Destaques

31 de outubro de 2015

Moda Witchy e Boho Goth no Rock dos anos 60 e 70

A Moda é cíclica e sabendo desse fator, damos uma volta ao passado com o atual modismo witchy e boho goth pra mostrar que a estética já se constrói há muito tempo. Os anos 60 foram marcados pela contracultura, o que influenciou diversos movimentos da época. Apesar do conservadorismo existente, os jovens não se intimidaram e bateram de frente com paradigmas, ampliando suas mentes para além do que lhes eram impostos e assim expandindo seus interesses por temas que até então eram tabus.

Libertando-se de regras, o Rock era a perfeita escapatória. E com sua constante mutação, o estilo musical foi agregando diferentes valores. 
É bem provável que a precursora da estética witchy na cena tenha sido a banda americana Coven. Nascida no final da década, o grupo surgiu se autoafirmando um verdadeiro coven, com imagens dos músicos em rituais e fazendo o famoso sinal do chifre com as mãos (seriam eles os pioneiros antes de Ronnie James Dio). Usavam roupas pretas com modelagens de acordo com o período, no caso, o auge eram batas, vestidos e calças boca de sino iguais aos hippies.


Um detalhe interessante é a vocalista Jinx Dawson. A cantora sobressaía por ser uma das poucas frontwoman, o que refletia a época que estava vivendo: a segunda onda do feminismo e consequentemente o resgate das mulheres pelo autoconhecimento, o que as interligou com os ensinamentos da bruxaria. Mas Jinx não estava sozinha!


Compartilhando o mesmo interesse pelo misticismo, o Fleetwood Mac se inicia junto ao Coven, porém só em 1974, entra no grupo Stevie Nicks com seu visual emblemático, um "hippie dark" (hoje denominamos de boho goth). A estética da cantora era composta por veludos negros ou vermelhos, rendas, modelagens esvoaçantes com muitas camadas, manga sino, chapéus e colares e anéis de pedra. Igual ao que se tem visto atualmente, e não à toa Nicks fez participação especial em American Horror Story: Coven.


Anos depois, na década de 80, talvez o estilo de Nicks tenha servido de inspiração para Kate Bush. É observado com facilidade pontos de semelhanças entre as duas, como por exemplo o gosto por trajes de ballet. A inglesa usou muitas roupas esvoaçantes para dar efeito a suas coreografias, como visto na primeira versão do clipe Wuthering Heights. Mas diferente de Nicks, Bush mostra seu "lado pagão" usando branco.


Seguindo os passos da América, no Brasil, a contracultura também causava ebulição na classe artística e os baby boomers fizeram muito barulho criando movimentos contestadores como o Tropicalismo. Entre os presentes estavam os Mutantes, que em 1968 aparecem vestidos de bruxos! Imagina o que deve ter sido em plena ditadura aparecer com tal visual?


Indo mais além, a estética não ficou presa só a música. A Montanha Sagrada (Holy Montain em inglês) do diretor Alejandro Jodorowsky é lançada em 1973 refletindo a pós-contracultura e o psicodelismo no cinema. O chileno que é conhecido pelo seu notório conhecimento em assuntos advindos do ocultismo, surge no filme como um alquimista.

 Jodorowsky no longa e no casamento de Dita von Teese e Marilyn Manson

Desfile Inverno 2014 de Gareth Pugh trouxe o visual a passarela

Fãs de Jodorowsky, Yoko Ono e John Lennon também tiveram seus momentos witchy. No final dos Beatles, ambos costumavam se vestir com looks total preto sendo algumas vezes acompanhadas de enormes capas da mesma tonalidade e também de chapéus (Ono usou muito o modelo floppy). No clipe Something podemos notar bem esta fase.



Yoko com o filho Sean no Grammy 2014

O paganismo, misticismo e as artes obscuras possuem uma abertura e espaço no rock pois o estilo oferece mais liberdade estética e de expressão aos artistas. Deve ser por isso que muitos de nós nos identificamos com ele e suas vertentes!



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Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, linke o artigo do blog devido ao direito autoral do nosso trabalho. Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.

30 de outubro de 2015

Breve história da franja Pinup e como cortá-la! (Franja Bettie Page)

Mais de sessenta anos depois de começar a carreira como modelo profissional, Bettie Page adentrou o século 21 com grande força, influenciando desde o submundo alternativo até grandes nomes da Moda.

Ícone do fetiche, a americana transcendeu os limites de sua época posando para ensaios em clima de bondage (prática sexual com o intuito de proporcionar prazer através da imobilização) pelas lentes de Irving Klaw. 

Pagando um preço alto por esse tipo de exposição, chegando até ser investigada pela Comissão do Senado americano, Page caiu no esquecimento ao passar dos anos por vontade própria. Relatos contam que ela queria ser lembrada por sua beleza da qual havia perdido ao envelhecer.

O corte acompanhou a modelo até o fim de sua vida

Mesmo com a atitude e suas milhares de fotos quase sendo destruídas a pedido das audições parlamentares, a rainha das Pin Ups ressurge na década de 1980 conquistando a cada dia que passa mais fãs. O estilo atrevido e incomum de Bettie Page fez com que se tornasse um exemplo de beleza, sendo copiado por famosas e desconhecidas em todo o planeta. 

O corte de sua franjinha (marca registrada) foi sugerido pelo o fotógrafo que a descobriu, Jerry Tibbs, pois ele achava sua testa alta e proeminente. Desde então Page adotou o novo visual, o que tomava seu tempo à noite para enrolar e depois escová-lo excessivamente antes de cada sessão, muitas vezes causando atraso.



Mais em alta do que nunca, a franja tornou-se objeto de desejo, já que volta e meia algum renomado da Moda a utiliza em desfiles, campanhas publicitárias ou editoriais. Mostraremos então como obter o visual desta diva, falecida em dezembro de 2008, porém venerada até hoje!

História: A franja curtinha foi usada na Era Vitoriana entre meados de 1870 até aproximadamente 1890. Era mais comum em crianças e meninas jovens. 


O revival nos últimos anos foi por dado uma de suas fiéis seguidoras, Dita von Teese. No início da carreira, ainda underground, a dançarina burlesca possuía forte influencia de Page no visual.


Assim que Dita explodiu no mainstream, houve uma profusão de artistas que replicaram a estética da Pin up levando a milhares de versões da famosa franja.


Gwen Stefani nos anos 90.


Madonna e Katy Perry: o cabelo agora é pop!

Nina Hagen fetichista e Grog Rox na mesma vibe

O ultra colorido (half and half) e repicado de Hayley Williams

Platinado de Adora e Amy Doan

Estilo afro de Dolly Vicious

 Um leve oriental de Viktoria Modesta, o ruivo de Tess Holliday e o cinza de Miss Mosh

E os clássicos: Nina Kate, Obsidian Kerttu, Wednesday Mourning


Góticas e rockabilly: diferentes subculturas, mesma referência.

Temos várias brasileiras adeptas das Bettie Bangs! Sana, autora do Moda de Subcultureas cortou em 2011. Já usou bem curtinha, mais longa, mais arredondada, mais reta... No quadro, em sentido horário, Sana, as divas Bruna Santos, Rubia (Nosferótika), Sandila (Nox et Lux), Ludmila Houben e Loretta Vergen. 



Passo a passo
Seguindo as dicas do The Fashions Couts, para se obter uma franja a la Bettie Page não é muito complicado. Se você tem o dom divino da habilidade manual, pode até fazer sozinha em casa.

Para começar, é necessário encontrar o formato certo, fazendo uma curva suave, mais ou menos em forma de U. Com o cabelo completamente seco, divida-o em seções. A primeira camada é o fundo, onde deverá ser cortado mais curto e, em seguida, corte a segunda parte ligeiramente mais longa que a primeira. Nesta hora, tome cuidado para não ir além das suas têmporas. Uma dica é começar o corte na base da franja indo para cima em direção a ela. Outra sugestão é cortar o cabelo com uma mini máquina em vez de tesoura. Boa sorte com suas sobrancelhas, caso escolha esta opção. 


Conseguindo o resultado, a segunda coisa a fazer é usar algum alisador, podendo ser escova ou chapinha, fica a critério de cada um. Se quiser deixar um pouco mais arredondada na ponta, conseguirá o perfeito look de pin-up. Finalize com uma boa camada de spray de cabelo, isto irá manter tudo no lugar, bem ao estilo anos 1950. Para finalizar é só colocar um belo batom vermelho, passe bastante delineador preto nos olhos em forma de gatinho, pinte suas unhas no estilo meia lua e...tcharam! És a nova Bettie Page! :D




Se você usa a franja, comente e nos diga quem te inspirou, quais suas referências... E se não usa, nos diga o que acha, se usaria... :)


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Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, linke o artigo do blog devido ao direito autoral do nosso trabalho. Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.

29 de outubro de 2015

Miniminou: Nova Coleção de Vestidos ( Boho / Witchy / Ocultismo)

Como o blog não foi muito atualizado recentemente (na verdade teve só 1 post novo essa semana), vocês devem pensar "pô, de novo post da Miniminou"? Kkkk! Não tiro o espanto de vocês! É, de novo! Mas não teria como não atualizar o blog com esse super lançamento da marca!!
Doze (!!) vestidos novos com estampas autorais! Na verdade, a Miniminou produz muita coisa autoral vocês sabem, né? Muita pesquisa, testes, estudos... e o resultado a gente vê lá no site. Os novos vestidos tem cara de verão e referências boho, witchy além de outros temas que sempre interessaram a loja como sereias, gatos pretos e ocultismo.


Eu já expliquei aqui e aqui um pouco sobre esse lance de criar coisas próprias e o quanto isso influencia no preço e tal, porque se vocês notarem, os preços destas peças estão um pouco mais altos. Mas reparem que a estampa é feita em chiffon, algumas são localizadas e estes modelos usam mais tecido, vários deles são longos, todos com forro. Enfim... o que pesa mesmo é qualidade, e hoje em dia, com o consumo consciente, preferir peças de qualidade pra durarem bastante e serem muito usadas acaba sendo econômico no longo prazo.

Além das peças novas, foi lançado nada menos do que 5 editoriais de moda: Still Life, que me lembrou a Ophelia pré rafaelita; Graphism; Pool Party focando no maiô pentagrama; The Dress que tem um vestido inspirado em Elvira e Occultism.

 
 
 

Outra coisa a ser observada, é a presença de uma mulher negra modelando para a marca. Lembram de nosso post sobre a falta de representação e de diversidade de modelos alternativas? Ponto positivo pra Miniminou por ter fotografado com Thamires Rangel e dado esse passo entre as lojas alts nacionais.



Vamos às peças: Black Velvet Elvira é um vestido longo feito em veludo com decote profundo e fenda na parte da saia. 


E então temos os curtinhos de chiffon e manga flaire, bem esvoaçantes!





E os longos de alcinha pra desfilar no verão: longo Raven e longo Black Cats


longo Occultism e longo Skulls and Chains - este não aparece nos editoriais mas também é novo.


e por fim, longo Wicca e Creepy Mermaid com estampas localizadas na barra do tecido.
 

Não apenas os vestidos, mas também tem vários acessórios novos no site!


Se você curtiu, até o dia 01/11 nosso cupom SUBCULTURAS ainda está valendo 10% off nas compras na loja! ;D


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27 de outubro de 2015

Desfiles SS/2016 e as referências alternativas/subculturais

Recentemente rolaram as semanas de moda internacionais e por causa do que vi por lá, decidi mostrar aqui algumas fotos dos desfiles. Que as subculturas são cooptadas pela moda mainstream a gente já tá cansada de saber, parece que nesta temporada essa relação ganhou novo fôlego, com um ponto muito importante a ser observado: menos obviedade. A moda vive do novo e esse novo muitas vezes é encontrado na cena alternativa. A fonte estética das subculturas é riquíssima, então sempre há algo a ser adaptado e amenizado ao gosto da massa.

Vejam que interessante essa frase de Alexander Wang:

"Nesta estação, estávamos pensando conosco, "o que é inovador"? "O que parece moderno?". Então isto (a coleção) é a rejeição da inovação. O todo dia e o mundano são mais inspiradores. Decidimos olhar pra trás. É sobre ser individual mas também ser parte de uma tribo. Encontrando colegas que entendem as similaridades. "

O que me chamou a atenção na frase acima é quando ele praticamente define as subculturas: "ser individual mas parte de uma tribo, encontrando colegas com similaridades".

Couro negro em corte ao estilo streetwear e brincos de corrente

Essa busca por algo do passado também se viu na Rodarte: "Algumas vezes sinto que é futurista voltar ao passado", disse a estilista da marca que trouxe renda negra e glamour gótico às passarelas.


Já Nicolas Ghesquière à frente da Louis Vuitton se inspirou em anime (algumas modelos usam uma tiara ao estilo Sailor Moon) e mangás, "em um mundo digital influenciado pelo cyber e a vida real influenciada pelo mundo virtual."

"Vamos ir aonde você quer ir... construir o que quiser. Construa a sua própria pequena comunidade. Proteja-se com a armadura mais forte. Ninguém pode dizer o que você pode ou não pode fazer. Com não há regras a seguir, esta aventura começa agora." De novo um estilista falando sobre falta de regras e fazer parte de uma comunidade... será que nesta sociedade tão individualista que vivemos,
está renascendo um desejo de união, de "grupo"?

Tecido holográfico (já vi por aí em marcas alternativas como a Lip Service), futurismo cyber em tecidos brilhantes, tela e rasgos ao estilo punk. Algumas análises linkaram o desfile com Blade Runner, filme distópico que ganhará remake. Aliás, esse filme tem uma profusão de pessoas e culturas diferentes convivendo juntas. 


Saint Laurent tem
Hedi Slimane como diretor criativo da marca; ele tem como assinatura estética a influencia de subculturas musicais e da juventude. Impossível não reparar no toque kinderwhore em looks com vestido camisola, casaco pesado e coroinha na cabeça... 


...Comme des Garçons trouxe um coven de bruxas. Isso mesmo. A moda witchy agora está relida no mainstream, segundo a grife, foi um tributo à estas mulheres incompreendidas.
 

"Estava pensando sobre bruxas. Bruxas no sentido original da palavra, no sentido de uma mulher que tem o poder. As bruxas originais eram benevolentes, mas as pessoas não as compreendiam e as intimidavam. Ficamos com uma imagem ruim delas ".


Impossível não reparar nos batons pretos/escuros nas modelos. A estilista Rei Kawakubo, que só usa preto, foi uma das responsáveis, no passado pela popularização dessa cor na moda.



Margiela veio com algo que está sendo muito comentado na sociedade esse ano, as questões de gênero e a trend da roupa unissex. John Galliano levou modelos andróginos às passarelas. 



Nunca se debateu tanto sobre feminismo na mídia e Rick Owens parece ter feito uma homenagem à força (em todos os sentidos) feminina: "Todas as mulheres da minha vida são formidáveis. Eu vi todas elas lidarem com adversidades com graça", disse ele. O site moda ética fez uma análise interessante do desfile.


O desfile de Ashley Williams me chamou a atenção. As peças abaixo poderiam ter saído de alguma loja alternativa. Ashley é considerada uma estilista emergente no cenário da Moda.
 

E teve beeem mais coisas nos desfiles, essa foi só uma pincelada. Pra não sobrecarregar aqui, postei alguns desfiles no Tumblr do blog, como vocês podem conferir clicando em: Alexander McQueen, Ashish, Libertine - Red Valentino - Marc Jacobs - Philipp Plein e Moschino.


Pesquisa e Fotos: Dazed e Vogue.

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