Destaques

19 de julho de 2015

Alt Trend: Batom Preto (marcas nacionais)

Decidi lançar esse post porque recentemente recebi uma mensagem de uma leitora que me comoveu. Ela disse que não acha batom preto na cidade dela e que a mãe não a autorizava usar o cartão.
E isso me fez pensar em toooodas aquelas jovens meninas do interior que raramente encontram o que gostam nas lojas de roupas e de cosméticos de suas pequenas cidades. E tomei a decisão de fazer esse post como uma possibilidade de ajudar meninas e meninos que ainda dependem dos pais pra conseguirem comprar, sozinhos, seus batons escuros.


O processo é o seguinte: junte seu dinheiro (em torno de 20 a 30 reais) e aqui dou dicas de sites que vendem batom preto. Tudo que você precisa fazer é cadastrar seu nome e endereço no site e fazer o pagamento por boleto.
Sim, boleto! Porque com boleto você não precisa pedir dinheiro pro seu pai ou pra sua mãe. Você simplesmente o imprime, pega seu dinheiro e vai no banco pagar. Pronto. Não tem interferência nenhuma de seus pais dizendo se você pode ou não comprar suas coisas! Você fica livre de depender da autorização do uso do cartão deles. É como uma experiência inicial sobre liberdade de escolha sobre o que você consome.



Batom Preto
O batom preto se popularizou mesmo no fim da década de 1970 com os punks e góticos. Nunca saiu de voga na cena alternativa. Em tempos recentes, curiosamente, o revival da cor começou no mainstream, entre 2008 e 2009 quando houve um interesse tanto do gótico quanto, pela primeira vez, a inserção da estética do metal extremo/black metal no mainstream, com muitos spikes nas roupas grifadas.
Sim, demorou 6 anos (!) pra trend dos batons pretos massificar e chegar no Brasil. Em 2009, quando as grifes criavam suas versões, postei reclamando que não tínhamos nada semelhante, de alta qualidade, disponível aqui, o meu destaque na época era o gloss com efeito vinil da Yves Saint Laurent que depois gerou cópias em outras marcas.

O que deu um fôlego extra recentemente foi o uso da cor pelas adeptas do Pastel Goth e o Creepy Cute assim como a onda da estética Witchy e o revival da década de 1990.



Dicas de marcas nacionais:

Já testei:
Tracta TBlogs Lindsay Woods: esse é o mais caro da lista. Tem textura seca e é matte. Por ser seco acho um pouco chatinho de passar, mas em compensação fixa muito bem e até quando você tira ele com demaquilante ainda ficam uns resquícios negros na boca. O que eu gosto nele é o fato de ser opaco. Aprovo e recomendo!
Dica de onde Comprar: Loja Tblogs

Color Make: Esse seria minha recomendação pra quem está procurando um barato e com qualidade. Tem preço super acessível (em torno de R$10,00), textura  cremosa, pigmentação forte e fácil de passar. Fixa super bem, porém não durou bastante nos meus lábios. Nisso o da Tracta o supera. Comprei após ler as resenhas da San e da Bruna.
Dica de onde Comprar: tem na Shiny Dawn, mas o frete é mais que o preço do batom. Eu comprei o meu no Mercado Livre, na loja Vivo Maquiada, que estava com frete mais acessível e é uma loja confiável que te envia o andamento do pedido todos os dias por email.

Vult: Era o que eu usava antes do modismo do batom preto por ser o único que encontrava na minha cidade. Após conhecer o Color Make e o Tracta Lindsay Woods, eu não recomendaria este como primeira opção... Ele é cremoso, tem brilho, mas na minha experiência própria ele não cobre bem os lábios e sai muito, mais muito fácil, ficando feio. E não sei se é o lote, mas o meu nunca foi preto de verdade...
Dica de onde Comprar: Netfarma


Não testei - então não vou opinar, só sugerir:
Cigana Cosméticos: Este tem o preço muuuito bom (R$5,90), a Gio (musa!) já resenhou e aprovou. 
Dica de onde Comprar: Mais Vaidosa - porém o valor mínimo pra compras no site é R$20,00

Full Colors: Tenho visto ele ser muito bem resenhado, tem textura mate e custa na faixa de R$12,00
Dica de onde Compar: Loja Full Colors

Felicittá: tava lembrando que eu tive há muuuuuito tempo atrás, antes de ter comprado o da Vult, mas realmente não usava e acabou vencendo e não sei se a fórmula mudou (a embalagem não é mais a mesma), então, só #ficadica mesmo.
Dica de onde Comprar: Shop Cosméticos

Koloss: A Bruna e a Rubia já resenharam, disseram que a cor não é forte e sai fácil (é o que acontece com o Vult que tenho).
Dica de onde Comprar: não encontrei online neste momento.

Quer comprar um importado?
O Pretty Zombie está na minha wishlist!
Dica de Onde Comprar: LSin e Shiny Dawn

Existem outras opções de batom preto em pasta, em marcas de maquiagem artística.

Meninas e meninos do interior que não encontram batom preto em suas cidades ou jovens que os pais ainda controlam o que compram: juntem seus dinheirinhos, paguem em boleto e sintam-se livres pra usar o batom que vocês quiserem!

* A indicação das lojas foi por busca na web, não tenho nenhuma parceria de divulgação com elas e sugiro que vocês antes de comprar, confirmem se são confiáveis.


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18 de julho de 2015

Kate´s Clothing: Cupom de Desconto // Discount code coupon for Kate´s Clothing

I have an announcement for all my foreign readers: we got a Kate's Clothing discount coupon!


 The discount is 6% off with coupon MODASUB6




The store is called "Kate's Clothing", because of the owner, Kate is a redheaded lady who has passion for Gothic and alternative  culture. She is a businesswoman and full-time mother. And she is fashion designer  for Necessary Evil - the brand makes many black pieces with a street, classic, retro and corporate appeal.
One very important thing that needs to be highlighted is that the brand offers pieces in plus size - going up to the  size 30.


My favorites?Killstar, pyramid bag - mini skirt Ouija - Dress Zylphia Spin Doctor  - New Rock boots - Totebag Graveyard chick.

Some brands Kate's Clothing sells: Killstar, Hell Bunny, Restyle, Punk Rave, Hades Shoes, New Rock, Disturbia, Kreepsville, Iron Fist, Manic Panic, Directions, Lip Service, Bordelo, Too Fast, Demonia, Sourpuss, citing only some of them... So, how about visit the site and perhaps put together a wishlist?
Hope you enjoy and use our discount coupon! 
It is valid until the month of October.


 
Kate´s Clothing currently ship to the following countries:
Argentina, Australia, Austria, Belarus, Belgium, Bermuda, Bulgaria, Canada, Costa Rica, Croatia, Cyprus, Czech Republic, Denmark, Estonia, Finland, France, Germany, Greece, Holland, Honk Kong, Hungary, Iceland, Israel, Italy, Japan, Latvia, Liechtenstein, Lithuania, Luxembourg, Malta, Mauritius, Netherlands, Norway, New Zealand, Poland, Portugal, Republic of Ireland, Romania, Russia, Serbia, Slovakia, Slovenia, South Africa, Spain, Sweden, Switzerland, Turkey, United Kingdom, United States of America.

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17 de julho de 2015

Cabelo Cinza - Granny Hair: Candy Color Aluminum

Há três semanas pintei meu cabelo de cinza. Agora que já passou um tempinho, pude acompanhar o processo de desbotamento e contar um pouco pra vocês sobre esta experiência com a Candy Color Aluminum.

Luva: Queen of Darkness 
Brinco, Colar e Chapéu: Miniminou (10% off na loja com cupom: SUBCULTURAS)
Blusa: Dark Fashion
Batom Preto: Lindsay Woods Tblogs

O cabelo cinza já está naquela fase entre deixando de ser uma trend e se tornando Moda, pois já existem muitas mulheres se tornando adeptas. 

Pink, Kelly Osborne e Lady Gaga,  são algumas das celebrities que já ostentaram a cor por aí... Pink com um ar mais prateado; Kelly num tom escuro e Gaga era peruca mesmo!

Mary-Kate Olsen (amei!) e a modelo Cara Delevigne. Famosos ajudam a "espalhar" tendências no mainstream.

Uma grande dificuldade quando faço posts de cabelos coloridos é encontrar imagens que não tenham sido tão manipuladas ou que tenham  sido pouco... esse tom de cinza abaixo, que mistura fios claros com fios mais escuros, é chamado por alguns cabeleireiros de "Silver Fox" por alterar diversos tons de cinza, como nos cabelos grisalhos naturais.

Uma coisa que notei, é que assim como o cor de rosa/pink, o cabelo cinza combina com todos os tons de pele. Separei imagens de uma asiática e algumas negras, pra ilustrar:


Tem quem prefira o cinza com azul:

Cinza com rosa - é o que quero testar assim que meu cabelo desbotar mais um pouco.

E cinza com roxo:

Eu li por aí que a cor pode envelhecer algumas pessoas, mas não sei... quando acompanhado de atitude e estilo próprio, o cabelo segura qualquer idade e outra... a geração baby boomer nunca esteve tão em voga, e "envelhecer" pra eles é até mesmo um orgulho! E eles tem parte de culpa pelos cabelos cinzas terem se tornado tão cools! Não tem nada de negativo aparentar mais velha, abaixo essa cultura ditatorial da juventude eterna!

Garotas Alternativas:


Minha experiência com Candy Color Aluminum

Eu estava super indecisa a respeito de que cor eu passaria no meu cabelo até que em maio vi que a Candy Color tinha lançado a cor Aluminum e pensei: porque não testar o cinza? 
Após breve pesquisa, entendi que o Aluminum pegaria melhor numa base loiro platinada, ficando naquele cinza prata. Mas eu sabia que, no estado que estava meu cabelo, num tom de loiro claro, eu não arriscaria mais descoloração até ficar platinado. Então passei o cinza em cima do loiro claro mesmo.
Fiz o processo recomendado pela Candy Color de lavar com shampoo anti-resíduos, secar completamente e aplicar a tinta. Deixei pouco mais de 1h nos cabelos. 

Como resultado, ficou um cinza escuro, que depois de duas lavagens desbotou pra um tom de cinza claro.


No presente momento, após 3 semanas, ele está da cor da primeira foto do post (a foto tá com efeito reyes do IG, mas a cor atual é essa mesma, cinza claro). Noto que dependendo da luz em que tiro foto, ele pode sair num tom meio arroxeado. A tinta é roxa, eu não sei se é por isso ou se é porque eu estou lavando os cabelos com shampoo roxo anti amarelado, que eu usava quando loira.


Então, sobre esse reflexo roxo, eu ainda estou devendo uma resposta pra vocês se é por causa do shampoo ou se é o normal da tinta. Não encontrei reviews de outras meninas que usaram a Aluminum falando sobre essa questão, então, não sei se é só comigo porque como eu disse, passei a tinta numa base loiro clara e não na base platinada.
Quem entende de cabelos sabe me dizer que cor de shampoo devo usar pra cabelo cinza? Eu sei que existe o shampoo cinza e que a cor dele é entre roxo escuro e azul... estou pensando em testar.

Meus contras sobre: achei que na segunda lavagem deu uma boa desbotada - algo como sair todo o excesso do tingimento. Isso não é exatamente um "contra", é mais uma observação. Em duas semanas já estava aparecendo o loiro claro em alguns pontos do cabelo. PORÉM eu não sei dizer se é por causa da qualidade do fixador da tinta ou se é a (má) qualidade do meu cabelo que já estava bem sofrido por causa do meu processo de coloração anterior. 
A nova embalagem da Candy Color, que é branca e em formato triangular, poderia ter uma faixa em plástico transparente pra gente ver o quanto que ainda tem de tinta no pote e ter também marcações sobre onde é a metade da quantidade, assim como marcações de 1/3 ou 1/4. Acho que ajudaria pra nós, de cabelos curtos, que não usamos um pote todo de uma vez só.

Estou indecisa sobre qual cor manter no meu cabelo e estou deixando crescer uma raiz escura natural. O que eu estou curtindo muito, é que a cor cinza diminui o contraste da raiz escura com o cabelo tingido, coisa que com o cabelo rosa, laranja ou loiro era gritante e me incomodava muito. Com o cinza, estou achando sossegado. 

ATUALIZAÇÃO 30/03/2016: Gente, só agora descobri que se vocês querem um tom de cinza escuro como da foto acima, vocês devem usar a Raven no lugar da Aluminum. Pra isso, a base não precisa ser platinada, pode ser amarela mesmo. 

Essa foi minha experiência Candy Color Aluminum, meus prós e contras e se você também usou cinza, não deixe de dividir aqui sua opinião.



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16 de julho de 2015

As subculturas como produto: nem todo look preto é gótico

Estes dias estava vendo o artigo do Buzzfeed sobre a Dani Corpse do Beauty and Brains e uma das primeiras coisas que pensei ao ler o título foi: "a Dani é headbanger, por que raios ela tá sendo chamada de gótica?". 
Daí lembrei, "Ah, é que ser gótica tá na moda..."
E é bem verdade, Dani inspira muitas meninas com suas maquiagens e visual Metal, mas o que eu quero abordar nesse post nem é a Dani em si. É que esse artigo do Buzzfeed é um "suave" exemplo de como as subculturas têm suas identidades deturpadas na mídia. 


Parece tolice implicar com headbangers chamados de góticos. Mas multiplique isso por todas as vezes que isso acontece ao longo dos anos ou troque as subculturas confundidas.


Todos vocês devem ter exemplos de subculturas mal apresentadas na mídia, seja por estereótipos em novelas, seja por convidados em programas de auditório e até mesmo por experiências próprias.
 

É comum leigos acharem que só porque você usa preto é automaticamente "gótica". Essa associação do gótico com a cor preta é o óbvio.
Se fosse há 10 anos, todos te chamariam de "emo" porque era a subcultura que estava na boca do povo.
E se a trend atual fosse ser headbanger, bem... não duvido que até os góticos seriam chamados assim na mídia...

Julgamentos comuns do mainstream:
Todo gótico só usa preto.
Todo "metaleiro" é satanista.
Todo punk é encrenqueiro.

Todo skinhead é nazista.
Toda lolita é infantilizada.

São as subculturas perdendo suas identidades próprias e sendo reduzidas aos estereótipos midiáticos. 



Jogaram tudo no mesmo saco em nome do capitalismo.

Pra vender roupa preta e batom escuro eles nos colocam lá em cima, como exemplo de estilo a ser seguido, em pautas sobre sobre "gótica suave", "batom escuro", "dicas de looks góticos", "vídeo com o make gótico" - que mostram bem como a estética de uma subcultura é amenizada e banalizada de forma TÃO velada visando a venda de produtos e acessos, que muitos (inclusive alternativos) nem percebem o quão nocivo isso é pra eles mesmos (incentivando consumo desenfreado e moldando o olhar à amenização) e  pra quem luta contra o reducionismo em relação à subculturas. 

Mas vai toda gótica viver numa família conservadora. Vai toda gótica encarar os assédios na rua. 
Vai lá, toda gótica, pedir um emprego. Veja se eles te tratarão com o mesmo respeito e espaço que a "gótica de boutique" que daqui há 8 meses já estará em outra trend?
Viver o "peso" de ser de uma subcultura encarando suas consequências, ser minoria de verdade ninguém quer!

Feminismo virou moda e está tendo suas pautas deturpadas. Agora, é (mais uma) a vez da subcultura Gótica, que está tendo sua essência substituída por consumo de produtos mainstream e cliques de acessos que valem mais um troco dos anunciantes. 

Subculturas não são produto! Subculturas são estilo de vida.

Sei que algumas de nós adoram os modismos "alternative inspired" porque é possível comprar coisas que antes não tínhamos acesso, mas é possível ao mesmo tempo sermos críticos com a cultura do consumo (leia: o Heavy Metal é mais que uma estampa em lojas de departamento) e com matérias que fazem a cultura alternativa parecer só mais um produto cool aos olhos dos outros. 
Questionem mesmo! Duvidem, repensem. E não perpetuem informações erradas sobre subculturas na web, porque é como dar passos pra trás no nosso desejo por mais respeito e espaço na sociedade.



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15 de julho de 2015

As ilustrações de Roberta Marrero

Não teve como passar despercebida perante a obra de Roberta Marrero, que consegue reunir diversos temas que a gente ama: Rock, filme, moda, cultura pop. Tudo isso junto e misturado com uma bela pitada de humor e sarcasmo, bem na vibe do tragicômico. A criação intensa da artista espanhola se dá por meio de colagens e desenhos surrealistas. Em entrevista ao site Advocate, Roberta revela ter como influências John Waters, Russ Meyer, Punk, New Wave, Classic Hollywood, Pop Art, Gótico, imagens católicas, Glam... Para conhecer - e apreciar - mais a sua arte, Marrero frequentemente posta suas últimas aventuras no face e mantém seu arquivo profissional no site I Am God. Nenhum pouco provocadora, né???

A melhor campanha da Chanel
 

Ziggy Stardust dando pinta nas faces de Kate Moss e Frida Kahlo:

God Save the Queen não só para Elizabeth II:



"Eu não tenho esperança, mas tenho estilo"
"Dane-se muito você"

"Seja um artista, mate a si mesmo"
"Seja um artista, seja um perdedor"
"Seja um artista, morra jovem"

Série cabelos que eu curto

Maquiagens e sapatos

AAAAmy!

É tanta coisa legal que fica até difícil de escolher o preferido. Espero que tenham gostado e se divertido!



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13 de julho de 2015

Os 25 anos de Edward Mãos de Tesoura!

Um dos longas mais icônicos dos anos 90 está completando 25 anos! Impossível deixar batido e em comemoração a data resgatamos mais um texto da Helena Machado onde será feito pequenos acréscimos na pesquisa.


O filme de Tim Burton, “Edward Mãos de Tesoura” é uma espécie de “conto de fadas” gótico. No início, quando Peg chega na mansão empoeirada em que mora Edward, há uma sensação de suspense. A certeza de conto de fadas é enfatizada quando percebemos que a escala da casa e dos móveis não é a mesma escala dos personagens, que são muito menores que a grandeza do local em estilo gótico europeu. Essa cena possui uma influência de filmes expressionistas como “O Gabinete do Dr. Caligari” e “Metrópolis”.

Uma das referências de Johnny Depp na composição de Edward teria sido Conrad Veidt de "O Gabinete do Dr. Caligari"

Edward é uma espécie de Frankenstein, remete à obra de Mary Shelley, “Frankenstein” e também a história de “Pinóquio” e “A Bela e a Fera”. Ao contrário do cientista Frankenstein, o pai de Edward (como em Pinóquio) criou-o com amor para que fosse seu filho. Porém, o pai morre antes de terminar sua obra. E a parte que falta em Edward são suas mãos, no lugar delas ele possui tesouras. Estas acabam cortando o seu rosto até mesmo em um ato simples como se coçar.

Vincent Price como pai de Edward, a última interpretação do ator

"Abrace-me."
"Não posso."

Colleen Atwood é a responsável pelo figurino, a parceria com Tim Burton começa nesse filme. Ela possui uma criação dark e ligada à fantasia que acabou por transformar em uma marca dos filmes de Tim Burton. Colleen é uma figurinista que consegue captar as expressões desejadas pelo diretor, unir essa subjetividade ao elenco e demonstrá-la nas vestes das personagens. 
Em relação à fidelidade histórica, o figurino de Edward possui liberdade maior e não é fiel à época em que a história é narrada. Ele é diferente de todos os demais intérpretes do filme. Isso se deve ao fato do personagem ser criado artificialmente e diferente das outras pessoas. O objetivo é ressaltar essa diferença, pois ela será fundamental para a narrativa e coerência da história.

"O que te faz feliz, Edward?"
"The Cure e Joy Division."

Tim Burton e Colleen foram bastante audaciosos e criativos quanto à escolha de um período específico: os anos de 1970/1980 para a criação do figurino de Edward. Ele possui um visual gótico que lembra muito o Batcave ou Deathrocker. Batcave era o nome do bar onde acredita-se que surgiu a subcultura gótica. Um dos traços desse estilo é o cabelo igual ao do Edward. A maquiagem branca no rosto, com olhos e boca “carregados” também são características. O Batcave ou Deathrock possui influências do Punk Rock e temas de filmes de terror. As roupas de Edward, com diversas fivelas, recortes e costuras também são uma referência punk, ao mesmo tempo essa roupa de couro parece “armadura” que dificulta seus movimentos. A roupa compõe a sensação de estranheza e deslocamento que Edward possui na narrativa e em relação aos outros personagens. Parece que a roupa, assim como seu corpo foram feitos de retalhos. Isso faz com que haja mais coerência ao aspecto Frankenstein de Edward. Suas cicatrizes fazem reiterar essa proposta em conjunto com sua maquiagem, cabelos e roupa.

O cabelo e a make Vamp de Edward (que demorava duas horas por conta das cicatrizes) tem influência no visual gótico, em especial Robert Smith do The Cure

Já o figurino observa-se referência Punk quando Vivienne Westwood criava roupas voltadas ao universo Fetiche/BDSM. Tanto Edward quanto Johnny Rotten, usam trajes inspirados no Bondage Suit

A história acontece no período dos anos de 1950/1960. A filha de Peg, Kim, usa uma silhueta famosa: o “New Look” de Christian Dior com a cintura marcada e saia ampla. Todos os jovens do filme possuem um estilo semelhante aos anos de 1950: suéter, cardigãs de malha, jeans, jaquetas coloridas, bobby socks (meias soquete) e tênis. Um estilo college que teve origem no sportwear. O figurino de Peg, a vendedora do Avon que encontra Edward, é um tailleur de linhas retas, gola e chapéu cor de rosa. Este figurino lembra os tailleurs e vestidos de André Courrèges e Pierre Cardin. As vizinhas também seguem a mesma linha de vestidos de formas retas, algumas com calça cigarrete e suéter, como a personagem Joyce Monroe no início do filme. Podemos observar algumas vizinhas com vestidos trapézio como o lançado por Yves Saint-Laurent e a influência da moda unissex. Também há uma influência dos anos de 1960 nas estampas da roupas. A maquiagem ao estilo sessentista, possui uma ênfase nos olhos e os cabelos com raiz alta impecáveis. Além disso, podemos notar o uso das franjas, como na personagem Kim. Porém, percebermos elementos soltos dos anos de 1980 em alguns cabelos, acessórios e maquiagem.

No figurino masculino, os jovens usam “t-shirts” coloridas e listradas e calças jeans ajustadas. Em oposição aos rapazes, os homens mais velhos como o marido de Peg, Bill Boggs usam o paletó comprido, camisas lisas e estampadas, calça social e bermuda em cores sóbrias. O ator Vincent Price, conhecido por sua atuação em filmes de terror, faz o papel de inventor com um figurino e interpretação que são uma referência aos filmes que ele interpretava nos anos de 1950 e 1960.

Kim com looks anos 50/60 típicos de uma garota americana popular

O contraste estético entre Edward e Peg quando se conhecem

O tailleur que Peg usa no primeiro encontro deles lembra ao famoso Chanel de JacKie O utilizado no dia do assassinato do ex-presidente John Kennedy

Quanto à arquitetura, as casas da cidade são iguais, padronizadas e coloridas. Assim como os carros que combinam suas cores e as pinturas das casas. As roupas dos moradores também são bastante coloridas. Essa padronização faz o contraste entre os moradores da cidade e Edward ser ainda maior. Quando Peg leva Edward para a cidade, ele parece estar muito feliz em ver tantas cores, novidades e um lugar que não parece com o ambiente sombrio em que vivia. A discordância da aparência de Edward e o restante das personagens é interessante porque é também um contraste de caráter. Edward é ingênuo e encantador, possui uma aparência aterrorizante para as pessoas. Alguns moradores chegam a implicar com sua estética diferente do convencional. Mas suas mãos que cortam tudo que tocam também são capazes de fazer coisas extraordinárias e ele começa a ser visto de forma positiva pelo que é capaz de construir. Posteriormente, Edward é acusado de algo que não cometeu, porém é cômodo acreditar em uma pessoa e não em uma criatura estranha que possui tesouras no lugar das mãos. Edward passa a ser visto como um monstro, um perigo em potencial. A partir do momento que não é mais útil para os moradores da cidade, seja cortando os cabelos, pelos dos cachorros ou os arbustos de seus jardins, ele passa a ser visto de uma maneira diferente.

Deparando-se com uma realidade completamente oposta a sua

Caindo numa armadilha por inocência, o "erro" de Edward reverbera o preconceito velado dos moradores perante as suas diferenças. O único a ficar ao seu lado é o cachorro.

"As pessoas têm medo de mim porque sou diferente"

O filme de Tim Burton, “Edward Mãos de Tesoura” marcou a história do cinema com o figurino de Edward. Tal caracterização é facilmente reconhecível, parodiada e homenageada. A vestimenta tornou-se imprescindível para a coerência da história narrada, além de não ser estereotipado como um “Frankestein” convencional. Uma das cenas mais bonitas e conhecidas é a de Edward fazendo esculturas de gelo em homenagem a sua amada Kim, enquanto ela rodopia seu vestido. O figurino complementa as belas cenas do filme, sem chamar mais atenção que a história narrada.

Um clássico!


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10 de julho de 2015

Alt Trend: Pentagrama Invertido e Baphomet

É sempre bom lembrar que a moda possui várias conexões e entre elas o comportamento. Isso ajuda a entender o desenvolvimento de alguns modismos. O mundo tem passado por momentos bastantes obscuros, de muita insegurança, principalmente em relação ao futuro. Crises econômicas que resultam em maiores desigualdades, terrorismo, intolerâncias, motivos que consequentemente refletem nas criações de moda. 

O ocultismo tem se sobressaído nos últimos anos (aqui, aqui), talvez como uma forma de buscar respostas para tantas mazelas - ao menos na visão mainstream, e símbolos do paganismo, em especial a bruxaria, ganham evidência. Em pesquisas recentes, uma quantidade significativa de marcas alternativas apresentaram o pentagrama invertido nas suas coleções. Às vezes o desenho vem acompanhado do Baphomet, outras surge sozinho ou de forma satírica. 

O pentagrama com a ponta pra cima, tem o elemento espírito no aspecto positivo/luz. Até tempos medievais, representava as cinco chagas de Cristo na cruz, um contraste gritante com hoje, onde o pentagrama é criticado pelos cristãos fundamentalistas. Ainda na Era Medieval, a Igreja retirou o pentagrama e escolheu a cruz como um símbolo mais significativo para o cristianismo, pois lembra não as chagas, mas a dor de Cristo. Assim, o uso do pentagrama como um símbolo cristão cessou e foi gradualmente esquecido.



O pentagrama invertido
No paganismo, o pentagrama invertido representa as energias masculinas dos deuses solares e o Deus da caça. Na Wicca Gardneriana e na Alexandrina,  é símbolo da segunda iniciação, representando a necessidade da bruxa aprender a enfrentar a escuridão para mais tarde tomar o controle em direção à iluminação. O centro de um pentagrama implica um sexto elemento formador: amor/vontade que controla a partir de dentro, governando a matéria e o espírito.



O uso do pentagrama invertido como um símbolo associado com o satanismo não ocorreu até o século XIX. Satanistas não acreditam em um céu (ou um inferno), assim, o símbolo com as três pontas para baixo representa a negação ou a descrença na santíssima trindade.

O pentagrama quando desenhado na testa do bode representa os elementos da terra (Belial), ar (Lúcifer), fogo (Satanás), água (Leviathan), e do Espírito (o Celebrante). 


As duas pontas acima do pentagrama com o bode (Baphomet), representam a individualidade e inteligência; os pontos do meio representam o Adamantine Gates of Hell mantido aberto por duas forças opostas equilibradas, e a ponta de baixo representa a manifestação e o poder físico, o equilíbrio das forças opostas da existência. A palavra Baphomet vem do grego e junta as palavras "Baphe" e "Metis" e significa "Batismo de Sabedoria". A versão do pentagrama invertido com com um círculo em torno dele (o círculo indica o espaço sagrado oferecendo proteção e simboliza a espiritualidade) não é amplamente usado pelos satanistas, mas sim por outras crenças e práticas (como feitiçaria negra, magia negra etc), pois essas pessoas traçam um círculo de proteção em seus rituais.



Na Moda Alternativa
Apesar dos estereótipos, o Rock não possui uma religião definida, aliás, há pessoas que nem possuem. Por quebrar padrões moralistas, o Rock foi logo associado ao satã e muitos músicos se aproveitaram da polêmica para fazer mídia, porém outros de fato acabaram se interessando e aprofundando no tema. Nisso surgiram vertentes que se interligam a religião, é o caso do Black Metal.

Como toda subcultura, é criado uma estética de identificação e logo surgem marcas que atraiam o público alvo. A Toxic Vision é uma das pioneiras nesse segmento, trazendo o pentagrama de Baphomet nas suas estampas desde 2006.


Enquanto para a marca canadense este é um conceito fixo, para outras o símbolo surge em coleções pontuais. Nos últimos meses, veja a quantidade E não são poucas! 

Poison Industries, Spin Doctor, Too Fast

Lip Service

Kreepsville 666

Killstar ajudou a popularizar os símbolos, tem todos os tipos. Baphomet:

Baphomet + pentagrama invertido:

Com e sem:

Versões satíricas:

A Dark Side Clothing também entrou na mesma vibe:

No Brasil, a Miniminou oferece brinco, maiô e vestidos com o pentagrama invertido:

A Black Frost surgiu como uma marca direcionada ao publico fã de Black Metal, o que reflete numa de suas mais icônicas criações, o cinto abaixo:


E vocês, se identificam com o significado do pentagrama invertido? Usam/Usariam alguma peça com o símbolo?



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