Destaques

23 de junho de 2016

Vídeo: 40 anos do estilo Gótico (Feminino)

Liisa Ladouceur tem um belo currículo: é autora de vários livros, entre eles os conhecidos Encyclopedia Gothica e How to Kill a Vampire, além de escrever sobre cultura não-popular para revistas e jornais, também escreve sobre filmes e livros de terror. Ela reside em Toronto, no Canadá, e dentre seus trabalhos, deu consultoria de pesquisa para alguns documentários que conhecemos bem, como o Global Metal e a série do VH1 Metal Evolution.

Ela é gótica na vida real e recentemente fez um pequeno documentário sobre os "40 anos do estilo gótico". Sim, conta 40 anos porque ela começa com os punks de 1976 e vem até os nu-goths dos dias de hoje! O vídeo foi lançado há algumas horas e já está sendo divulgado em alguns dos sites mais legais da web!



mini video documentary

A inspiração para o mini-documentário foi o vídeo "100 anos de Moda". Como ela cresceu nas subculturas punk e gótica, ficou com vontade de fazer um vídeo sobre tais estéticas alternativas. A filmagem mostra 10 estilos diferentes, do "batcave look" dos anos 1980, passando pelos veludos e brocados da década de 1990 assim como a influência Rave, e chegando aos dias de hoje com ocultismo e boho-goth.

Uma coisa que ela fez no vídeo foi colocar a trilha sonora de bandas independentes da área de Toronto, todas as bandas tem mulheres entre os integrantes. Achei uma atitude super legal ela apoiar as bandas e as musicistas locais ao invés de ir pro óbvio colocando as bandas mais famosas da cena!
 

Ela disse ao site Noisey que para ela, a estética gótica está super atrelada à música. "É uma estética que veio de uma cena musical e a definição de "gótica" foi por muito tempo a pessoa que escutava música gótica. Hoje, ser "gótica" é mais sobre moda, como (Gothic) Lolita e Steampunk - que nunca escutaram Joy Division.
Nunca saí do gótico, desde os anos 1970, mas de vez em quando a estética pipoca em shoppings e agora o nu-goth está em todo o Instagram. É animador ver essa nova geração de estilistas, modelos e artistas aproveitando antes que o estilo volte de novo ao underground".

Minha opinião: Gostei que ela começou do começo, dos punks! Algumas pessoas esquecem a importância dos punks não apenas para os góticos mas para várias outras subculturas. Outra coisa que curti foi que ela mostrou estilos "reais", umas das coisas que fico confusa nos quadrinhos "Goth Stereo Types" da Trellia, por exemplo, é que nem todos são estilos, mas estéticas. E achei curioso ela ter colocado "Pin-up" e não ter colocado Gothabilly, que seria, talvez, bem mais adequado, a meu ver. E sobre o Pastel Goth, controverso (adoro polêmicas), pois nem todos os góticos consideram o Pastel um estilo de moda dentro da subcultura gótica. Mas é como ela mesma disse: o gótico hoje é muito mais "moda" do que uma pessoa que aprecia música e se veste de acordo com as bandas que curte. Culturas (e subculturas) mudam com o tempo e super justo mostrar tudo que envolve essa mudança!
 

Estilos mostrados: Punk * Batcave * Death Rock * Romantic *  Cyber * (Gothic) Lolita * Steampunk * Pin-up * Pastel Goth * Nu Goth

>> Confira AQUI o post de análise comentada dos looks <<

Fiquem agora com o mini documentário e 
não esqueçam de dizer o que acharam.



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19 de junho de 2016

Dark Fashion: Coleção Desire (Parte 1)

Este mês a Dark Fashion lançou mais uma coleção, chamada Desire, inspirada nas coleções antigas da própria marca. Apresenta tanto peças novas quanto adaptações e pequenas mudanças de peças já existentes, com opções nas cores roxo e vermelho e mudando tecidos. 
Postarei aos poucos as peças dessa coleção, dedicando a cada uma delas minhas observações. Fotos usando as peças eu costumo postar no Instagram do blog, então não esqueçam de seguir lá se quiserem ver algum look. Hoje separei o vestido 5063 (coleção Renda-se) e o bolero 2600 (coleção nova), mas antes, vamos ver alguns dos lançamentos:

A blusa 2208 é uma versão mais usável daquela peça super high fashion em veludo, a 2200. Ela fica bem tanto com legging quanto com sainha justa (a modelo usa um short).

Vestido longo e com fenda 5077 é aquele tipo que é versátil pra caramba, no frio joga um casaco, uma meia e uma bota!
 

O vestido 5087 de mangas longas lembra a blusa 2013. O legal é tem uma tirinha que pode ser usada formando um pentagrama ou algum outro tipo de amarração que prefira.

Essa foi uma das peças que mais me impressionou, inaugura a marca começando aos poucos a lançar underwear. É chamado de cropped 2100 mas tá na cara que é uma lingerie muito estilosa e pra ficar aparente mesmo, seja com uma blusa de renda, de tule, de organza, crepe... os elásticos formando um harness falso só potencializam o estilão dessa peça. Espero que seja um sucesso!

O cropped acima pode ser usado com essa blusa túnica que nos dias quentes vai ser primeira opção! Pra quem curte um glamour dá até pra usar pra fazer aquele passeio básico de barco no litoral fazendo carão com um maiô por baixo ou no caso de um look urbano, usar com alguma blusinha básica e lisa.

Coleção: Desires 2016: Modelo: Veri Razini // Fotos: Dangela Peruffo // Design e produção: Nivia Larentis

Tenho notado que a Dark Fashion tem criado peças usáveis pra TODAS as idades. Isso me dá um alívio! Porque vejo muitas reclamações sobre lojas alts só ter roupa estilo "balada adolescente". Outra coisa são os comprimentos das peças, nada muito curto ou careta demais. Existem peças que podem ser usadas SEMPRE e não só na night. Peças versáteis! Eu vejo isso como um ponto muito positivo pra marca, porque mantém a opção do curto, do decote, do elaborado, mas também dá a disponibilidade de o próprio cliente solicitar alterações que se adaptem ao seu estilo. E vale MUITO dizer que faz peças plus size, é só na hora de comprar mandar suas medidas!

Quando eu estava pra receber as peças da nova coleção da marca, solicitei à loja que me fizesse duas blusas no estilo retrô/pinup. Uma preta e uma de bolinha. A marca vende peças voltadas ao gótico e ao headbanger mas também soube fazer as peças retrôs! Quando vocês quiserem uma roupa que não acham o modelo, metam as caras e perguntem na loja se eles fazem! Vai que fazem?! Eu já tava meio cansada de só encontrar peça retrô importada com preço de grife (ok, é o dólar!). Então fiquei felizona mesmo de ter encomendado estas duas blusas pro verão que são super meu estilo.

Bolero 2600: é da nova coleção, de malha nas opções preto e vermelho, é transpassado e amarrado atrás. Mas eu tô preferindo usar ele amarrado na frente.
Detalhe das rendas do bolero.
Vestido 5063: é peça antiga, da coleção Renda-se. Como eu sou a loka das renda, se deixar uso renda todos os dias pra tudo então óbvio que esse lindão eu tinha que ter né? Vocês podem notar que ele tem um caimento na barra onde as pontas são levemente mais longas que o meio, isso dá um efeito muito legal no corpo. Esse vestido é bem versátil. Eu sei que tem quem ainda esteja preso na mentalidade que renda é "chique" e pra certos momentos, mas eu já subverti isso há muito tempo e uso renda direto (falei sobre isso neste post aqui), até pra momentos de lazer, e eu gosto do contraste como quando uso com spikes passando uma mensagem ambígua, provocativa, usando materiais com simbologias tão opostas.
 

 Detalhes

só o vestido - vestido com o corpete 3601 - e mostrando o bolero

Espero que tenham gostado e não deixem de dar suas opiniões sobre a Dark Fashion / Coleção Desire ;)



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17 de junho de 2016

Evento de Moda Plus Size: Bazar Pop Plus

Uma das questões que permeia o mercado de moda no Brasil, inclusive alternativo, é a dificuldade de se encontrar roupas acima do tamanho 46. Diante dessa falha, começam a surgir mobilizações para tentar atender um público ignorado pelo comércio, é o caso do Bazar Pop Plus, que ocorre nos dias 18 e 19 de junho, ou seja, nesse fim de semana!

Imagens: reprodução

O projeto é organizado pela jornalista Flávia Durante, diretora da Cena Pop Eventos Criativos, em parceria com a Art Shine Promoções e Eventos. Em apenas quatro anos, o Pop Plus cresceu de seis marcas na primeira edição, em 2012, para mais de 50, em 2016 – e vem com novidades. Pela primeira vez será realizado tanto no sábado quanto no domingo, das 10h às 20h, e em novo endereço: o Club Homs, na charmosa Avenida Paulista, um dos cartões postais de São Paulo. O local é de fácil acesso por transporte público (está a menos de cinco minutos do Metrô Brigadeiro e tem pontos de ônibus pertinho), bike (tem ciclofaixa na frente) e carro (diversos estacionamentos nos arredores) e a entrada é apenas R$5,00 (somente em dinheiro).

“Muito mais do que um bazar, o Pop Plus tornou-se uma convenção de Cultura Plus Size. Um ponto de encontro onde pessoas tradicionalmente excluídas pela moda são acolhidas, se divertem e do qual saem mais fortes para enfrentar o mundo”, diz Flávia Durante, idealizadora do evento.

A 13ª edição do Pop Plus conta com 18 empresas estreantes, o que mostra que a moda Plus Size está crescendo e veio para ficar. De lançamentos a pontas de estoque, as mais de 50 marcas de seis estados (SP, RJ, RS, PR, MG e GO) oferecem peças que vão de R$ 30,00 a R$ 300,00. 


Confiram as marcas que estarão presentes:

Moda feminina: Chica Bolacha, Oh! Querida (pop); Lollaboo, La Lolitta, Melinde, Gracia Alonso, Antonieta Plus Size, Asobi Mode Japan, Atual Plus e Nina Vazquez (contemporânea); For Love, Attribute (jeans); Gamaia Esportes (fitness); Assens, Na Beca Tamanhos Reais (casual); Fashion4Me (premium); Upsy, Madeleines (retrô); Ela Desfila (ponta de estoque); True E-motion (urbana); Lollaboo (moda jovem); Coletivo de Dois, Atelier Cretismo, Fleur Rose (artesanal); Kye Kye, Rainha Nagô (afro); Flaminga, Zuya (multimarcas), Club Plus (importada) e We Love (sob medida).

Moda masculina: Pano Bruto (camisetas); Rainha Nagô (afro); Chico (jovem); Lili da Ena (camisas) e Coletivo de Dois (artesanal).

Lingerie/Moda Praia/Dormir: GG.rie, Morisco (lingerie); For All Types (lingerie e moda praia); Víncullus (pijamas) e Cor de Jambo (moda praia).

Acessórios/Bijuteria: Mary Help Acessórios Sustentavelmente Criativos; Korukru (cintos e acessórios); Retalho Riscado (bolsas e acessórios); Thalita Laleme, Basfond e QBela Biju (bijuteria).


O Pop Plus ainda conta com diversas atrações como apresentações de DJs, de dança (salsa, American Tribal Style, dança do ventre, burlesca) e de drag queens; exposição de fotos do projeto Cada Uma com poesias de Rack Land (@historiadefogo); desfile do projeto África Plus Size; e encerramento (domingo, a partir das 19h) com uma das revelações da música brasileira, a cantora Karla da Silva. O evento é totalmente planejado para acolher, empoderar e divertir o público – feminino e masculino - que veste acima do 46.


No Pop Plus dá para encontrar outros produtos bem bacanas na Corações & Alfinetes (canecas e coisinhas) e Ateliê Vanfil (acessórios para café).

E para o passeio ficar completo tem comidinhas também: crepes, raspadinhas e bebidas em geral (Yuki no Kakigori), comida baiana (Acarajé da Socorro), bolos e brigadeiros (GodinBell) e deliciosos cupcakes (Cupcake Ito).

Obs: A gente sabe que nem todos os leitores são de São Paulo, por isso procurem as marcas citadas nas redes sociais pois muitas vendem online também! 
#ficadica ;)

Serviço:
13º Pop Plus
Data: 18 e 19 de junho (sábado e domingo)
Horário: 10h às 20h
Local: Club Homs (Salão Nobre)
Endereço: Avenida Paulista, 735 - Jardim Paulista - São Paulo/SP (próximo ao Metro Brigadeiro)
Entrada: R$ 5,00 (somente em dinheiro)


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11 de junho de 2016

Rodarte: Flower Power "Gótico"

O friozão já chegou nesse nosso outono e é agora que me sinto mais empolgada pra postar, mesmo com atraso, alguns desfiles mainstream da temporada fall/winter, que se destacaram pra mim na questão de sempre: ou por associação com as subculturas/cultura alternativa ou pelo Dark Glamour.
Pra este desfile da Rodarte, Kate e Laura Mulleavy foram pra cidade de Berkley, na Califórnia, que ainda conserva o clima flower power da época hippie. Elas fizeram também um visita ao Caffe Trieste, o lugar onde reza a lenda que Francis Ford Coppola escreveu O Poderoso Chefão. E não apenas isso - há traços estéticos de um de meus períodos artísticos preferidos: a art nouveau. E algumas peças com silhueta anos 1920 (amo)!
De repente você pensa que fazer uma coleção inspirado no flower power hippie precisa resultar no óbvio "vestido colorido estampado estilo bata ou kaftan", essa coleção mostra que é possível sair do óbvio, do cliché. Tanto que ficou uma espécie de flower power "gótico", cheio de rendas, tule e drama. É bom pra mostrar que criatividade não precisa e nem deve ficar se limitando ao estereótipo. Ah e achei incrível o enfeite de cabelo da última foto! Uma "coroa de flores" que também sai um pouco do convencional.

Como vocês sabem, também fazemos postagens exclusivas para nosso Tumblr (que não são postadas aqui), e os desfiles de  Givenchy e Louis Vuitton já estão lá! 

 - CLIQUE NAS IMAGENS PARA VÊ-LAS MAIORES, COM DETALHES -


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3 de junho de 2016

Adultos em Idade Produtiva: Criatividade tem limite de idade?

Quando Ari Seth Cohen criou o site Advanced Style (que por sinal, nós amamos!), conseguiu mudar a visão e fortificar um segmento que a indústria não prestava atenção. Aqueles são idosos da Geração Silenciosa e da Geração Baby Boomer, que vieram ao mundo para transgredir, seja quando jovens das décadas de 1940 a 1970 ou idosos nos anos 2010. Percebendo aí um público importante, o comércio que não é bobo, aproveitou para investir nesse mercado que tende cada vez mais crescimento, apesar de alguns editores de moda afirmarem ser algo passageiro. De lá para cá, começou a se falar sobre a "juventude sem idade", da qual deu ênfase a esse consumidor que acabou virando o rosto de várias marcas estrangeiras em 2015.

Recentemente circularam no Facebook, links de sites variados que celebravam mulheres acima de 60 anos com cabelos coloridos, foi ocultado que algumas delas são modelos ou trabalhavam com arte/design. O ponto observado por nós ao visitar esses links foi: ter cabelo colorido acima dos 60 anos está fácil de ser aceito pela sociedade, pois aposentados podem fazer o que quiserem de suas estéticas. Os anos de cobranças sociais já passaram. Eles não devem nada pra ninguém, já cumpriram as obrigações exigidas de um cidadão que é trabalhar e dar dinheiro ao Estado.   

idosas com cabelo colorido

Quais as diferenças entre ser ousado na adolescência e quando idoso? Como é ser ousado na idade produtiva?
Nos primeiro caso, é uma fase de experimentações e descobertas. O segundo cumpriu os deveres como cidadão e contribuiu para o progresso da sociedade. O que já não ocorre com quem está na idade produtiva, especialmente entre os 22 e 60 anos, fase em que não há desculpa para cometer imaturidades, as responsabilidades são cobradas, você tem que trabalhar para sobreviver e por causa disso é obrigado a se submeter a situações que a adolescência ou a velhice dariam a liberdade de escapar. Como ser transgressor nessa faixa etária? Como desconstruir as regras sociais? 

Quando a moda se aliou ao marketing para vender juventude, venderam para os Baby Boomers e as gerações seguintes (incluindo as nossas!) que ser criativo é ser jovem, que se nos mantermos criativos quando adultos, não envelheceríamos nunca. O problema é que automaticamente nos transformamos em "adultos crianças", ou seja, pessoas infantilizadas, desesperadas para chamar a atenção, com medo de envelhecer, "nostálgicos", sendo comum se enturmar com os jovens para não perder a criatividade. É uma linha tênue.
Só que pais ou mães que "se enturmam com os jovens" são constantemente mal vistos e criticados. Ser transgressor em idade madura, incomoda tanto assim? Quem nos ensinou que isso é ruim? Por quê?


Criatividade e liberdade não tem idade!
Lembre-se que muitos eventos e publicações alternativas são geridas por adultos - como esse blog. Nossa fase adolescente já passou faz tempo. Parte do preconceito que sofremos é pensarem que somos imaturos porque insistimos em sermos alternativos aos 30 anos. Todos querem mudar nosso jeito e estilo. E esse é um preconceito pesado, algo que ninguém se importa de reproduzir, afinal, estamos em idade produtiva e precisamos cumprir nossas obrigações de cidadãs trabalhando e pagando os impostos pra sustentar o sistema. Devemos esperar atingirmos 60 anos pra voltarmos a sermos ousadas como as senhoras ilustradas acima?? E só daí nos celebrarão como cools?

Gwen Stefani aos 30 anos de idade: "Fiz 30 e quero ser adolescente de novo", diz ela. Na época Gwen pode não ter se ligado, mas ela inconscientemente também associou irreverência e criatividade com juventude.


A "idade produtiva" não é cool o suficiente para a sociedade?
Como exemplificado no post anterior, é um mito colocar que só pessoas muito jovens possuem ânsia de mudanças, são mais criativas, se manifestam e o que mais de adjetivos forem ligados a juventude. Ter o espírito transgressor não possui idade. Ao contrário. A maturidade e o conhecimento adquirido pelos anos de vida nos fazem ser mais assertivos com nossas escolhas. Ou seja, se quisermos mudar algo, vamos ter muito mais chances de acerto devido a experiência e a cautela de observar um problema por todos os ângulos. 

Outro ponto interessante foi desatar o nó que essa questão acaba gerando. É preciso lembrar que vivemos num mundo de diversos contextos sociais, e essa cobrança de "fazer tudo" antes dos 25 pode deixar gente frustrada por se achar ultrapassada para fazer algo que no fundo não tem prazo. Você vive com pais conservadores que não admitem piercing, tatuagem e cabelos coloridos? Seu emprego não permite tais adornos? Acalme-se! É perfeitamente normal esperar o tempo apropriado para poder fazer as coisas que curte, ninguém está velho para ter a primeira tatuagem ou pintar os fios de cores diferentes aos 40. 


A apresentadora Astrid Fontenelle pintou o cabelo de rosa 
pela primeira vez depois dos 50 anos.

Enquanto estereótipos de velhice tem caído por terra, os estereótipos da idade produtiva permanecem. Acredito que essa é a revolução social de quebra de comportamento mais desafiadora no momento!

Vocês acham que a mudança social mais importante se dará no dia em que pessoas em idade produtiva sejam tão celebradas quanto os idosas por terem cabelos coloridos e estéticas alternativas? 


 


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Direitos autorais:
Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer nosso trabalho. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

1 de junho de 2016

Subculturas não tem idade: Adultos que adentram no mundo alternativo

Dentro da Geração Silenciosa, encaixam-se os primeiros frequentadores de subculturas. Nascidos entre aproximadamente 1925 e 1942, deram origem à grupos como Teddy Boy/Girls, Rockers/Bikers, Beatniks, Hippies, a Swinging London e criaram  sonoridades como o Rock n Roll. Dessa geração podemos citar como exemplo Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e pessoas que estão - ou estariam - hoje entre os 70 e os 90 anos de idade.

Mas o que contaremos agora são casos como o de Viva, ilustrado abaixo:
pessoas que adentram subculturas DEPOIS de adultas. 


Viva tem 82 anos e adentrou no punk rock quando estava com 45 anos. O punk a atraiu porque a fazia se sentir livre pela falta de regras. Ela não sabia cantar, mas na cena isso não importa, você é livre pra se expressar sabendo ou não tocar ou cantar. Se você tem o espírito e a energia punk é o que vale, diz ela no vídeo a seguir.


Além de Viva, nos lembramos de Vivienne Westwood que tinha 35 anos quando também se envolveu com a subcultura punk produzindo roupas ultrajantes e criando estilos usados até hoje pelas gerações seguintes.


Recentemente assistindo ao documentário Envelhescência, nos surpreendemos com o caso de Judith Caggiano. Hoje uma senhora toda tatuada que ouve punk rock, ela começou a se tatuar após os 70 anos e adentrou no estilo de vida do filho motociclista.


Temos também Isobel Varley, que fez sua primeira tatuagem aos 48 anos e morreu aos 77 sendo a mulher mais tatuada do mundo segundo o Guinness World Records.


Válido citar algumas musicistas que conseguiram sucesso na faixa entre 27 e 30 anos numa indústria que cria ídolos com idades cada vez mais jovens:

Wendy O. Williams tinha quase 29 anos quando criou a banda Plasmatics, que é considerada por alguns a primeira banda que mistura sonoridade e atitude punk com o metal.


Cindy Lauper explodiu nos anos 80 com 30 anos de idade.

Kim Gordon é outra que começou na banda Sonic Youth aos 28 anos.

Debbie Harry tinha 30 anos quando o álbum Blondie foi lançado.

Shirley Manson tinha 29 anos quando a banda Garbage estourou, ela conta que "se sentia velha" como contamos neste post dedicado ao estilo dela.



Estudos olham as subculturas apenas como cultura juvenil.
E de fato, em grande parte era, mas isso parece estar mudando
na medida em que o mundo passa a permitir uma maior liberdade de expressão da individualidade.


Os casos acima, entre outros, nos chamam a atenção por saírem fora do conceito de que é permitido somente aos jovens a rebelião, a contestação e o uso de estéticas alternativas. O próprio Marketing de massa explora a ideia de que adultos devem se comportar dentro da normalidade enquanto estão na idade produtiva.

Observando isso, também notamos um atraso significativo nos estudos de moda e comportamento relativos à esse tema, por exemplo: a moda mainstream só dá valor aos estudos de jovens até 24 anos ou após os 60, as idades entre estas são ignoradas. Enquanto que as subculturas estão à frente, quebrando as regras de todas as gerações. 

Nestes estudos mantém-se a ideia que o adulto não pode ousar nem ser criativo. Tem que ser um robô. Tem que passar pelo esquadrão da moda pra jogar a criatividade fora porque "já passou da idade". Criou-se essa coisa de que a criatividade, transgressão e rebeldia só pertence aos jovens. No nosso ponto de vista, isto não é verdade. Isso não tem idade.


Subculturas podem soar ultrapassadas na pós modernidade,
mas é impressionante como são relevantes em termos culturais. Ainda seduzem jovens e adultos que estão com disposição de quebrar as regras!



Enquanto muitos dizem que ser alternativo “não é só uma fase”, o que dizer de pessoas que estão se descobrindo parte de subculturas na idade produtiva: aos 30, 40 ou 50 anos? E aí, vamos podar essas pessoas? Vamos dizer que elas estão erradas, estão sendo imaturas ou com medo de envelhecer e pedir pra elas largarem de lado suas criatividades e novas descobertas?
É isso que vamos continuar analisando no próximo post.


 

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