Destaques

18 de março de 2015

As bruxas estão soltas! (Witchy e o Boho Witch)

Que a estética subcultural é explorada pelo mainstream desde seu início (coisa que ficou mais forte nesta década), a gente já sabe. Mas e quando o estereótipo de uma religião se torna moda vendida em lojas de departamento?

É o que temos visto acontecer com a bruxaria, religião de várias vertentes que os alternativos costumavam abraçar por não se identificarem com os ensinamentos de religiões mais tradicionais. 

A banda The Black Belles canta uma letra chamada "Witch", que fala sobre o estereótipo de bruxa: "Ela tem um longo cabelo preto/E um grande carro preto/Bem, eu sei que você está pensando/Mas você não vai chegar longe/Ela vai fazer você coçar/Porque ela é a bruxa"


A relação com o feminismo
A bruxaria é essencialmente feminina. Quando pensamos nas séries sobre zumbis e vampiros, tão idolatradas ao longo da última década, notamos que os homens são os personagens principais, dominantes, líderes e as histórias giram em torno de ação e sexo. 
Já as histórias com bruxas, são sobre a mulher se ajustar ao mundo, relações interpessoais com outras mulheres, com o seu eu interior e retratadas como pessoas fortes, capazes de superação. Não ficam à margem e sim, assumem posições de liderança sobre suas vidas.
Quando as garotas ou mulheres se identificam com a arte da magia e adentram nos estudos, é provável que haja emancipação feminina, que elas entendam o ambiente, seus corpos e que podem ser líderes.

Mulher poderosa! Desfile Jean Paul Gaultier, Haute Couture 2014, 
com tema bruxaria.


Abertura ao paganismo
Se uma gótica ou uma headbanger se assume bruxa (usando o visual tradicional de suas subculturas), é bem comum pensarem que ela "faz sacrifícios humanos/ animais no cemitério e tem pacto com o demo!". Ainda existe um longo caminho pra retirar esse pensamento medieval da cabeça das pessoas.
Só que, é mais fácil hoje alguém se revelar pagã do que há 20 anos atrás, o preconceito diminuiu muito! Fora que as pessoas estão mais espiritualizadas do que seguindo fielmente os preceitos de uma religião, tanto é que muitos dizem raramente rezar, participar de cultos e ler a bíblia ou outros textos sagrados.
Esse tipo de novo comportamento frente às religiões acaba abrindo espaço para o "paganismo cultural", que são os "Wiccan Wannabes", que leram um ou dois livros e já se dizem parte da religião. Essa é uma faca de dois gumes, pois pode ser tanto uma porta para que se adentre aos conhecimentos e estudos quanto ser apenas uma forma de status, o uso da imagem da religião para se destacar no grupo.
Na verdade, o que faz muitos se atraírem pela bruxaria é justamente a ausência de um manual a ser fielmente seguido, não existe uma bíblia, um texto sagrado único e obrigatório. Ela permite que cada pessoa escolha uma linha (tradicional, celta, wiccan, teutônica, etc) e ao adquirir conhecimentos por livros, ensinamentos de sacerdotisas ou covens - possa estudar e desenvolver suas habilidades. Tudo depende da dedicação da pessoa aos estudos. Existe uma certa "independência" de grupo, é possível ser uma Bruxa Solitária.

 Lembram da época que ostentar um pentagrama no visual era super incomum?
(cinto da Black Frost)

Por muitos anos, a imagem que se fez da estética da bruxa da subcultura gótica, foi a medieval. Como nesse vestido da Dark Fashion.

Quando se trata da cena alternativa, o pentagrama (invertido ou não) nunca saiu de cena, especialmente da Black Metal. Mas é inegável que recentemente se tornou um símbolo queridinho, muito fotogênico e bastante amenizado, quase fofo... tanto que foi adotado por Pastel Goths. Mas será que todos que o usam realmente tem ligação ideológica ou sabem os significados?


Assim como a bruxaria, o ocultismo também tem sido explorado há algumas estações nas roupas alternativas. Muitos alternativos realmente se interessam por esses temas e querem demonstrar... mas que eles viraram comércio, sim, viraram. Afinal, Moda é também, consumo. E a demanda gera mais produtos. 

A marca Killstar, uma das pioneiras em trazer símbolos ocultistas 
como estampa.


A estética da bruxa cool que vemos atualmente, não é de nenhuma subcultura específica e por vezes, nem religiosa. É apenas um visual formado da união de tendências mainstream. Tem sido bastante associada com hipsters, com as adeptas do "gótica suave" e por fashionistas buscando uma imagem de "misteriosas".
Claro que acaba existindo o lado ótimo que é a gente ter acesso à uma estética que curtimos (na verdade, roupas pretas, nada mais do que isso!) mas até que ponto assim como as estéticas das subculturas, a arte da magia é colocada numa arara de loja como mero produto a ser consumido pela massa e depois descartado?

Bruxas na TV
Bruxas sempre fascinaram o imaginário popular! Hoje, algumas meninas alternativas adotaram releituras da  estética dos anos 90 - uma das maiores referências dessa turma é o filme Jovens Bruxas (The Craft, 1996) que misturava moda mainstream jovem da época com trevosidade. Fairuza Balk era a "it girl" da minha adolescência e agora, é resgatada pela nova geração. 
Só que a além do filme Jovens Bruxas, tinha a Kim do Bruxa de Blair 2 Livro das Sombras, ambas garotas alternativas, que tinham o visual e praticavam bruxaria de fato. Além disso, aquela década teve filmes com bruxas bem clichés, como Convenção das Bruxas, Abracadabra - Hocus Pocus; além do histórico bruxas de Salém, do divertido Da Magia à Sedução e os seriados Charmed e Sabrina the Teenage Witch. Enfim, foi bruxa pra todo o lado!

  

Recentemente, no mainstream
Entre 2012 e 2013 uma nova trend começou a se destacar: o Boho. Outra trend que começou junto foi a do uso de chapéus. Na época uma das grifes a fazer boho em peças negras + chapéus foi Ann Demeulmeester em sua coleção Fall Winter 2013-14: 



Aqui, Lorella Signorino AW ’11, Mother of London e Valentino, fall 2014.


Meadham Kirchhoff (spring 2014) fez suas bruxas mix de boho + anos 90. E ruivas. Sim, na era medieval, o cabelo ruivo era visto como pacto com o demo, muitas mulheres e crianças ruivas foram mortas.



Em 2013, o sucesso de American Horror Story - Coven, que trazia figurino de grifes mainstream misturado com peças de brechós, conquista o público e talvez carregue a maior parcela de culpa na propagação da trend. A popularidade do tema abriu espaço para seriados como Witches of East End, Sleepy Hallow e The Originals, que aderiram à febre da bruxaria e da atuação de mulheres mais velhas em papeis principais.
 
wear black
"vista algo preto" diz a bruxa suprema Fiona

Há algo interessante a falar sobre AHS. Seu criador, Ryan Murphy gosta de subculturas, dos excluídos. Em uma entrevista, Jessica Lange disse "Se você reparar cada uma das quatro temporadas que fizemos, é sobre um desses grupos marginalizados. Pessoas que não são aceitas. Por isso eu acho que a série conquista o público, que trata de grupos diferentes, mas que, de alguma forma, estão sob o mesmo tipo de opressão."

Outra trend mainstream popularizada na mídia: a transparência.


Abaixo, reparem na semelhança de figurino do desfile Saint Laurent de outubro de 2012, com o figurino da série, que estreou um ano depois em outubro de 2013. Televisão e cinema são muito poderosos para disseminar um tendência e fixar uma moda na sociedade.

Look de Donna Karan se assemelha ao usado pela personagem Zoe Benson.

Foi a geração Y, que prefere reviver modas do passado ao invés de inventar modas novas e utilizar trends mainstream, que os primeiros traços desse interesse renovado por um "visual de bruxa" boho + 90s + American Horror Story apareceu entre os alternativos. O chapéu pontudo foi substituído por outros modelos. E o pentagrama se faz presente.


Além do estereótipo da roupa preta, o chapéu atualizado e o pentagrama não podem faltar.

Gareth Pugh, aliás, acabou de estilizar o tradicional chapéu pontudo 
em sua coleção spring 2015.

 


Wannabe Wicca & Boho Witch, semelhanças em linhas tênues
Se o Wannabe Wicca nunca praticou magia mas se interessa pelo visual, o que viria ser "Boho Witch"?
O Boho Witch não é um estilo em si, é só um nome que as pessoas dão à seus looks em blogs e mídias sociais. Acaba sendo a junção de boho (cigano e  o hippie) + roupa preta que também é trend.
E não é exatamente uma estética com traços subculturais. É  tipo o gótica suave e o health goth, roupas pretas num determinado corte/modelagem das tendências atuais. Não é alternativo no sentido de estar inserido dentro de uma subcultura ou de ser uma estética de nicho - como já dissemos, é de massa. Embora sim, os alternativos possam adotar como parte de seus guarda roupas, nada impede. É uma questão de gosto.

Sendo uma questão de gosto, junta-se isso com as pessoas hoje estarem mais interessadas em peças de roupas do que ideologias. Assim, acaba que ser bruxa ou não fica em segundo plano. É reflexo de uma sociedade com interesse alto pelo individualismo ao invés da identificação com um grupo.


A fascinação pelas bruxas.
Então você já sabe, uma bruxa de verdade pode estar vestida como uma headbanger ou de jeans e camiseta. Mas isso "não tem graça, nem glamú". Quem quiser ostentar um "look bruxa", vai usar um vestido preto e um chapéu. Bem... parece que nada mudou. O estereótipo da mulher que pratica bruxaria não foi quebrado, ao contrário, permanece. Foi apenas repaginado. Está fashion!

Bruxas explícitas: avise todo mundo que você é bruxa! O mundo precisa saber! É tão cool!! Tão diferente! Que graça tem se você não pode dizer isso, não é mesmo? (#ironia)

Peças da Killstar- Confesso que amei o moletom e a lancheira! *_*

Faca de dois gumes: a blusa, de marca alternativa, diz: "seja estranha, se torne uma bruxa, fique louca, não dê a mínima". A intenção, certamente, foi com bom humor, uma gozação, "entendedores entenderão". Mas é pra se pensar quando uma marca alternativa "incentiva" a perpetuação de um estereótipo que bruxas são pessoas estranhas, loucas e que não se importam com nada. Não podemos esquecer que muita gente que lê essa mensagem  pode super mal interpretar seu visual, alimentando o preconceito com alternativos e com a magia.



O que pensam dessa apropriação imagética de símbolos pagãos/religiosos na Moda? 
Convidamos as leitoras e as bruxas leitoras a opinar ;)


Autoconhecimento, feminismo, independência, empoderamento, estudos mágicos... Será que tudo isso vem junto quando compramos uma peça "witch inspired"?



P.S. Esse post não é revolta pessoal. É apenas um post de análise de mercado (mainstream x alternativo) mostrando os dois lados e levantando questionamentos.




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14 de março de 2015

Get the Look: O estilo de Doro Pesch!

*For English version, [click here]*
Post em parceria com a loja Queen of Darkness

Como março é o mês que se comemora o dia internacional das mulheres lutadoras e guerreiras, decidi homenagear a mulher que mais influenciou-me no universo rock & metal, Doro Pesch!!



Então o post é sobre um Get the Look da Doro com peças da loja (também alemã) Queen of Darkness!! :D
Cara, eu ameeei fazer esse post! Na verdade tudo que envolve Doro + Moda Alternativa eu amo :D
Já fiquei me imaginando personal stylist da Delza do Metal e montando looks pra ela ir fazer os afazeres de Rainha dela. kkkk
Chega de papo furado e vamos lá! :D

Look 1: Calça e corselet de vinil. Como a calça da Doro tem um zíper no joelho, eu substituí isso pelos detalhes nos joelhos e canelas da calça da QoD. O coselet de vinil, substituí por um com detalhes em zíper porque imagino ser mais fresco e confortável. Nos braços, a Doro usa várias pulseiras e luva. Eu imaginei a luva sendo usada apenas num braço. Optei pela luva de amarração e pulseiras com corrente e caveira - se notarem a da cantora segue esse estilo - e uma pulseira de spikes de plástico.




Look 2: Look de evento/passeio. Esse é um look que a Dorinha usou num evento lá na Alemanha. Ela usa sutiã, colares de corrente, corselet, jaqueta e calça justa. Achei muito legal que consegui fazer um look com o mesmo tipo de peças!
Como a QoD não tinha um sutiã e nem colar, encontrei esse acessório de pescoço/ombro (que eu quase pedi rsrs) pra ser usado junto com o top que fecha com zíper e aí, logo abaixo, coloca-se o corselet. Jaqueta com studs e calça bem parecida. Pulseiras (larga e fina) e cinto com argolas de metal. Mas adicionei uma bolsa, acho que essa bolsa de mão tem tudo a ver com eventos ou passeios.




Look 3: Rock n Roll - Doro usa calça de brim com detalhes, cintos poderosos e um top arrasador. 
A calça da QoD é bem parecida, mas o top embora não seja no mesmo material é similar no formato. A blusa tem detalhe central de cima à baixo e formato do decote se assemelha ao da Doro. Como os ombros ficam bem nus, arrisquei colocar uma luva com tiras e spikes num braço e eu colocaria as pulseiras com caveira (um; dois) no outro. Cintos, escolhi 2, para serem usados juntos (com corrente e com caveira) e como esse é um look mais "casual" separei também a bolsona com caveira.



Look 4 - Casual. Esse veio de última hora. Iam ser só  3 looks mas senti falta de colocar um que tivesse algo com transparência/tela que é algo que ela usa muuuito! A Doro diretão coloca blusa de tela embaixo dos tops curtíssimos ou dos corselets mais abertos que ela usa. 
Daí simplesmente peguei a mesma calça de brim do look 3 e a jaqueta do look 2, adicionei o cinto com argola de metal e como top, deixo duas opções: um top mais fechadinho, com a tela furadinha somente na linha dos ombros ou o top mais aberto com detalhes em argolas (que combinam com o cinto) - acho que a Doro usaria ambos, mas ele optaria por este último, tem uma cara mais palco mesmo.


E aí, o que vocês acharam? Os looks ficaram parecidos com os da Doro? Você usaria algum destes?

* Post Colaborativo
* Collaboration Post

10 de março de 2015

A primeira negra na capa da revista Gothic Beauty

A modelo Dolly Vicious acabou de fazer história. Se tornou a primeira negra a ser capa da atual edição da revista americana Gothic Beauty.


 Dolly Vicious tem 26 anos e começou a modelar em 2009.
Já fez fotos pra diversas lojas alternativas.


O fato é que, sendo uma revista mundialmente conhecida na cena, a Gothic Beauty, fundada no ano 2000, demorou 15 anos (!!) pra colocar uma negra em sua capa. Em 2009, na edição número 28, Amanda Tea se tornou a primeira negra a estar nas páginas da revista. Isso porque a própria, decidiu escrever para a publicação questionando o fato de nenhuma afro americana ter estampado as páginas da maior revista gótica do país. Assim, o editor decidiu publicar algumas fotos dela e uma pequena biografia.

 Amanda em 2009, nas páginas da revista e em trabalhos recentes como modelo:

A veneração da palidez na subcultura Gótica tem diversas razões não raciais, uma delas é o desejo de aparentar como um cadáver/vampiro. Quem tiver interesse em se aprofundar no assunto, esse texto da Gothic Station é uma ótima referência de leitura. 

Eden Lost, entrevistada na matéria
Voltando à edição recente da Gothic Beauty, a revista entrevistou três góticos negros. A modelo e estilista Eden Lost, Vincent  Alexander (dono de um clube gótico) e a escritora e atriz Lary Love Dolley, da qual são indagados se preferem ser chamados de "Afro Goths" ou de apenas "Góticos". Os entrevistados dizem que o termo é um grande leque que une góticos negros assim como o Afro Punk, mas que não é um rótulo definitivo. 
Na matéria, os entrevistados também falam sobre as críticas que recebem de outros negros por "ouvir música de branco" e de serem acusados de "tentar serem brancos" por não abraçarem sons normalmente associados com a raça, como reggae ou hip hop. E a mesma estranheza ocorre do outro lado: brancos que os encaram por não viverem o estereótipo da pessoa negra. Eden relata que se sentiu intimidada no festival WGT quando passou perto de Nazis e outra coisa que a preocupa é o crescimento no continente Europeu do nacionalismo e da extrema direita.

Mas tanto Eden quanto Vincent e Lary, falam da invisibilidade, da dificuldade de ver outros negros na cena gótica mais mainstream. Mas notam que na cena mais underground há um sentimento maior de inclusão especialmente na cena da cidade de Los Angeles, onde tem muitos latinos, asiáticos e mistura de raças. "Nós precisamos desafiar a ideia de que pele pálida é o epítome do gótico" diz Eden. "Precisamos deixar de supor que raças são um indicador do gosto de uma pessoa". "Não somos diferente de qualquer outro gótico, nós só queremos ser aceitos como somos", diz Vincent.

No final da matéria a revista Gothic Beauty anuncia que está aberta a falar e mostrar cada vez mais negros em suas páginas e redes sociais. 
Vamos acompanhar!!


9 de março de 2015

Sorteio Flying Skate purse: Sourpuss + Moda de Subculturas

Primeiro sorteio do ano no blog! :D

Ano passado [neste post] anunciamos uma parceria do blog com a loja americana Sourpuss e desta vez a loja está oferecendo pras leitoras do blog a Flying Skate purse na cor vermelha e preta. 



A bolsa, tem referência retrô, é de couro falso e alças de vinil ajustáveis com fivelas. E é grandinha gente, ela tem + - uns 36cm de comprimento, 12 de altura e a alça uns 30cm no último furo. Então, dá pra carregar até que bastante coisinhas hehe, bolsa de mulher...lalala



As regras pra participar são muito simples:
- Curtir a página do Moda de Subculturas
- Curtir a página da Sourpuss
- Seguir o Instagram do Moda de Subculturas
- Seguir o Instagram da Sourpuss
- Deixar neste post seu nome e email no formulário abaixo.

FINALIZAMOS AS INSCRIÇÕES. REALIZAREMOS O SORTEIO DIA 21/03 E POSTAREMOS OS PRINTS AQUI. A SORTEADA DEVERÁ RESPONDER NOSSO EMAIL DE CONTATO EM 48 HORAS.




O sorteio será feito pelo site random.org no dia 20/03/2015
A vencedora será contatada por nós e terá 48 horas pra responder o email mostrando que seguiu as regrinhas.
Quem vai mandar a bolsa pra vencedora é a própria Sourpuss, vai vim direto dozeua pra sua casa brazuca! 

Fiz uma unboxing da minha pra vocês verem a lindeza! Combinei ela com um vestidinho da marca que é meio que no mesmo estilo/tema.

Então corre pra dar as curtidas e seguidas
deixa seu nome e email aqui nos comments! :D


 
ATUALIZAÇÃO 21/03, 20:00h

Print screen do sorteio.



Já contatamos a vencedora Simone Silveira Venzel por email, que tem 48 horas pra responder e mostrar que seguiu todas as regras.

4 de março de 2015

Desfile Diesel Gold Black, fall 2015

São cada vez menos os desfiles das semanas de moda que chamam a atenção. Mas nos últimos tempos, como preto é tendência, muitos looks ou peças podem ser inspirações para nós.
Na semana de moda de Nova York, Andreas Melbostad, estilista da Diesel Black Gold fez aparecer um sorriso de orelha a orelha em mim! A marca já é conhecida por ter uma pegada rock, mas há muito tempo eu não via um desfile tão black e tão usável, tão minha cara (cheio de saias e vestidinhos pretos) e tão adaptado ao nosso outono inverno tropical. Também pudera, sua inspiração foi vestir uma estrela do rock num mix de tomboy e suavidade. As mulheres de sua coleção são temperamentais e de personalidade forte. Um pouco da estética biker, um pouco de rock n roll oitentista e uma pitadinha de rockabilly... me identifiquei muito com a coleção!
Outra coisa bem legal foram os nomes que ele deu para a paleta de cores: preto antigo, cinza aço, azul meia noite profunda...

 
 
 
 

 E aí, qual suas peças preferidas? Usariam algum look completo??


1 de março de 2015

Moda Alternativa: Telas e Transparências

Um tempo atrás, falamos das telas e transparências como uma tendência alternativa aqui no blog [um, dois], mas agora, elas ultrapassaram esse patamar e já se tornaram Moda, sendo possível encontrá-las até em lojas de departamento no Brasil.

Ambos são materiais de super presença nas subculturas e não é de hoje. A tela, inclusive é um daqueles tecidos que as subculturas abraçaram e que o mainstream achava uma coisa horrenda... até pouco tempo atrás. Pois é...

Cocktail Dress da Queen of Darkness

Mas antes de continuar vamos voltar um pouco na história da moda.
As origens da gaze (tecido transparente) são incertas, mas desde o século XIII, ela já era usada no Oriente Médio - impossível não lembrar das odaliscas né? Pulando alguns séculos, outra época que usou muito transparências foi a Era Romântica e começo da Era Vitoriana, como ilustradas abaixo.


No começo do século XX, a transparência teve seus momentos quando na virada do século foi usada em diversas coleções luxuosas da Belle Époque. De lá até aproximadamente a década de 1920, houve um interesse pela moda do oriente médio (odaliscas de novo) e pela moda greco-romana, relida em tecidos leves e esvoaçantes.


Ava Gardner em 1945, prova que a tela, também chamada de rede ou fishnet, combina sim com um visual retrô. Mas como a moda inventa modas (eita!) logo a tela ficou com fama de material de prostitutas e com aura brega. Mas as subculturas estão aí pra causar né? E e foram elas que deram ao tecido uma imagem rebelde, especialmente dentro da cena punk, post punk e gótica. Como essas subculturas tiveram suas estéticas absorvidas pelo mainstream nos anos 80, até mesmo Madonna e seu visual oitentista que tinha um pé no Rock n Roll as usou. Atualmente, de volta à moda, a tendência foi divulgada através de artistas populares como Katy Perry e...
(clique pra aumentar todas as imagens do post)



... pela gótica suave Lorde, que já usou tanto tela quanto tule de malha. Um grande meio da indústria da moda difundir tendências é por artistas ou celebridades populares, sendo que Lady Gaga, Beyonce e até Kim Kardashian já ostentaram looks com estes tecidos por aí.


A grande verdade é que a tela (ou rede) nunca saiu de cena na moda alternativa. As transparências sim, voltaram em tempos mais recentes. O que eu acho legal nesses materiais é que eles são SUPER adequados ao nosso clima! Tem que aproveitar!
Além da rede, crepe, voil, tule de malha, organza e até mesmo a renda - mas ela não será o foco desse post, vai ficar pra outro - são tecidos que a gente deveria pensar em usar muito por aqui no Brasil por causa da leveza e fluidez (que costuma ficar bem em todos os corpos). 

Começo falando da transparência, mais especificamente da malha de tule que é macia e leve e é a que tem sido mais usada. Esse tecido dá um ar mais sofisticado às peças dependendo do modelo da roupa (look 1), passa uma certa elegância. Quando usado mais junto ao corpo (look 2) aí já revela mais, passa mais atrevimento e sensualidade e finalmente, um estilo que tem se visto muito em várias marcas ao redor do mundo são vestidos com ou sem forro. A vantagem de não ter forro é que você pode escolher o que usar por baixo, seja algo mais ousado ou mais conservador.


No Brasil, a Dark Fashion nos oferece a blusa 2526
boa pra essas tardes mais frescas que vão começar no outono.

E a Stooge já tem trazido transparência há algumas coleções, como [aqui e aqui], na mais recente, Blackheart, selecionei o vestido Red Skulls, a blusa Golden Skeleton (ótima pra um inverno ameno) e o macacão super estiloso Basic Black.


Já na loja alemã Queen of Darkness dá pra fazer a festa! A marca tá cheeeia de peças em propostas interessantes, discretas, como as três peças abaixo, todas adequadas ao trabalho, por exemplo. Isso é legal na QoD, poder comprar peças desde mais estilosas até pra uso em empregos menos formais. Como exemplo a blusa com decote coração, a com gola alta e frente franzida e a mais informal de todas, a peça com uma fenda horizontal e caveiras de tule nas mangas (basta clicar no link pra ver o detalhe). É bom quando lojas alternativas oferecem opções que não vemos com tanta facilidade no mainstream.


Já a tela (ou rede) furadinha, que lembram muito as meias arrastão, já foi um tecido muito mal visto pela própria Moda. A gente vê e lembra de cara dos punks e deathrockers né? E olha, não era fácil encontrar esse tecido uns anos atrás, lembro  de procurar muito, finalmente achar (queria fazer uma saia e um blusa ao estilo punk) e na loja, uma moça me perguntou: "pra que serve esse tecido?" e eu disse... "bem, o pessoal costuma fazer saída de praia". Pois é, nem entrei em citações punks ou alternativas, porque de fato, a tela furada foi usada por muito tempo no Brasil pra fazer saídas de praia. Só que como saídas de praia também se glamourizaram, não é mais tão comum hoje em dia usarem esse material.

A tela ao contrário da transparência, já passa uma imagem mais rebelde,
ousada, atrevida, uma coisa de atitude mesmo.



Mas por causa de seu uso no esporte,  atualmente tem sido usada pra criar peças que se assemelham à um Health Goth, por exemplo.


No Brasil, dá pra encontrar peças em rede na Black Frost, como na blusa em veludo 124 (minha preferida da coleção, por ser ultra versátil) que fiz [review aqui]...


E voltamos à Queen of Darkness que novamente tem uma gama de opções de peças com este material. Em breve estaremos no outono e quem encomendar agora, provavelmente receberá as peças bem na época que o friozinho começa. A blusa que é na verdade lã acrílica de longe parece ser tela; já o vestido com morceguinhos em veludo, vou falar dele aqui no blog em breve, pois tenho ele. Possui tela em toda lateral do braço e na gola.


Gosto da discrição nas peças abaixo, que passam uma ideia de alternativo na medida certa pra quem, por exemplo, já é adulta e não quer mais andar trOOzona 100% do tempo. Pequenos detalhes fazem a diferença!
Blusa curta com detalhes de rede nos ombros; blusa com tela dos ombros até o braço e casaquinho com capuz - super legal pra um outono inverno ameno, uma peça de estilo mesmo sem muita função de aquecer.


A Riachuelo não tem loja online, o que é uma pena porque vi uma saia de tela lá que pode agradar muitas meninas alternativas! Ela é muito parecida com a primeira saia da montagem abaixo, só que um pouco mais comprida e sem as pregas. A saia da direita é da Renner.



Nas semanas de moda, desfile Milly spring/summer2014

Mugler, Vera Wang, David Koma, fall 2014/2015


Um vestido de pegada mais esportiva - que de certa forma se assemelha ao da Queen of Darkness e no centro, duas imagens de street style com uso BEM amenizado do material - não passam de forma nenhuma a imagem rebelde tradicional do tecido, mas sim uma imagem cool e mais usável da tendência.


 
Aqui, na transparência, as moçoilas estão ozadas hehe, mas eu selecionei esses looks só pra dizer que dá pra usar este tipo de blusa/vestido transparente sem precisar ser magra como elas ou só usando underwear. A  grande vantagem dessas peças é que você pode usar com o que quiser, seja uma regata (por cima ou por baixo), uma manga curta e na parte de baixo pode ser saia curta, comprida ou calça! Enfim, não se prendam à imagens de fashionistas street style e não limitem suas visões do tecido, não existem regras, permitam-se experimentar.


A transparência passa um ar mais sofisticado, obscuro e misterioso...
e a tela, mais ousadia e rebeldia. Qual sua preferida??


Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Compartilhar e divulgar é permitido, sendo esta a forma mais justa de reconhecer e agradecer nosso trabalho.
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