Destaques

9 de dezembro de 2014

Dicas de Leitura: Livros Rock n Roll!

Caso vocês não saibam, a Ideal Shop tem uma editora própria com várias publicações Rock n Roll!
Pras essa semana selecionei dicas de livros das Edições Ideal, afinal, natal tá chegando e porque não presentear com livros, não é mesmo? 


Tentei diversificar os temas, sei que tem leitor de todo o tipo aqui, então vamos lá:

Se você tem filhos, sobrinhos, enteados, netos, bisnetos... e deseja introduzi-los ao maravilhoso mundo do Rock n Roll, o Rock para Pequenos - Um livro Ilustrado para futuros roqueiros é uma boa escolha!
Com ilustrações "fofas" e simpáticas, o livro apresenta 20 ícones do Rock pras crianças: Axl Rose, Björk, Bono Vox, Bruce Dickinson, Dave Grohl, Dick Dale, Freddie Mercury, Green Day, Jeff Hanneman (Slayer), Jerry Lee Lewis, Jim Morrison, Chrissie Hynde (Pretenders), John Lennon, Lemmy Kilmister, Metallica, Morrissey, Nina Hagen, Robert Smith (The Cure), Sex Pistols e Van Halen.



O Reino Sangrento do Slayer tem dedicatória ao falecido guitarrista Jeff Hanneman e conta toda a história da banda que ajudou a fundar e difundir o thrash metal desde o início, álbum por álbum e contém fotos raras e outros registros visuais. As páginas pretas são pura e maravilhosa trevosidade! :D


Pra quem quer rir à beça, Detonator - A Bíblia do Heavy Metal : O Antigo Testamento é o livro!
"A história do Heavy Metal, como todos sabem, é dividida em AD/DD (Antes de Detonator/Depois de Detonator), e nesse livro o leitor (leia-se o headbanger) encontrará respostas para todas as questões fundamentais do universo: Quem é Deus Metal? O que ele come? Onde ele dorme? Ele dorme? Há outro Deus além do Deus Metal? Havia Metal na Era dos dinossauros? Jesus Cristo, com seu cabelão, foi o primeiro filho do Deus Metal?"



Finalizando com uma obra que não é um livro, é um DVD que fiquei interessadíssima já que estudo subculturas: DVD - American Hardcore - A História do Punk Rock Americano 1980 - 1986, que mostra o "nascimento, ascensão e queda do cenário musical e cultural que ficou conhecido como Hardcore. Com depoimentos, trechos de shows e contextualização de época, o filme mostra como a frustração e o inconformismo com a ordem vigente (em termos políticos, musicais e comportamentais) conduziram aquela geração ao único caminho possível: “faça você mesmo”.  
Enquanto a América vivia sob a égide do Governo Reagan e as rádios tocavam apenas músicas pasteurizadas, nos subúrbios de Los Angeles começava uma movimentação de jovens que não estavam nem um pouco satisfeitos com isso, e disseram não! Esse grito de negação, traduzido em músicas rápidas, agressivas e politizadas, disseminou-se rapidamente. Era a explosão da cena que trouxe ao mundo bandas como Black Flag, Circle Jerks, Minor Threat, Bad Brains, T.S.O.L., SS Decontrol, MDC, Bad Religion, D.O.A., Gang Green, Minutemen, Poison Idea, 7 Seconds, dentre muitas outras."


Todos os livros indicados estão com desconto no preço e nas compras acima de R$99,90 o frete é grátis!

E fiquem ligados nos prazos de entrega da Ideal Shop pro natal! Cliquem na imagem pra acessar o post explicativo ;)

http://blog.idealshop.com.br/2014/11/o-natal-vem-ai-fiquem-ligados-nos-nossos-prazos-de-entrega/


8 de dezembro de 2014

Sorteio: Corpete Dark Fashion


Este mês a Dark Fashion comemora seu 7º ano de existência, e é claro que o presente vai pros clientes mais que especiais que acreditam e apoiam o trabalho da loja. 
Em parceria com o Moda de Subculturas, a loja realizará 3 sorteios nos dias 12, 19 e 26/12.

Este primeiro sorteio é do Corpete 3600:


Regras: 
Compartilhar publicamente a imagem do sorteio presente na fanpage.
Preencher seu nome e email neste link (obrigatório porque é esse aplicativo que fará o sorteio): Sorteio: Corpete Dark Fashion

Nunca participou de sorteios, por esse aplicativo? Sem problemas, aqui está o passo a passo:
- Escolha o ícone: email, facebook, instagram etc... e preencha seu nome e email.
- Indique 3 amigos e ganhe mais uma chance (não é obrigatório).
- Responda a pergunta solicitada para ganhar mais uma chance (não é obrigatório).
- Confirme e pronto! Já está concorrendo!

Data de finalização do sorteio: 12/12
A sorteada será avisada por email e terá 24 horas pra responder.



Atualização dia 13/12: A vencedora do Sorteio foi Claudete Angela. Estamos aguardando o email dela com os print screen e links comprovando que seguiu todas as regras! Em breve confirmação!



Atualização 15/12: A sorteada Claudete Angela não nos enviou o link comprovando o compartilhamento da imagem no prazo de 24 horas. Em virtude disso, fizemos novo sorteio o nome da nova sorteada é Andressa Romanel.



5 de dezembro de 2014

Projeto: Inserção do Diferente

Então pessoal, essa semana estamos dedicando postagens voltadas à tipos de preconceitos com estéticas ou pessoas alternativas [post 1], [post 2], [post 3], [post 4], [post 5].

Aiai... aqueles olhares diários de crítica, curiosidade, admiração... o que seria de nossa vida sem eles, não é mesmo???? Todo mundo aqui deve ter histórias pra contar sobre suas experiências!

Eu, por exemplo, tive várias fases, teve uma época que eu exagerava bastante nos looks e direto tinha pessoas cochichando, apontando, encarando e até xingando. Alguns xingamentos me deixavam paralisada, sem saber o que responder tamanha a surpresa com a agressividade e/ou julgamento errôneo. Hoje, mais velha, uso cabelos cor de rosa e é muito difícil algo me abalar, estou bem mais segura de quem sou e adoro, simplesmente adoooooro quando uma pessoa me olha bem feio e eu dou um sonoro "bom dia" com um sorrizão e passos saltitantes e desmonto a pessoa na hora, elas ficam sem fala ou até gaguejam kkkkkk!! *vingancinha*

Mas agora chegou a hora de falar de um projeto que descobrimos recentemente e achamos sensacional! Chama-se "Inserção do Diferente"! E trata justamente disso: flagrar os olhares críticos, curiosos ou admirados sobre os alternativos.
Lembram o vídeo do post anterior da gótica nas ruas de NY? O projeto brasileiro é bem semelhante, ou seja: estamos todos na mesma sincronia!! Só que enquanto o americano é um vídeo de arte, o projeto brasileiro é pura realidade!!


O projeto foi criado por Bianca Rocha, de 19 anos e Jaqueline Martins de 20, ambas da cidade do Rio de Janeiro. 
Nós fizemos umas perguntinhas à elas que estão fazendo a diferença e principalmente fazendo a parte delas ao divulgar o preconceito recorrente que os alternativos encaram. Entre as questões, fotos do projeto.

- Como surgiu a ideia do projeto? Teve motivo pessoal (vocês usam estética alternativa)? 
Jaqueline: Tive essa ideia a partir do meu primeiro contato com o mercado de trabalho. Eu tinha metade do cabelo pintado apenas e mesmo assim sofria olhares de reprovação dos funcionários mesmo após ter sido contratada pela empresa. Ou seja, o preconceito não partia da empresa em si, mas sim dos seus funcionários. Depois de apresentar a proposta, outros alunos do curso se interessaram. 
Bianca: Após apresentação da ideia, quis participar por presenciar todos os dias esses olhares desferidos contra eu e meus amigos que tinham um estilo diferenciado. Pinto o meu cabelo desde 12 anos e nunca tinha reparado no grau de preconceito que havia sobre mim. Os olhares chegavam a representar o nojo de quem os salpicava em cima de nós. 
Bianca e Jaqueline: Vimos oportunidade de nos pronunciar através do projeto e mostrar a nossa indignação!


 
- Como vocês escolhem as/os modelos, precisa ter um "nível x" de diferenciação?
Os modelos são escolhidos através do facebook, isso inclui amigos de amigos, pessoas achadas aleatoriamente, pessoas que curtem a página entre outros....
O Inserção do Diferente não possui um padrão ou um parâmetro de quão diferente os modelos são, o único critério é que já tenham vivido essa experiência.

- Houve diferença de tratamento em diferentes locais do Rio?
Os lugares escolhidos são sempre de grande movimentação e que tenham um grande fluxo de trabalhadores. Houve em todos os locais o mesmo tipo de olhar porém, sentimos uma diferenciação em pessoas de maior faixa etária onde ocorreu o maior número de olhares.



- Vocês acham que todos os olhares são necessariamente de preconceito ou são também de curiosidade? 
Isso vai da leitura da imagem que cada um faz.

  "Por meio de um ensaio fotográfico e vídeo o estranhamento da sociedade em relação as pessoas com estilos diferenciados e como elas se sentem."




- Vocês observaram olhares ou até assédio maiores nas mulheres do que homens? 
Sim. Em mulheres houve um maior impacto estando mais relacionado com as vestimentas.



- Pra vocês, qual seria a forma mais adequada de inserção do diferente na sociedade?
Nosso objetivo é amenizar esse estranhamento mostrando que as pessoas são mais do que estilos, mostrando o lado de opressor e do oprimido.

A imagem de perfil da página é bem interessante: uma mão "alternativa" e outra não, juntas! 



Curtam a página do projeto porque em breve terá mais fotografias de rua! ;-)
 

4 de dezembro de 2014

Vídeo: Gótica caminha por 10 horas nas ruas de NY e filma preconceito

Esse vídeo chamado 10 hours walking in NYC as a Goth é de David George Brommer como resposta-paródia de um outro vídeo feito pela ONG Hollaback, divulgado em outubro, onde uma mulher caminha pelas ruas e recebe diversos tipos de assédio [esse].
Claro que o vídeo-paródia gótico viralizou também e nós não podíamos deixar de postar aqui já que tem tudo a ver com as postagens dessa semana sobre preconceito com a estética alternativa. MAS todas as frases ditas no vídeo são assédios reais vividos por góticos que contaram suas experiências de preconceito durante o planejamento do mesmo.

E mais do que tudo é uma amostra do que  as pessoas consideradas à margem da sociedade precisam enfrentar todos os dias.


3 de dezembro de 2014

Sobre Esquadrão da Moda, Mude Meu Look e ser "Socialmente Aceito"

Programas como "Esquadrão da Moda" e "Mude meu Look" transmitidos pelo canal Discovery Home & Health, são acima de tudo entretenimento. Voltados à realidade cultural dos EUA, um país com fortes traços conservadores e que cultua o bom mocismo. Tudo que é considerado mal, feio, desvirtuoso deve ser destruído ou transformado em coisas boas e aceitáveis.
Você vai me dizer que as participantes ficaram melhores depois, mais bonitas!
Mas péra... já se tocou que o conceito do que é belo é algo socialmente construído? (a História da Moda comprova isso)


Moda neutralizada: nenhum resquício da estética subcultural.

Vejam este flyer (foto logo abaixo):

"... o programa "Mude meu Look procura pessoas para uma transformação total $$$"
Estamos procurando diversas pessoas em torno dos Estados Unidos! Estamos procurando pelos mais mal vestidos e pelos vestidos de forma incomum. Indique alguém hoje!
Você conhece alguém que se destaca pelo seu estilo? É muito anos 80? Muito ultrapassado ou desalinhado? Muito sexy? É hora de mudança? (...) se selecionados para o programa, cada pessoa é muito bem compensada pela sua participação. Adicionalmente, o candidato recebe uma transformação que vale $$$ em cabelo, maquiagem, sapatos, bolsas, muitas roupas e mais!
Estamos abertos para todos os looks, aqui alguns exemplos do que estamos procurando..." aqui entra lista de alguns exemplos, entre eles, Hippie, Gótico, anos 80, grunge, biker, finalizando com "tenha sua sensualidade de volta".

Prestou atenção nas palavras em negrito?
Como um bom programa de entretenimento, tem grana envolvida.
Tem seres bizarros que assustam a plateia. Tem o palhaço que domina as cenas.
Tem machismo enraizado na cultura tradicional.
Tem sensualidade envolvida porque é o sexo que move $$$ o mundo.
Como um bom programa de entretenimento, tem muito drama. Tem no final os bonzinhos vencendo os malvados, os errados. Tem o malvado ficando bonzinho e obediente. 


Esse flyer foi fotografado e publicado pela americana Amy Doan, dona da Shrinkle/Sugar Pill Cosmetics, ela foi abordada pela equipe do programa sendo convidada a participar do mesmo. Ela conta que disse à produtora que gostava do jeito que era e a produtora disse: "Ainda melhor! Nós amamos os candidatos que realmente acreditam que tem uma boa aparência. Eles fazem a transformação mais dramática".
Acho que isso dá uma noção do que rola nos bastidores.

Deixando claro que não tenho nada contra estes programas e sim, que não os levo à sério! 
E também deixo claro que este post é sobre os participantes alternativos. Sobre os participantes "normais" desleixados, desalinhados, tenho a dizer que nem todo mundo nasce com senso estético. Algumas pessoas precisam ser orientadas seja por desinteresse, porque não foram incentivadas à isso na fase de desenvolvimento ou por não terem uma habilidade natural para Moda. Mas outras se ligaram em subculturas ou na cena alternativa, onde não existe nenhuma regra exigindo que um look seja belo, o contrário: quanto mais exótico e autoral, mais valorizado.

Vocês se lembram qual é uma das características da moda alternativa? Vou reproduzir trecho aqui:
"O fator artístico/criativo é muito importante, assim como a roupa ser usada como uma forma de auto expressão, fora do que é considerado apropriado ou elegante e desafia a concepção do que é considerado belo."

Um dos grandes mitos de nossa sociedade é que podemos mudar o outro. Torná-los nossa "imagem e semelhança". Adequá-los ao nossos gostos e necessidades. Porque assim seremos felizes. Mas esquecemos que o outro é um indivíduo com vida e gostos próprios.

Motivos comuns pelos quais as participantes são indicadas:
- pessoa passa uma imagem errada pra sociedade.
- querem o bem delas.
- não está vestida de acordo com a idade (cronológica ou de espírito?).
- agradar aos amigos - se vestir ao gosto do amigo (ou dos pais ou do marido).
- arranjar namorado, ser sensual e atraente.
- se vestindo assim ela nunca atrairá o sexo oposto (mentalidade que a mulher se veste pro homem e não para si mesma).
- a roupa que usa parece barata (preconceito de classe / devemos ser ostentadores?)
- falam que o estilo da mãe fere os filhos (se o filho se sente ferido, será que ele tá sendo educado reproduzindo preconceitos?)

Claro que não posso deixar de notar o machismo em diversas situações, num certo episódio, a moça diz: "ainda não estou pronta pra casar" - e a apresentadora responde: "e quando vai estar pronta?". Não é de hoje que mulheres que estão solteiras são cobradas ao casamento como se essa fosse a principal meta de suas vidas. E também falam de "saltos de prostitutas" e dizem que tudo que fica acima dos joelhos é  de "vadia", palavra muito usada para objetificar o corpo feminino.

A produção do programa Mude Meu Look prefere alternativos. A mudanças é mais drástica. O programa é alimentado por tensão e drama.


Você já reparou quem indica as pessoas alternativas?
São "pessoas normais".
Você já viu um episódio onde alternativos indicam outros alternativos?
Já viu um episódio onde alternativos indicam pessoas normais?
Não? Nem eu.
Talvez porque os alternativos, mais do que ninguém, entendam o valor da individualidade estética.

O convencimento do alternativo pra "se tornar socialmente adequado", é explorando suas fragilidades, seus pontos fracos, seus traumas. Não raro, o alternativo cai no choro e em culturas conservadoras, choro é fraqueza emocional. Já não basta ter passado por maus bocados na vida por ser alternativo, ainda vem as pessoas te esfregar isso na cara? 
Há episódios com terrorismo emocional, uma espécie de "manipulação". Pegaram traumas da pessoa: "ah é por causa desse trauma que você é assim blablabla" e a pessoa, fragilizada, sofrendo, se acha o pior ser da face da terra e passa a aceitar tudo que eles dizem como regra porque "oh, realmente, o problema sou eu...". Trauma todo mundo tem, só que às vezes, as tais roupas não aparentavam vir de traumas e sim de gostos específicos.

Se a participante está feliz, confiante e cheia de autoestima sobre seu visual, a apresentadora faz caras e bocas e convence-a de que ela está toda errada, cava fundo nos dramas pra encontrar uma fragilidade e explorar ao máximo, se nada disso dá certo, partem pra questão amorosa: "Você está sozinha? Já reparou que sua roupa afasta os homens certos?". Homens certos...

A participante Ivy em termos de comportamento, era aquelas punks das antigas, bem atrevida e com um jeitão meio Courtney Love. Ela ficou socialmente aceitável depois de "reformada", mas era possível ter mantido elementos punks no visual dela se o programa levasse em conta a personalidade ousada. 


Esquadrão da Moda:
Ao contrário do Mude Meu Look que adoooora pegar alternativos, o Esquadrão da Moda não tanto... mas lembro de algumas participantes que tinham o estilo alternativo. Não me esqueço de dois: um rapaz gótico de longos cabelos negros que, segundo o cabeleireiro tinham de ser cortados. E foram! Bem curtinhos. O rapaz não ficou bem (o rosto dele não combinava com cortes curtos) e não gostou nada. Mas nesse caso parecia uma mistura de preconceito e sacanagem por parte do cabeleireiro/produção.

Outra participante que me lembro era uma roqueira, na hora de fazer compras, ela não foi na loja "chique" indicada pelos apresentadores, fugiu pra uma famosa loja alternativa de NY, comprou algumas peças e ficou tirando sarro.

Também lembro de uma senhora que usava roupas muito curtas e doidas, mas eram a cara dela, se é que me entendem. Essa senhora permitiu a mudança das roupas, mas no final confessou que não as usaria. Ela tinha um cabelo loiro cacheado super armado, que era uma característica do estilo dela e negou que ele fosse mudado. Isso é ter personalidade! O cabeleireiro ficou possesso!

Em alguns casos eles envelhecem as participantes (porque roupas de corte clássico envelhecem) deixando jovens de 25 anos com aparência de senhoras. 


Um estilo alternativo que indica uma personalidade irreverente e que gosta de brincar com a moda e o "depois", com impessoalidade e neutralização. 

Os alternativos querem que a sociedade os aceite como são, o que envolve inclusive tanto o direito de andar todo gótico trevas quanto andar mostrando a bunda. O que torna uma bunda indecente não é pessoa, é a cultura que ela faz parte. Uma bunda não é indecente pra uma índia, por exemplo porque na cultura deles o significado do corpo é outro. A cultura que vivemos trata o corpo feminino como algo que deve ser escondido e resguardado por ser propriedade do outro e não da própria mulher. E cabe a roupa conservadora resguardar esse corpo.
Todo tipo de "desvio" social deve ser evitado, por isso, em meados do século passado surgiram os movimentos de contra cultura, porque eles eram contra a cultura dominante. Eram rebeldes que pregavam um novo modo de vida e de pensamento.

Já conversei com alternativos daqui e de outros países e é basicamente o mesmo pensamento que todos tem: ser aceito pela sociedade como são; lutar pra ser o que se é e claro, a vida não é fácil pra quem pensa assim, quem disse que é? Quem se assume, precisa encarar!

É preciso estar disposto a lutar e passar por cima dos preconceitos. A roupa expressa você!! Eu tenho amigos não-alternativos, tenho familiares não-alternativos e antes de tudo os enxergo como seres humanos, quando estamos juntos, a roupa é diferente, mas o respeito é igual. Minha melhor amiga de infância é o oposto de mim. Esse é o mundo que eu quero. Que alternativos e não-alternativos estejam juntos e um não reparem na diferença do outro, e sim, no que tem de igual.


Concluindo
Outra coisa a ser notada é que a transformação não acaba após o cabelo e maquiagem. Os participantes são levados a encontrar familiares numa festa de recepção do seu novo look ou expostos publicamente num palco dentro de uma espécie de shopping center, um teatro grandioso onde os transformados são apresentados ao grande público como exemplos de que sim! Podemos mudá-los, retirar seus "desvios" e deixá-los ao nosso gosto correto e ordeiro, e então: aplausos!

E alguém orgulhosamente diz:

"Parabéns fulana, você é outra pessoa!"

Objetivo alcançado.



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Estilo: Abby Sciuto e Penelope Garcia

Num mundo hipoteticamente perfeito não haveriam julgamentos ou preconceitos. Você seria aceito por seu caráter.
Quem dera esse mundo não fosse tão hipotético assim, mudanças de comportamento são possíveis, basta se arriscar a dar o primeiro passo e quebrar paradigmas. É lento mas acontece. Pode ser que você não usufrua mas deixe isso de herança para futuras gerações.

O ideal seria que você conseguisse arranjar um emprego pela suas capacidades e habilidades e não pela forma que aparenta. Independente de ter de lidar com o público. Porque num mundo hipotético, o público também não se importaria em como você aparenta, porque esse público também seria livre para se expressar visualmente como quisesse. Notar o que o outro veste não é problema algum, o problema é julgar as capacidades intelectuais e emocionais do outro.

No cinema, televisão, literatura, que trabalham com ficção, esse tema já foi explorado, desde Lisbeth Salander, a hacker de estética punk-dark e gênia da informática, passamos também por Effie Trinker de Jogos Vorazes, afinal, andar de peruca rosa não é pra qualquer um! E semanalmente podemos citar Penelope Garcia de Criminal Minds e Abby Sciuto de NCIS. E é delas que vamos falar hoje!



Abby Sciuto é interpretada pela atriz Pauley Perrette na série NCIS do canal AXN. Pauley tem 45 anos e além de atriz, estudou sociologia, psicologia e fez mestrado em ciência criminal. Também é vocalista de uma banda só de mulheres, a Lo-Ball.
Já a personagem Abby é gótica, mas de forma nenhuma estereotipada naquela imagem de pessoa anti social e introspectiva. Ela é segura de si, alegre, não se sente inferiorizada, é irônica, inteligente e super sociável. 

Abby é uma chance de jovens garotas se identificarem com a personagem e irem atrás de conhecer mais sobre a subcultura gótica.


A personagem usa muitas gargantilhas, elas fazem a diferença no look:


Recentemente a atriz teve uma reação alérgica à tinta de cabelo preta após tingir por muito tempo os fios e agora usa peruca durante as filmagens. Sobre tornar a Abby loira (a cor natural do cabelo de Pauley), ela diz que a personagem é como um personagem de desenho animado: nunca deve ser mudada!

Pauley já usou cabelo loiro antes de entrar pro NCIS, o visual dela em sua banda caía mais pro estilo ousado do Rock n Roll!


"Eu acho minha personagem fantástica. Me sinto honrada em interpretar um dos melhores personagens da TV, que é uma modelo para garotas de todo o mundo. Eu ouvi de pais, avós e de diversas jovens que a personagem que eu interpreto tem incentivado-as estudarem matemática e ciências, o que é uma bênção.

O estilo de Pauley fora das telas também é alternativo:

******


Penelope Garcia é a personagem interpretada 
por Kirsten Vangsness,de 42 anos, na série Criminal Minds.

A personagem Penelope se diferencia visualmente de seus colegas

Penelope é uma personagem que usa uma moda alternativa colorida, com muitos acessórios, enfeites de cabeça e cabelos coloridos (já usou até cor de rosa!), ela  tem uma personalidade emotiva, envolvente, animada e é uma hacker que trabalha para o governo. 
Acessórios que algumas pessoas podem considerar infantil, como presilhas, plumas, bonecos... são parte da personalidade de Penélope: gostar de coisas divertidas e alegres.  


Num determinado episódio, ela assume a função de uma colega e muda para uma estética séria, de cores sóbrias e discretas,  de poucas e corretas palavras, ou seja, anula sua estética. Só que aí, ela perde sua personalidade. Confusa e  atrapalhada, ela está completamente sem saber como agir, existe uma briga entre sua personalidade e a nova imagem formal que ela quer passar no novo cargo, então, seu colega Morgan diz pra ela ser ela mesma, como ela sempre foi, pra nunca mudar, para ela ser a "Garcia original". Na cena seguinte Penelope Garcia reaparece como ela é: colorida, falante e alegre e tudo começa fluir bem de novo. 

Achei sensacional a série abordar sobre a anulação estética e o impacto que isso provocou no trabalho da funcionária: o rendimento caiu porque a pessoa ficou infeliz e preocupada em satisfazer a vontade dos outros.

 Kirsten Vangsness nos bastidores das gravações.

Assim como Puley,  Kirsten também tem uma estética fora do padrão na vida real. No tapete vermelho, onde todos supostamente devem ser um exemplo de sofisticação e elegância ela desfila sua irreverência.


Existe vantagem em termos estas personagens em seriados, pois apresentam ao grande público de massa, versões não estereotipadas de pessoas alternativas, quebrando barreiras e ajudando a diminuir os preconceitos!


2 de dezembro de 2014

Sobre Preconceito e Autoconfiança: A Resistência Estética

O post anterior foi sobre o Preconceito com as Estéticas Alternativas.
A partir do momento que você assume sair do padrão, encontrará resistência da sociedade em aceitar sua individualidade.






A estética das subculturas tem como base a música. "Diga-me o que ouves que te direi como te vestes!"
Já a moda alternativa, como falamos [aqui], é muito mais abrangente, a moda subcultural está dentro da moda alternativa.
Quando passamos a nos interessar por subculturas ou moda alternativa, queremos demonstrar isso pelas vestimentas, queremos dizer ao mundo quem somos através de nossos adornos.
À medida que crescemos nós abandonamos essas vestimentas... ou não. 


"Perigo: A música punk pode causar criatividade  - e - individualidade"


Por que alguns mantém uma estética subcultural e outros não?
Tirando a questão do emprego (o grande dilema!), algumas pessoas se ligam de forma mais aprofundada nas subculturas e outras se ligam mais superficialmente. E também porque algumas pessoas se encaixam nas normas mais facilmente que as outras.

Como saber se é só uma fase pra você?
Essa é uma pergunta realmente difícil.
Só o tempo vai te dizer.

Se quiser saber o quanto se expressar pelas roupas é importante pra você, pode fazer um teste: por uma semana, não use absolutamente nada que tenha referência alternativo ou subcultural. Se você sofreu muito durante esse período, se teve crises de recaída, se não via a hora de se despir, se sentiu angústia... bom, você não vai largar seu visual alternativo tão cedo! :D

Se por algum motivo da vida ou por vontade própria você precisou amenizar ou largar sua estética subcultural, tudo bem! Isso não é um crime! Tenho certeza que mesmo assim vocês conseguem ser fiéis à si mesmos de outras formas!!


Como sobreviver ao preconceito?
Pra quem já passou de certa idade essa pergunta pode parecer tola! Mas como eu sei que o blog tem muitos leitores novinhos e sei que quando adolescentes as crises de insegurança são comuns, estas dicas podem ser úteis:

-  Se vista de forma super elaborada nos dias que estiver autoconfiante! Porque se alguém na rua implicar com você, você não vai nem ligar pras baboseiras!  A nossa linguagem corporal diz muito sobre se estamos confiantes ou não e as pessoas reparam em quem está mais enfraquecido e tiram proveito disso pra agredir.

- Se você não estiver muito autoconfiante e fizer questão de usar um visual mais elaborado, tente não sair na rua sozinho/a. Saia com alguns amigos ou com seus parentes. Quando se anda em grupo é mais difícil ser vítima de agressões.

- A clássica "não ande em ruas escuras ou muito vazias" pode servir aqui. Nunca se sabe se algum engraçadinho vai aproveitar o ambiente pra  te ridicularizar. 

Claro que que existem momentos que realmente não dão pra sair toda montada ou com "aquele make". É o tal de "estar vestido adequadamente pra situação". Quais seriam estas situações? Principalmente situações que envolvem idas à hospitais, funerais ou em ambientes da lei. Casamentos, depende! Se a maioria dos convidados já souber que você é alternativo tudo bem, se os noivos não se importarem com o seu visual, tudo bem também. Afinal, se você foi convidado é porque te conhecem, certo? Mas se tiver dúvidas, você pode apelar pra um look mais amenizado.

A autoconfiança é necessária pra se sustentar um look! 
Quem tem, não se importa com o julgamento alheio. 


Nem toda atenção é ruim!
Nesta vida, aprendi que o que os outros pensam de mim não é tão importante assim. Seria isso individualismo, egoísmo? Pode ser. A questão é que na cabeça de muitas pessoas estéticas subculturais estão associadas à drogas, perversões, tudo de ruim... então, não vejo como egoísmo querer se defender de críticas maldosas simplesmente apertando o "foda-se"!

Eu já surpreendi muita gente puxando assunto, dando bom dia/tarde, falando coisas bobas, conversando com os velhinhos da praça, tudo isso de forma natural, porque me deu vontade! Isso desconstrói o mito de que somos seres fechados ou isolados e as pessoas passam a te enxergar além da roupa.
Claro que já fui contra tudo e todos, não falava com ninguém, fechava a cara, mas isso foi durante os turbulentos anos de adolescência, depois passou, eu defini minha personalidade e fechar a cara não tem mais a ver comigo.


Se é de sua natureza, não tenha medo de sorrir e surpreender! 
Isso quebra barreiras!



Às vezes construímos um muro contra as pessoas e achamos que todas elas vão nos fazer mal! Nem sempre! Às vezes elas te olham por curiosidade, sem maldade e nem bondade. Tente não focar tanto no negativo, nós não estamos contra as pessoas, só queremos nosso espaço pra se expressar livremente!
 
Existem os que vão admirar seu estilo, só que nem sempre terão coragem de falar com você. Você já imaginou que pode estar inspirando muitas meninas e meninos mais novinhos que te veem passar na rua? De alguma forma você afeta outras pessoas, nem que seja pra fazer elas saírem de seus próprios mundos por alguns segundos.
Eu por exemplo cresci numa cidade do interior e justamente por me vestir alternativamente, as pessoas se lembram de mim! Podem gostar ou não de meu estilo, mas se lembram!


O exercício da auto confiança é diário.
Se você não tem ainda coragem de sair toda montada na rua, comece aos poucos, uma peça pesada com uma peça leve, depois vá acrescentando acessórios, ou calçados e por fim, estarás vestido como deseja!
Veja com qual peça se sente mais segura e use-a como base do look (pode ser um calçado, um acessório, uma roupa...).
É preciso perder o medo de dar o primeiro passo. A auto confiança vai aparecer durante esse exercício!


A Rejeição dentro de casa:
Se seus pais ou parentes não aceitam ou toleram seu visual, tente evitar atrito com eles. É preciso entender que eles são de outra geração e foram criados de outra forma. Simplesmente viva sua vida e faça os entender que roupa não muda caráter. 


"Você pode fazer o que quiser, 
contanto que não empurre na goela abaixo de outras pessoas"
 


Não é sobre se exibir, é sobre se expressar!
Algumas pessoas podem dizer ou pensar que nos vestimos desse jeito pra chamar a atenção, se exibir.
Ora, nos vestimos assim porque gostamos!
E justamente por sermos nós mesmos livremente acabamos por nos destacar na multidão.



Você já imaginou que às vezes as outras pessoas não tem coragem de se expressar através das roupas como elas gostariam? 

Que se vestem com as roupas da moda por medo de não satisfazerem as expectativas dos outros?
Ainda bem que não fazemos parte deste grupo!


1 de dezembro de 2014

O Preconceito com as Estéticas Alternativas


 "As pessoas vão te encarar - faça valer a pena!

O preconceito estético de "pessoas normais" para com quem tem um visual diferente costuma ser diário.
Como eu lido com isso? 

Não tô nem aí!


"Não se preocupe com o que os outros pensam de você"

Mas sim, eu já me importei quando era novinha. Até que um belo dia me dei conta de que é impossível querer se vestir diferente, sair na rua e ninguém reparar. 
O conceito do que é "visualmente adequado" é uma convenção social. Se você sai do padrão, com certeza será julgado de alguma forma.

Penso que o Brasil é bastante conservador em temos de moda e estilo apesar de existirem grupos de pessoas com ideias e projetos avançados aqui e ali. Pessoas conservadoras querem tudo do jeito que elas consideram correto e respeitável. E eu sou o contrário: uma pessoa de mente muito aberta para o diferente e incomum,
sou a favor da livre expressão estética! O que seria "se vestir de forma respeitável" numa sociedade em que os maiores ladrões usam terno e gravata?
Mas aí você me diz que nunca viu tanta gente alternativa pela rua, tantos cabelos coloridos... mas isso não significa que os outros estejam aceitando mais. Podem tolerar, aceitar ou compreender é diferente.

Nos meus anos de estética alternativa, não enfrentei violência física, mas olhares diários com assédios e violências verbais ocasionais.

Quando minha personalidade "diferente" começou a se revelar, eu não percebia que eu era "diferente", pra mim, eu era absolutamente normal! Talvez eu fosse muito nova pra entender as nuances de personalidade e simbolismos estéticos... Eram os outros que enxergavam o incomum e que me enquadravam. Mas um dia percebi que aquilo era preconceito e intolerância, e me senti muito mal, a autoestima foi lá embaixo! Depois, entendi que existiam pessoas de mente fechada e decidi chutar o balde. Na época, construí um muro pra me defender e achava as pessoas normais repugnantes! Às vezes, quando jovens e com personalidade em formação, a gente precisa da fuga pra sobreviver.

Pouco depois, com mais autoestima, quebrei o muro e passei a encarar o preconceito de frente. Não vejo mais as pessoas normais como "repugnantes" e sim, com direito à escolha de serem como elas são: diferentes de mim. Eu as respeito, mas não significa que eu concorde com elas! Hoje, eu digo que tenho uma espécie de alma punk: eu aperto o ‘foda-se’ e sigo em frente.



"Eu não dou a mínima pro que os outros pensam de mim", Brody Dale

Desde que assumi a estética alternativa full-time, não me lembro de um dia na minha vida ter ligado pro que pensavam sobre mim. Por incrível que pareça, eu me importava mais com o julgamento alheio quando eu me vestia mais normal. Talvez porque minha esquisitice não batesse de jeito nenhum com a normalidade tornando-me uma pessoa "realmente estranha"...



"A pior coisa de ser gótica não são os olhares, os julgamentos ou as coisas maldosas que as pessoas dizem, é ter um guarda roupas todo preto e um gato branco peludo"

Houve um tempo que eu estourava mesmo meu visual, hoje, mais velha, estou bem mais contida. Não porque encaretei, continuo bem fora do padrão, mas por causa da praticidade necessária para realizar as tarefas da vida adulta. É complicado ir no supermercado cheia de spikes - então os deixo pros momentos de lazer.

Acho que atualmente muitos não assumem seus visuais por medo de não serem aceitos. Medo de rejeição.
Ninguém quer sofrer preconceito, ser hostilizado... ninguém quer sofrer a dor de ser o que se é.
Sabe aquela coisa de querer ter o visual mas não querer arcar com as consequências?


Mas e o emprego?
Todas as vezes que tentei me encaixar, algo deu errado. Incluindo na hora de procurar emprego.
Uns anos atrás, parte de se assumir alternativo era ser autônomo ou trabalhar no meio alternativo ou underground e desejar pra sua vida a grande liberdade de ser quem se é.

Agora, a amenização se torna necessária para os que almejam um bom cargo  numa empresa.

Com o aumento da classe média brasileira, muitos alternativos vem dessa classe social e cá entre nós: quem quer perder seus privilégios??
Você tá aí, na sua casa com TV a cabo, acesso à internet, celular da moda, podendo comprar roupas legais de grifes e de lojas alternativas e vai querer cair de classe social ou no máximo se manter na mesma classe a vida inteira por fazer questão de manter sua estética alternativa tão rejeitada pelo outros?
E se o alternativo vem de uma classe baixa, você acha que ele não vai querer ter a chance de melhorar a vida?
Reflita sobre isso. Como ser parte de dois mundos opostos?




Legenda: "Às vezes não sei o que fazer comigo mesma" 
Ilustração de Anna Grrl

 
Escolhas...

Talvez eu tenha perdido coisas na minha vida por insistir em manter minha estética mais alternativa. Poderia estar num lugar "superior" se eu me amenizasse, me adequasse... Será???
Ou será que sendo normal, eu estaria no mesmo nível de hoje, mesmo eu sendo "adequada"?
Não há nada que nos comprove que nossa vida seria diferente se fôssemos diferentes.

O fato é que todas as vezes que eu me anulei demais por causa de um emprego, me senti uma impostora. Me senti falsa, “mentindo” pros outros sobre meu verdadeiro eu, me senti muito angustiada.

Ah, mas você mesma fala desde o começo deste blog que as pessoas normais também têm as roupas de trabalho e de lazer, por que os alternativos não teriam?
Sim, é verdade! Falo direto disso! Se você é um "alternativo-amenizado" você precisa ter 2 guarda roupas.
Mas creio que a diferença principal entre os alternativos e as pessoas normais é que estas não sentem angústia de disfarçar quem são nos empregos, pois pra eles são apenas 2 guarda roupas diferentes (moda) e pra nós, são 2 mundos diferentes (estilo de vida)!

Eu mesma tenho minhas roupas de trabalho (mais caretinhas) e as de lazer. Só que as minhas roupas de trabalho ainda são consideradas “diferentes” entre os colegas. Considero isso um elogio!

Os cabelos também tem uma importância incrível no visual! Eu fui ruiva (alaranjada) por muito tempo por puro amor à cor. Mas de repente descobriram que ser ruiva laranja era ser um “diferente aceitável” e eu odiei esse novo conceito! Embora pelo que observo, ele esteja correto. Daí pintei o cabelo de rosa. Desde então passaram a me olhar muuuuito, muuuuito mais do que o habitual. E o assédio verbal aumentou! Não tem como esconder sua alternatividade com um cabelo em cor fantasia. Não existe mais um "acobreado" pra me servir de muleta.

O outro lado
Bom, eu sou empática apesar de tudo. E nestes anos todos, percebi que as pessoas às vezes te olham não porque te julgam negativamente, mas porque acham curioso, diferente (nem sempre pela visão ruim), interessante e até corajoso. Como todo preconceito, só acaba com conhecimento, compreensão e respeito pelo próximo.

Finalizo dizendo que se você for "normal", vai sofrer preconceito visual do mesmo jeito. 

A diferença é que nem sempre vão apontar na sua cara ou te xingar, mas te julgarão igualmente de forma feroz. Seja pela sua roupa, seu corpo, suas posses... No fim, todos nós temos alguma diferença.

Percebem como nunca estamos adequados?

Então, porque não aproveitar e se libertar dos padrões exigidos socialmente?


"As pessoas deveriam realmente parar de esperar o normal de mim. 
Todos sabemos que isso não vai acontecer!"
 


Tem muito mais sobre preconceito e 
autoestima aqui no blog essa semana!
Fiquem ligados e deem suas opiniões, contem suas experiências!
Sana

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