Destaques

25 de março de 2015

"O Heavy Metal é muito mais do que uma estampa em lojas de departamento"

Há pouco mais de um dia atrás uma polêmica rolou na internet em sites do meio Heavy Metal.
Foi "denunciado" que a loja de departamentos sueca H&M estava vendendo camisetas com logos e símbolos de bandas de metal neo-nazistas.
Houve debates e questionamentos na web sobre até qual ponto uma loja corporativa chegaria, na ânsia para vender produtos, comercializando logos e símbolos de uma subcultura sem saber seus reais significados. 


Finalmente, pouco mais de 24 horas depois, o assunto foi desvendado: Henri Sorvali das bandas de metal finlandesa Moonsorrow / Finntroll  foi o responsável pelo Culture Jamming

Culture Jamming é uma espécie de ativismo street art que visa romper ou subverter a cultura mainstream. Os adeptos acreditam que o público tem o direito de responder às imagens de marketing em lugares públicos que nunca pediram para ver. É como uma reação contra o conformismo social, criando novos tipos de produção cultural que transcendem, ao invés de simplesmente criticar o status quo. Eles tentam expor os métodos de dominação da sociedade de massa para promover a mudança progressiva. Banksy, Borat, Jello Biafra, John Lydon e Michael Moore são famosos Culture Jammers.

Henri Sorvali e seus amigos botaram o mundo metal pra questionar até que ponto a subcultura tem tido sua estética massificada em lojas de departamento

Como eles fizeram esse protesto artístico?
Eles pegaram roupas da atual coleção de primavera da H&M, fabricaram estampas e patches de falsas bandas neo-nazis que pertenciam à uma gravadora falsa, a "Strong Scene Productions" e aplicaram nas roupas. Tiraram fotos e a seguir, espalharam as fotos na internet. Em pouco tempo, até grandes sites de noticias HM ingenuamente divulgaram que a mais recente coleção da H&M tinha roupas "de inspiração metal" baseadas num imaginário genérico sobre a subcultura.

As falsas peças feitas pelo coletivo de Culture Jamming "Strong Scene Productions"

Henri Sorvali explica qual a motivação por trás do ato:

"Queria salientar o fato de que você não pode comercializar uma subcultura sem realmente conhecer todos os diferentes aspectos da mesma. O conhecimento sobre o seu produto é essencial em marketing.
O objetivo do grupo (que tem dezenas de pessoas de diferentes áreas da música e da mídia ao redor escandinávia) foi a discussão sobre o fato de que a cultura do Metal é mais do que apenas logos "cool" em roupas da moda e tem muito mais aspectos ideológicos e estéticos em subgêneros diferentes do que algumas empresas estão tentando expressar. A cena metal é variada, polêmica e uma espécie de lobo que você não pode acorrentar e esperar que ele se comporte em seus termos, como um cão. O Strong Scene é um coletivo que não tem absolutamente nenhuma intenção política nem ideológica e só está trazendo a conversa para o nível que deve ser discutido! Você chama isso de trolling, podemos chamá-lo de interferência cultural."

E por que a escolha do tema "neo-nazi"?
Ele explica:
"Queríamos trazer o lado feio do metal para para mostrar que nós, como metalheads estamos mais conscientes do conteúdo que você está vendendo às pessoas do que você como vendedor. Há tantas coisas erradas com a comercialização (mainstream) do metal, que nós sentimos que alguém tinha que fazer uma declaração sobre o assunto. Acho que isso é uma grande lição para marcas corporativas. Se você escolheu o metal para cooptar a moda, pode haver um pouco de retorno adverso de algumas pessoas que o conhecem."

 O músico finlandês Henri Sorvali que fez a "pegadinha do malandro" junto com seus amigos alertando que o Heavy Metal é muito mais do que uma estampa em lojas de departamento!


Coincidentemente, recentemente fizemos um post sobre a cooptação de símbolos ocultistas e pagãos pela moda. É muito interessante saber que alguém, do outro lado do mundo, está na mesma vibe de questionamentos que nós, do Moda de Subculturas
Algumas pessoas criticam subculturas por serem "fechadas, atrasadas e aprisionantes" e este protesto vindo através de uma intervenção artística, por membros de uma subcultura, com um questionamentos super viáveis e reflexivos, mostra que apenas um grupo, unido das mesmas ideias poderia colocar em atividade tal provocação social. 
Aos que se identificam com suas subculturas e exigem que elas tenham seus símbolos respeitados: ainda existem pessoas com interesse em fazer a diferença!


24 de março de 2015

Consumo consciente: uma reflexão mais profunda

Ao ser abordado o Consumo Consciente no blog, os questionamentos ficaram longe de terminar naquele post. Pelo contrário, de lá para cá, depois de diversas leituras e informações, notamos o quanto é preciso aprofundar ainda mais a pensata que parece ter caminhos intrigantes.

Começo dizendo que não sei se terei resposta para tudo, mas com certeza muitas interrogações. E a maior delas é: até que ponto podemos ser éticos e praticar nossas ideologias num sistema que possui escalas quase infindáveis? Caso queira entender melhor a indagação, recomendo a leitura "O verdadeiro retrato da moda nos dias atuais", escrita por Bruna Toledo, onde é relatado um lado obscuro do mercado que pouco se fala.

Outro dia encontrei uma renomada jornalista de moda que me perguntou se eu não observava o quanto estávamos andando mal vestidos (ou seja, usando roupas de má qualidade e fabricação). Respondi na hora que sim e o pior, pagávamos caro por isso. O encontro foi repentino e o papo não pode mais se estender, só que o tema não desapareceu da minha mente.

No Brasil, pagamos um valor elevado por roupas que nem sempre valem o preço final. E a indignação cresce ainda mais quando se tem noção de que parte desses produtos são feitos em série, algumas vezes confeccionadas em péssimas condições de trabalho, com exigências loucas de produção, pagamentos irrisórios, excesso de horário e outros absurdos. Lembrou de algo?


Mão de obra escrava
Taí um ponto que é de extrema importância. O país ainda não parou direito para debater o tema, estamos atrasados. O slow fashion é tratado aqui como algo novo enquanto no exterior já é uma realidade. E não é só no âmbito de consumir menos, mas também na valorização da feitura da peça, a forma como foi confeccionada e a história ou o simbolismo que há por trás dela. Não à toa, o brechó é o mercado da vez, nas grandes feiras internacionais os stands mais procurados são estes.  

Quando tocamos no assunto, logo vem à mente os trabalhadores asiáticos ou até mesmo bolivianos que vivem clandestinamente no Brasil. Mas há uma realidade que pouco se dá ênfase e tem um nível de exploração semelhante: empregos análogos a de um escravo que se escondem em carteiras assinadas.

A profissão de costureira enfrenta escassez faz tempo. É uma das atividades que a indústria brasileira mais vem sentindo falta. Além da ausência de profissionais capacitados perante a demanda, é um trabalho que costuma oferecer má remuneração pela carga horária pesada e que nem sempre oferece crescimento profissional. Sem contar que, certas empresas, teimam em fugir das leis trabalhistas. Essa é uma realidade social séria e preocupante, pois se observarmos o perfil dominante do cargo, iremos encontrar na maior parte mulheres de baixa renda, muitas vezes nordestinas e negras.

O que nos diferencia dos países asiáticos é que aqui somos protegidos por severas leis trabalhistas. Surgindo denúncia, os envolvidos serão investigados e punidos. Nem toda a produção das grandes magazines vem de fora, podemos consumir o que é feito no Brasil e sendo clientes, exigir o combate de roupas confeccionadas a base de exploração. No caso de empresas estrangeiras como a Converse, ela possui 90% dos seus calçados produzidos aqui, mas se ainda lhe fere o fato da marca pertencer a Nike, você tem todo o direito de escolher se irá ou não adquirir peças.


"Se você não gosta de algo, mude. 
Se você não consegue mudar, mude a sua atitude"
 Maya Angelou


O Paradoxo das Fast Fashion
Outro assunto que queria falar mais sobre. A questão das fast fashion tem um efeito paradoxal. Há os graves problemas de mão de obra escrava e do exacerbado consumo de roupas descartadas no meio ambiente, porém é de se observar uma questão interessante no aspecto social.

O fato é que muitas marcas brasileiras não têm interesse em investir no público C, D e E. Tal conceito já é visto na formação acadêmica de moda. É impressionante como muitos alunos não querem criar coleções direcionadas a esses consumidores, da qual são maioria no país. Boa parte visa o mercado de luxo e esquece o resto da população.

Foi então que as magazines chegaram e se voltaram as classes ignoradas. Levaram moda, novas tendências para um público que não tinha acesso e nem fazia ideia quando iria ter. Suas lojas foram a bairros, municípios e cidades que muitas grifes brasileiras dificilmente terão filiais presentes. Tá certo que hoje em dia algumas lojas encareceram tanto que o perfil do público está quase mudando, mas ainda assim, conseguem atrair com as facilidades de pagamento.

Esse é um ponto que considero bem reflexivo, porque a moda pode servir tanto de exclusão como de inclusão social (a exemplo do projeto Jacaré é Moda), depende da forma como é projetada. Há muitas dúvidas sobre seus efeitos a longo prazo, mas o lance é que as fast fashion conseguiram quebrar o esteriótipo de que só ricos podiam consumir moda. De certo modo, eles deixaram o mercado mais democrático. Como concluiu a jornalista Maria Prata: "o mundo do "eu sei, você não sabe", "eu tenho, você não tem", nunca esteve tão em baixa".

Dentro da temática, introduz-se também o público alternativo. Dez anos atrás, era superdifícil encontrar peças do nosso estilo, porque o que tinha, além de custar caro (já que moda alternativa é um nicho), havia pouca variedade de modelos e tamanhos. Mesmo seguindo modismos, as fast fashion acabaram nos incluindo como consumidores, alcançando desde quem mora em metrópoles a cidades bem pequenas. É claro que como adeptos de subculturas, damos muito valor as lojas especializadas pois são marcas construídas por pessoas do meio, o problema é que elas ainda não conseguem estar presentes a todos os contextos sociais do país.


Realidade ou marketing?
Tem coisas que incomodam no mercado. O mal uso que certas empresas têm feito do marketing é um deles. O método tem sido adotado de forma tão errada, que o recém lançado Manifesto Anti_Fashion de Li Edelkoort, aborda o acontecimento. Segue os dizeres de uma das maiores cool hunters do mundo sobre o tema: “Inicialmente inventado para ser uma ciência, misturando-se a previsão de talentos com os resultados de mercados para fixar estratégia no futuro, tornou-se progressivamente uma rede de tutores temerosos de marcas, escravos de instituições financeiras, reféns dos interesses dos acionistas, um grupo que há muito tempo perdeu autonomia para uma mudança direta".

A cada dia que passa, os consumidores adquirem informação e exigem das empresas mais ética na produção. Com a preocupação e o interesse por produtos fabricados com base em uma ideologia, muitas palavras ganharam enorme poder, a exemplo de: sustentabilidade, cruelty-free, tolerância às diferenças, feminismo...

O problema começou quando o mercado descobriu que pode transformar algo contra o sistema em vendas, ou seja, utilizando de causas para vender produtos que não seguem a filosofia proposta. Vale frisar que não são todas as marcas que adotam essa prática, há sim as que seguem fielmente os seus objetivos, inclusive algumas foram até criadas a partir de um conceito. Mas, infelizmente, existe as que estão estampando só mais uma palavra na embalagem.

É necessário um olhar superatento para distinguir quem realmente apoia o movimento por amor a ele ou se aquilo é marketing podre para fazer as pessoas acreditarem que estão consumindo com consciência. Até Paulo Coelho já indagou as atitudes dos famosos numa entrevista à Rolling Stone Brasil, concedida em 2008: “São tantas as celebridades envolvidas em causas que às vezes me pergunto se elas estão servindo às causas ou se as causas é que estão servindo a elas.


"É justiça, não caridade, que está necessitando o mundo."
Mary Wollstonecraft


Posicionamento do blog
Como lidar com todas essas questões? Sinceramente, não é uma tarefa fácil.
Quando o blog começou a incluir o lado comercial, o objetivo era abrir espaço para marcas independentes, que fazem moda alternativa autoral e fabricadas aqui. Mas nem tudo são flores. Uma moda com esses pré requisitos no Brasil costuma ser cara e nem todos têm condições de comprar.

Existe também o caso das lojas alternativas mais informais, onde mesmo que o primeiro contato tenha vindo da loja (o que supõe-se ser a principal interessada em divulgação neste espaço), é, às vezes, frustrante. Nem sempre se comportam como empresários que zelam pela imagem de sua marca. Quer ser respeitado no mercado? Precisa começar a se enxergar como empreendedor! Não adianta abrir lojinha, ter talento, propor parceria e demorar quatro meses pra responder um email. Esse comportamento mostra que prazo não é importante para essas pessoas. E se prazos não são seguidos, como crescer? Expomos tais fatores porque as atitudes decepcionam. Nós queremos que o mercado alternativo nacional cresça, ser empresário "alternativo" não precisa - nem deve - significar que seu trabalho é amador.

Já as grandes empresas costumam ter mais profissionalismo, principalmente as estrangeiras. Mas vamos dar novamente valor aos produtos de fora mais do que os daqui? Vamos ter que investir em parcerias com lojas mainstream para sermos levadas à sério?

A gente não quer ferir os princípios e ser mais uma a incentivar o consumo desenfreado de produtos em massa. Além de fazer mal ao mundo, alienar as pessoas, ninguém tem condição financeira para viver neste ciclo louco de consumo. Nem o meio ambiente tem capacidade de sobreviver a isso. É necessário que os consumidores também façam a sua parte, infelizmente não há como se mudar um sistema sozinha.
A moda é também um ato político,
exercemos cidadania através dela

Percebem como o assunto é complexo e quanto é essencial pensar e discutir mais? Uma pena que os puóvo das modas insistem em mostrar só o lado fútil. 
Estamos longe de sermos perfeitas, mas ao menos propomos o debate e ficamos abertas a mudanças. E vocês?


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22 de março de 2015

Prévia da nova coleção da Queen of Darkness! // Preview of Queen of Darkness ´ new collection!

Recebi umas fotos em primeira mão da nova coleção da Queen of Darkness que vai estar nas lojas na próxima segunda feira (23/03). A nova coleção, como é de praxe, tem muito preto e modelagem com mistura materiais e a variedade de peças versáteis, não é aquela coisa só "look balada". Várias das peças, isoladamente, são curingas, podendo criar looks elaborados ou mais discretos.

I just received some pictures of  Queen of Darkness ´ new collection that will be available on Monday, March 23 at webshop.Queen of Darkness has just completed ten years and is investing in renewing the brand image. The new collection, as usual, has a lot of colour black and mixed materials in versatile pieces, which I find very interesting. Pieces has diverse styles, since very wild, sofisticated and elaborated, for a range of looks. 

Ainda essa semana eu quero publicar mais um review de uma peça da marca mas já adianto que uma das coisas que me surpreendeu foi a qualidade das peças (material e modelagem) e o tamanho (falarei mais detalhes no review, aguardem!).

Bom, eu separei umas peças que adorei e que acho que são adequadas ao nosso clima. Começo com as blusas, que não preciso falar muita coisa né? São lindas! A peça da esquerda é um top cheio de recortes e fechamento frontal em zíper. Já a blusa da direita é tipo engana papai kkkk porque ela tem as costas toda no tecido de teia de aranha. Mas de frente, é super comportada! Bom pro nosso calor, sem dúvida! Vejo ambas uma peça de uso pra lazer mesmo (e baladex). A blusa da direita ainda permite ser adornada com um corset underbust, por exemplo.
(clique na imagem pra aumentar!)


Well, I separated a few pieces that I loved and that I think are appropriate to our climate. Beginning with the blouses (above) ... I don ´ t need to say much, right? They are beautiful! The left piece is a top with front closure in zipper. The right blouse  has front detail and the whole back in the spider web of fabric! (Click image to enlarge!)


Aqui chegamos a algo que eu caí de amores! Os boleros de renda! Dão uma aparência elegante e sofisticada aos looks. E por ser de renda, dá pra gente usar de boas por aqui. Nada que esquente demais. O da esquerda tem a manga que termina em boca de sino, é mais simples também. Já o direita sim, é mais chique, tem um fechamento no pescoço e um formato quadrado. A renda também parece ser de um desenho mais elegante. Ambos são peças que podem ser usadas pra algum visual festa ou até mesmo no trabalho se você faz o  estilo corporate goth.
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Here we come to something that I fell in love with: lace boleros! They give a sleek and sophisticated look. The left one (above), has sleeve ending in a bell shape and the right one is more chic, has a square format on the neck area. Both parts can be used for party or even at work, if you like the corporate goth style. (Click image to enlarge!)


Esta peça eu também selecionei pra quem aprecia corporate. O que acho super legal nela é que não é caretinha. Um lado é diferente do outro na barra. Tem rendinhas na lapela e barra e mini spikezinhos pretos! Acho super importante que peças alternativas tenham essa coisa de "pareço careta mas não sou".

This piece I also selected for those who enjoy corporate goth. What I find really cool is that one side is different from the other and has details in lace and mini spikes. (Click image to enlarge!)

 
Vestido que eu separei por causa da modelagem e dos detalhes elaborados! Só que achei a peça um pouco curta, mas como sou truqueira, se eu fosse usá-la colocaria uma saia com renda por baixo, legging ou calça mais justa.
É uma peça pra quem curte o gótico tradicional, o romantigoth e até o Gothic Metal - dá pra colocar uma saia longa embaixo também.


This dress above caught my attention because of elaborate cut and details! I only think the piece is a bit short (maybe?), but if I were to use it, I would put a lace skirt  underneath, leggings or more tight pants. It is a piece for those who enjoy the traditional Gothic, the romantigoth and even Gothic Metal - you can wear a long skirt underneath. (Click image to enlarge!)


Mais vestidos, desta vez separei dois justinhos porque sei que tem gente aqui no Br que curte essas modelagens mais sexy. Eu estou in love com o vestido da esquerda por causa do tecido brilhante que lembra couro e  tem um ar mais rock n roll.
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More dresses, this time two sexy looks. I'm in love with the left dress because  the shiny fabric resembles leather and has a rock n roll approach. (Click image to enlarge!)


E esse vestido já é completamente oposto aos de cima (olha a variedade!) é livre, leve e solto e parece ser super confortável pro uso diário. Tem a frente bem básica e simples, mas nas costas tem uma renda em V e a saia no formato mullet. Meu único porém é que ele é longo e talvez fique melhor usado somente com saltos ou plataformas. Mas não tem regra né? Dá pra usar com algo mais flat.
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And this dress is completely opposite to the ones above, is light and loose and seems to be super comfortable for everyday use. It has a very basic and simple front, but the back has an income in V shape and the skirt in mullet format. (Click image to enlarge!)


Esse eu separei só pra mostrar que a loja tem o look  basicão do dia a dia, com essa blusinha vermelha com estampa de caveira. O legal é que só mais de perto da pra ver que são caveiras, de longe parece apenas as cores misturadas e tal. O curti na modelagem foi o formato das mangas.
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I separated this one just to show the store has very basic looks too! Red blouse printed with skull. Loved the format of the sleeves. (Click image to enlarge!)


E aqui, quatro peças masculinas, calça (primeira imagem), jaqueta (segunda imagem) e blusas (fotos de baixo). Bom já deu pra ver que essa espécie de fita de tachas fez toda a diferença né? Peças básicas mas que ganharam um baita estilo só por acrescentar fitas em locais estratégicos. E a camisa abaixo tem fechamento em botões e detalhes em rebites pretos. Já a camiseta tem recortes e detalhes em tela transparente (lembra que falamos desta tendência aqui no blog, então..
(clique na imagem pra aumentar!)


And here, four male parts, pants (first image), jacket (second image) and blouses (bottom photos). Just looooved the studs "ribbons". Basic pieces gained a hell of style just by adding ribbons at strategic locations. And the shirt below has buttons and details in black rivets.And the shirt has cutouts and details on transparent mesh. (click image to enlarge!)

E vocês, gostaram desse preview da coleção? Segunda feira estarão no site da loja, não esqueçam! :D
Tem mais sobre a coleção aqui, inclusive peças que não postei: http://blog.queen-of-darkness.com/

All these gothic clothes will be available on www.queen-of-darkness.com @ monday, March 23!
More about the collection here: http://blog.queen-of-darkness.com


*Postagem colaborativa
* Collaborative Post

18 de março de 2015

As bruxas estão soltas! (Witchy e o Boho Witch)

Que a estética subcultural é explorada pelo mainstream desde seu início (coisa que ficou mais forte nesta década), a gente já sabe. Mas e quando o estereótipo de uma religião se torna moda vendida em lojas de departamento?

É o que temos visto acontecer com a bruxaria, religião de várias vertentes que os alternativos costumavam abraçar por não se identificarem com os ensinamentos de religiões mais tradicionais. 

A banda The Black Belles canta uma letra chamada "Witch", que fala sobre o estereótipo de bruxa: "Ela tem um longo cabelo preto/E um grande carro preto/Bem, eu sei que você está pensando/Mas você não vai chegar longe/Ela vai fazer você coçar/Porque ela é a bruxa"


A relação com o feminismo
A bruxaria é essencialmente feminina. Quando pensamos nas séries sobre zumbis e vampiros, tão idolatradas ao longo da última década, notamos que os homens são os personagens principais, dominantes, líderes e as histórias giram em torno de ação e sexo. 
Já as histórias com bruxas, são sobre a mulher se ajustar ao mundo, relações interpessoais com outras mulheres, com o seu eu interior e retratadas como pessoas fortes, capazes de superação. Não ficam à margem e sim, assumem posições de liderança sobre suas vidas.
Quando as garotas ou mulheres se identificam com a arte da magia e adentram nos estudos, é provável que haja emancipação feminina, que elas entendam o ambiente, seus corpos e que podem ser líderes.

Mulher poderosa! Desfile Jean Paul Gaultier, Haute Couture 2014, 
com tema bruxaria.


Abertura ao paganismo
Se uma gótica ou uma headbanger se assume bruxa (usando o visual tradicional de suas subculturas), é bem comum pensarem que ela "faz sacrifícios humanos/ animais no cemitério e tem pacto com o demo!". Ainda existe um longo caminho pra retirar esse pensamento medieval da cabeça das pessoas.
Só que, é mais fácil hoje alguém se revelar pagã do que há 20 anos atrás, o preconceito diminuiu muito! Fora que as pessoas estão mais espiritualizadas do que seguindo fielmente os preceitos de uma religião, tanto é que muitos dizem raramente rezar, participar de cultos e ler a bíblia ou outros textos sagrados.
Esse tipo de novo comportamento frente às religiões acaba abrindo espaço para o "paganismo cultural", que são os "Wiccan Wannabes", que leram um ou dois livros e já se dizem parte da religião. Essa é uma faca de dois gumes, pois pode ser tanto uma porta para que se adentre aos conhecimentos e estudos quanto ser apenas uma forma de status, o uso da imagem da religião para se destacar no grupo.
Na verdade, o que faz muitos se atraírem pela bruxaria é justamente a ausência de um manual a ser fielmente seguido, não existe uma bíblia, um texto sagrado único e obrigatório. Ela permite que cada pessoa escolha uma linha (tradicional, celta, wiccan, teutônica, etc) e ao adquirir conhecimentos por livros, ensinamentos de sacerdotisas ou covens - possa estudar e desenvolver suas habilidades. Tudo depende da dedicação da pessoa aos estudos. Existe uma certa "independência" de grupo, é possível ser uma Bruxa Solitária.

 Lembram da época que ostentar um pentagrama no visual era super incomum?
(cinto da Black Frost)

Por muitos anos, a imagem que se fez da estética da bruxa da subcultura gótica, foi a medieval. Como nesse vestido da Dark Fashion.

Quando se trata da cena alternativa, o pentagrama (invertido ou não) nunca saiu de cena, especialmente da Black Metal. Mas é inegável que recentemente se tornou um símbolo queridinho, muito fotogênico e bastante amenizado, quase fofo... tanto que foi adotado por Pastel Goths. Mas será que todos que o usam realmente tem ligação ideológica ou sabem os significados?


Assim como a bruxaria, o ocultismo também tem sido explorado há algumas estações nas roupas alternativas. Muitos alternativos realmente se interessam por esses temas e querem demonstrar... mas que eles viraram comércio, sim, viraram. Afinal, Moda é também, consumo. E a demanda gera mais produtos. 

A marca Killstar, uma das pioneiras em trazer símbolos ocultistas 
como estampa.


A estética da bruxa cool que vemos atualmente, não é de nenhuma subcultura específica e por vezes, nem religiosa. É apenas um visual formado da união de tendências mainstream. Tem sido bastante associada com hipsters, com as adeptas do "gótica suave" e por fashionistas buscando uma imagem de "misteriosas".
Claro que acaba existindo o lado ótimo que é a gente ter acesso à uma estética que curtimos (na verdade, roupas pretas, nada mais do que isso!) mas até que ponto assim como as estéticas das subculturas, a arte da magia é colocada numa arara de loja como mero produto a ser consumido pela massa e depois descartado?

Bruxas na TV
Bruxas sempre fascinaram o imaginário popular! Hoje, algumas meninas alternativas adotaram releituras da  estética dos anos 90 - uma das maiores referências dessa turma é o filme Jovens Bruxas (The Craft, 1996) que misturava moda mainstream jovem da época com trevosidade. Fairuza Balk era a "it girl" da minha adolescência e agora, é resgatada pela nova geração. 
Só que a além do filme Jovens Bruxas, tinha a Kim do Bruxa de Blair 2 Livro das Sombras, ambas garotas alternativas, que tinham o visual e praticavam bruxaria de fato. Além disso, aquela década teve filmes com bruxas bem clichés, como Convenção das Bruxas, Abracadabra - Hocus Pocus; além do histórico bruxas de Salém, do divertido Da Magia à Sedução e os seriados Charmed e Sabrina the Teenage Witch. Enfim, foi bruxa pra todo o lado!

  

Recentemente, no mainstream
Entre 2012 e 2013 uma nova trend começou a se destacar: o Boho. Outra trend que começou junto foi a do uso de chapéus. Na época uma das grifes a fazer boho em peças negras + chapéus foi Ann Demeulmeester em sua coleção Fall Winter 2013-14: 



Aqui, Lorella Signorino AW ’11, Mother of London e Valentino, fall 2014.


Meadham Kirchhoff (spring 2014) fez suas bruxas mix de boho + anos 90. E ruivas. Sim, na era medieval, o cabelo ruivo era visto como pacto com o demo, muitas mulheres e crianças ruivas foram mortas.



Em 2013, o sucesso de American Horror Story - Coven, que trazia figurino de grifes mainstream misturado com peças de brechós, conquista o público e talvez carregue a maior parcela de culpa na propagação da trend. A popularidade do tema abriu espaço para seriados como Witches of East End, Sleepy Hallow e The Originals, que aderiram à febre da bruxaria e da atuação de mulheres mais velhas em papeis principais.
 
wear black
"vista algo preto" diz a bruxa suprema Fiona

Há algo interessante a falar sobre AHS. Seu criador, Ryan Murphy gosta de subculturas, dos excluídos. Em uma entrevista, Jessica Lange disse "Se você reparar cada uma das quatro temporadas que fizemos, é sobre um desses grupos marginalizados. Pessoas que não são aceitas. Por isso eu acho que a série conquista o público, que trata de grupos diferentes, mas que, de alguma forma, estão sob o mesmo tipo de opressão."

Outra trend mainstream popularizada na mídia: a transparência.


Abaixo, reparem na semelhança de figurino do desfile Saint Laurent de outubro de 2012, com o figurino da série, que estreou um ano depois em outubro de 2013. Televisão e cinema são muito poderosos para disseminar um tendência e fixar uma moda na sociedade.

Look de Donna Karan se assemelha ao usado pela personagem Zoe Benson.

Foi a geração Y, que prefere reviver modas do passado ao invés de inventar modas novas e utilizar trends mainstream, que os primeiros traços desse interesse renovado por um "visual de bruxa" boho + 90s + American Horror Story apareceu entre os alternativos. O chapéu pontudo foi substituído por outros modelos. E o pentagrama se faz presente.


Além do estereótipo da roupa preta, o chapéu atualizado e o pentagrama não podem faltar.

Gareth Pugh, aliás, acabou de estilizar o tradicional chapéu pontudo 
em sua coleção spring 2015.

 


Wannabe Wicca & Boho Witch, semelhanças em linhas tênues
Se o Wannabe Wicca nunca praticou magia mas se interessa pelo visual, o que viria ser "Boho Witch"?
O Boho Witch não é um estilo em si, é só um nome que as pessoas dão à seus looks em blogs e mídias sociais. Acaba sendo a junção de boho (cigano e  o hippie) + roupa preta que também é trend.
E não é exatamente uma estética com traços subculturais. É  tipo o gótica suave e o health goth, roupas pretas num determinado corte/modelagem das tendências atuais. Não é alternativo no sentido de estar inserido dentro de uma subcultura ou de ser uma estética de nicho - como já dissemos, é de massa. Embora sim, os alternativos possam adotar como parte de seus guarda roupas, nada impede. É uma questão de gosto.

Sendo uma questão de gosto, junta-se isso com as pessoas hoje estarem mais interessadas em peças de roupas do que ideologias. Assim, acaba que ser bruxa ou não fica em segundo plano. É reflexo de uma sociedade com interesse alto pelo individualismo ao invés da identificação com um grupo.


A fascinação pelas bruxas.
Então você já sabe, uma bruxa de verdade pode estar vestida como uma headbanger ou de jeans e camiseta. Mas isso "não tem graça, nem glamú". Quem quiser ostentar um "look bruxa", vai usar um vestido preto e um chapéu. Bem... parece que nada mudou. O estereótipo da mulher que pratica bruxaria não foi quebrado, ao contrário, permanece. Foi apenas repaginado. Está fashion!

Bruxas explícitas: avise todo mundo que você é bruxa! O mundo precisa saber! É tão cool!! Tão diferente! Que graça tem se você não pode dizer isso, não é mesmo? (#ironia)

Peças da Killstar- Confesso que amei o moletom e a lancheira! *_*

Faca de dois gumes: a blusa, de marca alternativa, diz: "seja estranha, se torne uma bruxa, fique louca, não dê a mínima". A intenção, certamente, foi com bom humor, uma gozação, "entendedores entenderão". Mas é pra se pensar quando uma marca alternativa "incentiva" a perpetuação de um estereótipo que bruxas são pessoas estranhas, loucas e que não se importam com nada. Não podemos esquecer que muita gente que lê essa mensagem  pode super mal interpretar seu visual, alimentando o preconceito com alternativos e com a magia.



O que pensam dessa apropriação imagética de símbolos pagãos/religiosos na Moda? 
Convidamos as leitoras e as bruxas leitoras a opinar ;)


Autoconhecimento, feminismo, independência, empoderamento, estudos mágicos... Será que tudo isso vem junto quando compramos uma peça "witch inspired"?



P.S. Esse post não é revolta pessoal. É apenas um post de análise de mercado (mainstream x alternativo) mostrando os dois lados e levantando questionamentos.




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14 de março de 2015

Get the Look: O estilo de Doro Pesch!

*For English version, [click here]*
Post em parceria com a loja Queen of Darkness

Como março é o mês que se comemora o dia internacional das mulheres lutadoras e guerreiras, decidi homenagear a mulher que mais influenciou-me no universo rock & metal, Doro Pesch!!



Então o post é sobre um Get the Look da Doro com peças da loja (também alemã) Queen of Darkness!! :D
Cara, eu ameeei fazer esse post! Na verdade tudo que envolve Doro + Moda Alternativa eu amo :D
Já fiquei me imaginando personal stylist da Delza do Metal e montando looks pra ela ir fazer os afazeres de Rainha dela. kkkk
Chega de papo furado e vamos lá! :D

Look 1: Calça e corselet de vinil. Como a calça da Doro tem um zíper no joelho, eu substituí isso pelos detalhes nos joelhos e canelas da calça da QoD. O coselet de vinil, substituí por um com detalhes em zíper porque imagino ser mais fresco e confortável. Nos braços, a Doro usa várias pulseiras e luva. Eu imaginei a luva sendo usada apenas num braço. Optei pela luva de amarração e pulseiras com corrente e caveira - se notarem a da cantora segue esse estilo - e uma pulseira de spikes de plástico.




Look 2: Look de evento/passeio. Esse é um look que a Dorinha usou num evento lá na Alemanha. Ela usa sutiã, colares de corrente, corselet, jaqueta e calça justa. Achei muito legal que consegui fazer um look com o mesmo tipo de peças!
Como a QoD não tinha um sutiã e nem colar, encontrei esse acessório de pescoço/ombro (que eu quase pedi rsrs) pra ser usado junto com o top que fecha com zíper e aí, logo abaixo, coloca-se o corselet. Jaqueta com studs e calça bem parecida. Pulseiras (larga e fina) e cinto com argolas de metal. Mas adicionei uma bolsa, acho que essa bolsa de mão tem tudo a ver com eventos ou passeios.




Look 3: Rock n Roll - Doro usa calça de brim com detalhes, cintos poderosos e um top arrasador. 
A calça da QoD é bem parecida, mas o top embora não seja no mesmo material é similar no formato. A blusa tem detalhe central de cima à baixo e formato do decote se assemelha ao da Doro. Como os ombros ficam bem nus, arrisquei colocar uma luva com tiras e spikes num braço e eu colocaria as pulseiras com caveira (um; dois) no outro. Cintos, escolhi 2, para serem usados juntos (com corrente e com caveira) e como esse é um look mais "casual" separei também a bolsona com caveira.



Look 4 - Casual. Esse veio de última hora. Iam ser só  3 looks mas senti falta de colocar um que tivesse algo com transparência/tela que é algo que ela usa muuuito! A Doro diretão coloca blusa de tela embaixo dos tops curtíssimos ou dos corselets mais abertos que ela usa. 
Daí simplesmente peguei a mesma calça de brim do look 3 e a jaqueta do look 2, adicionei o cinto com argola de metal e como top, deixo duas opções: um top mais fechadinho, com a tela furadinha somente na linha dos ombros ou o top mais aberto com detalhes em argolas (que combinam com o cinto) - acho que a Doro usaria ambos, mas ele optaria por este último, tem uma cara mais palco mesmo.


E aí, o que vocês acharam? Os looks ficaram parecidos com os da Doro? Você usaria algum destes?

* Post Colaborativo
* Collaboration Post

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