Destaques

18 de fevereiro de 2017

Em Curitiba: Psycho Carnival e Zombie Walk + Tutorial da Fantasia "Enfermeira Zumbi"

O carnaval de Curitiba tem uma extensa e única programação que atrai visitantes de todo o mundo há mais de 15 anos. O evento promete diversão de uma maneira diferente, alternativa, um carnaval fora do comum que conta com o Psycho Carnival, Curitiba Rock Carnival e a Zombie Walk. Como esses eventos são localizados no centro da cidade, quem se organizar bem terá uma vantagem: poderá comparecer em todos no mesmo dia. Abaixo, veremos mais detalhadamente o que dois desses eventos oferecem para este ano. 

O Psycho Carnival, maior evento de música psychobilly da América do Sul, acontecerá de 24 a 27 de fevereiro no Jokers Pub. Com a tradição de contar com bandas de diversas partes do mundo, este ano terá Tall Texans (Reino Unido) e Phantom Rockers (USA) e trará uma das maiores bandas do estilo, The Meteors, também conhecidos como precursores do gênero.

O festival conta com uma média de 6 bandas por noite e na página do Facebook é possível encontrar detalhes de todas as atrações. A venda dos ingressos pode ser individual ou pacotes dos dias escolhidos, mas não deixe para comprar de última hora porque são limitados! O cartaz oficial do evento já está disponível.



As meninas da As Diabatz estarão no Psycho Carnival deste ano.

Paralela à programação do Psycho Carnival, temos a Zombie Walk, que é resultado de uma parceria com outros produtores da cidade. Esse evento atrai pessoas de todo o país que pretendem fugir do carnaval tradicional. Neste ano, a 10ª edição ocorrerá dia 26 de fevereiro e começará com uma concentração na Boca Maldita ao meio dia, porém a caminhada só começará às 13 horas, indo até o MON. A festa terá muitas pessoas criativas e de todas as idades, desde bebês maquiados e idosos cobertos de sangue a grávidas que improvisam artes incríveis em suas barrigas. 

Copyright Beatriz Braun (Zombie Walk 2016)

Para aqueles que não se produzem para ir ao evento, há a possibilidade de se produzir lá mesmo, pois o festival conta com estandes de maquiagens no local de saída da Zombie Walk, com preços que variam entre dez e trinta reais, sendo a única forma de renda do evento. Além disso, os participantes contam com uma grande atração: a reprodução da dança do Michael Jackson no videoclipe Thriller. O próprio evento monta uma turma e cria um curso para treiná-la e apresentar a coreografia na parada.

Alunos da Disco Dance Company na Zombie Walk de Curitiba

Em minha opinião, a melhor parte da Zombie Walk é elaborar sua própria fantasia e depois admirar a de todos os que estão por lá. Na caminhada, podemos encontrar de tudo, como já citei, colegiais ensanguentadas, noivas, freiras, donas de casa, açougueiros, caçadores de zumbis etc. Se você ainda não tem ideia do que fazer ou precisa de mais inspiração ofereço um tutorial de maquiagem de uma "Weird Nurse", uma espécie de enfermeira-zumbi esquisitona.
 
Beatriz Braun fantasiada de Enfermeira Morta-Viva e de "Zombie Girl"

 Tutorial de maquiagem de enfermeira zumbi




Não deixem de comentar se já foram em algum evento alternativo no Carnaval ou se pretendem ir neste ano!
 
Fantasiada de Chapéuzinho Vermelho [aqui]




Autora: Beatriz Braun, 18 anos, Curitiba. Estudante de Publicidade e Propaganda, modelo, performer, pole dancer. Produz fotografias, vídeos e produções no site Filthy Pop onde também fala sobre seus trabalhos, tutoriais e viagens. ♀ corporate punk rock whore ♀ Instagram // Youtube


Revisão: Valéria O´Fern [biografia aqui]



Acompanhe nossas mídias sociais: 

17 de fevereiro de 2017

Loja Reversa: Saiba como conseguir desconto em suas compras na loja!

Muitos já perceberam que a loja Reversa vem se destacando por suas coleções de roupas femininas e masculinas com estampas que todo mundo sentia falta! Além dos acessórios, um destaque no ano passado foi a inclusão de calçados no catálogo, desde botinhas até sandálias tratoradas pro verão (ou pro ano todo). 



E sabe o mais legal? Antes de tomar uma decisão sobre a compra dos calçados da marca, contatei a loja e eles me disseram que os calçados são feitos aqui mesmo, no Brasil!! Fiquei super feliz. Pra quem não gosta de comprar em sites chineses baratos devido aos óbvios sistemas análogos à escravidão ou exploração [aqui] e não topa tudo só pra ter "uma peça diferente" (o estilo fica em segundo plano quando se trata de conscientização), existe essa opção de consumir produtos feitos no Brasil e ainda mantém-se os empregos, o dinheiro fica aqui mesmo circulando no nosso país.



E como conseguir desconto na loja?
Basta usar nosso cupom, que é:
MODASUB5



ATENÇÃO: Esse cupom vai ter um determinado período de atividade, então se vocês estão de olho em algo da loja, não demorem muito pra usar. Quanto mais peças comprarem, mais aumenta o desconto ;)

Quem acompanha nosso Instagram deve ter visto no stories que eu já compartilhei essa novidade e aos poucos vou postar as peças e looks da marca (hoje mesmo vou postar uma blusa linda, aguardem!)

Aproveito pra dizer que os modelos de blusinha, tanto a do morcego quanto a "morcegato", são de uma malha super fininha e fresca, ótima pra estes dias super quentes! Achei isso maravilhoso porque a gente que usa muito preto sabe que no verão, quanto mais leve e respirável a malha, melhor! Então, essas duas blusinhas são minha recomendação se você quer algo fresquinho.



Fiquem agora com algumas dicas de looks divulgadas no Instagram da marca ♥ 


Estamos sempre trazendo as melhores parcerias e descontos pros nossos leitores! ♥
Obrigada à loja Reversa e a todos os que sempre indicam o blog!



Acompanhe nossas mídias sociais: 

12 de fevereiro de 2017

Street Style: O fim da revista japonesa FRUiTS


"Não existem mais jovens estilosos para fotografar"
- Shoichi Aoki editor da revista FRUiTS


Fundada em 1997, a revista FRUiTS foi a mais influente publicação sobre Street Style japonês. Com foco no bairro de Harajuku, ajudou a levar fama mundial às subculturas que frequentavam o local, como as Gothic Lolitas, Gyarus, Decoras, Cyberpunks, o kawaii... e refletia um registro histórico confiável de toda uma geração que não seguia regras e nem rótulos ao vestir, comportamento tipico da geração X e dos primeiros millennials. O grande lance da FRUiTS era fotografar pessoas reais e autênticas, não modelos que estavam vendendo moda em páginas de revista.

ultima edição da revista FRUiTS
A última edição da FRUiTS

Shoichi Aoki começou a fotografar quando notou que os jovens japoneses estavam se vestindo de forma diferente ao invés de estarem seguindo tendências americanas e europeias. Estes jovens estavam customizando elementos da vestimenta tradicional japonesa (kimono, obi e sandálias geta) e combinando-os com  peças artesanais, de brechó e de moda alternativa, assim ele lança a publicação mensal FRUiTS, que se torna um fanzine cult com seguidores internacionais. Com o sucesso da publicação, jovens estilosos se direcionavam ao bairro para serem fotografados em referências estéticas que seriam imitadas no mundo todo. 



É impossível falar da moda dos últimos 20 anos sem citar a importância do Street Style. Até meados da década de 1990 quem ditava o que vestir eram as grandes grifes aliadas às modelos (Top Models) e revistas de moda. Quando a fotografia de Street Style aparece, todos os olhos da moda se viram às subculturas e aos jovens que não seguem tendências. A partir disso, os grandes estilistas passam a cooptar a moda de rua que vira um "boom" no mundo inteiro. Aoki relata que observou uma queda de "cool kids" que se encaixariam no padrão da revista e que isso se intensificou nos últimos anos. Mas quais os motivos disso acontecer?


O alternativo foi substituído pela gentrificação
De Gwen Stefani à embaixadora Kyary Pamyu Pamyu, o bairro de Harajuku se tornou um dos mais conhecidos do mundo nas últimas décadas, virando um local turístico saturado. Uma das características do consumidor japonês é a preferência por qualidade e não quantidade, a partir do momento em que ocorre a gentrificação de Harajuku devido ao investimento estrangeiro na região, os preços subiram e jovens designers alternativos não puderam mais manter suas lojas lá. Visando os turistas e seu poder de compra, houve no bairro uma inclusão de redes fast fashion como Uniqlo, H&M e Forever 21 (peças de baixa qualidade para o padrão japonês), assim os turistas preferem o status de comprar nelas (marcas conhecidas) do que nas lojas menores que tinham o espirito autêntico de Harajuku. Jovens também alegam que esse processo de estrangeirismo acabou com os espaços onde eles costumavam sentar e relaxar (e serem vistos e fotografados).


O Futuro do Street Style Japonês
Após 233 edições documentando subculturas e tribos de estilo em Harajuku, o fechamento da FRUiTS é mais um reflexo do que há anos falamos no blog: o esvaziamento de um conceito quando o capitalismo o abraça. A cooptação estética das subculturas pode parecer democrática, mas lá no fundo destrói as culturas alternativas independentes.
Esse caso também levanta o questionamento sobre o retorno do domínio europeu e americano na estética alternativa. Dos estilos Lolita ao Decora, passando pelas nail arts, a popularização dos cílios postiços e até a bolsa carregada no antebraço, tudo isso passou pelo universo alternativo de Harajuku, e hoje, quando pensamos em moda alternativa nos vem à mente que as maiores influências não são pessoas e sim marcas como Killstar, Dolls Kill e Iron Fist. Ao redor do mundo alternativos estão usando as mesmas marcas e as mesmas roupas que se massificaram, tornando as estéticas menos autênticas e individuais como no passado. Roupas massificadas contribuem para que estilos individuais entrem em decadência. Os jovens fotografados na FRUiTS não seguiam tendências, consumiam peças que tinham a ver com sua personalidade e praticavam DIY. Se analisarmos, mesmo no ocidente está se tornando mais difícil encontrar alternativos com estilos únicos.


Jovens coloridos como as cores das frutas. O fotógrafo Shoichi Aoki  pensa em doar seus arquivos fotográficos a institutos de moda ao redor do mundo.
 
A era FRUiTS chegou ao fim, a moda de rua no Japão agora vive nova fase.

Referências da pesquisa:
Spoon Tamago //  Tokyo Fashion Diaries // NYMag  // UNRTD // ID Vice



Acompanhe nossas mídias sociais: 

 

9 de fevereiro de 2017

Tribal Style: a versão alternativa da Dança do Ventre

Tatuagens com motivos florais, piercings, cabelos coloridos, headpieces, bodychains, toda sorte de arranjos com pedrarias, moedas, pingentes, medalhões e flores sintéticas, maquiagem artística bem carregada nos olhos, trajes que levam tecidos pesados, da renda ao veludo, do negro ao translúcido, do opulento ao minimalista... de qualquer modo, é impossível não olhar para uma dançarina de tribal duas vezes e tentar decifrar o que ela tenta nos transmitir através de sua postura imperiosa, da sua dança carregada de uma energia quase palpável. Em movimento, ela transborda sensações e sentimentos; a música, quase sempre instrumental, parece pulsar do seu corpo, em sintonia com a alma.
Rachel Brice
A precursora mundial do estilo tribal de dança do ventre

Profundo, não? Foi assim que me senti ao assistir uma performance de dança tribal pela primeira vez. Foi como prestigiar um monólogo, mas na dança, o verbo é dispensável, sendo a ausência de vozes - tanto na letra da música quanto na boca da artista - carregada de significados. Seus olhos expressivos já nos dizem tudo o que precisamos saber. E nossos olhos, famintos de curiosidade, percorrem a performance com atenção, sentindo aquela estranheza inicial e em seguida despertando nossa emoção. No palco, deixamos de ser quem somos no dia a dia para incorporarmos nossa persona criativa.

Ligada aos nossos valores antigos e sagrados, o estilo tribal traz elementos contemporâneos em sua forma de pensar a dança ao mesmo tempo em que a resgata como uma prática ritualística das nossas raízes antropológicas - nas palavras de Joline Andrade, bailarina e especialista em Estudos Contemporâneos sobre Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), "uma dança que representa a atualização estética da fusão contemporânea entre o moderno e o ancestral"; ou, no dito popular: mais do que uma dança, um estilo de vida!

Joline Andrade (BA) é professora, bailarina, produtora e pesquisadora em dança tribal.


Mas afinal, o que é a dança tribal?

É difícil definir a dança tribal assim, em uma frase, sem dar margem à interpretações errôneas. Se a dança do ventre já recebe uma visão um tanto ofuscada pelos brasileiros, que dirá o tribal! Mas tem um artigo da Mariana Quadros (aqui) sobre os mitos do tribal que tenta esclarecer algumas confusões criadas entre os leigos no assunto. Reforço aqui os pontos do nosso interesse: dançar tribal não é fazer carão, colocar uma música dramática e se aventurar em peripécias abdominais utilizando um figurino preto, assim como também não podemos chamar de tribal qualquer fusão com dança do ventre.


Para compreender esta dança é preciso ir a fundo em seu histórico, matrizes e referências. Para este estudo, apresento um recorte adaptado do trabalho Processos de Hibridação na Dança Tribal: Estratégias de Transgressões em Tempo de Globalização Contra Hegemônica de Joline Andrade:
Numa tentativa de acompanhar a liquidez das informações no mundo contemporâneo, a dança tribal é uma linguagem que, tendo como referência a dança do ventre, surge como uma proposta de agregar diferentes manifestações de danças étnicas das mais variadas regiões do mundo, mesclando conceitos e movimentos de estilos como o flamenco, a dança indiana, danças do Hip Hop e até mesmo posições do(a) yoga, para transpô-las numa estética contemporânea atualizada.¹
O grupo The Indigo Belly Dance Company (2003 - 2013) ficou conhecido no mundo todo após sua turnê Le Serpent Rouge (2007 - 2009), que tinha como principal característica a pegada vaudeville. Fundado por Rachel Brice (a do meio), o grupo era composto também por Mardi Love (à esquerda) e Zoe Jakes (à direita). Mardi Love foi a principal responsável pela estética dos figurinos clássicos de Tribal Fusion; Rachel Brice fundou a escola física e online Datura e Zoe Jakes integra a banda Beats Antique, sendo uma das principais referências em world music.

vaudeville Rachel Brice

Em resumo, ainda segundo a Joline, a dança tribal "é relativamente recente no mundo da dança, mas bebe na fonte de diversas culturas antigas e mistura tudo numa alquimia contemporânea." O estilo surgiu como uma forma de expressão inovadora no final da década de 1960, na Califórnia (EUA), durante os movimentos contraculturais do Woodstock, em meio a episódios sociais, culturais, políticos e econômicos, chegando ao Brasil em meados da década de 1990. Tatuagens e estilos ancestrais de adornos corporais estavam em voga e, desta forma, outros jovens que viviam estilos de vida alternativos se interessaram pela dança, dando forma à linguagem exótica que conhecemos hoje.

Carolena Nericcio é a mãe do American Tribal Style® Belly Dance, estilo que tem como principal característica
a improvisação coordenada em grupo.


Somos uma só Tribo!

Em 2008, Luciana Carlos Celestino trouxe uma importante contribuição para o meio acadêmico sobre a dança tribal: o artigo Sementes, espelhos, moedas, fibras: a bricolagem da dança tribal e uma nova expressão do sagrado feminino, utilizado como uma das principais referências em trabalhos posteriores, onde aponta que "se compreendermos a dança além de uma manifestação estética e/ou artística, poderemos ver a conexão entre a criação poética e o envolvimento que vivenciam as dançarinas"; afirmando ainda que "ao entrarem em contato com a dança, as dançarinas têm uma intenção clara de resgatar valores ligados ao feminino".²


Em síntese, o tribal traz muito da singularidade de cada dançarina. Nossas experiências pessoais bem como nossas vivências artísticas tornam-se estudos complementares de corpo e arte que contribuem para a construção de um vocabulário artístico. Na dança, imprimimos nossa personalidade, encontramos nosso estilo e, por fim, desenvolvemos uma identidade artística. Esta liberdade de criação ocasionou no desenvolvimento de inúmeras vertentes e nomenclaturas diferentes, mas cabe aqui ressaltar que, antes de tentar rotular uma performance, fazemos todas parte da mesma tribo. Confira a seguir alguns estilos de fusão que se destacaram ao longo dos anos, seus precursores e, também, alguns dançarinos de destaque em nosso país:

ATS® e ITS
ATS® é a sigla para American Tribal Style®, estilo criado por Carolena Nericcio; enquanto que ITS é a sigla para Improvisational Tribal Style, cujo conceito é o mesmo - de improvisação coordenada em grupo - mas o estilo varia conforme o grupo. Na foto: à direita temos o grupo Widlcard Bellydance e, à esquerda, o grupo Unmata, ambos de ITS.

Improvisation Tribal Style

Cia Exotika - ITS

Dark Fusion
Ariellah Aflalo (à esquerda) é a principal responsável por trazer a influência dark e gótica na dança do ventre e tribal, sendo uma das integrantes da formação original do The Indigo Belly Dance Company e idealizadora do festival Gothla de fusões dark e teatrais. Nas palavras de Gabriela Miranda (RS), à direita, o estilo Dark traz a expressão teatral, lírica e passional para a dança. A brasileira Mariana Maia (SP), no centro também é adepta do estilo.

 

Ariellah Aflalo e The Lady Fred


Indian Fusion
As fusões com dança indiana são também uma das principais vertentes da dança tribal. À esquerda, Naga Sita, conhecida pelas fusões ritualísticas com Art Nouveu através do seu grupo Apsara; no centro, Moria Chappell, a criadora do Odissi Fusion; e à direita, Collena Shakti, uma das principais referências em Indian Fusion Belly Dance.



Naga Sita


Urban Fusion
A Orchidaceae Urban Tribal é a principal referência em urban fusion. Dirigido por Piny, o grupo mescla movimentos do popping, waacking, vogue e dança contemporânea com dança do ventre.

Orchidaceae Urban Tribal


Tribal Brasil
Kilma Farias (PB) foi a primeira dançarina a realizar experimentações, desenvolver e sistematizar o estilo Tribal Brasil junto com a Cia Lunay, que fusiona a dança tribal com danças afro-brasileiras. Em seguida, surgiram outros pesquisadores na área, como Cibelle Souza (RN) - diretora da Shaman Tribal Co., e Nadja El Balady (RJ).

Shaman Tribal Co.

A cena também é deles

Uma das principais distinções entra o estilo tribal e a dança do ventre como a conhecemos popularmente é que, apesar de ressaltar a feminilidade, a dança tribal se destaca pela criatividade artística e técnica da bailarina, sem necessariamente torná-la sensual, desta forma, os homens também ganharam espaço na área, conquistando o público com o carisma masculino.
 
Illan Riviere Marcelo Justino Lukas Oliver
À esquerda, Illan Rivière; no centro temos Marcelo Justino (SP), também pesquisador em Tribal Brasil; e à direita, Lukas Oliver (SP). Além destes, no Brasil também temos o Luy Romero como uma grande referência masculina.

Illan Riviére


A Autora

Melissa Souza (Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança.

Blog: http://tribalarchive.com
Referências

¹ ANDRADE, Joline Teixeira Araújo. Processos de Hibridação na Dança Tribal: estratégias de transgressões em tempos de globalização contra hegemônica. Monografia (Curso de Pós Graduação em Estudos Contemporâneos sobre Dança) - Universidade Federal da Bahia, 2011.
² CELESTINO, Luciana Carlos. Sementes, espelhos, moedas, fibras: a bricolagem da dança tribal e uma nova expressão do sagrado feminino. In. XVI Semana de Humanidades da Universidade Federal do Rio grande do Norte, 2008.

Sites consultados:
http://fcbd.com
http://www.jolineandrade.com
http://hibridaressonante.blogspot.com
http://www.marianaquadrostribal.com
http://www.tribalarchive.blogspot.com
http://cialunay.blogspot.com.br


Artigo de Melissa Souza em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 


Acompanhe nossas mídias sociais: 

7 de fevereiro de 2017

Veganismo e Estilo de Vida Alternativo: Conheça Coletor Menstrual

Nosso mundo alternativo não é apenas sobre nossas roupas, calçados, maquiagem, cabelos e estilo, ele também adentra nossa filosofia de vida e nossa intimidade. Hoje escrevo sobre um tema que envolve as duas coisas. O veganismo, que é contra qualquer tipo de opressão, independente de quem seja a vítima. Veganas e veganos não consomem alimentos de origem animal, peles, couro, não financiam circos com animais, zoológicos e boicotam marcas que fazem testes em animais. O outro tema é a menstruação que pode ser um tema tabu ainda para muitas pessoas. 


O coletor menstrual é um produto bem antigo, pouco difundido, mas que vem ganhando cada vez mais espaço. Lembro das primeiras vezes que pesquisei sobre o produto. Enquanto vegana eu sempre procurava alternativas para os absorventes, que por norma da Anvisa são testados em animais (sim, no Brasil todos os absorventes são testados em animais). Eu nunca tinha visto para vender e nem conhecia ninguém que usava (na verdade, na época eu não sabia que umas amigas também veganas já usavam), e achava muito estranho introduzir um "copinho" de silicone em mim, muitas de nós já se incomoda com absorvente interno, imagina com um "copinho"? Pensamos na dificuldade em colocar e depois de retirar, onde entramos em outro assunto também importante de ser mencionado: as raízes profundas do patriarcado em nossas vidas: não nos tocamos, não sentimos nossos corpos, não conhecemos nossa anatomia... Há dois anos uso coletor e não troco por nada, a liberdade e o conforto que me proporcionam é fantástico. Claro que nem sempre foi assim, demorei uns 6 ciclos para me adaptar, conhecer meu corpo, pegar o jeito de colocar e retirar sem sentir aquela dificuldade. 

Você já parou para pensar por que a menstruação é considerada um tabu? Algo quase inevitável na vida  das mulheres, onde somos ensinadas a ter nojo de nosso próprio corpo, onde sequer ousamos dizer a palavra "menstruação", a trocando pela famosa frase “naqueles dias”. De onde vem todo esse julgamento social? Mais uma vez o patriarcado, tentando nos deixar mais oprimidas e com baixa estima por nossos corpos, nos odiando e consumindo cada vez mais produtos, assim enriquecendo mais toda essa indústria. 

Ser alternativo é questionar e problematizar
padrões de comportamento.
garota punk menstruada
Ilustração de Mila Bomb

Eu cheguei no coletor procurando uma alternativa de empresas que não testam produtos em animais, mas descobri muitos outros benefícios. Você já imaginou quanto tempo um absorvente leva pra se decompor no meio ambiente? E quantos absorventes uma mulher usa no decorrer da vida? O coletor é reutilizável e pode durar até 10 anos! No primeiro momento pode parecer caro, em torno de 80 reais mas quando colocamos na ponta do lápis, sai bem mais em conta que os absorventes descartáveis. 



O coletor é feito de silicone, bem flexível, que se adapta bem ao formato da vagina. Não absorve a umidade natural da vagina como os absorventes internos e não causa irritações. E por não absorver a umidade natural da vagina é possível treinar mesmo antes do ciclo chegar. O coletor faz vácuo na vagina, impedindo vazamentos e a proliferação de bactérias, assim evitando qualquer odor. 

 Coletor Menstrual

É possível usar a noite toda, nadar, fazer qualquer atividade. É recomendado não ultrapassar um período de 12 horas com o coletor. Eu o higienizo a cada 5 horas normalmente e no final do ciclo passo as 12 horas mesmo, só higienizo de manhã e antes de dormir, mas isso varia muito do fluxo de cada pessoa. Para a higienização, eu retiro o coletor, descarto o sangue no vaso sanitário, lavo o copinho com água e sabão, seco com papel higiênico e coloco o copinho novamente. No final de cada ciclo eu fervo o copinho por 5 minutos em uma panelinha esmaltada e guardo em um saquinho, já comprei a panelinha e o saquinho junto com o coletor. Algumas meninas que são pagãs ou seguem a Bruxaria Wicca, plantam a lua. É uma forma de fazer o sangue retornar à natureza ao invés de ser descartado no vaso sanitário. 
 
 Coletor Menstrual Inciclo

O meu coletor menstrual é da marca InCiclo, entrei no site e procurei uma revendedora perto de onde moro. A marca trabalha com dois tamanhos de coletores, o menorzinho é indicado para mulheres com menos de 30 anos e que não tenham filhos e o maiorzinho para mulheres com mais de 30 anos ou que já tenham filhos. Essa recomendação é baseada na tonicidade do assoalho pélvico que naturalmente perde elasticidade com a idade e gestações. 
Além do coletor eu também tenho absorves de pano, são reutilizáveis e me ajudaram muito na transição para o coletor. Por ser 100% algodão também é uma boa alternativa para quem tem alergia às substancias químicas presentes nos absorventes descartáveis. 

Caso surgem mais dúvidas fico a disposição, se você for mais tímida e quiser mandar sua dúvida no privado, fique a vontade, meus links de contato estão logo abaixo. Também recomendo o grupo “Coletores Brasil – Mestrual cups” no Facebook, voltado para partilha de conhecimento.


E você, já usa coletor menstrual, tem interesse? 
O que acha do produto?

A autora do artigo, Kelly Aline com o seu coletor


Autora: Kelly Aline
Donzela guerreira de um conto de fadas alternativo. Vegana, feminista, esteticista, cursando pós graduação em visagismo, estilo, imagem pessoal e tricologia. Criativa sanguínea apaixonada por cabelos coloridos, piercing, unicórnios, sereias e elfos. Facebook / Instagram


* Embora imagens e a marca InCiclo tenham sido citadas, esta não é uma postagem publicitária.


Acompanhe nossas mídias sociais: 

3 de fevereiro de 2017

40 Anos do Estilo Gótico (Masculino)

Ano passado, o vídeo "40 anos do Estilo Gótico" [aqui] de Liisa Ladouceur, deu uma repercussão imensa na internet no mundo todo. A polêmica e o sucesso foram tantos que Ladouceur decidiu fazer um segundo vídeo, desta vez sobre a estética masculina. 


 
"A reação a 40 anos de estilo gótico foi esmagadora. Foi um projeto de arte com meus amigos criativos para celebrar uma subcultura e estilo que eu amava, e foi emocionante vê-lo ressoar por tantas pessoas - mesmo aqueles que discordaram fortemente de nossa versão da história do estilo gótico, que era um quadro geral, um olhar generalista para as tendências ao longo dos anos. Para o vídeo masculino, levei seis meses para encontrar o modelo certo que nos deixou dar-lhe um deathhawk. Nós pudemos caracterizar looks góticos que eram mais masculinos - industriais, por exemplo, ou aquelas calças tão clássicas da [marca] Tripp - ao mesmo tempo em que reconhecemos que a androginia e a troca de gênero são um elemento essencial deste mundo.

A moda dos homens góticos é intrinsecamente mais transgressiva do que a das mulheres - ainda hoje é preciso um monte de coragem para um rapaz sair em plena rua com lápis de olho e batom, ou numa saia e arrastão, nunca se esqueça dos anos 1980, quando tudo isso começou.
Ao longo dos anos, os homens góticos foram tão fashion-forward quanto as mulheres, e queríamos celebrar isso. Tenho certeza que ainda haverá discussões sobre o que é e não é gótico o suficiente neste vídeo, mas isso também é um elemento essencial e bem-vindo.
" - Liisa Ladouceur para o site Nosey.

Então aperta o play que vamos falar mais sobre o vídeo logo abaixo ;)




Datas e Estilos
1976 Punk / 1980 New Romantic / 1985 Trad Goth / 1990 Vampire / 1995 Industrial /
2000 Cyber Goth / 2005 Emo / 2010 Edwardian / 2015 Deathrock revival



  • Ladouceur começou de novo pelo Punk 1976, pois sabemos que ambas as subculturas possuem uma ligação histórica.
  • Neste vídeo ela colocou as datas bem grandes; no vídeo anterior sobre a moda feminina, as datas pequenininhas confundiram muita gente que não as notou.
  • Observem como "1990 Vampire", bate certinho com a estética Romantic Goth do vídeo da moda feminina. Naquela época os livros de Anne Rice influenciaram a subcultura.
  • Em "2005 Emo #sorrynnotsorry", Ladouceur já avisa "desculpa sem pedir desculpa".
"Emo", é claro, já está provocando polêmica. Liisa não abordou exclusivamente os estilos góticos (nascidos na subcultura) e sim os estilos que os membros da subcultura ADOTARAM ou que a subcultura INFLUENCIOU. No caso do Emo, houve uma mistura com a estética gótica em determinado momento, e tendo vindo de um braço do punk, os Emos criaram uma espécie ligação estética de punk + goth versão década de 2000.


  • 2010 Edwardian: algumas vezes citei essa estética aqui no blog, especialmente [neste post] onde analiso os eventos alternativo-históricos. A estética eduardiana entrou muito em voga junto do maior acontecimento da cena gótica daqueles anos: o surgimento do Picnic Vitoriano do WGT organizado por Viona Ielegems, evento este que se refletiu aqui no Brasil, com os Picnics Vitorianos das cidades de Curitiba, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro e até Manaus.
  • "2015 Deathrock Revival": É verdade que está havendo um revival estético do Deathrock, inclusive na moda feminina.

Finalizando, gostaria de lembrar que os vídeos têm como foco História da Moda (alternativa) e não somente a subcultura. Então ao assisti-los é preciso dar uma ampliadinha na mente e enxergar essas influências e referências como um todo.
Se gostaram, não esqueçam de  compartilhar ;)


Contem o que acharam do vídeo! :D



Acompanhe nossas mídias sociais: 


© .Moda de Subculturas - Moda e Cultura Alternativa. – Tema desenvolvido com por Iunique - Temas.in