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4 de maio de 2017

Os Movimentos Krautrock, Glam, Proto-Punk e o Beat

O que exatamente foram os movimentos Krautrock, o Glam, o Proto-Punk e o Beat e o que eles significaram? Conheci um pouco mais sobre estes movimentos ao ler o livro "Mate-me, Por Favor - A história sem censura do punk" de Legs Mcneil e Gillian Mccain, que conta a história do punk.

Movimento Krautrock
O movimento Krautrock, também conhecido como Krautwave, é um movimento musical das bandas experimentais da Alemanha, do fim da década de 1960 e início da década de 1970. Inicialmente o nome "Krautrock" tinha significado pejorativo, uma vez que seu significado literal une as palavras "pessoa alemã" com "repolho azedo". Mais tarde, com o evidente sucesso das bandas, ganhou um significado positivo, atualmente sendo visto como reconhecimento. São bandas que fazem parte deste movimento: Tangerine Dream, Faust, Amon Düül II e Can, dentre muitas outras. Fica então, a deixa para pesquisar e conhecer bandas novas! Essas bandas manifestavam em suas músicas uma rejeição à cultura anglo-americana dominante nos períodos de pós Segunda Guerra, em prol de uma definição própria, mais radical e experimental, que seria a nova cultura alemã.

Além disso, o Krautrock pode ser considerado uma síntese de influências que vão desde a psicodelia da fase inicial do Pink Floyd, Velvet Underground e La Monte Young até as vanguardas eruditas do século 20. Sem esquecer-se das características minimalistas, atonalistas e do free jazz também. Na prática, caracteriza uma obsessão por dissonâncias, ruídos, colagens sonoras, improvisações e uma maior preocupação com o timbre do que com a melodia. Dentre os gêneros pós punk, eletrônico e alternativo existem muitas bandas que reconhecem a inspiração Krautrock, como Joy Division, Sonic Youth, Gary Numan, Throbbing Gristle e Cabaret Voltaire, dentre outras... Obviamente, não se podem denominar todas as bandas alemãs do período como tal.

Kraftwerk / Foto: reprodução

Glam Rock
Aqui entramos em terras conhecidas, pois quem nunca ouviu falar de David Bowie e Kiss, por exemplo? O Glam Rock é um gênero musical nascido no final dos anos sessenta, na Inglaterra. Esse gênero é marcado pelos trajes cheios de purpurinas, saltos altos, glitter, batons, lantejoulas e paetês, sendo usados, principalmente, por bandas masculinas ou figuras que aludiam à androginia, como David Bowie em sua fase Ziggy Stardust. Uma das bandas mais marcantes desse gênero para mim é Twisted Sister, que adoro! Vale lembrar que o Glam Rock se diferencia do Glam Metal por ter um som menos pesado, o estilo teve influencia na subcultura gótica, basta analisar várias bandas e artistas que exageram em seus trajes andróginos e maquiagem pesada, por exemplo.

David Bowie / Foto: reprodução


Proto Punk
O Proto-Punk na realidade não é considerado um gênero musical distinto. Este nome é usado apenas para designar os elementos percursores do punk rock, que vieram de uma grande variedade de origens, estilos e influências. Para designar uma série de artistas da música que foram importantes para a consolidação do punk rock do final dos anos 1960 até meados dos anos 1970. Dentre os grupos e artistas notáveis estão: Ramones, The Who, The Stooges, The Kinks, The Runaways, David Bowie, T. Rex, The Velvet Underground, MC5, New York Dolls, Lou Reed, Television, Patti Smith, Roxy Music, dentre muitos outros. Alguns artistas como Roxy Music e
David Bowie teriam estendido sua influência até movimentos posteriores, como new wave e post punk. Esse é o movimento que mais tenho afinidade, talvez pela leitura que fiz do livro que citei no início desta publicação, que serviu para que eu conhecesse melhor o universo punk pelos artistas e suas histórias.

The Velvet Underground / Foto: reprodução


Geração Beat
Este é um dos meus movimentos favoritos, e acredito, um dos mais importantes. Beat é um termo usado para descrever principalmente escritores e poetas que se tornaram conhecidos no final da década de 1950 e começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que inspiraram - posteriormente chamados de beatniks. Esses artistas levavam vida nômade, ou fundavam comunidades, consistindo desta forma, no embrião do que viria a ser conhecido como movimento hippie. Uma curiosidade é que John Lennon se inspirou nessa palavra para batizar seu grupo musical, The Beatles. Na verdade, a coisa se tornou ainda maior, pois, a Beat Generation, o movimento hippie e antes de todos, o Existencialismo, contribuíram para um movimento maior, hoje conhecido como contracultura. Os ecos da geração beat podem ser vistos em muitas outras subculturas, além da cultura hippie, como na dos punks, por exemplo. Cara, isso tudo me fascina tanto!
Para mim, é impossível pensar em "geração beat" sem lembrar-se do The Doors, que foi uma das minhas bandas favoritas na adolescência. Um dos ícones desta geração é o livro "On The Road", de Jack Kerouac, que é referenciado em diversos filmes e ícones culturais, até mesmo na série em Sobrenatural, que alude à Sal e Dean (personagens do livro). Assisti recentemente ao filme sobre
"On The Road", "Na Estrada" (2012), inclusive com Sam Riley, o mesmo ator que interpreta o Ian Curtis, no filme "Control"! 


The Doors / Foto: reprodução

Espero que tenham gostado dessas breves definições, apenas uma pincelada para quem sabe um futuro aprofundamento e caso queiram aprofundar, recomendo muito, pois há muito que ser conhecido ainda. Quero voltar em breve com mais artigos sobre música e subcultura pra vocês! 

E vocês, conheciam os movimentos?
Qual seu preferido ou que tem mais afinidade?




 
Autora:
Jaqueline Campos é discente de Têxtil e Moda pela Universidade de São Paulo, e produz conteúdo no blog 4sphyxi4. Mora em São Paulo, é amante da cybercultura e eternamente apaixonada por ficção científica.
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Artigo deJaqueline Campos em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.

25 de setembro de 2016

CBGB: o berço do movimento Punk

O título pode ser clichê, mas é a pura verdade. O CBGB fez o movimento punk florescer na América. O intuito era de abrir um clube voltado a música Country, BlueGrass e Blues, a abreviatura do nome, porém havia um problema: aquela não era a cidade certa. Mesmo saindo da proposta inicial, Hilly Kristal conseguiu alcançar o seu objetivo de desenvolver uma cena musical. Ele só não esperava que seria o Punk.

Endereço: 315 Bowery, New York's East Village

O local foi fundado no ano de 1973, em plena Nova Iorque. A cidade estava bem longe de ser a metrópole turística convidativa que se conhece atualmente; muitos bairros eram terras sem lei, com vários problemas que iam de violência a falta de saneamento básico, um verdadeiro descaso e abandono do poder público. Hilly passava por sérios problemas financeiros, já havia fracassado duas vezes nos negócios e acumulava uma baita dívida. Mas resolveu recorrer a mãe e pediu-lhe um dinheiro emprestado para poder abrir seu novo empreendimento. Era para dar tudo errado novamente, mas a vida prepara surpresas.

Hilly Kristal

O projeto começou funcionando primeiro como bar, mas logo Hilly teria a ideia de incluir música. Ele sabia que esse deveria ser o investimento, só não imaginava que estaria ajudando a criar um novo gênero musical, já que seu foco era o country. Foi então que uma banda descobriu o lugar e quis tocar lá: era o Television. Esse seria o pontapé de ambos os lados pois tempos depois, o grupo iria ganhar destaque num artigo de Josh Feigenbaum, da qual serviria como uma significativa propaganda da casa de show.

Cartazes de eventos

Mesmo desconfiado daquele estranho movimento, Hilly abriria espaço para performance de novas bandas, atraindo a cada dia mais e mais gente. O recado era igual a todos que queriam se apresentar: só composições originais. Esse acabou sendo o grande motivo de tanto material rico ser exposto e influenciando outros a seguirem fazendo novas criações. Sente os nomes que viriam a frequentar o local após o Television: Talking Heads, Blondie, Patti Smith, Iggy Pop e Ramones. O último, Kristal chegaria a dizer que jamais fariam sucesso. Seu tino para empresário musical não era dos melhores.

Television

Talking Heads

Patti Smith em 1977.

O sucesso veio e em meados da década de 70, o CBGB se tornou um dos maiores points nova iorquinos. O auge não fez mudar o aspecto do ambiente; continuava uma espelunca, as condições eram precárias e até perigosas. Não havia nenhuma higiene com a comida servida e por tudo quanto é canto encontrava-se cocô do Jonathan, o inseparável cachorro de Hilly. Ainda assim, músicos continuavam atraídos a tocar por lá. The Police, Misfits, The Dead Boys, The Dictators, The Cramps, Joan Jett seriam figuras frequentes. Nos anos 80 viria o hardcore punk, com Agnostic Front, Murphy's Law, Cro-Mags, Gorilla Biscuits, Sick of It All e Youth of Today. Na década seguinte teria outros nomes associados, como Sum 41, Korn, Green Day e Guns n' Roses.

Debbie Harry com o Blondie no CBGB em 1977.

David Johansen do New York Dolls e Richard Hell do Television 
no backstage do CBGB.

Bad Brains.

Joan Jett com Runaways no clube em 1977.

Aqui ela está com Dee Dee Ramone em 1976.

The Runaways.

Plasmatics no backstage CBGB. 
A banda é pioneira na mistura de Punk e Heavy Metal.

Apesar do alcance que teve, o andamento não seria tão fácil. Hilly tinha sérios problemas em gerir o negócio e os fracassos anteriores lhe perseguiam. Chegaria quase a falência, por sorte sua filha conseguiu intervir junto com seu irmão, pagando as dívidas acumuladas com a doação financeira de bandas famosas que começaram no clube. O local sobreviveria até 2006, quando fechou suas portas de vez. Durante o período de existência, 50 mil bandas passariam pelo clube. Hilly Kristal, o reconhecido dono, morreria no ano seguinte.

Curiosidades: a efervescência cultural que rondava o CBGB fez com que fosse palco de muitas criações artísticas, entre elas está Punk Magazine, a revista de John Holmstrom e Legs McNeil vendida dentro do clube. A primeira edição sairia com uma inédita entrevista de Lou Reed.


Entre as dores de cabeça que Hilly enfrentaria, foi se meter a empresariar a banda The Dead Boys. Mas até nessa situação criaria-se um símbolo. Quando o grupo foi gravar o primeiro LP, um dos integrantes tinha adesivado no equipamento uma suástica. A produtora Genya Ravan chamou a atenção dizendo que eles não podiam usar aquilo já que Kristal e ela eram judeus. Nesse momento iniciava punks usando camisetas estampadas com suásticas em forma de protesto contra o nazismo. 

The Dead Boys

Quando o Talking Heads foi introduzido ao Rock n Roll Hall of Fame de 2002, fizeram questão de homenagear Hilly e chamá-lo na apresentação. 

O último concerto do clube foi uma performance de ninguém menos que Patti Smith, em 15 de Outubro de 2006. 

A camiseta com a logo do CBGB se tornou uma peça icônica e também uma marca que ajudava a propagar a imagem do local. Duff McKagan do Guns n' Roses foi considerado um dos embaixadores da qual entre muita ocasiões, entre elas no clipe "Sweet Child O' Mine", apareceria usando a famosa t-shirt.


O banheiro era uma das partes mais famosas devido a sua total podridão. No Met Gala de 2013, dedicado ao Punk, seria reproduzido na exposição o ambiente, mostrando o quão reconhecido era o lugar.


Em 2013 ocorreu o lançamento do filme CBGB, o berço do punk rock. Recomendo muito assistir pois retrata com fidelidade a história do clube, dá para se ter informações muito boas sobre o desenvolvimento do punk americano. Sem contar que quem faz o papel principal de Hilly Kristal é o falecido ator Alan Rickman. 


Quando se fala em CBGB, uma das imagens mais emblemáticas que vem a mente é a dos Ramones tocando no local. A forte ligação não é à toa: o clube começaria a lotar por causa deles. Muitos curiosos iriam para conhecer a banda que havia sido citada em uma matéria especial da revista Rolling Stone sobre o evento New York's Top 40 Unrecorded Rock Talent, promovido em 1975, onde tocaram Blondie, Talking Heads, Television e o grupo.

Tommy Ramone chegou a revelar que o CBGB não era um local para adolescentes ou bandas de garagem. No início, os artistas que se apresentavam eram underground, porém não punks. O público que ia era um pessoal voltado a esfera de Andy Warhol. "Havia todo um elemento intelectual", motivo que contrariava o objetivo dos Ramones de tocar para jovens comuns, pois só tinha o "povo da arte". 



É impressionante como um simples e precário clube conseguiu reunir tantas estórias que mudariam o percurso de três gerações. O que começou no boca a boca, hoje já virou tema de filmes, documentários e livros. A história do CBGB mostra o perfeito espírito punk do "faça você mesmo" que nunca deve morrer dentro de nós, pois só ele faz movimentar o que o Sistema esquece ou exclui. ;)


Leia também: A história da Manic Panic  

Artigo de Lauren Scheffel.

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