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25 de junho de 2014

Entrevista com Angélica Burns, vocalista das bandas Scatha e Diva

Nós amamos mulheres na cena rock e metal! Embora cada vez mais nós tenhamos representantes femininas nestes gêneros musicais, elas ainda não tem um espaço igualitário comparado com as bandas masculinas na mídia especializada. Mas sempre há aquelas que amam música, lutam por espaço, se profissionalizam e ganham destaque na cena underground e alternativa nacional.
O post de hoje é uma entrevista com uma de nossas garotas do metal, Angélica Bruns, vocalista das bandas Scatha (thrash metal feminino) e Diva (Death Metal). 
Angélica vem se destacando pelo seu vocal gutural e sua dedicação ao metal extremo e no dia 06 de julho tocará no evento Metal Jam no Circo Voador (RJ).
Nesta entrevista ela fala de música, mulheres na cena, de como é viver numa cidade como o Rio de Janeiro e de como é ter morado na cidade mais gótica da Alemanha e até mesmo seus perrengues pra encontrar roupas que gosta dentro de nossas (ainda) limitativas modas mainstream e alternativa, acompanhem:


A Scatha vai completar dez anos na ativa. Quais são as maiores dificuldade da indústria para a cena thrash? Já passaram por frustrações de pensar em desistir?
Primeiramente pessoal gostaria de agradecer pela oportunidade e dizer que é uma honra participar do blog de vocês. Mas então vamos lá, vocês quase acertaram o tempo da Scatha. Completamos ano que vêm 10 anos. A banda foi formada em meados de 2005. Eu entrei apenas em 2007 e estamos na luta desde então. A cena underground carioca é muito gratificante, mas ao mesmo tempo você sempre fica pensando que falta algo. Pra gente é sempre um prazer fazer shows aqui no Rio de Janeiro, o público sempre é muito receptivo e apoia a gente de várias maneiras, desde simplesmente ir ao show, até comprar cd e camisa nosso. Mas ao mesmo tempo, temos a impressão que não saímos do lugar. Ao longo desses anos, fomos destaques em várias revistas do gênero, fomos selecionadas pela Roadie Crew para participar do Metal Battle em 2007, enfim muita coisa legal aconteceu pra gente. Mas ainda não conseguimos chegar aonde queremos. E acho que o Rio de Janeiro carece de muitas oportunidades pra nós ou qualquer outra banda sair do lugar. Acredito que as bandas de São Paulo têm muito mais chances de ganhar destaque nacional devido ao suporte que é possível ter lá. Lá existe uma verdadeira cena do Rock e do Heavy Metal, uma galeria inteira comercial com produtos do gênero, inúmeras revistas, rádios, estúdios, gravadoras, shows internacionais quase que diários, locais para tocar com maior estrutura e etc. Pra vocês terem noção nem a maior revista de metal do Brasil é mais vendida aqui, a Roadie Crew. Por esses motivos, muitas vezes é frustrante mesmo para as bandas aqui do Rio de Janeiro, mas nunca pensamos em desistir não. Já tornou parte de nossas vidas tocar na Scatha.

Sabemos que falar de machismo no heavy metal é um tabu, é raro este assunto ser abordado no Brasil. Você sente diferenças no tratamento para bandas de homens e bandas de mulheres? 
Quando o público não conhece a banda feminina que vai subir no palco, ainda existe sim algumas pessoas com aquele preconceito enrustido de achar que não vai ser boa. No entanto, eu tenho visto isso com menor frequência na cena. Já não é uma visão da maioria das pessoas, justamente devido às inúmeras bandas femininas competentes que vem aparecendo na cena tanto brasileira quanto mundial.


Nós sentimos uma carência de “mulheres do rock” no país, podemos citar apenas Rita Lee e Pitty como representantes pra um público mais “popular”, enquanto que no exterior há mulheres (Doro, Lita Ford) ou bandas de mulheres (Crucified Barbara) com algum destaque na mídia especializada em rock/metal. Alguma ideia de por que aqui, no Brasil, mulher no rock só se destaca se amenizar seu som pra um lado mais pop e as bandas de metal femininas ficam muito restritas ao underground ganhando pouco espaço em publicações?
Pois é, não sei dizer por que aqui no Brasil temos menos representantes. Talvez porque as oportunidades tanto para bandas masculinas como femininas sejam menores, portanto, as mulheres, que infelizmente estão em menor número, saem perdendo. Mas como eu já disse, pelo menos na cena underground, tenho visto cada vez mais mulheres se destacando. O que falta para elas despontarem é oportunidade mesmo. A cena Rock e Metal do Brasil anda muito fraca mesmo, fica complicado. 

Você passou por uma experiência sonhada por muito alternativos que é morar na Europa, no caso na Alemanha. Pensou em ficar definitivamente? Percebeu que poderia ter mais possibilidades no seu trabalho vivendo por lá do que aqui?
Eu fui morar lá porque tive a oportunidade de ganhar uma bolsa do governo alemão para estudar. Engraçado vocês perguntarem sobre isso porque na época eu tinha a opção de escolher dentre 5 cidades. Não me lembro quais eram as outras cidades, mas escolhi Leipzig. Essa escolha foi baseada justamente no meu estilo de vida. Fui pesquisar sobre a cidade e além dela ser perto de Berlim, cidade considerada centro cultural da Europa, ela era a cidade com a cena gótica mais forte de toda a Alemanha. E isso me chamou atenção. Depois descobri que o vocalista do Rammstein também tinha nascido lá. E isso foi o suficiente para eu escolher a cidade. Curto muita coisa do gênero gótico e foi uma experiência muito legal estudar em Leipzig. Lá tinha muitas e muitas lojas com moda gótica, vocês não tem noção da quantidade e tamanho das lojas. E é muito interessante porque lá eles vivem 24 horas no estilo gótico. Lembro de nos primeiros dias lá eu indo estudar de manhã e ver vários góticos de sobretudo, maquiagem pesada, cabelos verdes, rosas, azuis, 8h da manhã completamente montados. Achei muito louco. Também passei por Hamburgo, uma das cidades mais headbangers do país devido ao Wacken. Lá tem uma cena bem legal, várias lojas de metal e até uma loja só de coisas vikings. Óbvio que já pensei em morar lá, penso constantemente sobre o assunto. Embora eu fosse sentir uma falta absurda dos brasileiros calorosos [risos]. Assim eu tenho certeza que se eu tivesse nascido lá, eu teria mais oportunidades na cena metal e poderia até, quem sabe, viver da minha música por lá. Mas a ideia de sair daqui e recomeçar tudo lá sozinha não me anima muito. Já tenho 24 anos, estou velha pra começar tudo do zero na cena alemã [risos].


Sobre o Rio, você sente diferença do público alternativo por regiões (zona sul, zona norte, baixada,...)? Inclusive, já teve oportunidade de conhecer outros públicos do país?
Olha não vejo grandes diferenças comportamentais, já fiz shows em vários locais do Rio de Janeiro e quando falamos de receptividade todos são ótimos. Consigo notar talvez uma diferença de estilos. Na baixada tem mais uma galera gótica, na zona norte o metal extremo é muito valorizado e várias bandas muito talentosas surgiram dali e na zona sul acho que a galera é mais heterogênea tendo gente que curte de tudo um pouco. Mas é só uma impressão superficial minha, posso estar enganada. Fora do Rio, já tocamos em Brasília, abrindo para banda alemã Rage, em Belo Horizonte e em São Paulo. Mas a maioria dos nossos shows são no Estado mesmo do Rio de Janeiro, cidades como Macaé, Volta Redonda, Campos, Barra do Piraí, entre outras. Nós adoramos essas cidades porque a galera agita demais. Eles ficam loucos, é muito legal.

Banda Scatha
 Quais locais você indica para os amantes do rock frequentarem no Rio? 
Bom, acho que o lugar que eu mais frequento é o Calabouço Rock Bar na Tijuca. É um bar superlegal e sempre tem shows maneiros rolando. Outro lugar que também frequento é o Heavy Duty também na Tijuca. São os dois lugares que tem constantemente programação do estilo. Fora isso, também frequento os shows da cena que acontecem no Teatro Odisséia ou também no Planet Music em Cascadura. Super indico todos os lugares.

Sobre Moda: O que você gosta de comprar? São de marcas brasileiras ou estrangeiras? Consegue achar aqui o que quer vestir?
Então, super adoro moda. Mas é muito exaustivo conseguir achar coisas que eu gosto. Fora isso, não ligo muito pra marca de loja, minha estratégia é sempre entrar em toda e qualquer loja e procurar algo que eu possa gostar. Já achei umas peças superincríveis em lojas inesperadas. Mas é bem difícil mesmo pra eu achar coisas legais por aí. 


Observamos em fotos a predominância da cor preta nos seus looks. Você é só assim no palco ou no dia a dia? Como se vira para se vestir no calor de 40 graus? Aliás, se sente deslocada por não pertencer ao típico lifestyle carioca?
As roupas que uso nos palcos não são as que eu uso no dia a dia. No cotidiano me visto bem informal mesmo e casual. Trabalho na área de comunicação e felizmente não tenho que trabalhar com look social. Uso um visual que eu goste uma calça jeans ou legging e uma camisa simples ou t-shirt descolada. Além desse visual básico, sempre tento usar algo que indique meu estilo. Num dia chuvoso, ao invés de usar uma bota mais tradicional, uso um coturno e por aí vai. Comprar roupa pra mim é uma tarefa bem difícil aqui no Rio de Janeiro, é bem cansativo. Acho que ou meu gosto é muito difícil ou eu estou morando no lugar errado. Pra vocês terem uma ideia, existe uma época do ano que eu quase não consigo comprar nada, é a época que chega às coleções primavera verão. Não consigo comprar roupas de tons pastel, claros ou roupas com padrões estampados muito marcantes ou coisas florais. De forma geral, gosto de vestir coisas de cores mais frias como preto, branco, azul, cinza, verde. Às vezes opto por vermelho ou amarelo, mas bem menos. Assim, de acordo com meu gosto, as roupas de inverno e outono se encaixam mais no meu estilo e essa é a única época que eu saio pra fazer compras.


Sente falta como consumidora de um mercado alternativo brasileiro mais amplo e profissional? (Lá fora já existem Semanas de Moda, revistas especializadas, marcas para todos os tipos de subculturas e tamanhos, etc...)
Pois é isso é um problema constante pra mim. Não existem lojas especializadas no Rio de Janeiro do estilo alternativo e por isso você tem que fazer uma peregrinação em todas as lojas pra achar alguma coisa legal. Conheço várias marcas tanto dos EUA, como da Europa e fico aqui olhando os sites e babando. O que eu tento fazer é caçar em lojas e quando a situação fica muito difícil ou tenho algum evento importante pra fazer e preciso de roupa, compro uma passagem e vou pra São Paulo na galeria do Rock. Fora isso tem lojas de outros estados que vocês até já divulgam aqui no site, Black Frost e Dark Fashion, são duas lojas que também compro. Pra mim, a Black Frost é a que melhor atente ao meu gosto de roupas alternativas. Outra loja que também conheci há pouco tempo e também tenho comprado é a Sweet Sam Moda Alternativa, lá tem roupas de todos os estilos e é perfeito pra quem gosta de roupas personalizadas e customizadas.


Uma questão que abordamos com frequência no blog, é o fato do meio alternativo estar se abrindo para padronizações. A cena que deveria ter pessoas com cabeças mais abertas, aceitar as diferenças, no entanto parece estar retrocedendo. Um exemplo é a ditadura da beleza. Você já sentiu alguma pressão pela estética, principalmente por ser vocalista? Qual sua opinião sobre o assunto em geral?
Existe sim uma pressão estética. Se vou subir no palco tenho que estar sempre linda e alinhada e uma coisa que me preocupa muito é aquela coisa de não poder repetir roupa [risos]. Isso coloca uma pressão bizarra em mim de ter que achar mais e mais roupas, porque a cada show eu tenho que ter um visual diferente, hoje em dia todo mundo tira foto dos shows, fica feio repetir uma peça várias vezes. Assim eu fico que nem uma louca pra achar roupas novas e às vezes não consigo achar, é uma loucura. Mas acho que é uma pressão mais minha do que do público em si. De qualquer maneira, a gente sabe que não pode subir no palco de qualquer jeito porque a atenção vai estar todas em nós. Mas no fundo eu adoro. Na Scatha acho que sou uma das meninas que mais invisto nessa coisa do visual, justamente por ser frontwoman. É até engraçado porque eu gosto de usar corset né, curto algumas coisas de uma pegada mais gótica e sexy e as meninas são mais tradicionais, ai pedem pra eu pegar leve. Não faz muito sentido uma vocalista de Thrash Metal cantar com um corset no palco, né? Então eu tenho que me policiar com isso também, mas à minha maneira tento colocar uma pitada do meu gosto no visual de palco. 





Deixe um recado pras meninas do rock que querem montar bandas, como elas podem começar e alguns conselhos.
Então meninas se vocês sonham em ter uma banda à primeira coisa que vocês têm que fazer é investir no seu talento. Se você gosta de cantar ou tocar um instrumento, invista em aulas com profissionais, não há nada melhor que ter o conselho deles pra ajudar a gente no começo da carreira. Usem a internet, colégio, faculdade, até as nights pra encontrar gente com o mesmo gosto musical que o seu e montar a banda dos seus sonhos. Depois disso, usem a internet, muito e muito em todo seu potencial pra divulgar o trabalho de vocês. E depois é só aproveitar tudo que uma banda pode trazer e proporcionar pra gente. O caminho não é fácil, mas ao mesmo tempo é muito gratificante. Não desistam e vão atrás do sonho de vocês! Um beijo pra todas e todos que tiveram a paciência de ler essa entrevista! Quem quiser conhecer mais meu trabalho, basta me procurar no Facebook. Tenho perfil e página com alguns dos meus trabalhos. Espero que tenham gostado! Mil Beijos

Links da Angélica:


Entrevista por Lauren Scheffel

16 de junho de 2014

A História da loja Biba e o seu legado

A história da loja Biba se inicia junto à rebeldia de Londres nos anos 60. Seguindo o ritmo da contracultura, a marca abraçou os jovens que viviam intensamente suas excentricidades e que procuravam uma moda menos careta e mais informal. 
Seu conceito para a época foi visionário, poucas lojas até hoje conseguem se encaixar e sobreviver nesse padrão. Precursora do fast fashion, alavancou o formato de departamento chegando a vender de tudo, até fralda roxa de bebê! 


Tudo começou com Barbara Hulanicki e seu falecido marido Stephen Fitz-Simon. Ela, uma polonesa radicada na Inglaterra, estreou na carreira como ilustradora de moda em grandes jornais e revistas, a exemplos British Vogue e Women’s Wear Daily. 
O começo da marca veio por sugestão de Simon, quando lhe propôs desenhar peças de roupa e vendê-las por correspondência. Assim nasceu a Biba’s Postal Boutique. Um negócio pequeno mas que ganhou destaque em colunas de moda como a do jornal Daily Mirror.

Anúncio no jornal.

Procurando vendedoras.

Depois de algumas tentativas, o primeiro sucesso viria num vestido com estampa vichy cor de rosa e um lenço de cabeça combinando. Venderia como água e a renda obtida permitiria a abertura da butique na Abingdon Park em 1964. Dali em diante, seu crescimento comercial e midiático seria estrondoso. 

O vestido

Barbara Hulanicki, ao centro

A loja no início


Para suportar o volume, necessitou mudar de lugar algumas vezes. A última e mais impressionante foi na Kensington High Street, onde se transformou em loja de departamento e chamada de Big Biba. Tinha cinco andares, decoração Art Dèco, sofás de veludo, paredes pintadas de preto e rock n’ roll tocando bem alto. Infelizmente, a expansão trouxe problemas sérios, e o resultado foi o seu fechamento em 1976.


Curiosidades:

-  O nome Biba veio do apelido que a irmã mais nova de Barbara tinha. "Era feminino e incomum, um nome que as pessoas poderiam tirar suas próprias conclusões", revelou a dona.

- A marca criou jornal próprio em 1973. O primeiro exemplar (abaixo) teve 17 páginas com textos de David Smith e fotos de Rolph Gobbits.


- Além do comércio de roupas e cosméticos, havia também a de alimentos, como restaurante e vendas de sorvete. Repare que a imagem tinha um quê de Carmem Miranda. 


- Logotipos no estilo Art Noveau.



Alguns fatores para a Biba ter alcançado notoriedade: 

- O local caiu no gosto de nomes famosos, o que fez com que se tornasse ponto de encontro de grandes artistas daquela geração. Começando por Cathy McGowan, uma inglesa que ganhou fama ao apresentar o programa Ready Steady Go!. 
A influência e fama de Cathy eram tamanhas, que ganhou o título de Rainha dos Mods e virou ícone de Twiggy, nas palavras da própria modelo. Além das citadas, Mick Jagger, Yoko Ono, Brigitte Bardot, Jean Shrimpton, Mia Farrow, entre outras personalidades, também frequentavam a loja. 

Cilla Black (com o manequim na mão) e atrás Cathy McGowan 

- O preço das peças ser baixo facilitava a acessibilidade de diferentes camadas sociais como consumidoras. Imagine você poder comprar no mesmo local que Mick Jagger? Era o que ocorria. Barbara chegaria a comentar o fato: Todas as classes se misturavam sob o rangido do telhado (da loja). Não havia distinção social. Seu denominador comum foi a juventude e a rebeldia contra o establishment. 

- Apesar de ter iniciadoo com roupas, criou fama também com os cosméticos que chegaram a ser vendidos para 33 países, incluindo o Brasil. A marca foi à pioneira ao introduzir batons em cores incomuns, como marrom, preto, verde e o Metallic Grandma, uma mistura de azul marinho com brilhos de prata. Aliás, foi o primeiro local a permitir o teste de produto antes de se comprar. 


- A Biba tinha seu estilo de maquiar, conhecido como “The Biba Look” ou “Dudu Look”, inspirado nos anos 20 e 30.

    Twiggy e um anúncio demonstrando como se ter o olhar "Dudu"

-Sabem quem trabalhou por lá? Anna Wintour! Foi seu primeiro emprego como assistente de loja, tinha apenas 15 anos e foi arranjado por seu pai, o editor Charles Wintour. Dizem que um dos interesses que fizeram Wintour prestar atenção na moda era assistir ao programa de Cathy McGowan. Acho que agora dá para entender de onde saiu a inspiração para seu famoso corte de cabelo.
     
 Anna Wintour quando jovem.
Cathy McGowan entrevistando Paul McCartney.


- Não existia nada na vitrine. O objetivo era não atrair (isso mesmo!) as pessoas a entrarem na loja.

- As peças da Biba são supervalorizadas no mercado vintage.

- Logo após o fechamento da marca, em 1976, a designer e o marido se mudaram para o Brasil. Eles viveram no Rio e em São Paulo. Nesse período, abriram na capital paulistana a Barbara Hulanicki, localizada na Alameda Franca. Além da venda de roupas, seria lançada uma linha de maquiagem com o mesmo nome. Depois da temporada brasileira, ainda na década de 80, retornaram a Inglaterra.


Barbara hoje em dia


Atualmente, Barbara mora em Miami e se concentra fazendo desenhos exclusivos que vão desde projetos de moda a hotéis. Depois de desenhar para Fiorucci e Cacharel, entre os últimos trabalhos está sua colaboração para uma coleção TopShop em 2009 e outras mais recentes para Asda.

Em 2006, Biba foi relançada sob o comando de Bella Freud, filha do renomado pintor  Lucien Freud. A estilista lançaria apenas duas coleções e deixaria a marca para lançar a sua própria. Em 2009, a House of Fraser compra a companhia da qual detém os direitos até hoje e comercializa somente via site. 

Mesmo com a revitalização, a nova Biba ainda não conseguiu alcançar o esplendor igual aos tempos áureos. Barbara critica severamente a atual dona da empresa por cobrar muito caro, fugindo do objetivo primário. “Eu adoro ver as pessoas felizes por fazerem compras sem se sentirem culpados porque elas gastaram dinheiro demais. Eu quero fazer o que sempre fiz, roupas para jovens que vivem em conjugados”. 

Essa é a verdadeira Biba que deverá ficar marcada para sempre na memória da moda, inspirando até mesmo, o mercado alternativo.


* Texto e pesquisa das autoras do blog. Se forem usar trechos ou como referência, citem o link como fonte pra não ter problemas com os direitos autorais ;)

9 de junho de 2014

Dica de Loja: Stooge: "Ser diferente é privilégio de poucos!”

O Paraná tem se revelado um Estado de destaque em termos de marcas de moda alternativa, a dica de loja de hoje é da Stooge que fica na cidade de Apucarana.
Ser diferente é privilégio de poucos!” é o slogan da marca que desde 2009 oferece uma gama variada de produtos, desde roupas e acessórios masculinos e femininos passando por alguns produtos infantis e para casa.

Links da Stooge:


Completando 5 anos de existência, marca faz produtos inspirados no streetwear com uma pitada de rock e muitas referências alternativas. Abaixo algumas das belas fotos do catálogo de Inverno 2014 que tem variadas referências.
Na moda feminina, vemos desde vestidinhos pretos com transparência de referência mais romântica, passando por camisetas estampadas, com destaque para as que tem manga raglã. Tem jaquetas esportivas ao estilo anos 50, da mesma época notamos cardigans e referências dos anos 90 como moletons, blusas mais curtas e vestidos camisola. Destaque pro vestido tubinho de bolinha, uma releitura retrô que lembra os anos 40/50 e peças mais moderninhas como os shorts curtos estampadinhos. O toque mais punk aparece nas peças com animal print.

No caso masculino, a referência street é forte: calças, bonés, camisetas estampadas com caveiras e jaquetas ao estilo esportista das escolas americanas dos anos 1950 em cores neuras como preto, vermelho, cinza.



O maior destaque desta coleção são as estampas, tanto as masculinas quanto as femininas foram desenhadas pelo artista e tatuador Rob Pluvia Oliveira. Rob começou a tatuar em 2010 e hoje tatua no estilo neo-tradicional na cidade de Curitiba. 


Esse processo de lojas alternativas trabalharem junto com artistas é crescente no exterior, já que fornece para as marcas diferenciação através das estampas. A arte de Rob nas peças de inverno 2014 da Stooge fizeram muita diferença, transformaram uma peça básica em uma peça original e ainda com assinatura de um tatuador! 


A marca tem uma grande variedade de acessórios, separei uns exemplos perfeitos pro clima atual: toucas, boné, cachecol e polaina!


Mochilas, fronha e almofada...


A coleção infantil segue os mesmos modelos das peças adultas mas em tecidos apropriados para as crianças.



Separei algumas peças da coleção feminina...
 
 

e da masculina:




Review: Touca e Vestido Stooge
Apresento agora o review de duas peças da coleção de inverno 2014 uma touca e um vestido camisola. Logo de cara a gente percebe a dedicação da marca aos detalhes: os produtos vieram nesta caixa, com o logo e endereço da marca.



Junto com os produtos veio uma boa quantidade de adesivos diversos com o nome/logo da marca. Eu adorei também o saquinho personalizado com o logo. São detalhes que fazem você fixar a marca/logo na memória.



A touca é preta, grande - e está na atual tendência grunge anos 90 - tem aproximadamente  30 cm e um fio prateado entre os pontos que dá um brilho discreto e bem feminino. Dentro da touca, uma etiqueta de tecido estampada com caveirinhas e um logo em metal com o nome da loja


Detalhe para as tags, super bem feitas, é como uma moldura do espelho e dentro um tecido/etiqueta estampado com caveiras, rosas e os dizeres "Sublime" inverno 2014. A caveirinha do centro é um pin, um alfinete, você pode retirar e usar nas roupas, achei isso muito legal!!
Na parte de trás da tag tem o slogam da marca: "Ser diferente é privilégio de poucos" junto do nome Rob Pluvia Oliveira, o tatuador que criou as estampas pra coleção inv.2014.


O vestido camisola foi muito usado nos anos 90 como parte da moda grunge e kinderwhore e está de volta atualmente repaginado. Esse vestido preto com estrelinhas tem renda na barra e estampa grifada do tatuador Rob Pluvia Oliveira, as alças são reguláveis permitindo um maior ou menor decote. O vestido é ao mesmo estilo de um com estampa de coração nas fotos do catálogo logo acima no post.


Uma coisa importante a ser dita: a estampa é no tecido, ou seja, após o artista criar a estampa foi necessário todo um processo de estamparia localizada no cetim. Gente, isso é um trabalho super bem feito, não tem uma falha na estampa! É um produto com qualidade refletindo que os proprietários se preocupam em oferecer um ótimo produto pros clientes.

Do site suuuuper interessante, da loja virtual, das fotos profissionais e bem editadas dos editoriais das coleções; da caixa, do saquinho, dos adesivos, das etiquetas das tags e dos pins que vem em cada uma delas, você sabe que todos esses mimos são incluídos no preço das peças. Esse tipo de atitude, que investe nos detalhes, nas pequenas coisas que fazem o consumidor ficar encantado revela como cada vez mais profissionalizada e sério estão as lojas alternativas nacionais!

Então, queremos muito convidar vocês pra visitarem  o site e a loja da Stooge e conhecerem os produtos e não deixem de depois voltarem aqui e dizerem o que acharam. E lembrando que até dia 20/06 a loja tá com frete grátis!
Vale também entrar no link "onde encontrar" porque a Stooge tem revenda em muitas mas muuuuuitas cidades e lojas do país, dá uma procurada pra ver se tem alguma perto da sua cidade até mesmo pra você ver pessoalmente a qualidade dos produtos.
E se você já tem loja alternativa e quer revender a Stooge, também tem uma sessão pra atacadistas!
Espero que tenham gostado de mais uma dica de loja!


*Publipost

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