro de um dia na minha vida ter ligado pro que pensavam sobre mim. Por incrível que pareça, eu me importava mais com o julgamento alheio quando eu me vestia mais normal. Talvez porque minha esquisitice não batesse de jeito nenhum com a normalidade tornando-me uma pessoa "realmente estranha"...



"A pior coisa de ser gótica não são os olhares, os julgamentos ou as coisas maldosas que as pessoas dizem, é ter um guarda roupas todo preto e um gato branco peludo"

Houve um tempo que eu estourava mesmo meu visual, hoje, mais velha, estou bem mais contida. Não porque encaretei, continuo bem fora do padrão, mas por causa da praticidade necessária para realizar as tarefas da vida adulta. É complicado ir no supermercado cheia de spikes - então os deixo pros momentos de lazer.

Acho que atualmente muitos não assumem seus visuais por medo de não serem aceitos. Medo de rejeição.
Ninguém quer sofrer preconceito, ser hostilizado... ninguém quer sofrer a dor de ser o que se é.
Sabe aquela coisa de querer ter o visual mas não querer arcar com as consequências?


Mas e o emprego?
Todas as vezes que tentei me encaixar, algo deu errado. Incluindo na hora de procurar emprego.
Uns anos atrás, parte de se assumir alternativo era ser autônomo ou trabalhar no meio alternativo ou underground e desejar pra sua vida a grande liberdade de ser quem se é.

Agora, a amenização se torna necessária para os que almejam um bom cargo  numa empresa.

Com o aumento da classe média brasileira, muitos alternativos vem dessa classe social e cá entre nós: quem quer perder seus privilégios??
Você tá aí, na sua casa com TV a cabo, acesso à internet, celular da moda, podendo comprar roupas legais de grifes e de lojas alternativas e vai querer cair de classe social ou no máximo se manter na mesma classe a vida inteira por fazer questão de manter sua estética alternativa tão rejeitada pelo outros?
E se o alternativo vem de uma classe baixa, você acha que ele não vai querer ter a chance de melhorar a vida?
Reflita sobre isso. Como ser parte de dois mundos opostos?




Legenda: "Às vezes não sei o que fazer comigo mesma" 
Ilustração de Anna Grrl

 
Escolhas...

Talvez eu tenha perdido coisas na minha vida por insistir em manter minha estética mais alternativa. Poderia estar num lugar "superior" se eu me amenizasse, me adequasse... Será???
Ou será que sendo normal, eu estaria no mesmo nível de hoje, mesmo eu sendo "adequada"?
Não há nada que nos comprove que nossa vida seria diferente se fôssemos diferentes.

O fato é que todas as vezes que eu me anulei demais por causa de um emprego, me senti uma impostora. Me senti falsa, “mentindo” pros outros sobre meu verdadeiro eu, me senti muito angustiada.

Ah, mas você mesma fala desde o começo deste blog que as pessoas normais também têm as roupas de trabalho e de lazer, por que os alternativos não teriam?
Sim, é verdade! Falo direto disso! Se você é um "alternativo-amenizado" você precisa ter 2 guarda roupas.
Mas creio que a diferença principal entre os alternativos e as pessoas normais é que estas não sentem angústia de disfarçar quem são nos empregos, pois pra eles são apenas 2 guarda roupas diferentes (moda) e pra nós, são 2 mundos diferentes (estilo de vida)!

Eu mesma tenho minhas roupas de trabalho (mais caretinhas) e as de lazer. Só que as minhas roupas de trabalho ainda são consideradas “diferentes” entre os colegas. Considero isso um elogio!

Os cabelos também tem uma importância incrível no visual! Eu fui ruiva (alaranjada) por muito tempo por puro amor à cor. Mas de repente descobriram que ser ruiva laranja era ser um “diferente aceitável” e eu odiei esse novo conceito! Embora pelo que observo, ele esteja correto. Daí pintei o cabelo de rosa. Desde então passaram a me olhar muuuuito, muuuuito mais do que o habitual. E o assédio verbal aumentou! Não tem como esconder sua alternatividade com um cabelo em cor fantasia. Não existe mais um "acobreado" pra me servir de muleta.

O outro lado
Bom, eu sou empática apesar de tudo. E nestes anos todos, percebi que as pessoas às vezes te olham não porque te julgam negativamente, mas porque acham curioso, diferente (nem sempre pela visão ruim), interessante e até corajoso. Como todo preconceito, só acaba com conhecimento, compreensão e respeito pelo próximo.

Finalizo dizendo que se você for "normal", vai sofrer preconceito visual do mesmo jeito. 

A diferença é que nem sempre vão apontar na sua cara ou te xingar, mas te julgarão igualmente de forma feroz. Seja pela sua roupa, seu corpo, suas posses... No fim, todos nós temos alguma diferença.

Percebem como nunca estamos adequados?

Então, porque não aproveitar e se libertar dos padrões exigidos socialmente?


"As pessoas deveriam realmente parar de esperar o normal de mim. 
Todos sabemos que isso não vai acontecer!"
 


Tem muito mais sobre preconceito e 
autoestima aqui no blog essa semana!
Fiquem ligados e deem suas opiniões, contem suas experiências!
Sana

Dica: Bolsas e Sacolas de Compras

Com a proibição das sacolinhas plásticas em algumas cidades brasileiras, a gente mesmo tem que se virar e carregar as nossas próprias. Eu já faço isso há algum tempo, desde que foram proibidas a primeira vez em São Paulo.
Eu costumo usar uma sacola de marca alternativa, porque sim... nem nessa hora eu dispenso a diferenciação. Mas eu mesma já senti falta de opções no mercado, comprei tecido e costurei uns modelinhos com estampa de caveira.

Só que eu estava navegando pelo site da Ideal Shop pensando em qual a outra dica de compras na loja eu daria pra vocês, até que percebi que eles vendem sacolas de compras além de várias bolsas que podem ser usadas com essa função!
Eu já tenho as minhas preferidas em vista, mas selecionei algumas pra vocês!

Todas estas bolsas são da Stooge e medem em torno de 39x34cm e todas tem caveiras <3
É só tacar as comprinhas dentro e carregar na mão, a alça curta é boa porque elas não chegam muito perto do chão.


Essas são sacolas de marcas variadas, como elas tem alças um pouco mais compridas,dá pra colocar no ombro ou carregar na mão mesmo. Eu curto esse formato espichadinho porque não é só bom pra compras não! Quando você precisa carregar papéis ou é como eu que usa sombrinha em dias de sol, a sombrinha fechada pode ser facilmente carregada dentro delas.


Ecobag "I *heart* SP; Sacola reutilizável com estampa da Marilyn e Tote bag zebrada.


E finalizando com estes modelos em plástico, com estampas retrôs, que podem ser dobrados e colocados dentro da bolsa.


Esta foi apenas uma seleção, na loja tem mais modelos com certeza deve ter uma de acordo com seus gostos e necessidades! :D


*Publipost

27 de novembro de 2014

A trajetória da Converse nas Subculturas

Há vários itens marcantes na estética do rock. Assim como o Jeans, o All Star nasceu fora das subculturas, mas se integrou de tal forma que é impossível não lembrarmos dele nos cenários. Hoje, o produto alcança fama no mercado de massa, diz-se que a cada 43 segundos, um par de Converse Chuck Taylor é vendido no mundo. Ainda assim, o espírito alternativo do acessório continua com tanta força, que seu desejo pelo nicho não foi adormecido. Afinal, podemos ilustrar a trajetória das subculturas através do tênis Converse! E é exatamente isso que vamos tentar mostrar nesse post.


O início:
A história do famoso calçado começa nos Estados Unidos, em 1908, quando Marquis Mills Converse funda a Converse Rubber Shoe Company. Mas só em 1917, é lançado o tênis de lona que, segundo o site, "seria o primeiro tênis de performance para basquete do mundo". Nomeado de Converse All Star, logo seria usado pelo jogador Charles "Chuck" Taylor onde cinco anos depois, faria uma longa e bem sucedida parceria ao apresentar em 1923, um repaginado All Star com as clássicas características que conhecemos atualmente. As primeiras cores produzidas seriam preta e depois branca, tons bem tradicionais.

Com o grande resultado dessa união, surgiria muitos mais em seguida, como a do atleta de badminton Jack Purcell, que traçou junto a empresa em 1930, um novo modelo batizado com o nome do jogador, tornando-se um sucesso igual ao de Taylor. 

Ao longo do tempo, versões do calçado iam aparecendo, ganhando diferente cores e formas, a exemplo do oxford lançado em meados de 1960, conhecido popularmente de all star de cano baixo. Em 1974, a marca aposta para o mercado o One Star, desenvolvendo forte interação com os skatistas por ser de baixa performance. As próximas colaborações seriam nos primeiros anos de 2000, entre o esportista Dwyane Wade e o designer de moda John Varvatos. 

Curioso em relatar o percurso é que nesse exato momento fale-se muito da roupa esportiva influenciando a moda mainstream, e justamente o grande destaque dessa interação é o tênis! Ou seja, abordamos o assunto na hora certa.

Nas subculturas:
Devido a ligação com o esporte, o calçado já tinha conquistado enorme popularidade. Então, para penetrar nas subculturas foi um passo, já que o tênis reunia vários itens atraentes aos alternativos, como durabilidade, conforto e preço baixo. Mas ainda assim, precisou do empurrão de ícones da música e do cinema, para enfim adquirir o adjetivo de rebeldia e ser associado a cena. 

A junção surge por intermédio de James Dean. Um dos maiores ícones da contra-cultura, o ator foi fotografado por Phil Stern usando um modelo Jack Purcell em 1955:


Tempos depois, em 1961, Elvis Presley seria visto no set das filmagens de Coração Rebelde calçando um Chuck Taylor:


O cantor americano reapareceria com o tênis, agora mais evidente só que em outro filme, Ele e as Três Noviças, de 1969.


Acreditamos que esses seriam os pontos cruciais para que a calçado penetrasse de vez no alternativo, já que ambos eram referências na subcultura Rockabilly. O que vem em seguida, é uma sucessão de grandes ícones de diversos movimentos surgidos em décadas posteriores.

No final dos anos 60, os Beatles, que se encontravam no auge da notoriedade mundial, também se apresentariam com o tênis americano. Inclusive o modelo faria parte de um momento marcante da banda: o último concerto deles, que ocorreu há exatos 45 anos, no terraço da Apple Records, em Londres.

É visto claramente que na apresentação de 1969, George Harrison usa um Chuck Taylor. Porém, olhando atentamente John Lennon, o cantor parece calçar um par de Jack Purcell:

Essa não seria a primeira aparição de ambos calçando Converse. Lennon e Harrison eram usuários frequentes no final da década. O guitarrista utilizaria o tênis por toda a vida.

Imagens de Lennon em 1967:

Harrison em 1969. O músico usa Jack Purcell e na foto à direita, veste um Chuck Taylor bicolor:

Mais velho, o ex-Beatle ainda usava o calçado:

Em 1971, Mick Jagger aparece utilizando a peça no seu badalado casamento com Bianca Jagger:

Em meados de setenta, o tênis Converse se perpetua mais ainda por uma subcultura que conseguiu externalizar de forma tão contundente a sua rebeldia. Antes de chegarmos nela, passamos pelo Glam Metal, que nos chama a atenção por uma apresentação específica do New York Dolls no programa Top of the Pops de 1973. O guitarrista Johnny Thunders parece usar uma versão salto anabela Chuck Taylor. 

O calçado de Johnny Thunders seria o primeiro modelo de salto??? Fica aí a questão.

Um par semelhante de Thunders surge nos pés da personagem de Garth Avery em Taxi Driver, de 1976: 

Após a curiosidade, chegamos ao cenário que mais se lembra a Converse: o Punk. Ou mais especificadamente: os Ramones. Só que existe um fato controverso aí. Parece que de início, a banda não usava tênis da marca. Analisando a imagem do primeiro álbum, só os pés de Dee Dee causam dúvida se está usando ou não um Jack Purcell, já os outros integrantes fica bem claro que estão com modelos de empresas concorrentes.


Mesmo com a incerteza no princípio, logo se dispersa quando Marky Ramone entra na banda em 1978, para substituir Tommy na bateria. O músico nunca tira seus pares Chuck Taylor pretos. 


Com o tempo, Dee Dee Ramone também assume seus Chuckies:

A banda depois com C.J. Ramone:

Além do famoso grupo punk nova iorquino, outros da mesma época fizeram jus a fama do icônico tênis. Estão nomes como The HeartBreakers, The Voidoids, The Replacements, The Avengers, Devo, The Dictadors, Dead Kennedys e muitos mais.


O sucesso é tão significativo que atravessa fronteiras. O punk britânico também sofre influência e assim encontramos facilmente pés adornados por Converses.

Os Sex Pistols eram grandes fãs e sem dúvida foram um dos que ajudaram a impulsionar ainda mais o calçado no movimento, já que a ascensão deles na mídia proporcionou uma rápida difusão de sua estética.

Chuckies eram os favoritos dos integrantes Steve Jones, Paul Cook e Sid Vicious:

Além deles, Joe Strummer do The Clash:

Jimmy Pursey do Sham 69:

Indo mais longe, a banda australiana The Saints:

É nessa fase também que se destaca o uso do acessório nas mulheres. Talvez não fossem as primeiras, mas no punk feminino de 70, encontramos com mais facilidade imagens das garotas do rock adornadas de Chuckies. Há de se lembrar que boa parte do figurino das punks era "emprestada" dos homens.

Joan Jett que fez do calçado uma marca registrada de sua estética:

Veja que na campanha de sua primeira coleção de roupas, o tênis não ficou de fora:

Assim como Jett, a guitarrista do The Slits, Viv Albertine com seus chuckies:

Atravessando gerações; Nina Hagen, Pj Harvey, Miki Berenyi:

E Brody Dalle:

Apesar da baixa em 80, o Punk voltaria ao ápice na década de 90 devido ao Grunge. O All Star surge mais velho, sujo e surrado do que nunca! E já com força nos pés de todos os gêneros.

Nirvana:

Kurt usou muito o calçado. Numa fase de extrema pobreza do cantor, chegou a ser um dos únicos pares que tinha. O tênis acompanharia o músico em vida, mas também na morte:

Mudhoney:

Alice in Chains e Eddie Vedder:

Sonic Youth:

Bikini Kill:

Apesar desse conhecimento, seria injusto colocar só o Punk como a única grande referência do calçado nas subculturas. O produto ultrapassou todas as barreiras e é visto com bastante evidência também no metal. 

Os irmãos Young do ACDC, que usam Chuck Taylors até hoje:

Dimebag Darrel do Pantera não vivia sem o seu. Tanto que a estátua em homenagem ao músico usa o modelo:

Type O Negative e Slash:

Membros da banda de Doro Pesch:

Sonic Syndicate:

Candace Kucsulain:

Crucified Barbara:

Shirley Manson, Anette Olzon e Krista Kat:

 Maria Brink e Lzzy Hale:

Amy Lee:

No Brasil:
É fato que com a popularização da Converse no rock americano, todos os países que adotaram as subculturas teriam entre suas referências de vestimenta o calçado. No Brasil não seria diferente. 
A gente sabe que vários artistas usaram e ainda usam o tênis, por isso vamos pontuar só algumas fases. Ao que tudo indica, o All Star chegou por aqui nos anos 80, mas conseguimos encontrar imagens de Sérgio Dias no final de 1960 com um modelo de vinil, fabricado na mesma década. Supõe-se que o músico tenha adquirido o produto no exterior. 

Sérgio Dias com os Mutantes no final de 1960:

O calçado ainda continua sendo utilizado pelo músico:

Vale lembrar que além de Dias, Rita Lee é uma grande usuária da peça e assim como Joan Jett, o acessório tornou-se marca de sua estética:

Aportado no país em 80, a conexão imediata não seria estranha. A eclosão do punk brasileiro logo faria do calçado integrante do movimento, vide a imagem da banda Inocentes em 1986:

Como revelado em show, Cássia Eller tinha predileção por um all star azul marinho. Em homenagem a cantora, Nando Reis escreveu a famosa canção All Star, demonstrando todo seu amor pela artista:

Representando a geração atual, a cantora Pitty:

Em 2008, a Converse completou 100 anos e lançou uma incrível campanha para comemorar a data. Chamada de Connectivity, as imagens reuniam artistas de diversas épocas e subculturas conectados pelo calçado. 


O vídeo da comemoração mostra artistas como Julian Casablanca, Pharrel Willians, N.E.R.D e Santogold cantando My Drive Thru.


Não é de se surpreender a participação de Julian já que o cantor junto ao The Strokes sempre apareciam usando modelos da marca. Ele só se tornou garoto-propaganda mais oficial, digamos assim.

The Strokes:

Mudança em 2000:
Em 2003, houve uma enorme alteração na companhia. Chegando a falência por não conseguir mais competir no mercado, foi comprada por uma de suas concorrentes, a Nike. Desde então, a empresa passou por uma mega revitalização, desassociando o tênis do basquete e reforçando como um calçado de estilo de vida. 

Quem assistiu o vídeo da Cássia Eller citado acima, reparou que ao mencionar a peça, a cantora o chamou carinhosamente de "tênis baiaba". Antes de 2003, o all star era um tênis meio que de segunda, até amaciar machucava horrores, seu preço era bem baixo, entre vinte e trinta reais. Só pessoas que tinham contato com exterior - seja pela música, viagens, etc - é que conheciam o tamanho de seu nome. 

Após a Nike comprar a empresa, a diferença ficou evidente. Hoje no varejo já existem milhões de Converses, o estilo que você quiser ter, inclusive customizar, pode-se obter. Não à toa, dependendo do tipo que você escolha, tem que vender um rim para se ter. 

Mas foi com essa visão que o calçado disparou e se embrenhou na cultura mainstream. Parcerias com grifes de moda como Missoni e Maison Martin Margiela mostram o investimento que tem sido feito para atualizar o tênis com as últimas tendências.        

Dentre as subculturas nascidas na década de 2000, nós podemos citar como adeptos dos Converses os emos e os Scene Kids. Abaixo, a Scene Queen Audrey Kitching  divando com um modelo azul escuro nas ruas de Tóquio, com um de plataforma e outro modelo repleto de spikes!


A estrela japonesa Kyary Pamyu Pamyu com sua versão plataforma, mostrando o alcance do acessório:

Mais Converse plataforma na moda de rua do Japão...

Independente de ser alto ou baixo, é bem interessante notar como os Converses conversam superbem com a estética ousada da moda de rua japonesa! Pra quem pensava que eles soam comum demais num look, taí a prova que não.


Devido a reprodução infindável nas ruas, a marca vem se modernizando ao máximo para atender os anseios de seus consumidores, ficando de olho em quais formas se sobressaem. Além dos pés, tem sido investido em roupa. Não há ainda um grande mix de variedade, mas se observa a vontade de crescimento por outras produções. Veja que dentre as peças vendidas está a jaqueta Varsity, um modelo superpopular na América desenvolvido em 1855 aos atletas da Universidade de Harvard e que estão de volta com força na última temporada internacional de Primavera/Verão 2015.

Jaqueta Varsity; um, dois e três:

Olhar todo o legado da Converse nas subculturas, nos faz refletir que diante das inúmeras brigas infelizmente propagadas entre alternativos, o calçado envolveu os pés de todos sem o menor preconceito e distinção. 

E aí? O all star também faz parte da história de vocês???


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