A década de 2000 começou com duas tendências fortes no Heavy Metal: uma linha revivalista dos sons dos anos 1980 (Hard e Metal Tradicional) e bandas com vocalistas femininas de vozes semi-operísticas que ganharam espaço nas páginas de revistas especializadas. O interesse do público por estas bandas também sinalizou um novo mercado para as gravadoras que correram atrás de bandas "female fronted", onde mesmo não sendo as principais compositoras, elas eram o chamariz ocupando a parte central das fotos. São bandas de destaque nesta época: Nightwish, After forever, Within Temptation, Edenbridge, Sirenia, Tristania, The Gathering, Lacuna Coil e poucos anos depois Epica, Delain, Sirenia e Leaves’ Eyes.
Veja também:
As Mulheres no Heavy Metal – Parte 1 (Visão Geral)
As Mulheres no Heavy Metal – Parte 2 (Década de 1970, 1980 e 1990)
Divas
A popularidade destas vocalistas provocou uma mudança na cena HM: uma invasão feminina. De repente, centenas de garotas em corsets, saias e cabelos longos, rendas, maquiagem e feminilidade invadiram shows atraídas pela identificação com aquelas mulheres. Então, um termo invade o Heavy Metal: “divas”.
Até fins dos anos 1990, as mulheres do HM tinhas praticamente duas estéticas e comportamentos: uma mais agressiva e contestadora e outra mais sexy e extrovertida. Normalmente se optava por uma delas.
Já as garotas fãs das "divas", tinham uma estética e comportamento mais próximos da cena gótica, eram misteriosas, distantes, femininas e praticamente com nenhum interesse em contestação ou rebeldia, eram mulheres bem mais passivas. Um oposto do que é considerado "atitude" no Rock/Metal, e o contrário do que o movimento Riot Grrrl tinha acabado de promover para as mulheres desde meados da década de 1990.
Já as garotas fãs das "divas", tinham uma estética e comportamento mais próximos da cena gótica, eram misteriosas, distantes, femininas e praticamente com nenhum interesse em contestação ou rebeldia, eram mulheres bem mais passivas. Um oposto do que é considerado "atitude" no Rock/Metal, e o contrário do que o movimento Riot Grrrl tinha acabado de promover para as mulheres desde meados da década de 1990.
Mas no lado mais extremo, pouco midiatizado, a essência do movimento Riot e das mulheres com atitude ainda resistia. Especialmente no Black Metal em bandas como Astarte, Ludicra, Cadaveria, Kriegtalith, Bestial Holocaust, Thorr's Hammer, Darkspace, Darkened Nocturn Slaughtercult e Gallhammer. Já Théatres des Vampires (Black/Gothic) e Genitorturers (Industrianl) tem estéticas mais fetichistas de mulheres dominadoras.
O Folk, o Celtic e o Pagan Metal também se desenvolviam em paralelo. Uma das que se destaca nessa cena é Macha do Arkona cujo tema e estética focam no folclore russo, mitologia eslava e e medievalismo.
O Folk, o Celtic e o Pagan Metal também se desenvolviam em paralelo. Uma das que se destaca nessa cena é Macha do Arkona cujo tema e estética focam no folclore russo, mitologia eslava e e medievalismo.
Em 2001, Arch Enemy troca seu vocalista homem por uma mulher: Angela Gossow. A repercussão na mídia foi imensa. Mas porquê, se já houveram outras mulheres que cantavam gutural antes de Angela? Os motivos podem ser dois: uma mulher substituía um homem (mostrando a superioridade feminina numa cena machista) e o outro motivo é que Angela é uma mulher bonita. O fato é que esse interesse da mídia por ela, fez com que gravadoras se interessassem por bandas extremas com vocalistas mulheres.
Na linha mais tradicional, Doro volta a se destacar a partir de 2002, mas é em 2006 que ela toma os holofortes novamente devido à onda revivalista do som dos anos 80 iniciada principalmente através do site MySpace. Outras bandas de Trad Metal, desta época são: White Skull, Crystal Viper, Ignitor, Wilde Star, Chastain, Vainglory, Benedictum e Sister Sin. Holy Moses também volta a ter o merecido reconhecimento. E mais pro fim da década Lita Ford também retorna.
No metal tradicional: Marta do Crystal viper, London Wilde, Kate French do Vainglory, Liv do Sister Sin:
O retorno das deusas oitentistas como Doro, Sabina e Lita Ford:
Devido ao revival do Hard/Glam Metal através da cena Sleaze sueca, bandas femininas focada no estilo surgiram: Jaded, McQueen, Hysterica e Crucified Barbara que é a que teve mais destaque.
Nunca houve tantas mulheres no HM como na década de 2000 e isso foi notado pelos criadores do festival belga Metal Female Voices que acontece desde 2003. Acompanhando a moda do momento, as primeiras edições tinham muitas bandas gothic e symphonic com as mesmas bandas se repetindo com os anos. Foi só a partir de 2007 que bandas como Battlelore, Doro e Holy Moses foram incluídas. E em 2008 quando o revivial oitentista teve seu auge, bandas como Girlchool, Benedictum, Izegrim, White Skull e Eths foram convidadas a participar.
Na linha mais tradicional, Doro volta a se destacar a partir de 2002, mas é em 2006 que ela toma os holofortes novamente devido à onda revivalista do som dos anos 80 iniciada principalmente através do site MySpace. Outras bandas de Trad Metal, desta época são: White Skull, Crystal Viper, Ignitor, Wilde Star, Chastain, Vainglory, Benedictum e Sister Sin. Holy Moses também volta a ter o merecido reconhecimento. E mais pro fim da década Lita Ford também retorna.
No metal tradicional: Marta do Crystal viper, London Wilde, Kate French do Vainglory, Liv do Sister Sin:
O retorno das deusas oitentistas como Doro, Sabina e Lita Ford:
Devido ao revival do Hard/Glam Metal através da cena Sleaze sueca, bandas femininas focada no estilo surgiram: Jaded, McQueen, Hysterica e Crucified Barbara que é a que teve mais destaque.
Crucified Barbara |
Nunca houve tantas mulheres no HM como na década de 2000 e isso foi notado pelos criadores do festival belga Metal Female Voices que acontece desde 2003. Acompanhando a moda do momento, as primeiras edições tinham muitas bandas gothic e symphonic com as mesmas bandas se repetindo com os anos. Foi só a partir de 2007 que bandas como Battlelore, Doro e Holy Moses foram incluídas. E em 2008 quando o revivial oitentista teve seu auge, bandas como Girlchool, Benedictum, Izegrim, White Skull e Eths foram convidadas a participar.
À medida que a década avança bandas de Death, Black e Melodic Thrash Metal com vocalistas mulheres aumentam.
Metallic Kitty, Marloes Izegrim, Nina Saile e Candice: as meninas do Death/Thrash Melódico.
Voz Natural Feminina ou voz "Pop"?
Os vocalistas de heavy metal são valorizados por seu poder de alcance dos agudos, é um ato de superação atingir tais escalas, já que a voz masculina não é naturalmente aguda. As mulheres no HM são valorizadas se tiverem voz de média a grave remetendo à tons semelhantes aos dos homens, assim, o impacto de ser mulher na cena se torna menor. Coloque uma mulher com voz de mulher em uma banda de Heavy Metal e aguarde o seguinte comentário: “a voz dela é pop”.
Existe insulto maior dentro do Heavy Metal do que ser comparada com midiáticos artistas pop? Não.
Quando as bandas de vocais femininos semi-operísticos surgiram, estas mulheres tinham voz feminina sim, mas eram vocais etéreos, distantes e contrapondo com vocais agressivos masculinos, normalmente os caras eram os “donos” das bandas, demonstrando que a mulher podia ter a voz feminina, mas não sem um homem por trás para apoiá-la.
Quando Nightwish trocou sua vocalista Tarja Turunen por uma vocalista que usa a voz natural, Anette Olzon, gerou grande polêmica sobre a “inferioridade” dos vocais de Anette e um dos insultos mais usados era que a moça tinha “a tal” voz pop. É em situações como esta que a gente percebe como a cena HM é preconceituosa e machista. Se encaixarmos o “voz pop” como sinônimo de voz natural feminina, toma-se como insulto uma mulher demonstrar a naturalidade de sua voz feminina ao cantar no Heavy Metal.
Um exemplo de banda Black/Doom onde a vocalista Lexi usa sua voz natural é Devlin, projeto paralelo de Marcus Ehlin do Siebenburger.
E o que dizer da incrível Agnete Kjolsrud do Djerv? Sua voz soa como uma Gwen Stefani from hell. É uma voz diferente e ela prova que a voz feminina precisa ter espaço sim no HM!
A regra diz que Metal precisa ser agressivo. E é nestas que entram as maiores desculpas do gênero para que a mulher vocalista de metal tenha que ter uma voz agressiva.
Ou isso será apenas uma idéia machista e conservadora?
Com mais mulheres na cena HM, mais variedades de vocais vão surgir e é preciso ter mente aberta. Muitos se prendem aos primórdios e não aceitam que o Heavy Metal evolua e se diversifique (a história do "falso metal"). É tão bom de vez em quando escutar bandas em que as vozes das garotas fogem do "padrão". Hoje em dia, mulher cantar gutural no metal é até normal. Audaciosas são as que assumem usar suas vozes femininas e naturais com muita atitude.
Agnete do Djerv que tem voz super feminina: O que importa é ter atitude! |
Metal Alternativo no Mainstream:
As vocalistas Candance (Walls of Jericho), Shamaya (OTEP), Alissa (The Agonist) e Tairrie B (My Ruin); a baixista Karin (Sonic Syndicate) e a tecladista Marta (Bleeding Through). E por fim a guitarrista Laura (Warface) e a rainha do shred Comander - in - Chief, que escolheu esse nome artístico porque queria um nome que mostrasse que é ela quem manda.
Mas sempre há a necessidade de "provar" serem boas no que fazem ou ouvir palavras do tipo "ela é razoável".
Shamaya Otep, passou por um momento machista no Ozzfest de 2001: enquanto tocava, ouviu gritos de um homem que dizia insistentemente, “mostre seus peitos!" Ela ignorou algumas vezes mas num dado momento, Otep parou o show e desafiou-o a mostrar suas partes de baixo publicamente. O homem sumiu na multidão. Shamaya diz que, assim como muitos homens, ama música agressiva e não há nada mais agressivo do que o metal, daí sua paixão pelo estilo. As mulheres também sentem raiva e decepções e tem o direito de se expressarem!
Angela Gossow conta que quando ela foi divulgada como a nova vocalista da banda Arch Enemy: "No início parecia haver alguns machos não entusiasmados com a ideia de uma mulher cantando na banda. Talvez eu estivesse ameaçando a seus próprios egos inseguros. Alguns caras dizem que tem que “ter bolas” pra cantar gutural. Bem, eu tenho bolas maiores do que eles têm. Elas só são penduradas um pouco mais acima e são chamados de seios". "Eu sabia que um dia eu encontraria um homem ou dois e que poderiamos virar parceiros musicais."
Já Marta Peterson da Bleeding Through, conta que certa vez ela usava uma mini saia no palco quando notou um rapaz tentando tirar fotos por debaixo. Deste então, contra a vontade, ela alongou a barra de suas saias de palco. "Eu definitivamente ouvi coisas obscenas em minha vida. Eu só acho que é desrespeitoso. Você vai ver alguém tocar, eu não sou uma stripper, não é como se eu estive lá pra ser julgada por minhas roupas. Simplesmente não há razão para isso. Se você está lá porque gosta da nossa banda, apenas mostre algum respeito." Ela ainda lembra de algumas experiencias humilhantes na estrada, discriminação de seguranças ou produtores que achavam que ela era amiga da banda ou groupie.
Separei um vídeo do Ozzfest em que Cristina Scabia, Candance e Marta contam como é ser uma garota em turnê.
As Garotas mais quentes do Metal
Na cena HM, as mulheres sempre são lembradas por serem...mulheres. O aumento de garotas em bandas de metal, gerou em meados da década de 2000 idéias como a da revista Revolver, o "Hottest Chicks in Metal/Hard Rock", algo como uma lista das mulheres mais “gostosas” do rock/metal. Nestas edições anuais, algumas mulheres músicas posam em fotos sensuais para as páginas da revista e calendários. O editor chefe da revista Tom Beaujour, confessa que estava mais interessado em publicar imagens encorajadoras para os homens.
As edições anuais do Hottest Chicks in Metal/Hard Rock são sempre a segunda mais vendida do ano. "Nós decidimos colocar as mulheres na capa não porque estamos tentando promover as mulheres na música", disse Beaujour, "É porque vende melhor." Ele ainda diz que “Cada edição da Revolver é basicamente um 'Homens mais sexy Metal' porque você tem 125 páginas com homens." Engraçadinho ele... só esqueceu de dizer que estes homens estão em fotos promocionais, em poses tradicionais e totalmente vestidos...
Capas das edições da "Hottest Chicks in Metal/Hard Rock"
“Women in Metal – Queens of Noise” |
Em 2012, a revista Decibel também quis contrariar a Revolver e lançou paralelamente uma edição chamada “Women in Metal – Queens of Noise” e na capa, mulheres em poses poderosas que usam o fato de serem minoria como uma forma de expressar poder.
Ninguém tipifica mais o "mulheres mais quentes do metal" do que um Cristina Scabbia. Cristina tem uma beleza quente, morena e sexy. Ela parece não se importar de ter sua imagem associada ao lado sensual: "A coisa mais importante é dar um ponto de vista diferente da sensualidade, o fato de que existem tantas meninas bonitas ao redor que não acreditam em si mesmas e pensam que para ser bonita é preciso ser uma Playmate com peitos falsos ou algo assim...". Cristina tem uma coluna na própria revista Revolver onde responde perguntas dos leitores sobre relacionamentos amorosos.
Cristina Scabbia tipifica bem a idéia de mulher mais sexy do metal: olhos fixos na lente e mãos simulando abrir a blusa/decote.
Angela Gossow também participou de uma das primeiras edições do "Hottest Chicks”, mas nos anos seguintes, decidiu que queria ser julgada pelo seu talento e não por sua imagem e se recusou a ser fotografada novamente para um outra edição. Mesmo assim, revista publicou uma antiga foto dela, Angela ficou furiosa e a briga com o editor da Revolver se tornou pública: “Eu já expliquei várias vezes que eu não quero ser caracterizada assim. Se eles querem uma foto da banda pra falar sobre nossa música, tudo bem, sem problemas. Mas se é sobre eu ser uma mulher... Eu não gosto das Hottest Chicks no movimento do metal. Eu acho que é muito contraproducente e um tipo de retrocesso, sabe? Voltar no tempo.” O editor da revista respondeu à ela: "Claro, se você não quer ser destaque, então eu te dou certeza que você não será mais apresentada em qualquer uma das publicações que temos.” Angela rebateu: "Eu não quero ser parte disso. Não estou bem com isso. Isso é péssimo Revolver magazine! É dar luz àquelas porcarias que acontecem no backstage, dar luz à um par de seios e todas aquelas histórias loucas de turnê. Eu nem ao menos sei que tipo de música aquelas garotas tocam porque isso não vem escrito nos textos. O Arch Enemy não sai nas páginas desta revista há mais de três anos, eu posso muito bem viver sem isso... Eu odeio o Hottest Chicks in Metal/Hard Rock. É tão constrangedor para as mulheres. É constrangedor para as mulheres músicas que são músicas de verdade. Eu acho que o Arch Enemy não aparecerá mais nas páginas dessa revista depois desta minha discussão com o editor.” E ainda acrescenta: “Eu não uso roupas femininas para chamar a atenção, eu uso porque é meu estilo."
Angela bateu boca publicamente com o editor da Revolver. |
Shamaya Otep também comenta sobre o assunto: "Quando vejo as mulheres apenas se permitindo a conseguir as coisas pela estética e se limitando a certos papéis... Eu acho que limita as escolhas para o resto de todas nós. Quando você tem pessoas que estão dispostas a aceitar esse tipo de cidadania de segunda classe...Nós não somos socializados [na indústria da música] para aceitar mulheres com base na qualidade de seus trabalhos, em vez de sobre a qualidade da sua aparência. Espero destruir esse paradigma e abrir as mentes daqueles dispostos a evoluir. "
Grog da Die So Fluid |
Nina Saile do At Odds With God, diz que não gosta da quando a garota da banda é referida como “apenas mais um dos caras”. Na cabeça masculina soa como igualdade mas você nunca vê um rapaz, no meio de suas amigas mulheres ser chamado de "ele é apenas mais uma das garotas". Isso sim seria igualdade. “Eu já fui chamada de “mulher macho” por amigos, parceiros, colegas e estranhos, mas isso me faz rir, porque minha aparência é super feminina! O mesmo para a frase que diz que as mulheres “tocam como um homem", ser independente, confiante, forte e extrovertida não me faz ser mais homem do que mulher. Estes são todos os falsos conceitos e pensamentos de valor tradicional. Temos que começar a ver as coisas de uma perspectiva diferente.”
Leather Leone disse em uma entrevista de 2011: "os poderosos perceberam que dá lucro fazer metal feminino. O que eu diria às mulheres que estão começando suas carreiras no metal: não tirem a roupa!"
Maria Brink de In This Moment, Lzzy Hale do Halestorm são do grupo de garotas que gostam de usar a sensualidade, seja por motivos próprios, seja pra chamar a atenção para suas respectivas bandas. Elas não se importam de ser objetivadas e até gostam de brincar com os estereótipos que os homens criam para elas. Maria Brink, numa entrevista reclamou que a cena HM é mais fácil para os homens porque "eles não tem que usar salto!" (??).
Maria Brink gosta de ser a pin-up do Metal, sempre fazendo menção de levantar mais a saia.
Uma boa forma de observar a diferença entre homens e mulheres é analisar fotos de bandas. As bandas masculinas tem um foco longe e distante, pernas abertas e mãos cruzadas indicando agressividade ou poder. Algo como: “fique distante”. A garotas do metal gótico ou sinfônico (muitas vezes) tem um olhar solitário e distante e as mais sensuais encaram a lente da câmera com olhos fixos e convidativos e às vezes um leve sorriso ou uma boca meio aberta.
Com mais mulheres em bandas, mais mulheres no publico, mais diversidade de estilos e sons se aproxima a paridade de gênero na subcultura? Pode ser.
A presença de mulheres na cena não significa que a imagem de macho do artista de HM foi subvertida. Na verdade, pode-se argumentar o contrário. Calças de couro justas num homem não significa a mesma coisa que calças de couro justas numa mulher ou mais frequentemente, uma minissaia de couro apertada.
Na subcultura HM quando um headbanger tem uma namorada, é comum que ela não compartilhe dos mesmos gostos musicais pela música. A resposta mais comum entre os pesquisadores/sociólogos é que “ela é uma garota” ou seja, numa subcultura machista, os homens não apenas esperam que as mulheres não gostem de metal como preferem que seja daquele jeito. Inconscientemente, para eles, as mulheres que ouvem heavy metal renunciam ao seu gênero e fingem ser um dos meninos, sendo assim são menos sexies e excitantes, já que poder e agressividade não são valorizado quando vindo de uma mulher. Por isso garotas de fotos como as da Hottest Chicks fazem tanto sucesso entre os homens, a música que elas fazem fica em segundo plano.
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Estes últimos posts sao imensos porque este é um assunto muito interessante e raramente abordado de forma mais profunda, mesmo em livros e na área acadêmica. A idéia de abordar o machismo na cena HM surgiu no Facebook do blog, já que este é um assunto meio que tabu dentro da subcultura.
Espero que daqui um tempo as garotas do rock/metal não sejam mais questionadas em entrevistas como é ser uma mulher na cena ou terem sua sensualidade colocada em primeiro plano sobre a musica. Toda mulher é naturalmente sensual e tem o direito de expressar sua sensualidade, mas isso não pode ser a primeira coisa que se julga numa mulher em seu emprego (sim, porque ser música É o emprego delas).
Citando algumas bandas nacionais formada por mulheres ou com vocalistas, porque eu não esqueci delas não: Panndora, Sacrificed, Scatha, Volkana, Shadowside, Rhevan, Holiness, Ravenland, Madame Saatan, Exhortation, The Knikers, Losna, Sacrificed, Nervosa, Cauterization... entre outras muitas.
Panndora, Fernanda Terra e Maysa (Cauterization):
Próximo post: A Moda Feminina Heavy Metal
Veja também:
As Mulheres no Heavy Metal – Parte 1 (Visão Geral)
As Mulheres no Heavy Metal – Parte 2 (Década de 1970, 1980 e 1990)
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Fontes pesquisadas: Extreme Metal: Music and Culture on the Edge de Keith Kahn-Harris; Heavy Metal: The Music and its Culture de Deena Weinstein.
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