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19 de abril de 2023

A estética futurista distópica do CYBERGOTH

 Os cybergoths borram a divisa futurista entre o artificial e o humano. O visual se utiliza de referências cyberpunks, ravers, rivetheads e fetichistas. Ao contrário dos góticos tradicionais que se inspiram na literatura de terror, eles buscam na ficção científica o cenário distópico do futuro da humanidade, arrasado por desastres nucleares, biológicos e vírus ameaçadores.




Em 1977 H. R. GIGER, um artista visual suíço, criou uma coleção de pinturas chamada Necronomicon, tais pinturas o inspiraram a criar em 1979 a criatura cinematográfica Alien. Suas pinturas e esculturas biomecânicas são consideradas por alguns como o primeiro conceito ‘cybergoth’.

Voltemos uma década antes quando o mundo vivia a guerra fria, as primeiras viagens espaciais e a ascensão do plástico. Em 1967 estreia o filme Barbarella com figurino futurista. Naquele momento roupas em plástico eram uma das maiores novidades da indústria do vestuário, uma verdadeira revolução.

Avancemos agora, até o ano de 1984 quando William Gibson, lança seu primeiro romance chamado ‘Neuromancer’, este estilo literário distópico passaria a ser conhecido como Cyberpunk. Confrontos sociais contra corporações ou governos; humanos com implantes robóticos marcam essa literatura. O cyberpunk como gênero literário acaba gerando uma subcultura homônima. O termo cybergoth é cunhado nessa época como título de um conto de Bruce Bethke escrito em 1980 e publicado em 1983, e só se torna conhecido após a publicação de Gibson.

É da década de 1980 também a popularização da música eletrônica e das raves. Os adeptos destas subculturas se vestiam com roupas estampadas e com cores vibrantes, se inspiravam em personagens de animes e usavam calçados com imensas plataformas.

Da música eletrônica surgirá também os Rivetheads, os ‘góticos industriais’ com seus trajes escuros e de influência militar. Já a cena Cybergoth se desenvolve na Europa conforme os DJs começaram a misturar rock gótico com música eletrônica. Gavin Baddeley em seu livro ‘Goth Chic – Um guia para a cultura dark’ (2002), diz que o surgimento do Cybergoth enquanto subcultura, não pode ter sido anterior a 1995, embora suas raízes possam ser traçadas no começo dos anos 1980. Desta forma, Cybergoth é uma subcultura que deriva do cyberpunk, raver, rivethead e gótico. Ouvem e dançam estilos musicais como eletro-goth, darkwave, synthpop/future pop, EBM, dark-electro e industrial.
 


No final dos anos 1990 são incorporadas as sonoridades trance, tecno e electro. Em termos culturais, filmes como Blade Runner, Metropólis e Matrix, os quadrinhos Tank Girl e os animes Ghost in The Shell e Akira, também os influenciam. Naquele período de final da década de 1990, os cybergoths contrastavam de forma extrema com os góticos românticos [veja este post em nosso Instagram].

Enquanto os góticos românticos se inspiravam no passado, romantizando o século 19, os cybergoths visavam o futuro e os resultados catastróficos dos avanços científicos para a humanidade, um futuro distópico pós apocalíptico, arrasado por desastres nucleares e biológicos através de vírus ameaçadores. A sociedade idealizada é militarizada, com ciborgues e androides e muitas máquinas. Tudo isso irá se refletir na escolha estética do vestuário da subcultura.

A Estética Cybergoth

Os góticos têm predomínio da cor preta no visual, já os cybergoths misturam o preto com cores fluorescentes por influência dos ravers e dos clubbers. A principal diferença entre os dois grupos é o marcante elemento futurista no cybergoth, com o uso de muito vinil (PVC) adornado com placas de circuito ou de aço, sugerindo que o indivíduo é parte de uma máquina. As roupas também podem sugerir que alguma cirurgia para implante de chip ou de circuitos foi implantada no corpo.




Outra marca estética é a presença de desenhos, faixas, cabelos e maquiagens em cores como rosa choque, laranja, roxo, verde e azul, sensíveis aos raios ultravioletas produzidos pelas blacklights dos clubes, que fazem todos esses elementos brilharem no escuro. Estas cores são usadas em detalhes, contornos e sobreposições com preto. O visual cybergoth é marcadamente tecnológico e artificializado. É o responsável por trazer cores – fortíssimas – à subcultura gótica. 




O Cybergoth não é um estilo menos feminilizado que o Romantic Goth ou menos sensual que o gótico fetichista devido aos elementos militarizados e rostos de mulheres ocultos por máscaras de gás ou respiradores as aproximando de androides, pelo contrário, a estética mantém as características estéticas de objetificação dos corpos femininos que existem em outros estilos góticos e alternativos. As roupas femininas possuem um grau de exibição corporal através do uso de saias curtas, acessórios de pelos e materiais brilhantes, característicos da moda fetichista presentes em espartilhos e lingeries, por exemplo. Nas imagens abaixo é possível observar como o traje masculino e o traje feminino mantêm os corpos masculinos cobertos e com peças confortáveis e os corpos femininos com peças mais restritivas e curtas, mantendo o padrão vigente na sociedade.



Uma das marcas de roupas que ajudou a lançar a estética cybergoth no mainstream foi a britânica Cyberdog fundada em 1994. Foi ela que ajudou a definir o visual quando produziu peças com listras reflexivas, detalhes em neon, bolsos secretos, vinil (PVC) em cores brilhantes e eletrônicos reais inseridos em camisetas.

Peça da marca Tripp NYC


No Canadá, a loja Plastik Wrap desenvolveu tecidos de alta tecnologia feitos para serem usados nas pistas. Outra loja que contribuiu para o visual foi a americana Manic Panic que produz ainda hoje tinturas de cabelo em cores neons e maquiagem que brilha no escuro. Também na América, a marca Tripp NYC oferecia calças bondage e/ou de pernas largas com detalhes neon para os homens. A cor preta predomina como base para as cores brilhantes, bastante evidente nas camisetas pretas com estampas fluorescentes de símbolos de desastres químicos e biológicos. O preto também  remete ao militarismo, é a cor dos governos totalitários fascistas de meados do século 20.

Macacão da loja Cyberdog, desenhada pelo proprietário da marca,
explora referencias de ficções científicas intergalácticas.


Sobre os acessórios, eles são bastante exagerados tendo referência em animes ou romances de ficção científica. Ambos os sexos fazem uso dos mesmos acessórios: gargantilhas, correntes, algemas, adornos de cabelo sintéticos - que são uma característica marcante. Assim como as ‘furry leg warmers’ polainas peludas. Equipamento militar falso, botas de plataformas altíssimas, goggles (óculos de proteção) e máscaras de gás ou médicas: tudo pode ser adornado com grandes spikes, remetendo à agressividade e distanciamento social.


As botas cybergoth costumam ter saltos altos e plataformas;
canos altos e placas personalizáveis. Esta da marca Demonia 
possui detalhes refletivos na cor rosa.


Principais Elementos da Moda Cybergoth

CYBERLOX, também conhecido como “tubular crin”, é uma extensão de cabelo artificial que remente à animes e personagens de ficção científica. Fitas são costuradas em formatos tubulares disponíveis em diversas cores e tamanhos. Podem ser costuradas nos falls.

FALLS, também chamados de ‘dread falls’ ou ‘synthetic falls’. São a característica mais marcante do estilo Cybergoth. Recebem esse nome pela forma que ‘caem’ da cabeça. São extensões aplicadas ao cabelo, sendo cabelos naturais, sintéticos ou materiais como lã ou tubos de plástico em cores neon ou sensíveis à luz ultravioleta (UV). Podem ser embaraçados como os dreads.

DREADS ou ‘dreadlocks’ é o processo de emaranhar o cabelo de forma que eles pareçam cordas. Vistos comumente em adeptos do Rastafari. Os Cybergoths o usam em material sintético e em cores brilhantes.




SYNTHDREADS ou ‘dreadlocks sintéticos’, são extensões de rabo de cavalo em cores brilhantes.

MEIAS CALÇAS, se os góticos asusam na cor preta, os Cybergoths as preferem em tons neon.



ÓCULOS DE PROTEÇÃO mais conhecidos pelo nome de GOGGLES, não são usados nos olhos mas na testa. Vários modelos são estampados com símbolos de desastres nucleares ou biológicos e podem receber adesivos ou spikes através da customização.




MÁSCARAS possuem influência de anime e mangá. Podem ser customizadas com spikes, pinturas e símbolos. De acordo com o site Gothic Fest as máscaras de gás são uma simbologia a um futuro apocalíptico, de fim dos tempos alinhado à perigos de radioatividade e risco biológico. A imagem cyber com máscaras foi bastante comentada durante os anos de pandemia de Covid-19, tendo virado até meme.



Meme surgido em março de 2020.


LENTES DE CONTATO em tons de olhos artificiais (como branco) ou com desenhos (símbolo de risco biológico, caveiras, estrelas, círculos), oferecem um visual robótico e artificial.


POLAINAS DE PELOS: chamadas em inglês de FURRY LEG WARMERS, são feitas de pelos sintéticos coloridos ou estampados (por exemplo em listras) vestidos por cima das botas e tem sua origem na cena raver europeia.



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1 de maio de 2014

O estilo da cantora Brooke Candy

Antes de iniciarmos nossa análise sobre Brooke Candy, vamos explicar o porquê do tema: vivemos uma carência absurda de representantes femininas no rock. Fica difícil lembrar algum nome que abalou a cena por sua atitude em tempos recentes. Sentimo-nos órfãs da rebeldia que parece ter ficado a cada dia mais no passado. Praticamente, a estética se tornou a mesma para todos. Quase comum.

Patti Smith, Wendy O. Williams, Poly Styrene e as Runaways dominaram a década de 1970. Nos anos 1980, Nina Hagen. Tivemos o feminismo das Riot Grrrls, garotas grunges dos anos 90, como Bikini Kill, 7 Year Bitch e L7. Na mesma fase, a ira de Courtney Love e Kat Bjelland. Amy Lee nos anos 2000 era como uma donzela melancólica. Já as garotas do heavy metal andam comportadas, viraram "Divas" e "Deusas"; nesse meio quem se destaca pela atitude é Shamaya da banda Otep.
No Brasil, temos a grande Rita Lee e a Pitty. Dentre os homens a escala é maior, desde Elvis Presley, passando por Sex Pistols, Alice Cooper, Kiss, Rob Zombie, as loucuras estéticas do glam metal até algo mais próximo, como Slipknot e Marilyn Manson. Daí em diante, tudo na estética rocker masculina é revival, nada novo.

Porém começamos a observar nos últimos anos, que essa quebra de regras não sumiu por completo, tem voltado com força em mulheres do cenário pop. A maravilhosa Amy Winehouse era puro estilo e atitude. Lady Gaga abusa da ousadia, mas é boa moça como a cultura de massa gosta. Foi então que nos deparamos, em situações diferentes, com a rapper americana Brooke Candy.

A Lauren vem observando há algum tempo algumas meninas do gueto. Elas vinham lhe chamando a atenção pela estética e clips chocantes. Segundo o que percebeu, a Brooke tem aquela atitude bitch que não vemos mais no rock com frequência. Mulheres da pesada, “força da natureza” a la Courtney Love, com posicionamentos que intimidam o mainstream.

Já a Sana, conheceu a cantora no começo do ano, enquanto lia uma reportagem sobre a geração Y e suas misturas estéticas. Durante a leitura, uma fotógrafa é citada e uma visita ao seu site, acabou a levando até Brooke. Impressionada com a estética da moça, a associou com algumas tendências de moda alternativa que via surgir, porém não sabia qual fonte de inspiração. Ao olhar a rapper, tudo fez sentido.


blue-hair
Brooke Candy

Sabemos que a Brooke é de um universo muito diferente do nosso, então pedimos que abram a mente, deixem os pré-julgamentos de lado, porque a moça apareceu com um estilo autêntico, corajoso e sim, alternativo. Bem mais, aliás, do que muitos que se dizem alternativos. A geração contemporânea parece não ter tanto o espírito rebelde e provocativo das anteriores. 
Nós amamos pessoas que desafiam romper padrões, pois nada mais é do que a verdadeira essência do rock n’roll. Como autoras do MdS e duas garotas do rock, apreciamos artistas que provocam e conseguem levar a cultura, a música e a moda adiante. Resolvemos então ousar e causar, falando dessa rapper que ainda não vimos ser abordada na cena alternativa daqui. Afinal, polemizar, quebrar tabus e trazer novas visões é o que a gente gosta de fazer!


Brooke Candy

Brooke Candy é uma rapper de apenas 23 anos que se auto-intitula “Freak Princess” de Los Angeles. Ela se enquadra na gíria americana "ratchet", que define garotas do gueto com toque de high trash (algo como “alto lixo”, uma analogia com “alta moda”) e imagem de stripper em looks abertamente sexuais. De fato, Brooke é uma ex-stripper crescida nos bastidores da indústria pornô californiana (Wendy O. também tinha) e se tornou conhecida pelo seu tumblr pessoal onde divulgava fotos polêmicas. Ela tocava em pubs norte-americanos e aos poucos começou a se destacar como artista underground.

Foi através das fotos que postava em seu tumblr pessoal 
que seu estilo começou a se destacar no underground.
brroke-candy-style-tumblr

Brooke aprecia o universo trash. Quentin Tarantino e John Waters (Cry Baby, Pink Flamingos) estão entre seus diretores preferidos. Com um visual mega diferente, carregado em exageros e elementos excêntricos, Brooke parece não possuir o menor receio de alternar a sua estética, muitas vezes beirando ao ponto da androginia, pois quem não a conhece, pode confundi-la com uma Drag Queen. Ela não tem limites para se expôr, boa parte de seus clipes são proibidos no Youtube. Se fosse para defini-la, com certeza não iriam faltar palavras como extremo e over.


Brooke adora flertar com a androginia.

Numa entrevista, Brooke revelou: "Fui obcecada por Marilyn Mason. Ele é um gênio. Ele tinha cabelos longos e se transformou em transexual/artista performático com muita originalidade. Courtney Love é alguém que eu respeito. Amy Winehouse é a mulher mais emblemática para mim. Ela foi a artista mais original do nosso tempo e era tão genuína, verdadeira e trágica. Sua voz era tão emotiva e de coração partido. Posso me relacionar com sua intensa tristeza. Ela é alguém que eu literalmente amo..."

Como uma moça da geração Y, Brooke mistura diversos elementos visuais de subculturas em seus looks, mas é tudo levado ao extremo. Abaixo, franja em V, cabelo rosa e azul, tranças, roupa de látex, elementos cyber e clubber, cores neon, plataformas gigantes, unhas imensas decoradas, maquiagem gótica. Uma pin-up radical, pós-apocalíptica!
 


Polêmica, sobre sua imagem over-sexualizada e hiper-agressiva, ela diz: "As mulheres ainda são sexualmente escravizadas em nossas mentes. Não deve haver dois pesos e duas medidas e eu sinto que homens e mulheres são iguais e devem ser tratados assim. Eu era muito atormentada quando estava crescendo, era uma pessoa muito triste. Nunca estava confortável comigo mesma, nunca". 

Brooke diz que quando virou stripper sua auto-estima melhorou: "eu não estou sugerindo isso para as meninas como uma forma de construir a sua confiança, não. Mas para mim, funcionou. Meu pai trabalha na pornografia e então eu estava em torno deste tipo de coisa desde muito nova. Eu disse a mim mesma: "Ok, eu estou empurrando os meus limites, vou me objetivar e não ser objetivada". Eu estava me objetivando para mostrar a outras mulheres que devem se sentir confortáveis com o seu maldito corpo. Quem se importa? Eu não tenho um corpo perfeito. Não há limites para a minha sexualidade e não me ligo mentalmente com os homens, é como se eles fossem um objeto sexual para mim, como muitas mulheres tem sido para os homens ao longo dos séculos. Por que eles não podem ser objetos sexuais para as mulheres? A  vagina é uma arma, ela detém o poder. As mulheres são tão poderosas, dão a vida."


Numa foto relembrando seus tempos de stripper, plataformas gigantescas ao estilo que Marilyn Manson usava nos anos 90!

Brooke já vem um tempo flertando com a moda. Teve o vídeo “Everybody Does” produzido pela revista Dazed And Confused e em “Das Me”, ela termina andando pela Rodeo Drive, um quarteirão famoso de LA por ter as maiores lojas de grifes do mundo. Quando começou a se destacar no underground, revistas de apelo mais alternativo como a Shön, a Wad, a Cream, a Tank e a Love Magazine colocaram o estilo de Brooke em suas páginas.

Sua coleção de plataformas é visível na primeira foto, a seguir, o mix de clubber + rapper. Abaixo, um streetwear colorido; látex e flores para a Love Magazine e finalmente com a amiga Mela Murder.


Seu nome tem ganhado bastante evidência depois que se juntou a Nicola FormichettiA amizade começou depois que ele a viu no clipe Genesis, da Grimes. O diretor criativo ficou impressionado com sua estética, achou a completamente louca. Se conheceram durante uma sessão de fotos e desde então, Formichetti tem trabalhado como stylist da rapper, abrindo as portas da cantora à moda mainstream, tornando parte da campanha de acessórios da Diesel.

Com Formichetti teve acesso a roupas de McQueen, Thierry Mugler, Gareth Pugh, Viktor e Rolf, ela diz que as criações dos estilistas são opulentas, mas ainda tem o fator estranho: “Eu estou em transição, saindo da armadura. Estou evoluindo para algo mais alta moda”.


Brooke com Nicola Formichetti e se apresentando no desfile da Diesel.

Brooke está começando uma nova fase, quer atingir um público maior e está trabalhando com Sia pra dar uma direção mais pop, acessível e comercial às suas polêmicas músicas. Se ela continuará nos surpreendendo com seu estilo, parece que sim, a julgar pelo teaser de seu novo clip Opulence, dirigido por ninguém mais ninguém menos que o icônico fotógrafo Steven Klein, sob o styling de Formichetti.


Brooke para Diesel nas duas primeiras fotos e com um visual mais amenizado em evento recente. Será que a autenticidade de seus looks continuará, agora que seu visual está sendo assistido por Nicola Formichetti, ou ela será transformada numa nova Lady Gaga? 


Na Moda Alternativa
O ghetto fabulous já começa a dar as caras aos poucos em algumas linhas da moda alternativa. O estilo de Brooke, amenizado, se revela até que bem vendável. A onda hipster, super vendida por lojas fast fashion chinesas, já se tornou comum e aos poucos as pessoas procuram novamente por diferenciação. Essa referência 90s, de cores fortes, cyber e clubber, já começa aos poucos a invadir o estilo dos alternativos. Não duvide que os lita inspired boots sejam substituídos por calçados de imensas plataformas num breve espaço de tempo!



EDIÇÃO 24/01/2018: Em recente entrevista, Brooke Candy revelou que rompeu com a gravadora por esta estar limitando sua criatividade. De fato, nos anos em que esteve sob contrato, a cantora amenizou bastante sua música e visual. A rapper ama o underground e a cultura alternativa, será que agora voltará com seu estilo extravagante? :)

EDIÇÃO 07/06/2019: Sim! Brooke Candy voltou a ter um visual super ousado, aumentou as tatuagens e continua super provocativa! Se afastar do mainstream fez ela voltar a ser ghetto fabulous!



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30 de outubro de 2011

Estilo: Mari Moon no VMB

O visual da apresentadora MariMoon já virou sua marca registrada há tempos. Mari se interessa por moda alternativa e já usou roupas da marca da modelo Audrey Kitching, a Tokio Lux, em seu programa de TV.

Para esta edição do VMB, Mari escolheu um estilo misturado de cyber gótico e bailarina dark. Segundo ela, os calçados são da Bordello, a saia foi desenhada por ela e feita por Brenda Costa e o top ela diz ter comprado em Londres. Bom, na hora que vi o top o reconheci como sendo de uma estilista alternativa alemã chamada Tatjana Warnecke. Como ela não disse o nome da marca e falou que comprou em Londres, pode ser que seja uma cópia do original ou mesmo uma revenda, mas de qualquer forma, é uma bela peça.

 

Abaixo, uma foto de um editorial alternativo com a modelo usando um top igual.


14 de agosto de 2011

Look do Leitor: LuizFerS

Quer mostrar seu estilo aqui no blog? Basta participar da sessão Look do Leitor! Leia as regras AQUI e entre em contato!

O look do leitor de hoje é do Luiz, apelido "LuizFerS". Ele tem 26 anos e mora em Goiânia (GO). O Luiz me mandou uma história interessante: ele é estudante de Artes Plasticas da Universidade Federal de Goias e desenvolve um projeto artístico, o "Figurino para Linguagens Artísticas", onde ele defende a identidade autoral como arte, questionando a identidade massificada e manipulada pelo consumismo induzido pela mídia, fazendo a sociedade ter  padrões estéticos inconscientes sem valores autorais. Ele também confecciona as próprias roupas em propostas artísticas sobre referencias subculturais e cyberculturais e também cria personagens.
Algumas das fotos abaixo, são figurinos de um projeto musical multimídia chamado "POSTHUMAN TANTRA", onde  as roupas expressam um universo ficcional inspirado pelas possibilidades futuras dos avanços da tecnociência.
Para conferir mais fotos de meus trabalhos pelo orkut e facebook, basta pesquisar pelo nome "luizfers". Outros links: Fotolog, Myspace e Blog.
 


Quer ver quem já participou? Clique no link abaixo:

26 de julho de 2011

Procuram-se Meninas para Desfile CyberPunk/CyberGoth

A Tatiana é estudante de Moda da UDESC e vai se formar no fim do ano. Ela fará um desfile composto de 3 looks com temática cyberpunk/cybergoth e está procurando meninas que gostem do estilo e tenham atitude coerente para desfilar no dia 22 de novembro no Stage Music Park em Florianópolis, para um público de aproximadamente 3.000 pessoas.

Sobre a coleção:
A coleção se chama Cyber Echoes e tem como proposta a reflexão sobre o uso da tecnologia no dia-a-dia das pessoas. Trabalha a estética do cybergoth e cenário do cyberpunk - em processo de renovação - para atingir tal objetivo. 
Tecidos brilhosos e estruturados em silhuetas sinuosas remetem ao fetichismo e à sensualidade em que a tecnologia se oferece aos usuários. Materiais como filó e arrastão representam os furos, as tentativas de se enxergar e se expressar além do óbvio. Os cetins forrados em néon quebram a escuridão dos quartos fechados e gritam por atenção, enquanto os metalizados nos lembram do que nos cerca.
O processo busca soluções sustentáveis como o reaproveitamento de lixo eletrônico em aplicações nas roupas e acessórios, representando como a tecnologia pode ser incorporada pela população em diversos tipos de amarrações. É a techmodernidade provocando cada vez mais dependência.


Se você mora em SC ou tem disponibilidade de viajar e está interessado em desfilar ou fazer parcerias, contate a Tatiana pelo email:

tatibhmelo@gmail.com



30 de maio de 2010

Fashion Art Toronto

Assim como Nova York, Londres e Berlin, Toronto também tem uma semana de moda alternativa. As semanas de moda alternativa são ótimas porque possibilitam que pequenos designers tenham espaço pra mostrar seu trabalho. Por enquanto não temos nada igual aqui no Brasil.

O evento da semana de moda alternativa de Toronto, se chama Fashion.Art.Toronto.
Selecionei algumas imagens dos desfiles mais interessantes ao blog.

Artifice Clothing, a marca, já falada por mim aqui, fez um desfile com uma amostra dos melhores trabalhos da designer criadora da marca, começando com uma modelo caminhando com ballet heels com auxílio de muletas (é assim mesmo que se anda nesses sapatos), passando por "gêmeas" caminhando amarradas, lindas peças em pvc feito à mão. 



Starkers by Diana DiNobile: A marca apresentou sua coleção de corsets sofisticados e elegantes com muitas texturas diferentes. Perfeitos pra uma noite na ópera, já que ópera foi o tipo de música cantada durante o desfile da marca.

 

Pippa: Látex! Coleção inspirada nos esportes de campo e somente em tons pastel. Muitos designers tem trabalhado com látex de forma muito criativa recentemente, fugindo do óbvio e fazendo peças em látex de peças que fazemos em tecido. Antes se usava o látex apenas pra roupas estilo fetiche ou conceituais, ficando com uso limitado. Hoje, está cada vez mais sendo usado em peças estilo passeio, pra sair, ir a eventos.


Wrath by Asphyxia: a marca de Alexandra De Francesco. Rendas, cetim, estampas em branco e preto, o desfile foi, na verdade um trabalho bem artístico com interessantes misturas de texturas! Contrastante o uso das botas plataforma com vestidos em cetim e renda, algumas vezes esse modelo de bota "estragou" o look, chamando mais atenção que as peças. Muito cuidado ao escolher os acessórios para um desfile, eles podem matar a idéia de um look.


Fashion Whore: Uma de minhas marcas favoritas na moda alternativa, que costuma fazer peças com tecidos coloridos com estampas lúdicas, surpreendentemente, a marca, que costuma fazer roupas em algodão, apresentou uma coleção em PVC! A marca que sempre trabalha com peças divertidas, teve a coleção inspirada em Alice no País das Maravilhas (nunca fui fã da história de Alice in Wonderland e não aguento mais tudo ser "Alice"! Tá muito massificado, chega!). Bom, as cores eram bem fortes, que eu adorei.


Jessica Mary Clayton: Elegância Avant-Garde. Um pouquinho entediante, mas ok.

 

Futurstate: Mais uma de minhas marcas canadenses preferidas. Coleção que uniu gótico, cyber, fetiche e militarismo num cenário pós-industrial. Coleção toda em negro em peças super usáveis!


Dystropolis by Wendy Ng:  Adorei tudas as peças! Os recortes, texturas, caimentos em pele, pvc, chifon, organza, crepe, vinil, renda... Todos os looks super coesos. Inspirado em alice no País das Maravilhas (ela de novo!) num mundo cyber.



Kirsty McKenzie: Colorida, divertida e alegre. Estampa animal, PVC, renda, cores elétricas. Tudo bem exagerado, típico  do trabalho da designer que também costuma fazer figurinos excêntricos.

Aimée Tobolka: muita transparência, peças em renda e vinil.


Ryerson School of Fashion: Desfile que apresentou trabalhos de alunos do terceiro e quarto anos desta faculdade.


Bored Collective: Kat O'Shaughnessy e Shilo Anne Morton fizeram uma coleção irreverente dedicada a irônica futilidade do "tradicional" status quo. Sinceramente só gostei do vestido de caveira e dos looks das duas designers.


Imago zine Performance by Tara Manson: A designer debutou num desfile feito em parceria com uma performance feita pelo zine Imago. Eu adorei as peças da Tara e a performance.

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