Destaques

Mostrando postagens com marcador Moda japonesa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Moda japonesa. Mostrar todas as postagens
3 de julho de 2017

Moda Alternativa Japonesa: o fim da revista Kera Magazine e da Gothic & Lolita Bible

Em fevereiro deste ano, foi anunciado o fim da revista japonesa FRUiTS que era focada no street style alternativo do distrito de Harajuku em Tóquio. O motivo do fechamento segundo seu editor, Shoichi Aoki, foi a gentrificação do bairro e o consequente desaparecimento dos jovens alternativos estilosos do local. No fim de março foi anunciado a finalização de outras duas importantíssimas publicações de moda alternativa, a KERA e a Gothic & Lolita Bible (uma lenda), o que partiu o coração de fãs ao redor do mundo.

Antes da internet, a forma de conhecer mais sobre moda alternativa era através de revistas que divulgavam lojas e tendências. E estas duas publicações são icônicas.

japanese-street-style-magazine
KERA, fevereiro 2015 / Gothic & Lolita Bible #40

A KERA surge em 1998 focada em rock e moda punk, cada edição trazia além de editoriais de moda, fotos dos estilos de rua. A última edição foi em maio. Já a Gothic & Lolita Bible era publicada desde 2001 focando em um público específico, direcionada à subcultura Lolita e seus subestilos e trazendo moldes de roupas. O músico e estilista Mana foi um dos mais famosos divulgadores da publicação.

Mana nas páginas da Gothic & Lolita Bible

Ambas as revistas tiveram grande responsabilidade no desenvolvimento da moda alternativa japonesa ao redor do mundo. De lá pra cá apesar das mudanças no mundo, da "virtualização" de tudo, estas publicações ainda eram referência para admiradores do street style de Tóquio.

alternative-fashion-street-fashion
Páginas da KERA mostrando a diversidade estética da moda de rua japonesa.

Ao contrário da FRUiTS que praticamente acabou - seu autor está apenas divulgando fotos em sites -, a KERA acaba sua versão física e se torna digital, ou seja, deixa de existir fisicamente e agora só existe virtualmente; já a GLB está suspensa e sua última edição foi na primavera japonesa. Dizem que hoje existem mais Lolitas fora do Japão do que dentro dele, sendo a China o novo ponto da subcultura. A mídia tem buscando formas de expressão nessa nova sociedade rápida de informações onde noticias se tornam obsoletas em apenas algumas horas. Estamos numa era de transição e o fim físico destas revistas é um reflexo disto tudo, desta mudança social. No Brasil, temos a sorte de ter uma revista alternativa circulando, é a Gothic Station, a primeira revista brasileira dedicada à sub gótica.

harajuku-street-fashion
KERA, dezembro 2014

Algumas fãs foram às lágrimas pelo fim das edições físicas. Eu as compreendo e creio que o chororô não foi por "uma revista" e sim por toda a simbologia histórica que aquelas publicações carregavam. Parte da história de uma subcultura acabou. Revistas alternativas são tão raras que é possível criar um culto ao redor delas que eram uma espécie de abrigo e reservatório de conhecimento das apaixonadas adeptas de moda alternativa.  

Gothic and Lolita Bible #40- #52

E não, a moda alternativa japonesa não acabou, mas está numa fase de mudanças. São tempos diferentes os que vivemos em termos de culturas juvenis. Claro que jovens continuam ousando em seus estilos pelas ruas, talvez um pouco mais ocidentalizados (?), com visuais menos extremos, menos impactantes, mas quando uma moda alternativa se ameniza muito, não duvide que um tempo depois tudo vire tédio e uma nova geração traga ousadia e extremismo de novo! É aguardar os futuros capítulos da história da moda alternativa.

E vocês gostavam da KERA e da Gothic & Lolita Bible?



Acompanhe nossas mídias sociais: 

Direitos autorais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o texto do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.
Clique aqui e leia o tópico "Sobre o Conteúdo" nos Termos de Uso do blog para ficar ciente do uso correto deste site. 

5 de maio de 2017

Roller-Zoku: Fotógrafo registra a subcultura japonesa que mistura Rock n´ Roll e Rockabilly

O fotógrafo Denny Renshaw cresceu na cidade americana de Jackson, berço do Rockabilly e recentemente lançou uma série de fotografias que retratam os Roller-Zoku, uma subcultura japonesa que tem como referências o Rock n´ Roll e do Rockabilly das décadas de 1950 e 1960.


Na década de 1970, as bandas Cools e Carol foram as pioneiras do Rockabilly no Japão liderando o revival musical do estilo: o neo rockabilly, que havia chegado ao país e foi aí que os Roller-Zoku tiveram início. Naquela época, as gravadoras japonesas não diferenciavam rock n´ roll e rockabilly, por isso a moda dos Roller-Zoku mistura características dos dois estilos. "Zoku" pode ser traduzido como "tribo" ou "clã".


Acadêmicos e o senso comum, enxergam subculturas como algo "para jovens" mas isso não ocorre com os  Roller-Zoku, nas gangs há a presença de membros de todas as idades.

 

A estética é uma mistura de rock n´ roll, rockabilly e motocicleta; tatuagens,correntes, spikes, jaquetas de couro e cabelos escuros com imensos pompadours são as características mais marcantes.


O grupo se reúne no Yoyogi Park, em Harajuku, distrito de Tóquio para dançar ao som de American Graffiti fazendo movimentos que incorporam rock n' roll e acrobacias que beiram o teatral, no local existe até uma estátua de bronze de Elvis Presley. Mas as gangs podem ser vistas por toda a cidade.


O fotógrafo relata que não foi fácil fotografá-los, eles não tem sites nem redes sociais sendo necessário um trabalho de busca que envolvia horas de caminhada pela cidade, visitando lojas de discos, shows e bares num processo que ocorreu em 5 semanas espalhadas ao longo dos anos de 2013 e 2015 que resultaram num set de fotografias em preto e branco que documentam os quase 40 anos de existencia da subcultura.


Lançado em 2009, o vídeo para a música "Nothing To Worry About", de Peter Bjorn registra os Roller-Zoku dançando no parque Yoyogi.


Veja também o post da exposição fotográfica Japanarchy, sobre a cena punk underground do Japão e o artigo sobre a decadência dos estilos alternativos em Harajuku culminando no fim da revista FRUiTS.




Fontes consultadas: 



Acompanhe nossas mídias sociais: 

Direitos autorais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o texto do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.
Clique aqui e leia o tópico "Sobre o Conteúdo" nos Termos de Uso do blog para ficar ciente do uso correto deste site. 

12 de fevereiro de 2017

Street Style: O fim da revista japonesa FRUiTS


"Não existem mais jovens estilosos para fotografar"
- Shoichi Aoki editor da revista FRUiTS


Fundada em 1997, a revista FRUiTS foi a mais influente publicação sobre Street Style japonês. Com foco no bairro de Harajuku, ajudou a levar fama mundial às subculturas que frequentavam o local, como as Gothic Lolitas, Gyarus, Decoras, Cyberpunks, o kawaii... e refletia um registro histórico confiável de toda uma geração que não seguia regras e nem rótulos ao vestir, comportamento tipico da geração X e dos primeiros millennials. O grande lance da FRUiTS era fotografar pessoas reais e autênticas, não modelos que estavam vendendo moda em páginas de revista.

ultima edição da revista FRUiTS
A última edição da FRUiTS

Shoichi Aoki começou a fotografar quando notou que os jovens japoneses estavam se vestindo de forma diferente ao invés de estarem seguindo tendências americanas e europeias. Estes jovens estavam customizando elementos da vestimenta tradicional japonesa (kimono, obi e sandálias geta) e combinando-os com  peças artesanais, de brechó e de moda alternativa, assim ele lança a publicação mensal FRUiTS, que se torna um fanzine cult com seguidores internacionais. Com o sucesso da publicação, jovens estilosos se direcionavam ao bairro para serem fotografados em referências estéticas que seriam imitadas no mundo todo. 



É impossível falar da moda dos últimos 20 anos sem citar a importância do Street Style. Até meados da década de 1990 quem ditava o que vestir eram as grandes grifes aliadas às modelos (Top Models) e revistas de moda. Quando a fotografia de Street Style aparece, todos os olhos da moda se viram às subculturas e aos jovens que não seguem tendências. A partir disso, os grandes estilistas passam a cooptar a moda de rua que vira um "boom" no mundo inteiro. Aoki relata que observou uma queda de "cool kids" que se encaixariam no padrão da revista e que isso se intensificou nos últimos anos. Mas quais os motivos disso acontecer?


O alternativo foi substituído pela gentrificação
De Gwen Stefani à embaixadora Kyary Pamyu Pamyu, o bairro de Harajuku se tornou um dos mais conhecidos do mundo nas últimas décadas, virando um local turístico saturado. Uma das características do consumidor japonês é a preferência por qualidade e não quantidade, a partir do momento em que ocorre a gentrificação de Harajuku devido ao investimento estrangeiro na região, os preços subiram e jovens designers alternativos não puderam mais manter suas lojas lá. Visando os turistas e seu poder de compra, houve no bairro uma inclusão de redes fast fashion como Uniqlo, H&M e Forever 21 (peças de baixa qualidade para o padrão japonês), assim os turistas preferem o status de comprar nelas (marcas conhecidas) do que nas lojas menores que tinham o espirito autêntico de Harajuku. Jovens também alegam que esse processo de estrangeirismo acabou com os espaços onde eles costumavam sentar e relaxar (e serem vistos e fotografados).


O Futuro do Street Style Japonês
Após 233 edições documentando subculturas e tribos de estilo em Harajuku, o fechamento da FRUiTS é mais um reflexo do que há anos falamos no blog: o esvaziamento de um conceito quando o capitalismo o abraça. A cooptação estética das subculturas pode parecer democrática, mas lá no fundo destrói as culturas alternativas independentes.
Esse caso também levanta o questionamento sobre o retorno do domínio europeu e americano na estética alternativa. Dos estilos Lolita ao Decora, passando pelas nail arts, a popularização dos cílios postiços e até a bolsa carregada no antebraço, tudo isso passou pelo universo alternativo de Harajuku, e hoje, quando pensamos em moda alternativa nos vem à mente que as maiores influências não são pessoas e sim marcas como Killstar, Dolls Kill e Iron Fist. Ao redor do mundo alternativos estão usando as mesmas marcas e as mesmas roupas que se massificaram, tornando as estéticas menos autênticas e individuais como no passado. Roupas massificadas contribuem para que estilos individuais entrem em decadência. Os jovens fotografados na FRUiTS não seguiam tendências, consumiam peças que tinham a ver com sua personalidade e praticavam DIY. Se analisarmos, mesmo no ocidente está se tornando mais difícil encontrar alternativos com estilos únicos.


Jovens coloridos como as cores das frutas. O fotógrafo Shoichi Aoki  pensa em doar seus arquivos fotográficos a institutos de moda ao redor do mundo.
 
A era FRUiTS chegou ao fim, a moda de rua no Japão agora vive nova fase.

Referências da pesquisa:
Spoon Tamago //  Tokyo Fashion Diaries // NYMag  // UNRTD // ID Vice



Acompanhe nossas mídias sociais: 

 

6 de setembro de 2014

Livro: Tokyo Adorned

Este ano foi lançado o livro Tokyo Adorned de autoria do fotógrafo novaiorquino Thomas C. Card. 
Num passeio por Tóquio em 2012, ele notou que...
"A coisa que eu achei absolutamente incrível em Tóquio era que a moda estava muito centrada em torno do indivíduo e menos ao redor da tribo. Na começo do processo eu as via e as enxergava dentro de diferentes tribos, mas fiquei emocionado ao perceber que elas são basicamente uma expressão de si mesmas. "
Empolgado, ele abriu uma conta Tumblr e pediu para que os japoneses mandassem fotos à página, resultando em centenas de inscrições! Ele selecionou 75 pessoas que foram convidadas a serem retratadas. Ele escolheu um fundo branco para que os leitores se concentrem na personalidade dos fotografados e não no ambiente.
"Escolhi pessoas que senti que realmente extrapolaram os limites de explorar a identidade através de suas escolhas de moda", disse ele. "Tudo, desde os nomes que eles escolhem para si mesmos ao arranjo particular de itens e acessórios e roupas, muitas vezes reflete um senso de humor particular. O nome de uma mulher se traduz em "Barbecue" (Churrasco, em português)".
Como já comentamos aqui no Moda de Subculturas, a moda alternativa oferece toda uma liberdade de estilo à seus adeptos, independente de participarem ativamente de alguma subcultura ou não. Ter um estilo próprio, é algo que parece óbvio, mas nem sempre é. Somos bombardeados de tendências e referências o tempo todo que muitas vezes as pessoas se esquecem que não precisam seguir o que os outros seguem, nem sempre precisa-se se "encaixar" numa estética. E é isso que o street style japonês faz muito bem - há toda uma história sociológica por trás disso, claro, de uma geração que quebrou o conceito tradicional da cultura/família japonesa de vivência grupal para uma vivência individual - as pessoas brincam com a moda de acordo com seus gostos e estes gostos pessoais dão origem à uma individualidade. 

Thomas C. Card ainda acrescenta, "os estilos estão em constante evolução. Se eu tivesse que voltar hoje, todas as pessoas que eu fotografei, provavelmente, estarão completamente diferentes. O senso de identidade está ligada a um período de tempo. Conforme o tempo passa, seu sentido de identidade muda".  É como quando pegamos nossas fotos de 5 anos atrás e vemos como a gente mudou, não é mesmo? Evoluímos e nosso estilo acompanha!
Fica a dica do livro!
E não deixem de curtir nossa Fanpage!

 
 
 






29 de abril de 2014

O trabalho visionário de Nicola Formichetti e sua parceria com a Diesel

A parceria entre Nicola Formichetti com a Diesel vem nos chamando a atenção ultimamente. Desde que virou diretor criativo da empresa, nota-se que alguns assuntos podem ser relevantes ao cenário alternativo e que ainda não foram enfatizados como deveriam, ou simplesmente analisados com mais detalhe.
Sobre Formichetti, seu currículo é bem chamativo. Está nesse circuito há mais de uma década, com passagens pela revista Dazed and Confuzed e em grifes como Thierry Mugler. Possui multifaces na moda, mas seu grande reconhecimento é como stylist. Foi ele quem alavancou a carreira de Lady Gaga cuidando de seu visual por três anos a partir do clipe Bad Romance. E de sua ex-assistente, a stylist Anna Trevelyan (ela comandou a última campanha da Melissa e hoje é um dos nomes mais influentes na área).

Formichetti é nipo-italiano, morou em Londres e diz "Não se pode julgar uma pessoa pela forma que está vestida, nem por aquilo que faz, porque talvez não tenha dinheiro para expressar-se como gostaria." 


Formichetti foi o responsável por criar o visual de Gaga...

... e deu um empurrão na carreira de Anna Trevelyan para os holofotes da moda.


Quando trabalhou na revista Dazed and Confused, Nicola, que nasceu no Japão, criou editoriais como este, com a participação de Kyary Pamyu Pamyu entre outras cantoras japonesas e chinesas.
Clique para aumentar.

Em entrevista à Elle Americana, ao ser perguntado se gostaria de fazer roupas relevantes, deu a seguinte opinião: “Eu estou na moda há dez anos e acho que o sistema é um pouco antiquado. Eu quero fazer coisas novas. Há tantas coisas que eu tenho visto por um longo tempo, quero dar espaço aos jovens, quero criar coisas que são excitantes, quase como Rick Owen fez (coleção Verão/13)”.

Nicola gosta de abrir portas para pessoas que por algum motivo a indústria continua a ignorar. Chegou a declarar à Vice que não trabalha por dinheiro e sim por amor e criatividade. É provável que por esse motivo, nas suas atuações como stylist ou diretor criativo, não é dado só espaço a corpos mainstream. Encontram-se curvas de todos os tipos, acompanhados de tattoos, cabelos coloridos e sem distinção de raça, gênero ou deficiências.


Em suas campanhas para a Diesel, Formichetti dá espaço à pessoas que não tem o rosto ou o corpo padrão. 
Clique para aumentar.

Uma das pessoas que Nicola abriu as portas foi Rick Genest, o Zombie Boy. Descoberto em 2010 quando Nicola era diretor criativo da Mugler, Rick virou sensação, estrelou a campanha da marca e logo participou de vários desfiles e de claro, um clip com a cria estética de Formichetti: Lady Gaga.


Só que essa não é uma visão nova. Em toda linha histórica da moda, sempre existiu alguém que foi visionário, que não se importava em romper padrões. Em 1947, Diana Vreeland – considerada a maior editora de moda - ao ver expressões de choque por colocar uma modelo de biquíni no editorial da Harper’s Bazaar, diria tal frase: “É esse tipo de pensamento que faz a sociedade voltar mil anos!”.
Nas passarelas o espírito perpetuaria em estilistas como YSL, Westwood, Gaultier, McQueen e outros mais. O que impressiona é que, mesmo depois de tantos exemplos importantes, uma parte da indústria parou em certas questões sociais, chegando ao ponto de retroceder e necessitar de gente como Nicola para repetir, ou relembrar, o discurso de Vreeland. Colocar alguém que não carrega os estereótipos fashion ainda pode ser considerado uma ousadia.

Há barreiras a se quebrar, e Nicola sabe muito bem disso, pois sente na pele. Quando indagado pela Elle sobre encontrar uma garota incrível e que vai ser um futuro sucesso, porém ver que as grifes ainda não querem emprestar roupas (atitude comum no Brasil) responde: “É meio frustrante. Mas de certa forma, eu sou atraído por isso. Sinto-me atraído por alguém que é um pouco estranho. Fico animado por estar com eles e fazer algo junto, é quase como dizer: "f *da-se" à indústria. Eu não me importo. Mais ou menos como: Se você não nos quer dar roupas, eu não me importo, temos McQueen de qualquer maneira”.

É comum novos artistas que carregam em sua essência o alternativo, sofrerem preconceito da indústria pelo o tipo de imagem que propagam. Incompreendidos e sem oportunidade, muitos acabam não saindo do underground. Alguns não se importam, mas outros carregam a decepção por não terem tido a chance de conquistarem um espaço maior e serem mais reconhecidos pela sua arte.
Sabendo o quanto as referências de moda podem interferir no comportamento do ser humano, é importante que o consumidor questione a indústria. Afinal, se somos diferentes, por que não transmitir isso? E é nesse ponto que o mercado alternativo aparece.

Na abertura de sua exposição em Londres, Gaultier fala a em entrevista a Globo que “a Inglaterra e o Japão são os países com maior individualidade. Existe um culto a diferença”. Não à toa, na mesma entrevista à Elle citada acima, Nicola conta que é obcecado pelo Japão e que o próprio fundador e presidente da Diesel, Renzo Rosso, vive por lá.

A maioria das grandes tendências atuais sai desses países e são copiadas ao redor do mundo, exatamente pelo fato da busca ao “diferente” e que, de certo modo, terminará no encontro do “novo”. Interessante é que esses países também concentram enorme força no mercado alternativo, por justamente não terem problema em aceitar o incomum.

O incomum na campanha Diesel Tribute/Leather
Clique para aumentar.

Fechando esse ciclo, vamos mostrar algumas imagens do último desfile da Diesel + Formichetti, que aconteceu no início de Abril em Veneza, Itália. Reparem na quantidade de elementos punks, bondage e grunge na coleção. E também na sua nova queridinha, a rapper Brooke Candy, uma das garotas-propagandas da marca. 

Desfile, clique para aumentar.




Campanha Diesel Accessories com Brooke Candy.

Ao contrário de outros estilistas que "usam" as subculturas, Formichetti tem um genuíno interesse e respeito, e de forma nenhuma suas campanhas tratam os alternativos como seres repulsivos; ao contrário, ele aprecia explorar o lado mais original de cada um deles.

Leia também, posts do blog relacionados ao tema Formichetti, Mugler, Zombie Boy:
- Mugler e Zombie Boy
- Zombie Boy, Hard to be Passive
- Moda Conceitual, Artistas, Thierry Mugler
- Em busca da diferença



Gosta do Moda de Subculturas?
Acompanhe nossos links:
Google +  ☠ Facebook  ☠ Instagram  ☠ Bloglovin´ ☠ Tumblr


© .Moda de Subculturas - Moda e Cultura Alternativa. – Tema desenvolvido com por Iunique - Temas.in