Destaques

19 de dezembro de 2018

Resenha: 4º edição da revista Gothic Station- do Trad Goth ao Tribal Fusion

A revista Gothic Station chegou a sua quarta edição trazendo como capa o Tribal Fusion!  

A Gothic Station nº 4 seguiu com a proposta de abranger a diversidade da cena gótica, desta vez, logo após duas páginas iniciais com os lançamentos musicais, vem uma matéria de  grande valor sócio-histórico para cena brasileira: uma pesquisa que Henrique Kipper fez, nos moldes de um censo, sobre qual religião os góticos são adeptos. Os participantes - voluntários que responderam a um post no Facebook do Kipper - contaram suas experiências de conciliação entre religião e a subcultura, tema envolto em mitos na subcultura e preconceitos na sociedade, que muitas vezes tende a colocar góticos como "servos do mal" sem considerar que umbanda, espiritismo, catolicismo e religiões orientais são parte das expressões religiosas individuais. Um ponto interessante é que o resultado do censo gótico possui uma grande diferença quando comparado ao censo brasileiro oficial. Há depoimentos tanto relacionados a seguir uma religião diferente do resto da família quanto com relação a preconceitos sofridos dentro da própria cena.

Após as oito páginas dedicadas à religiosidade chegamos na entrevista com Amanda Palmer, um feito e tanto para uma pequena revista brasileira. Os fãs e admiradores da cantora e compositora podem ler suas opiniões pessoais sobre música, arte, sua relação com o feminismo e com seu marido Neil Gaiman.



A seguir vem a matéria que escrevi para esta edição. A história da subcultura gótica é um dos temas mais pedidos, então foi muito bom poder escrever sobre a temática de uma forma muito palpável: nas páginas da revista! O texto é sobre a estética Trad Goth. Conto sobre a origem da subcultura gótica no clube Batcave e a estética surgida naquele período assim como alguns exemplos de artistas que influenciaram (e influenciam até hoje) a moda gótica. Eu não contarei os detalhes aqui, espero que vocês adquiram a revista para ver o trabalho lindo que ficou (bem melhor que um post no blog!).


Após quatro páginas de entrevistas com a banda Back Long Arch, de Brasília, que faz um som darkwave e alternativo, chegamos na matéria de Turismo escrita por Iluá Hauck, intitulada "Os Sete Magníficos", os sete grandes cemitérios-jardins de Londres construídos na primeira metade do século 19. Iluá além de artista visual em ascensão em Londres, é uma das primeiras modelos alternativas brasileiras (se não a primeira) a modelar na Europa para famosas marcas alternativas, sendo também pioneira num estilo que está muito em voga hoje: a mistura de estética vintage com a gótica. Ela já esteve aqui no blog em uma entrevista exclusiva (veja aqui) num post suuuper antigo. Esta foi uma das matérias mais legais que li na revista, a arte tumular é algo que me desperta interesse assim como a história e cultura do da Era Vitoriana.



As páginas 30 e 31 trazem um resumo do Deepland Festival II, ocorrido em 13 de outubro de 2018, com bandas de toda a América Latina ligadas ao Gothic Rock e Darkwave. Ao folhear para a página seguinte, nos deparamos com a matéria de capa: "Tribal Fusion - Histórico e Tendências". Essa matéria teve origem aqui no blog (sim!), quando foi escrita pela colaboradora Melissa Souza, mas na Gothic Station atinge um patamar mais elevado, um lindo registro de um estilo de dança que fascina cada vez mais as mulheres alternativas. 


Das Ich, uma das bandas essenciais dentro do movimento Neue Deutshe Todeskunst, ligado à formação do WGT, ganha quatro páginas em uma entrevista em que conta um pouco de sua trajetória.

Uma das coisas que mais gosto da Gothic Station são as matérias sobre cinema. A sétima arte tem grande influência na formação da subcultura gótica e é sempre bom conhecer um pouco mais as referências. Nesta edição, creio que muitos vão apreciar a matéria que trás as obras de Poe por três cineastas europeus através do longa "Histórias Extraordinárias".



Como uma voraz leitora, nem preciso dizer que a sessão de literatura me agradou muitíssimo e tem tudo para agradar você, admirador das obras de Edgar A. Poe. Em cinco páginas dedicadas ao mestre, "O que faz dele um escritor extraordinário?" pergunta a autora da matéria, Luciana Fátima. O texto tenta buscar as respostas desta pergunta, abordando tanto a admiração de outros escritores sobre ele, quanto desenvolvendo uma ligação entre suas obras e personagens com sua vida pessoal.



A Gothic Station nº 4 é, assim como as edições anteriores, um respiro de arte e cultura alternativa. Tocá-la e folhear suas páginas é ter um material gráfico caprichado e principalmente ver que PESSOAS se dedicaram a escrever para oferecer um conteúdo que tomou tempo e dedicação de cada um. Mostrando que existem pessoas neste Brasil que são responsáveis pela criação de conteúdo e difusão de conhecimento sobre cultura alternativa. Só tenho a agradecer a todos que nestas quatro edições criaram um material que daqui há muitos anos ainda serão úteis a quem quiser se informar sobre moda e cultura alternativa.  

Neste momento, a revista precisa do SEU apoio! Precisa muito que as edições esgotem na loja para que a edição número 5 seja produzida, já que não há mais financiamento coletivo para a publicação. Por isso vou deixar abaixo o link da resenha de cada uma das edições e o link da loja.

Pra finalizar, preciso da ajuda de vocês com relação a revistas alternativas! Vou lançar algumas questões aqui e vocês respondem nos comentários com "sim" ou "não".
1. Você prefere uma revista alternativa no formato virtual?
2. Você apoiaria financeiramente uma revista alternativa virtual?
3. Você se interessa que a Gothic Station continue existindo de forma física?


Link da loja:



Link das resenhas:
Gothic Station #1
Gothic Station #2


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Artigo original do blog Moda de Subculturas. É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos. 

14 de dezembro de 2018

Die Antwoord e Zef: a subcultura do branco pobre da África do Sul

Com o fim do apartheid na África do Sul, novas políticas foram criadas visando o apaziguamento das diferenças étnicas entre negros e brancos naquele país. É nesse ponto que a subcultura Zef ganha espaço. Atualmente é associada ao trio de rap Die Antwoord que orgulhosamente representa o estilo.

Yo-Landi Visser e uma de suas camisetas escrito "ZEF"/ Divulgação.

"Zef é o estilo azarão da África do Sul. Zef tem sido um insulto há muito tempo na África do Sul. Significa que você é um pedaço de merda" - Ninja, Die Antwoord

O Zef surge como consequência do empobrecimento dos brancos da África do Sul. Para entender como os brancos empobreceram precisamos voltar um pouco no tempo e contar de forma breve a história da colonização do país.

Os colonos holandeses chegaram na África do Sul no século 17 com o desejo de estabelecerem-se numa terra fora dos domínios britânicos, assim, ocorreu uma migração em massa de agricultores (os Voortrekkers), os "pioneiros", que desenvolveram sua própria linguagem e identidade. Os descendentes destes colonos são chamados de "Afrikaners". Em 1948 eles chegaram ao poder e o Apartheid foi instaurado.

O apartheid foi  um regime de segregação racial (1948 a 1994) onde os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo de minoria branca. Ocorria a divisão dos habitantes em grupos raciais: "negros", "brancos", "de cor" e "indianos". Na década de 1970, os negros foram privados de sua cidadania. Serviços públicos como saúde, educação e outros eram oferecidos de forma inferior aos negros enquanto os brancos ficavam com os melhores serviços.

Muitos Afrikaners trabalhavam na indústria do ouro na década de 1970, enriquecendo e levando um estilo de vida ostentatório. Apesar de uma vida financeira confortável, eram pouco educados e escolarizados. O termo "Zef" era usado para descrever a paixão destas pessoas pelo Ford Zephyr customizado de forma extravagante. O estereotipo do Zef era um bigode de morsa (bigodes super grandes) e um corte de cabelo mullet. 

Em 1994 ocorrem as primeiras eleições democráticas e consequentemente o fim do apartheid. A vida destes brancos muda radicalmente, levando-os ao empobrecimento. Sua cultura virou tabu, foi sendo desmantelada ganhando um significado de 'vergonha'. 

A recente geração de afrikaners de Joanesburgo reapropriou e parodiou esta cultura marginalizada. A cena cresceu em torno de  Die Antwoord, com Ninja, Yo-Landi e o DJ Hi-Tek que fazem rap em inglês, na língua Africaans (africânere dialetos locais.

"Zef é: você é o pobre mas você é extravagante. Você é pobre mas você é sexy, você tem estilo" - Yo-Landi

Zef: o visual do branco que entrou em decadência social com o fim do Apartheid

Características

O Zef envolve elementos que remetem à ostentação, como o uso de grillz nos dentes e a um visual barato associado à classe média baixa. 


As características do estilo Zef. / Reproduçao


Mullet, cuecas boxers estampadas, lentes de contato sclera, tatuagens de baixa qualidade, corte/penteado High Top Fade (o penteado do Ninja), jóias douradas, roupas over-sized (grandes para o corpo da pessoa), camisetas curtas estilo cropped (leia matéria aqui), pinturas no rosto e referências aos anos 1980 (as cores verde e rosa são frequentes) são habituais no visual do Die Antwoord.


Yo-Landi cheia de colares dourados e 
seu famoso corte de cabelo mullet. / Divulgação

Os estilos de Yo-Landi e Ninja passam a impressão de um visual de rua, marginalizado, casual, simplório e às vezes 'esquisito' e brega. As roupas de Yo-Landi costumam ter também um jeito infantilizado.


É importante salientar que o visual do grupo de rap remete a uma versão mais exagerada, uma paródia do comportamento 'pouco educado' dos Zefs que já foram bem de vida e perderam poder aquisitivo. Suas roupas com aparência de baratas e de modelagem simples se contrastam com os elementos de ostentação, como os acessórios em ouro.
A dupla estrelou o filme "Chappie" (2015) de Neil Blomkamp e manteve o visual Zef em cena associando-o a elementos cyberpunks e pós apocalípticos nas cenas de luta.


Fotos: Divulgação

Embora o Zef exista há décadas, foi com Die Antwoord que esta subcultura ficou mundialmente conhecida através da abordagem sarcástica dos artistas musicais. 

Seguimos no caminho de escrever sobre subculturas e estilos alternativos fora do eixo Europa / Estados Unidos. O Zef é apenas um dentre muitos.


E você, o que acha de 
Die Antwoord e do estilo Zef?



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Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
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18 de novembro de 2018

O excêntrico solado anabela com plataforma está de volta (pata de bode)

Há algum um tempo temos observado: ele está voltando entre os lançadores de tendências alternativas! Quem? Ele mesmo, o infame solado que junta anabela e plataforma e resulta numa das criações mais polêmicas do mundo da moda: o famoso modelo conhecido no Brasil como "Pata de Bode"!

Foto: https://instagram.com/kibbipixel

O modelo já era considerado esquisitão lá na década de 1970 e foi adorado pelos clubbers dos anos 1990 que elevaram suas plataformas à decima potência! Mas na década de 2000 desfilou pelo mainstream brasileiro e foi objeto de desejo de muitas meninas alternativas do período!

E porque apostamos em falar desse modelo? 
Porque como toda jovem esquisitona dos anos 2000, a gente tinha esse tipo de calçado - e amava! Sentimos falta tanto pelo conforto quanto pela excentricidade. Não foram poucas as vezes que riram de nós nas ruas por ter um calçado que nos fazia parecer caminhar com as pernas engessadas, mas nunca ligamos (como toda alt girl raiz haha).

As meninas alternativas, é claro, usavam modelos todo preto, que podiam ser encontrados em lojas de rua em versão bota, sapato boneca e sandálias. Online, uma das lojas que vendia e ainda vende é a Black Frost.

O mais curioso é que esse calçado chegou geral no mainstream brasileiro, os modelos em tons de marrom (justificavam o nome "pata de bode", já que no exterior o modelo tem outro nome) podendo ter bordados de flores e espaços vazados, eram usados pelas meninas da classe popular e odiados pela elite da moda, tipo esses aqui:

Lembram? (Foto: divulgação)

O reinado do pata de bode acabou no Brasil lá pelos anos de 2006, mas os resquícios dele ainda eram vistos até uns 10 anos atrás, após esse período foi desaparecendo dos pés alternativos permanecendo apenas em um pequeno nicho de admiradores. Mas sabia que em algumas marcas alternativas estrangeiras modelos com esse solado nunca saíram de linha? A marca Demonia foi uma das responsáveis por manter o modelo circulando, até hoje encontramos diversos modelitos! E tem sido eles, vistos com frequência nos pés de diversas influencers alternativas, os responsáveis pelo retorno do modelo ao status de objeto de desejo!


Fotos: Demonia Shoes

O que marca o modelo é essa "onda" pra cima e pra dentro (afundada) entre o salto e a plataforma e a ponta levemente ou extremamente arrebitada, que dá aquela impressão de desequilíbrio iminente.

Fotos: Demonia, UNIF e Dolls Kill

No Brasil temos uma carência de modelos que são considerados clássicos alternativos, o que dificulta que possamos usar por décadas a fio o mesmo estilo de roupa e calçado, precisamos muitas vezes nos adaptar ao que está disponível para compra.

Foto: Demonia

A moda alternativa surgiu como uma forma de oferecer produtos independente dos modismos de massa, sem depender das demandas de mercado, mas parte do segmento acompanha o mercado capital, tanto por questões de sobrevivência quanto de dominação mundial rs.
Nada contra, somos cientes das dificuldades do mercado alternativo e conscientes de que resistir ao sistema da moda não é regra geral. Os que possuem meios podem recorrer à importação, outros ficam na dependência do mercado nacional. Seria muito legal que itens que constituem a clássica cultura de moda alternativa tivessem um público cativo e consequentemente um espacinho nas prateleiras!


Se adaptando à moda recente: solado tratorado.
Fotos: Demonia


Uma enquete simples no story do nosso Instagram revelou que mais de 70% dos que votaram gostam do modelo. Acredito que são clientes em potencial! Você compraria?

Sabe aqueles calçados que as pessoas dizem que são horríveis e ninguém deveria usar? Creepers, pikes, botas brancas... Nós adoramos!

Manda aí sua dica de calçado esquisito e não esquece de dizer o que acha do pata de bode!



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31 de outubro de 2018

Ensaio Fotográfico: Ritual

É bem comum que a gente se depare com ensaios de temática pagã que remetem à um cenário europeu. Mas e que tal num cenário brasileiro de clima tropical semi-árido? Parece nada a ver? Não é bem isso que se revela na sessão fotográfica "Ritual", que mostramos nesta postagem.


O ensaio foi realizado na cidade de Pacatuba, Ceará. Tomei conhecimento através do Instagram de uma das meninas, a blogueira e body piercer Mayara Soares (@oh.maygoth). E achei maravilhosa a proposta de não querer reproduzir um imaginário europeu, mas sim uma ideia de bruxas brasileiras mesmo, com todas as nossas peculiaridades regionais. 



Lidiane Góes, Ramona Rodrigues, Samantha Freitas e Mayara Soares estão vestidas iguais, dando uma uniformidade a atemporalidade ao visual das "bruxas" que vestem a cor negra, uma cor muito significativa. A cor negra na bruxaria representa o Útero Universal, do qual nasceu toda a Luz, a escuridão da Terra onde germinam as sementes, como contamos na nossa postagem sobre o Neopaganismo/Bruxaria Moderna. O toque de modernidade se revela na maquiagem escura nos olhos e na boca.


No ensaio, as modelos interpretam o ritual pagão dedicado ao Deus Cornífero, bem ilustrado nas fotografias com as caveiras.





Gostaríamos de parabenizar o fotógrafo de moda Leonardo Pequiar (@leonardopequiar) pelo trabalho assim como a liberação da postagem das fotos.



E você, o que achou do ensaio?




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27 de outubro de 2018

Os tricôs retrôs de Gianne Vintage Knits

A cultura retrô se liga com uma nostalgia romantizada de um passado vivido ou não vivido que se deseja resgatar. Aqui entra a história de Gianne, fundadora da marca Vintage Knits.

Gianne usa um de seus tricôs da coleção Vintage Horror.

Num mundo onde a produção em larga escala domina, onde atividades manuais como tricô e crochê não estão entre os afazeres habituais de jovens e adultos, a pequena Gianne, aos 12 anos de idade se apaixonou pela arte de tricotar mesmo não havendo o hábito dentro de sua família. Uma paixão imensa e incomum para uma garota daquela idade. O amor e a saudade por uma época não vivida serviram de mote para em 2008 adentrar de vez no universo das culturas vintage e retrô, já que a paixão por objetos, móveis, música e moda de décadas passadas, especificamente das década de 1940 a 1970, circundavam o imaginário da jovem.

Residente em Campinas, interior de São Paulo, Esteticista de formação com quase 10 anos de atuação na área e graduada em Pedagogia pela Unicamp, foi em 2012 que percebeu que a arte do tricô estava ficando um pouco esquecida e resolveu transformar sua paixão em profissão. Gianne começou fazendo reproduções de tricôs de modelos antigos, tendo boa aceitação do público interessado em moda retrô no Brasil e no exterior; assim percebeu a existência deste nicho de mercado artesanal no país. Ao longo dos anos a marca mudou de nome algumas vezes: “VCK - Vintage and Cool Knitting”,  “Knit Lovers” e agora “Gianne Vintage Knits”, que é o nome que, segundo ela, traduz toda a proposta de seu trabalho. 

Gianne usando (e tricotando) o suéter "cerejinhas".

Indo na contra mão da indústria Fast Fashion, produz todas as peças de maneira artesanal como a maioria das nossas avós e bisavós faziam. Gianne conta que sua intenção é a de que toda mulher que adquira uma peça sua tenha a experiência de utilizar uma roupa feita à mão, sob medida e personalizada: desde o primeiro contato até o momento em que ela recebe o produto e o veste.

Mas, vivemos numa era informatizada e tecnológica. Como estes dois mundos se entrelaçam?  
A forma de venda de Gianne também é diferente, por ser um trabalho totalmente manual são tricotadas poucas peças por mês, algo em torno de 8 a 10. Então não espere ver um botão "comprar" e alguns dias depois receber sua peça em casa. O contato com Gianne é feito via Direct Message no Instagram ou por Email,  onde se escolhe uma peça, passa-se as medidas e ela tricota exclusivamente para a cliente. Portanto, precisa-se estar ciente que existe um prazo para tricotar, dependendo do modelo escolhido de 10 a 15 dias depois de feita a encomenda. Após isso, começa a contar o prazo dos correios para a entrega. Então lembre-se de encomendar com antecedência no caso de planejar usar o suéter em algum evento específico.



Inspiração Vintage
Suas criações se baseiam especialmente em referências de época dos anos 1940, 1950 e 1960, aliado ao estilo Old Hollywood (o visual das atrizes de cinema da época), Cultura Tiki, Western, dentre outros.



Vintage Horror
Sua mais recente coleção possui cinco peças inspiradas no Halloween, mantendo a referência estética das décadas de meados do século 20.


Todas as peças são entregues em caixinhas personalizadas.


Conta pra gente o que achou da Gianne Vintage Knits e qual sua peça favorita!



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9 de outubro de 2018

Aniversário: 9 anos de blog!

O blog Moda de Subculturas completou 9 anos!
 
Daqui por diante é a contagem regressiva aos 10!! 




Nesse tempo de existência, o importante a dizer é que continuamos na resistência! 

O blog começou quando foi percebido que a moda alternativa e sua imensa riqueza precisava ser comunicada a muito mais gente do que as que faziam parte da comunidade no Orkut (que começou em 2006!!).

É possível dizer que existem pessoas que cresceram com o Moda de Subculturas e nem sabem como era antes, quando não se tinha informação disponível na web sobre moda e subculturas. 
É visível e impressionante o crescimento e desenvolvimento da moda alternativa de lá pra cá e nós registramos tudo isso!!

Atualmente há muito em jogo, e tudo que pedimos de aniversário é que se vocês gostam de nosso conteúdo apoiem e sigam o blog. Nós precisamos mais do que nunca de incentivo para não desistir.

Queremos continuar expondo opiniões, mostrar que a minoria alternativa tem voz na sociedade, queremos continuar colocando visões diferentes no diálogo e que os debates sejam com críticas construtivas e não ofensas gratuitas que às vezes damos de cara por aí.

Compartilhem amor!

Dizem que essa é a época dos influencers digitais com milhares de seguidores. É verdade! O indivíduo e seu eu nunca estiveram tão em alta. Embora esse blog seja muito bem acessado para um nicho, nas redes sociais nosso foco não é falar de nós e sim, falar do universo alternativo e suas maravilhas, enaltecer o outro! Por nadarmos contra a maré, nos mantemos um local alternativo mais do que sempre.

Temos consciência da influência do blog nestes nove anos e não precisamos provar nada pra ninguém, sabemos que informação ajuda a criar estilos pessoais e opiniões; também aprendendo e nos inspirando com a moda alternativa estrangeira que está muito mais avançada que nós, mas criando nossas próprias versões dentro do que está ao nosso alcance. 

Porém errar também é parte do processo e algumas vezes erramos também, especialmente nos momentos em que demos informações "inéditas" de bandeja e vimos pessoas pegando essas informações e plagiando, copiando ou as usando sem creditar em sites, blogs e Instagrams (inclusive alternativos) e até trabalhos acadêmicos (que decepção pesquisadores!). Uma coisa muito desmotivante já que nosso propósito era justamente oferecer novas informações para que ajudássemos a diminuir a ignorância no Brasil sobre certos assuntos e assim, crescermos juntos. Mas o que vimos foi um apagamento, um silenciamento de nossas vozes. Neste processo quem perde não somos apenas nós mas também os leitores, já que nada é mais como antes. 

Mas sabemos principalmente que existem pessoas e lojas maravilhosas que nos apoiam! E é pra estes que vão nossos melhores agradecimentos!! <3

E é isso: apoie o que você gosta! 
Só juntos seremos mais fortes, nada se exclui, tudo se complementa! 

E conta pra gente: o que vocês querem nos 10 anos do blog?




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5 de outubro de 2018

Murder Queen e Dracurella contam tudo sobre a coleção em parceria com a Rainbow Pinup Store!


A Coleção Rainbow x Murder Queen e Dracurella foi feita especialmente para as amantes da moda retrô que se inspiram nas décadas de 1940, 50 e 60!

Quem segue Bianca Gouvea (@dracurella) e Larissa Romaszkiewicz (@murderqueen) no Instagram sabe que ambas são fãs tanto de cultura retrô quanto da temática de horror. As amigas se uniram para criar uma coleção autoral de peças exclusivas para a Rainbow Pin-up Store! Os modelos possuem cores sóbrias e as clássicas estampas de onça e a de listras, modelagens valorizando curvas (como era de praxe naquelas épocas) e tecidos finos cuidadosamente escolhidos. Nesta entrevista elas contam  mais detalhes da coleção!

Como surgiu a parceria entre vocês e a Rainbow?
Bianca: Acho que fui a primeira a ter parceria com a Rainbow, inicialmente comprei algumas peças e logo após a Cá me convidou para modelar uma coleção, e ajudar na criação de uma das peças, foi super legal! Depois disso surgiu esse convite para criar uma coleção ao lado da Larissa.

Larissa: Isso! Eu também já tinha comprado peças da Rainbow e estava de olho em várias outras rs conheci a Cá através da loja e quando a Bianca fez a parceria com ela acabei me aproximando mais dela também. Quando ela nos convidou para desenvolver toda a coleção levando o nosso nome, fiquei muito feliz! 



Quais foram suas inspirações para a criação da coleção?
Nós temos inspirações bem parecidas, tanto que desenhamos as peças separadamente e quando fomos à primeira reunião haviam vários desenhos parecidos! No geral trouxemos para a coleção peças que sonhávamos em ter, focamos em filmes de horror antigos, como “Dracula’s Daughter” (tanto que um vestido levou o nome do filme), e o conjuntinho Maila Nurmi, que seu nome diz tudo sobre a inspiração. Todas as peças foram nomeadas através de filmes, atrizes ou elementos do cinema clássico do Horror. Além disso, pensamos em peças com uma carinha vintage, nos inspirando em modelagens e silhuetas das décadas de 1940 e 1950, mas dando um ar moderno às peças principalmente por conta dos materiais.
Achamos importante criar peças que nós realmente nos identificamos e amamos, para passar para as clientes um pouquinho da nossa essência. Mas apesar disso nós criamos muitas peças versáteis que podem ser usadas tanto por quem se identifica com o nosso estilo, quanto por outros estilos também!



Como foi o processo de desenvolvimento da coleção? Teve alguma peça que ficou de fora ou precisou ser repensada? Vocês consideraram o clima do Brasil, levaram em conta seus gostos pessoais?
Inicialmente nós criamos cada uma cerca de 10 looks, desenhando os croquis e definindo tecidos e cores. Nós decidimos fazer essa primeira etapa de criação separadamente para ter o máximo de opções possíveis, como brainstorming mesmo, mas no fim nós acabamos desenhando várias peças parecidas ou iguais mesmo haha! Depois sentamos com a Cá para analisar tudo juntas e decidirmos quais seriam as peças finais da coleção, e a partir dessa escolha passamos a trabalhar em conjunto em cima de todos os designs. Também fomos junto com a Cá escolher e comprar todos os tecidos, para que as peças realmente ficassem do jeito que imaginamos.
Nós levamos em conta tanto o clima do Brasil e da estação quanto os nossos gostos pessoais. Somos muito apaixonadas por veludo, então mesmo sendo uma coleção de primavera/verão quisemos incluir esse tecido, mas em peças mais levinhas. No geral todas as peças podem ser usadas tanto no frio quanto no calor, dependendo da composição do look! Algumas ideias ficaram de fora dessa vez sim, quem sabe não rola outra coleção no futuro? 


Vocês têm cada uma alguma peça preferida?
Larissa: Muito difícil escolher! Acho que minhas peças favoritas foram o penhoar Diabolique, o macacão Cat People (sempre sonhei com um macacão assim!), o vestido Dracula’s Daughter e o conjunto Maila Nurmi. 
Bianca: Ai meu coração! Todos são muito especiais, mas acho que tenho favoritos sim, rs. O vestido “Dracula’s Daughter”, o vestido “Marilyn Munster” na versão preto com vinil, o conjunto “Maila Nurmi”.



Comentem sobre os looks!
Vestido Dracula’s Daughter: Uma das estrelas na coleção, um vestido com uma pegada mais chique, mas ainda assim um pretinho básico. A elegância da peça se dá pela modelagem única e pelo comprimento da saia. 

Macacão Tarântula: Essa é uma peça mais de festa, por conta do tecido acetinado e da modelagem. Fizemos a calça estilo pantacourt que está bem em alta para dar um ar mais moderno à peça. 

Conjunto Maila Nurmi: Esse conjuntinho é um coringa, é possível usar tanto com a saia que acompanha, apenas o macaquinho ou mesmo com o penhoar Diabolique! Apesar de o macaquinho ser de veludo, a transparência da saia deixa o look mais leve e divertido para o verão. 

Scream Queens: Esse vestido nós duas desenhamos exatamente igual! Inicialmente queríamos confeccioná-lo em preto mesmo, mas acabamos decidindo cada uma por uma estampa diferente: a Bianca pela oncinha e a Larissa pelas listras largas em preto e branco, bem estilo Beetlejuice. No fim ele acabou ficando bem diferente nas duas versões.

Blusa Evelyn Ankers: Sentimos a necessidade de incluir algumas peças mais básicas e que poderiam ser usadas tranquilamente no dia-a-dia, e chegamos à blusa Evelyn Ankers que é perfeita para o verão! O tecido é bem fresquinho, o decote e as mangas franzidas dão um ar mais romântico à peça. 

Blusa Wicked Witch: Nós amamos plumas! Um tomara-que-caia básico já virou uma peça super diferente só com a aplicação das plumas no decote, e acabou se tornando uma das nossas peças favoritas da coleção. 

Short Monster Mash: Um shortinho super confortável e charmoso, que pode ser usado tanto à noite quanto durante o dia com looks mais básicos. O tipo de peça que é sempre bom ter no guarda-roupa!

Penhoar Diabolique: Uma das peças mais amadas! Esse penhoar é super versátil, pode ser usado para compor vários looks diferentes, com lingerie ou até mesmo como saída de praia. Com certeza um dos nossos queridinhos <3

Vestido Marilyn Munster: Outra peça que fizemos duas versões diferentes: uma em animal print e outra em preto, brincando com a diferença do tecido opaco e do brilho do vinil. Com decote bullet e alças fininhas, é o vestido femme fatale da nossa coleção!

Macacão Cat People: A peça mais bad girl da nossa coleção! O charme desse macacão está na modelagem impecável, que valoriza MUITO as curvas do corpo e é super retrô. É uma peça bem versátil que combina com qualquer estilo. 

***

Agradeço muito às meninas pela entrevista e à Rainbow por compartilhar informações sobre a marca.

A Rainbow Pin-up Store cria peças suas formas forma artesanal, todas confeccionadas sob medida para qualquer tamanho, levando um tempo médio de 5 a 10 dias úteis para ficarem prontos. Na coleção Rainbow x Murder Queen e Dracurella este processo também se faz presente.


O post foi ilustrado com algumas peças, 


Site: www.rainbowpinupstore.com.br
Insta: @rainbowpinup_store
Facebook: Rainbow Pin Up Store



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