Destaques

17 de junho de 2016

Evento de Moda Plus Size: Bazar Pop Plus

Uma das questões que permeia o mercado de moda no Brasil, inclusive alternativo, é a dificuldade de se encontrar roupas acima do tamanho 46. Diante dessa falha, começam a surgir mobilizações para tentar atender um público ignorado pelo comércio, é o caso do Bazar Pop Plus, que ocorre nos dias 18 e 19 de junho, ou seja, nesse fim de semana!

Imagens: reprodução

O projeto é organizado pela jornalista Flávia Durante, diretora da Cena Pop Eventos Criativos, em parceria com a Art Shine Promoções e Eventos. Em apenas quatro anos, o Pop Plus cresceu de seis marcas na primeira edição, em 2012, para mais de 50, em 2016 – e vem com novidades. Pela primeira vez será realizado tanto no sábado quanto no domingo, das 10h às 20h, e em novo endereço: o Club Homs, na charmosa Avenida Paulista, um dos cartões postais de São Paulo. O local é de fácil acesso por transporte público (está a menos de cinco minutos do Metrô Brigadeiro e tem pontos de ônibus pertinho), bike (tem ciclofaixa na frente) e carro (diversos estacionamentos nos arredores) e a entrada é apenas R$5,00 (somente em dinheiro).

“Muito mais do que um bazar, o Pop Plus tornou-se uma convenção de Cultura Plus Size. Um ponto de encontro onde pessoas tradicionalmente excluídas pela moda são acolhidas, se divertem e do qual saem mais fortes para enfrentar o mundo”, diz Flávia Durante, idealizadora do evento.

A 13ª edição do Pop Plus conta com 18 empresas estreantes, o que mostra que a moda Plus Size está crescendo e veio para ficar. De lançamentos a pontas de estoque, as mais de 50 marcas de seis estados (SP, RJ, RS, PR, MG e GO) oferecem peças que vão de R$ 30,00 a R$ 300,00. 


Confiram as marcas que estarão presentes:

Moda feminina: Chica Bolacha, Oh! Querida (pop); Lollaboo, La Lolitta, Melinde, Gracia Alonso, Antonieta Plus Size, Asobi Mode Japan, Atual Plus e Nina Vazquez (contemporânea); For Love, Attribute (jeans); Gamaia Esportes (fitness); Assens, Na Beca Tamanhos Reais (casual); Fashion4Me (premium); Upsy, Madeleines (retrô); Ela Desfila (ponta de estoque); True E-motion (urbana); Lollaboo (moda jovem); Coletivo de Dois, Atelier Cretismo, Fleur Rose (artesanal); Kye Kye, Rainha Nagô (afro); Flaminga, Zuya (multimarcas), Club Plus (importada) e We Love (sob medida).

Moda masculina: Pano Bruto (camisetas); Rainha Nagô (afro); Chico (jovem); Lili da Ena (camisas) e Coletivo de Dois (artesanal).

Lingerie/Moda Praia/Dormir: GG.rie, Morisco (lingerie); For All Types (lingerie e moda praia); Víncullus (pijamas) e Cor de Jambo (moda praia).

Acessórios/Bijuteria: Mary Help Acessórios Sustentavelmente Criativos; Korukru (cintos e acessórios); Retalho Riscado (bolsas e acessórios); Thalita Laleme, Basfond e QBela Biju (bijuteria).


O Pop Plus ainda conta com diversas atrações como apresentações de DJs, de dança (salsa, American Tribal Style, dança do ventre, burlesca) e de drag queens; exposição de fotos do projeto Cada Uma com poesias de Rack Land (@historiadefogo); desfile do projeto África Plus Size; e encerramento (domingo, a partir das 19h) com uma das revelações da música brasileira, a cantora Karla da Silva. O evento é totalmente planejado para acolher, empoderar e divertir o público – feminino e masculino - que veste acima do 46.


No Pop Plus dá para encontrar outros produtos bem bacanas na Corações & Alfinetes (canecas e coisinhas) e Ateliê Vanfil (acessórios para café).

E para o passeio ficar completo tem comidinhas também: crepes, raspadinhas e bebidas em geral (Yuki no Kakigori), comida baiana (Acarajé da Socorro), bolos e brigadeiros (GodinBell) e deliciosos cupcakes (Cupcake Ito).

Obs: A gente sabe que nem todos os leitores são de São Paulo, por isso procurem as marcas citadas nas redes sociais pois muitas vendem online também! 
#ficadica ;)

Serviço:
13º Pop Plus
Data: 18 e 19 de junho (sábado e domingo)
Horário: 10h às 20h
Local: Club Homs (Salão Nobre)
Endereço: Avenida Paulista, 735 - Jardim Paulista - São Paulo/SP (próximo ao Metro Brigadeiro)
Entrada: R$ 5,00 (somente em dinheiro)


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11 de junho de 2016

Rodarte: Flower Power "Gótico"

O friozão já chegou nesse nosso outono e é agora que me sinto mais empolgada pra postar, mesmo com atraso, alguns desfiles mainstream da temporada fall/winter, que se destacaram pra mim na questão de sempre: ou por associação com as subculturas/cultura alternativa ou pelo Dark Glamour.
Pra este desfile da Rodarte, Kate e Laura Mulleavy foram pra cidade de Berkley, na Califórnia, que ainda conserva o clima flower power da época hippie. Elas fizeram também um visita ao Caffe Trieste, o lugar onde reza a lenda que Francis Ford Coppola escreveu O Poderoso Chefão. E não apenas isso - há traços estéticos de um de meus períodos artísticos preferidos: a art nouveau. E algumas peças com silhueta anos 1920 (amo)!
De repente você pensa que fazer uma coleção inspirado no flower power hippie precisa resultar no óbvio "vestido colorido estampado estilo bata ou kaftan", essa coleção mostra que é possível sair do óbvio, do cliché. Tanto que ficou uma espécie de flower power "gótico", cheio de rendas, tule e drama. É bom pra mostrar que criatividade não precisa e nem deve ficar se limitando ao estereótipo. Ah e achei incrível o enfeite de cabelo da última foto! Uma "coroa de flores" que também sai um pouco do convencional.

Como vocês sabem, também fazemos postagens exclusivas para nosso Tumblr (que não são postadas aqui), e os desfiles de  Givenchy e Louis Vuitton já estão lá! 

 - CLIQUE NAS IMAGENS PARA VÊ-LAS MAIORES, COM DETALHES -


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3 de junho de 2016

Adultos em Idade Produtiva: Criatividade tem limite de idade?

Quando Ari Seth Cohen criou o site Advanced Style (que por sinal, nós amamos!), conseguiu mudar a visão e fortificar um segmento que a indústria não prestava atenção. Aqueles são idosos da Geração Silenciosa e da Geração Baby Boomer, que vieram ao mundo para transgredir, seja quando jovens das décadas de 1940 a 1970 ou idosos nos anos 2010. Percebendo aí um público importante, o comércio que não é bobo, aproveitou para investir nesse mercado que tende cada vez mais crescimento, apesar de alguns editores de moda afirmarem ser algo passageiro. De lá para cá, começou a se falar sobre a "juventude sem idade", da qual deu ênfase a esse consumidor que acabou virando o rosto de várias marcas estrangeiras em 2015.

Recentemente circularam no Facebook, links de sites variados que celebravam mulheres acima de 60 anos com cabelos coloridos, foi ocultado que algumas delas são modelos ou trabalhavam com arte/design. O ponto observado por nós ao visitar esses links foi: ter cabelo colorido acima dos 60 anos está fácil de ser aceito pela sociedade, pois aposentados podem fazer o que quiserem de suas estéticas. Os anos de cobranças sociais já passaram. Eles não devem nada pra ninguém, já cumpriram as obrigações exigidas de um cidadão que é trabalhar e dar dinheiro ao Estado.   

idosas com cabelo colorido

Quais as diferenças entre ser ousado na adolescência e quando idoso? Como é ser ousado na idade produtiva?
Nos primeiro caso, é uma fase de experimentações e descobertas. O segundo cumpriu os deveres como cidadão e contribuiu para o progresso da sociedade. O que já não ocorre com quem está na idade produtiva, especialmente entre os 22 e 60 anos, fase em que não há desculpa para cometer imaturidades, as responsabilidades são cobradas, você tem que trabalhar para sobreviver e por causa disso é obrigado a se submeter a situações que a adolescência ou a velhice dariam a liberdade de escapar. Como ser transgressor nessa faixa etária? Como desconstruir as regras sociais? 

Quando a moda se aliou ao marketing para vender juventude, venderam para os Baby Boomers e as gerações seguintes (incluindo as nossas!) que ser criativo é ser jovem, que se nos mantermos criativos quando adultos, não envelheceríamos nunca. O problema é que automaticamente nos transformamos em "adultos crianças", ou seja, pessoas infantilizadas, desesperadas para chamar a atenção, com medo de envelhecer, "nostálgicos", sendo comum se enturmar com os jovens para não perder a criatividade. É uma linha tênue.
Só que pais ou mães que "se enturmam com os jovens" são constantemente mal vistos e criticados. Ser transgressor em idade madura, incomoda tanto assim? Quem nos ensinou que isso é ruim? Por quê?


Criatividade e liberdade não tem idade!
Lembre-se que muitos eventos e publicações alternativas são geridas por adultos - como esse blog. Nossa fase adolescente já passou faz tempo. Parte do preconceito que sofremos é pensarem que somos imaturos porque insistimos em sermos alternativos aos 30 anos. Todos querem mudar nosso jeito e estilo. E esse é um preconceito pesado, algo que ninguém se importa de reproduzir, afinal, estamos em idade produtiva e precisamos cumprir nossas obrigações de cidadãs trabalhando e pagando os impostos pra sustentar o sistema. Devemos esperar atingirmos 60 anos pra voltarmos a sermos ousadas como as senhoras ilustradas acima?? E só daí nos celebrarão como cools?

Gwen Stefani aos 30 anos de idade: "Fiz 30 e quero ser adolescente de novo", diz ela. Na época Gwen pode não ter se ligado, mas ela inconscientemente também associou irreverência e criatividade com juventude.


A "idade produtiva" não é cool o suficiente para a sociedade?
Como exemplificado no post anterior, é um mito colocar que só pessoas muito jovens possuem ânsia de mudanças, são mais criativas, se manifestam e o que mais de adjetivos forem ligados a juventude. Ter o espírito transgressor não possui idade. Ao contrário. A maturidade e o conhecimento adquirido pelos anos de vida nos fazem ser mais assertivos com nossas escolhas. Ou seja, se quisermos mudar algo, vamos ter muito mais chances de acerto devido a experiência e a cautela de observar um problema por todos os ângulos. 

Outro ponto interessante foi desatar o nó que essa questão acaba gerando. É preciso lembrar que vivemos num mundo de diversos contextos sociais, e essa cobrança de "fazer tudo" antes dos 25 pode deixar gente frustrada por se achar ultrapassada para fazer algo que no fundo não tem prazo. Você vive com pais conservadores que não admitem piercing, tatuagem e cabelos coloridos? Seu emprego não permite tais adornos? Acalme-se! É perfeitamente normal esperar o tempo apropriado para poder fazer as coisas que curte, ninguém está velho para ter a primeira tatuagem ou pintar os fios de cores diferentes aos 40. 


A apresentadora Astrid Fontenelle pintou o cabelo de rosa 
pela primeira vez depois dos 50 anos.

Enquanto estereótipos de velhice tem caído por terra, os estereótipos da idade produtiva permanecem. Acredito que essa é a revolução social de quebra de comportamento mais desafiadora no momento!

Vocês acham que a mudança social mais importante se dará no dia em que pessoas em idade produtiva sejam tão celebradas quanto os idosas por terem cabelos coloridos e estéticas alternativas? 


 


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Direitos autorais:
Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer nosso trabalho. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

1 de junho de 2016

Subculturas não tem idade: Adultos que adentram no mundo alternativo

Dentro da Geração Silenciosa, encaixam-se os primeiros frequentadores de subculturas. Nascidos entre aproximadamente 1925 e 1942, deram origem à grupos como Teddy Boy/Girls, Rockers/Bikers, Beatniks, Hippies, a Swinging London e criaram  sonoridades como o Rock n Roll. Dessa geração podemos citar como exemplo Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e pessoas que estão - ou estariam - hoje entre os 70 e os 90 anos de idade.

Mas o que contaremos agora são casos como o de Viva, ilustrado abaixo:
pessoas que adentram subculturas DEPOIS de adultas. 


Viva tem 82 anos e adentrou no punk rock quando estava com 45 anos. O punk a atraiu porque a fazia se sentir livre pela falta de regras. Ela não sabia cantar, mas na cena isso não importa, você é livre pra se expressar sabendo ou não tocar ou cantar. Se você tem o espírito e a energia punk é o que vale, diz ela no vídeo a seguir.


Além de Viva, nos lembramos de Vivienne Westwood que tinha 35 anos quando também se envolveu com a subcultura punk produzindo roupas ultrajantes e criando estilos usados até hoje pelas gerações seguintes.


Recentemente assistindo ao documentário Envelhescência, nos surpreendemos com o caso de Judith Caggiano. Hoje uma senhora toda tatuada que ouve punk rock, ela começou a se tatuar após os 70 anos e adentrou no estilo de vida do filho motociclista.


Temos também Isobel Varley, que fez sua primeira tatuagem aos 48 anos e morreu aos 77 sendo a mulher mais tatuada do mundo segundo o Guinness World Records.


Válido citar algumas musicistas que conseguiram sucesso na faixa entre 27 e 30 anos numa indústria que cria ídolos com idades cada vez mais jovens:

Wendy O. Williams tinha quase 29 anos quando criou a banda Plasmatics, que é considerada por alguns a primeira banda que mistura sonoridade e atitude punk com o metal.


Cindy Lauper explodiu nos anos 80 com 30 anos de idade.

Kim Gordon é outra que começou na banda Sonic Youth aos 28 anos.

Debbie Harry tinha 30 anos quando o álbum Blondie foi lançado.

Shirley Manson tinha 29 anos quando a banda Garbage estourou, ela conta que "se sentia velha" como contamos neste post dedicado ao estilo dela.



Estudos olham as subculturas apenas como cultura juvenil.
E de fato, em grande parte era, mas isso parece estar mudando
na medida em que o mundo passa a permitir uma maior liberdade de expressão da individualidade.


Os casos acima, entre outros, nos chamam a atenção por saírem fora do conceito de que é permitido somente aos jovens a rebelião, a contestação e o uso de estéticas alternativas. O próprio Marketing de massa explora a ideia de que adultos devem se comportar dentro da normalidade enquanto estão na idade produtiva.

Observando isso, também notamos um atraso significativo nos estudos de moda e comportamento relativos à esse tema, por exemplo: a moda mainstream só dá valor aos estudos de jovens até 24 anos ou após os 60, as idades entre estas são ignoradas. Enquanto que as subculturas estão à frente, quebrando as regras de todas as gerações. 

Nestes estudos mantém-se a ideia que o adulto não pode ousar nem ser criativo. Tem que ser um robô. Tem que passar pelo esquadrão da moda pra jogar a criatividade fora porque "já passou da idade". Criou-se essa coisa de que a criatividade, transgressão e rebeldia só pertence aos jovens. No nosso ponto de vista, isto não é verdade. Isso não tem idade.


Subculturas podem soar ultrapassadas na pós modernidade,
mas é impressionante como são relevantes em termos culturais. Ainda seduzem jovens e adultos que estão com disposição de quebrar as regras!



Enquanto muitos dizem que ser alternativo “não é só uma fase”, o que dizer de pessoas que estão se descobrindo parte de subculturas na idade produtiva: aos 30, 40 ou 50 anos? E aí, vamos podar essas pessoas? Vamos dizer que elas estão erradas, estão sendo imaturas ou com medo de envelhecer e pedir pra elas largarem de lado suas criatividades e novas descobertas?
É isso que vamos continuar analisando no próximo post.


 

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22 de maio de 2016

Os 20 anos do filme Jovens Bruxas (The Craft)

Neste ano o filme Jovens Bruxas (The Craft) comemora 20 anos. Embora não tão conhecido pela nova geração, quem está na faixa dos 30 anos deve ter assistido na época de lançamento ou em reprises. O filme foi lançado em 1996 e contava com Neve Campbell (Bonnie) e Fairuza Balk (Nancy) duas atrizes que estavam se destacando em filmes adolescentes. Completam o elenco Robin Tunney (Sarah) e Rachel True (Rochelle).



Traduzido como "Jovens Bruxas", o título original é "The Craft", esta é uma das denominações da bruxaria entre seus praticantes. A década de 1990 foi quando a Wicca se tornou popular e mais aceita como uma religião estabelecida, pessoas começaram a finalmente ter orgulho de se assumirem pagãos após décadas tendo que se esconder devido ao preconceito.
Assim, a prática vai ganhando jovens adeptas e por conta do interesse das adolescentes, muitos covens proibiram menores de 18 anos. Esses adolescentes procuram então os livros pra se informar, sendo "O Guia Essencial da Bruxa Solitária" de Scott Cunningham um dos mais populares. O mainstream se interessa pelo tema, com diversas lojas comercializando produtos, de pentagramas à livros das sombras. Ao mesmo tempo haviam equívocos sobre a prática, como os que diziam que wicca e satanismo são interligados - não são.

Jovens Bruxas não é um grande filme, mas tem seus momentos. E parte disso se dá porque a Sacerdotisa Pat Devin foi consultada para dar mais veracidade à trama, incluindo as cenas dos rituais. Uma coisa que não é real é "Manon", a deidade que elas invocam nos rituais.



A história (pode conter spoilers)
Na história temos quatro adolescentes, cada uma com um problema pessoal que as fazem se sentir angustiadas. Todas elas passam por bullying e procuram na bruxaria um modo de tentar fugir desses problemas.
Temos Nancy, Bonnie e Rochelle que estudam juntas. Nancy sofre em um lar superviolento, com um padrasto alcoólatra e uma mãe passiva, ela tem um relacionamento tóxico com as amigas; Bonnie tem um grave problema de pele que deixa cicatrizes grandes, grossas e feias que a fazem se esconder em roupas fechadas; Rochelle sofre bullying por ser negra e ter cabelos cacheados. Assumidamente bruxas, para unir os quatro elementos, elas precisam de mais uma menina no coven e é aí que a nova aluna, Sarah, aparece. Sarah veio de outra cidade, onde já tinha tentado suicídio cortando os pulsos devido ao bullying e os problemas que causava com seus poderes telecinéticos.


Numa das aulas, Sarah demonstra seu poder de telecinese sendo observada por Bonnie que convence as outras de que a nova aluna era o elemento que faltava. Receosa, Sarah se junta ao grupo e as quatro meninas vão à loja de uma bruxa, onde a mesma percebe que Sarah é uma bruxa natural, seu poder vem de dentro naturalmente. Isso provoca inveja de Nancy, pois a obsessão desta era ter muito poder. 


Mulheres costumam ser vistas como delicadas e fracas. Na cena em que o motorista de ônibus diz: "cuidado com os estranhos" e Nancy responde "nós somos os estranhos", vemos que mulheres podem também ser "poderosas e perigosas" além das aparências delicadas. Haja visto que crianças no ônibus as olhavam com certo medo e curiosidade por elas apresentarem uma atitude diferente das outras presentes.


A partir daí, as quatro passam a fazer rituais visando atingirem seus objetivos. E é daqui que jogo alguns pontos de observação sobre A Arte:
Na Wicca existe um código moral simples e benevolente que é o seguinte: "sem prejudicar ninguém, realize sua vontade". Em outras palavras: você é livre para fazer o que quiser, contanto que, de forma alguma, prejudique alguém - nem mesmo você! Essa é a famosa Lei de Três, que se aplica sempre que você faz alguma coisa, boa ou má. Não que você será "castigada" por um ato mau, porém, quando você envia uma energia, o curso natural dela é voltar à você. Assim, caso envie algo negativo, essa força fará seu caminho, se fortificando e retornará. 


"magia é acreditar, magia é como natureza, o bem e o mal estão no coração da deusa"

Elas também fazem feitiço manipulativo, um tipo de feitiço que bruxas experientes não indicam, mas que novatos procuram. Esse tipo de feitiço é perigoso porque interfere no livre arbítrio, um direito primordial das pessoas. Num feitiço manipulativo de amor, como o feito por Sarah, interfere-se na vontade do outro, sendo comum o enfeitiçado virar um "zumbi", ou seja, uma pessoa completamente dominada pelo enfeitiçador.
Nancy deseja "todo o poder de Manon" (Manon é um Deus fictício) e assim recebe, mas usa para o mal todo esse poder que recebeu.


Bonnie pede pelo fim de suas cicatrizes e Rochelle castiga a moça racista. Tudo passa a correr como elas desejam. Elas se sentem fortes e empoderadas.


No decorrer do filme, vemos as consequências ruins que todas sofrem por terem feito escolha pela magia "do mal" e pela manipulativa. Elas mexeram com o equilíbrio e as coisas estão retornando em triplo.


Quando Sarah, a bruxa natural, percebe o quanto erraram, se arrepende e passa a reverter os feitiços, o que irrita as colegas. E é aí que acontece o clássico embate entre o bem (Sarah) e o mal (Nancy), entre o poder natural e telecinético de Sarah e o poder adquirido para o mal e manipulativo de Nancy.


Jovens Bruxas não é apenas um filme bobo de sessão da tarde, ele é legal pra observar como a Wicca se tornou popular entre adolescentes na década de 1990, trás um figurino que mostra a mistura entre mainstream + rock n roll/punk/gótico, ilustra como algumas pessoas que têm dons naturalmente mágicos podem canalizar para o bem ou para o mal e sofrer suas consequências e outra coisa que ainda é atual: jovens que sofrem por serem diferentes da regra e buscam por aceitação. No caso delas, buscaram a autoestima através da magia para que as curasse de seus problemas físicos e emocionais, para que parassem de se autoculpar e se autodestruir. 

Nancy é o perfeito exemplo de Bad Girl dos anos 90.
Uma curiosidade é que Fairuza Balk era wicanna na vida real.


Sobre o visual: uma vez contei aqui no blog que na década de 1990, os alternativos não usavam só roupa preta o tempo todo, usavam roupas com cores ou cores + preto. Um visual todo preto era reservado à góticos, uma certa linha do metal ou do punk e por quem queria chocar. A gente vê isso no filme. Embora praticantes de Wicca, apenas a Nancy é fortemente percebida como uma gothic-rocker que usa preto o tempo todo, as outras meninas usam moda mainstream normal com pinceladas alternativas relacionada à magia ou em cenas especificas como a que as quatro usam preto e branco numa desconstrução dos uniformes - usando chokers e batons escuros - ou nas cenas de rituais onde ao menos uma peça preta é usada por todas. As meias pretas até as coxas também eram moda na época assim como as gargantilhas, saias longas retas e a maquiagem vamp.


Válido citar a trilha sonora super rock n roll: Heather Nova, Julianna Hatfield, Jewel, Elastica e até Letters to Cleo.

E vocês, já assistiram o filme? 
O que acharam? 



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