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20 de fevereiro de 2020

A força visual do bustiê moldado: o torso feminino como segunda pele


Grace Jones de Issey Miyake

Um bustier de plástico rosa metálico vestido pela cantora Zendaya no Grammy 2020, causou alvoroço entre os seguidores de moda devido à força estética que essa peça representa. O modelo utilizado era uma versão que Tom Ford lançou em sua última coleção Primavera-Verão, homenageando os bustos de Yves Saint Laurent da coleção Inverno 1969 e de Issey Miyake para sua coleção de Inverno de 1980. Aproveitando esse momento de resgate histórico, vamos contar alguns detalhes dessa peça adorada nas mentes dos estilistas, que apresenta diferentes significados e até hoje chama atenção por onde passa. 


O resgate que Tom Ford fez na temporada passada, trouxe à passarela diferentes estilos: busto inteiro ou sutiã, nas cores rosa, verde, preto e marrom. A peça azul desfilada por Gigi Hadid apresenta uma assimetria no formato dos seios. As criações são feitas de plástico e homenageiam os modelos apresentados anteriormente por YSL e Issey Miyake.

Segundo o Museu Yves Saint Laurent, na coleção de Alta-Costura Inverno 1969, o estilista francês fez uma parceria com Claude Lalanne, escultora que tinha um trabalho voltado à natureza, com inspiração nas formas dos animais e plantas. Lalanne usa o corpo da modelo Veruschka, conhecidíssima nessa época, para criar moldes de seus seios e barriga - que depois viraram joias de cobre desfilados com dois vestidos de chifon, um preto e outro azul. 


Não seria a primeira vez que Tom Ford traria às passarelas influência desse busto. Nos anos 2000, quando comandava a moda feminina da própria marca YSL, veria-se uma atualização na coleção Verão 2001, com direito a piercing no mamilo, porém feita de plástico e modelo inteiro, igual  Miyake.


A criação de Issey Miyake é a mais icônica, inclusive na carreira do próprio estilista, pois muitas artistas gostaram e vestiram em suas apresentações. Fabricada para sua coleção de Inverno 1980, era feita de plástico em diferentes cores como azul, verde, vermelha e preta. Segundo o MET, o busto também fora moldado no torso de uma mulher e tinha como mensagem subverter a ideia de que roupas eram uma cobertura separada do corpo, revelando os detalhes dos contornos femininos e criando uma segunda pele que se transforma em um pequeno peplum de dobras de tecido nos quadris. Interessante que essa peça encontra-se atualmente no Museu de Arte da Filadélfia, mas antes rodou o mundo na exposição "Bodyworks" de 1983 a 1985. O modelo foi um estudo de Miyake na relação entre a forma do corpo e a roupa, e a roupa diretamente de volta ao corpo. 


A força visual e estética que essa peça apresenta é impressionante. Não à toa caiu nas graças de artistas como Grace Jones e Toyah Wilcox, que a vestiram diversas vezes, inclusive até hoje Toyah surge em apresentações com versões de outros designers.


Assim como Issey Miyake, plástico também foi o material usado em um dos figurinos de Barbarella, filme protagonizado por Jane Fonda. O modelo remete à Lorica segmentata, um dos tipos de armaduras dos Legendários romanos no século 1. O longa é de 1968, portanto anterior aos modelos de YSL, e foi desenhado pelo figurinista francês Jacques Fonteray.


Depois de Miyake houve uma profusão de criações de bustos, alguns de plásticos e outros ampliando as diversificações de materiais. Os que mais trouxeram o modelo nas passarelas foram Thierry Mugler e Alexander McQueen. 

Cara Delevingne para GQ Men.
Mugler Verão 1991

Os bustos de prata de Mugler transmitem a forma feminina remetida num corpo robótico. Em 1929, é visto no filme 'Metrópolis' um robô que exibia essa mesma imagem. Anos depois no figurino de "O Guarda-Costas' de 1992, Whitney Houston usa um busto parecido com o de Mugler. Atualmente o designer Xtian de Medici cria seus modelos de luxo cheios de cristais Swarovski feitos de acrílico cromado para coleção 'Paradise' de 2018.


Alexander McQueen deve ter sido o estilista mais fascinado, pois em quase todo o desfile via-se algum estilo dessa peça. Inclusive ele levaria o busto nas suas criações quando fez parte da Givenchy, na qual Gisele desfilou o modelo de couro vermelho abaixo. Certas peças ficaram tão conhecidas que acabaram fazendo parte da exposição em sua homenagem, "Savage Beauty". Lee também fez parceria com o designer de joias Shaune Leane e juntos criaram peças esculturais fazendo com que nem todos os modelos sejam considerados roupa e sim joias, igual Lalanne e YSL.

McQueen Verão 1996. O busto de plástico transparente possuía minhocas vivas dentro.
McQueen Verão 1997
Givenchy Inverno 1999
McQueen Inverno 1999 e Verão 2005. Os modelos lembram a prótese de coluna de Frida Kahlo (meio).
Colaboração com Shaune Leane.
McQueen Inverno 1999
McQueen Inverno 1999 e Inverno 2009
McQueen Verão 1997

Assim como McQueen, o premiado estilista turco-cipriano Hussein Chalayan também fez peças que se associam com o busto moldado. Em sua coleção "Ventrilogy" de 2001, apresentou modelos de resina de poliéster e de açúcar, este, quebrado com um martelo ao fim do desfile. Um ano antes, havia apresentado uma peça escultural que entrou pra história da moda, criado para a coleção "Remote Control", popularmente conhecido como 'vestido-avião'. Segundo o MET, o estilista quis representar a relação entre natureza, cultura e tecnologia. Outra peça do estilista foi o bustiê em madeira da coleção "Along False Equator" de 1995, o Metropolitam Museum sugere que o bustiê lembra "próteses médicas antigas, a elegância dos cascos dos barcos e o confinamento de caixões".


No desfile Outono Inverno 1995, Vivienne Westwood fez um vestido inspirado na Rainha de Sabá para coleção "Vive La Cocotte", o torso é marcado com o contorno feminino sobre um espartilho com contas de vidro. A peça esteve numa exposição de 2004 sobre a estilista no Museu Victoria e Albert. Um detalhe é que esta exibição destacava a pesquisa da inglesa sobre história da moda e como esta influenciava seu trabalho.


Certas criações tiveram como intuito potencializar a sensualidade ou até mesmo o erótico do corpo da mulher. Isso fez com que marcas alternativas voltadas ao fetiche também fossem influenciadas por esta forma. Repare que a parte de cima do vestido de látex vermelho de Dita von Teese feita pela House of Harlot lembra muito o bustier de Issey Miyake. A seguir, Kate Moss no macacão de bronze feito pelo escultor Allen Jones. Abaixo,  modelos de Mugler e McQueen. 

Mugler Verão 2008, Verão 1991 e McQueen Inverno 2002.

E claro, as criações do espanhol Cecilio Castrillo Martinez, que mistura o universo de fetiche, dark e terror com armaduras. Assim como McQueen, o designer é fascinado pela peça que sempre aparece nas suas coleções. Confeccionados em couro, tem até modelo para grávida.


Parece que o retorno do bustier moldado pode vir com força. Na coleção de despedida de Jean Paul Gaultier, aparecem diferentes criações, entre elas busto e barriga, remetendo a YSL em 1969, e o torso masculino, remetendo ao peitoral militar greco-romano, que já fora apresentado antes nas passarelas por Alexander McQueen.


Esse em específico tem os seios em formato de Bullet Bra, modelo que possui uma trajetória na carreira de JPG e que já contamos a sua história aqui no blog! Tem também o post do Cone Bra e o fetiche.


E olha como são as coisas: o modelo de Jean Paul Gaultier nos remete a outra criação de 1928, um figurino utilizado pela atriz Marion Martin inspirado em 'Aelita, A Rainha de Marte'.


Além de passear por parte da história do bustier moldado em forma de torso feminino, um dos intuitos desse post é que, quem sabe, as marcas de moda alternativa brasileiras façam as suas versões, pois esta é uma peça lindíssima, que exalta justamente uma das partes do corpo da mulher que traz tanta polêmica quando desnudados: os seios e os mamilos. Pode-se ver que não há necessidade de fazer formas padronizadas, é possível abrir a mente e criar a diversidade de curvas existentes. Quando fizemos os posts sobre o bullet bra (sutiã cônico), não havia nenhuma marca daqui fabricando o modelo. Logo depois, várias produziram inspiradas pelo post! Fica então o desafio para vocês, designers, criarem essa peça incrível às nossas superpoderosas mulheres.

ATUALIZAÇÃO 19/03/2020 - TEMOS BUSTO BRASILEIRO!

Alguns dias após esta publicação ir ao ar, a Isabela Itabayana (@trashqueen13) de Belo Horizonte, entrou em contato através do Instagram do blog pra dizer que ela criou um busto em sua coleção de TCC chamada Agnatha, nome de um tipo de peixe sem mandíbula, uma das primeiras criaturas na evolução. A peça também homenageia os bustos da moda, como os de Issey Miyake e Thierry  Mugler. Para a estilista a peça é relacionada com sangue se ligando com a questão a vida/morte; ao aquário (reservatório de água, aqui preenchido com sangue) e ao sensual, ao "fetiche da imobilidade causada pela peça sólida, ereta, imóvel (como aquelas ilustrações da Bizarre)", diz ela.
A peça foi feita à vácuo, Isabela também desenhou e produziu todos os itens da coleção (os óculos, os sapatos...). A estilista também trabalha criando peças em látex que estuda desde 2015 e complementam o busto e os looks na passarela. Não posso deixar de registrar minha admiração pelo trabalho dela e espero que logo a tenhamos como uma nova marca no mercado nacional!
Existem muitos bustos no exterior, chegou a ser até exaustivo fazer a curadoria de fotos para essa postagem tamanho o volume de produções lá fora, que maravilha é poder mostrar agora ao Brasil (e aos leitores do resto do mundo), que também temos uma versão nacional! E mais admirável ainda: vindo de uma marca alternativa e não de grandes nomes da moda!
Agradeço muito a Isabela pelo envio de um texto explicativo sobre seu trabalho e as fotos com as etapas da construção da peça. <3

O busto.

O processo de criação.

Esquerda e centro: fotos do desfile. À direita, a estilista Isabela/@trashqueen13.
   

Direitos autorais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o texto do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

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11 de fevereiro de 2020

"Dark Glamour" - Conheça a coleção criada em parceria com a loja Dark Fashion

Para celebrar os 10 anos de blog, da parceria entre a loja Dark Fashion e o Moda de Subculturas nasce a coleção “Dark Glamour”, idealizada por Sana e com curadoria de Nívia Larentis, proprietária da marca.

Para Sana, autora do blog Moda de Subculturas, o conhecimento e a alta qualidade técnica da Dark Fashion faz da marca a parceira ideal para o desenvolvimento de uma coleção comemorativa.

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Modelo: Sana / Sapato: Reversa / Foto: Bárbara Tomásia Fotografia 

"Dark Glamour" é o termo que desde o início do blog Moda de Subculturas em 2009, tagueia as postagens de alta moda com temática obscura. Nestas postagens, os looks tem uma estética elaborada e sofisticada, inspiração para as mulheres alternativas que querem manter - ou adotar - uma elegância obscura no dia a dia.

A coleção é toda na cor preta. Ao longo da História da Moda, era a cor da nobreza e da aristocracia, pois corantes negros eram extremamente caros. No século 20, o tom se associa à femme fatale, sensual e assertiva. Nas subculturas alternativas, a cor é o símbolo da rebeldia, sendo considerada a cor gótica por excelência.

Nesta coleção, Sana associa o Dark Glamour ao gótico e ao romantismo obscuro resultando numa coleção super diferente do que já foi produzido pela Dark Fashion até então, unindo conforto, qualidade e impacto visual nos designs das peças.

Foram criados 8 (oito) modelos: 4 vestidos; 2 blusas; 2 saias.
Dois dos vestidos podem se tornar dois modelos diferentes. As 2 (duas) blusas e as 2 (duas) saias combinam entre si. Algumas peças são oferecidos em até 3 (três) tecidos diferentes, para várias ocasiões e estações. Nestas variações de tecidos, chega-se à 11 peças e pelo menos 14 combinações entre entre elas! 

As inspirações vieram de fontes diversas: da moda gótica, da moda clássica, passando pelas Dark Pin-ups e nas desejadas marcas alternativas estrangeiras inacessíveis para muitas brasileiras. Com a consultoria de Nívia orientando sobre costurabilidade e viabilidade, ambas tornaram as peças adaptadas ao nosso estilo e clima, mantendo a conexão com a identidade da marca Dark Fashion.

Um dos desejos era que todas as peças além da qualidade do material e acabamento, tivessem um design atemporal, ou seja, peças que nunca sairão de moda e que poderão ser usadas por muitos anos, tendo um ótimo custo-benefício respeitando o investimento da cliente.


O Ensaio

No ensaio fotográfico para a coleção Dark Glamour, o brilho e a luminosidade contrastam com o visual dark da coleção. Vivemos num país tropical, de luz brilhante a maior parte do ano e nada mais apropriado do que apresentar as peças dentro de nossa realidade. Um jardim simbolizando nossa natureza real e exuberante, a casa na praia simbolizando o conforto tanto das peças quanto do nosso lar. Nas unhas, um tom de roxo, cor preferida da Nívia e sempre usada na publicidade da loja.

Podemos ter um grande estilo vivendo num país tropical, não é necessário recriar uma luz estrangeira, utilizar um cenário elitista/colonizador ou tentar copiar paisagens distantes. Temos nosso próprio brilho e criatividade exatamente como as peças de roupas produzidas pela Dark Fashion.

Como esta é uma coleção especial, comemorativa, Sana foi a própria modelo. Mas todas as peças estarão disponíveis em tamanhos maiores, logo você poderá vê-las nas meninas “plus size” parceiras e clientes da Dark Fashion.

As fotos foram tiradas por Bárbara Tomásia, talentosa retratista. Fotógrafa em início de carreira, esse foi seu primeiro trabalho com catálogo de Moda. Quem mora em Santa Catarina, fica a dica desta fotógrafa que também é da cena alternativa.

Modelo: Sana / Sapato: Reversa / Foto: Bárbara Tomásia Fotografia 

Depoimento de Sana sobre a coleção

Eu não poderia estar mais feliz com essa coleção em parceria com a loja Dark Fashion!
O desejo de criar uma coleção em parceria era antigo e o momento finalmente chegou! Meu blog Moda de Subculturas e a loja Dark Fashion completaram 10 anos de parceria - e o blog 10 anos de idade! Um apoio mútuo raro num universo efêmero em que parcerias vem e vão ao longo dos anos. Creio que a mútua admiração profissional justifica essa durabilidade.

Desde que surgiu, a Dark Fashion vem aprimorando sua qualidade. Substituindo tecidos que não funcionam mais por outros mais respiráveis, confortáveis, naturais e com mais qualidade. Sempre tentando manter preço justos. Sobre a qualidade técnica da modelagem, só podemos nos orgulhar da profissional excelente que a Nívia é, também alterando as modelagens quando necessário e anualmente criando novas peças e coleções. A Dark Fashion faz roupas em todos os tamanhos de corpos e sob medida desde o começo e sem cobrar mais por isso (veja entrevista)! Por tudo isso, é a marca perfeita para a minha coleção que tem desde peças casuais pro dia a dia até peças mais elaboradas, transmitindo desde traços de rebeldia até uma distinta elegância.

As coleções da Dark Fashion sempre trazem algumas peças atemporais e "sem idade". A Moda Alternativa direciona boa parte de seu foco na juventude. Mas todas nós ficaremos mais velhas e queremos continuar apoiando marcas alternativas, então nada mais interessante encontrar nas lojas alternativas peças "sem idade", onde alternativas que ‘envelheceram’ vão encontrar looks mais “adultos”. Quando mais velhas, com um estilo de vida diferente da juventude, nem sempre podemos ou queremos sair com um visual mais ‘edgy’, às vezes queremos manter a diferenciação usando peças com design (esse é também o segredo das famosas senhoras que aparecem no Advanced Style: o design!).

Modelo: Sana / Foto: Bárbara Tomásia Fotografia

Como puderam ver, fui modelo da minha própria coleção. Não apenas porque eu saberia melhor comunicar as peças que criei usando como plano de fundo a casa na praia e o jardim, mas também porque sou uma mulher com mais de 30 anos - cada dia mais próxima dos 40. Ter me tornado uma adulta alternativa me fez lembrar das alternativas que ‘envelheceram' e o quanto elas não são representadas na mídia e moda alternativa mesmo que continuem consumindo o segmento (e recorram à marcas mainstream ou fazem suas próprias roupas por não se identificarem tudo com o que as marcas alts vendem). Nós, mulheres alternativas com 30, 40, 50... anos, existimos! E Podemos ser modelos, podemos representar marcas, podemos ser estilosas  e unir nossas forças com a energia inovadora da juventude que é uma grande inspiração sempre! Não vivemos só uma fase  mas toda uma vida alternativa!

Adoraria que as peças que criei fossem vestidas por mulheres de todas as idades, cada uma delas usando as peças à seu estilo.  Dito isso, mantenham-se autoconfiantes e não deixem o passar do tempo desanima-las. Façam de todas as fases da vida uma oportunidade de explorar suas melhores
mudanças!

Modelo: Sana / Sapato: Reversa / Foto: Bárbara Tomásia Fotografia

Com a Dark Fashion, pude trabalhar da forma que amo:
Buscando minhas referências na própria moda alternativa, no melhor do mainstream e na História da Moda. A História da Moda tem grande influência no meu processo inspiracional, mas não gosto de usá-la de forma óbvia e literal, deixemos o passado no passado. Gosto de referenciar essa História poderosa nos detalhes, nas nomenclaturas, alinhavando a moda alternativa.

O peso da moda alternativa nesta coleção também foi grande, busquei principalmente manter um dos pilares da Dark Fashion, que é a cor preta e seus materiais de trabalho habituais (tecidos, ilhóses…) me inspirando também em marcas estrangeiras que são inacessíveis para maioria dos brasileiros, buscando o que parecia ter mais funcionalidade no Brasil.

Criei algumas peças com traços românticos. Eu adoro romantismo e ele sempre some das lojas nacionais quando 'sai de moda', o que é uma pena. Mas o tema tem retornado ao interesse cada dia mais. Aproveitei que a Dark Fashion tem em seu histórico outras peças românticas, ou seja, tem essa abertura ao tema e criei algumas peças.

A blusa de alças cruzadas não é novidade no mercado nacional, mas eu diria que o diferencial das criadas por nós é o conforto, a qualidade do tecido e possibilidade de regulagem de alças. Algumas blusas de outras marcas não tem a regulagem ou não tem elasticidade, o que pode complicar para meninas com busto maior ou menor. Ela está disponível em três tecidos diferentes. E precisávamos disso no mercado.

E por fim, o mainstream. Quando surgiu em 2009, o maior diferencial do blog Moda de Subculturas e que o fez chamar a atenção de muita gente era a conexão entre moda mainstream e moda alternativa. Mostrando como os dois mundo se conectam. Por isso essa coleção, chamada “Dark Glamour”, leva o nome da tag do blog para mostrar peças de grifes mainstream que tinham uma estética obscura.


Conheça as peças e seus detalhes:

Assim como outras marcas, a Dark Fashion não dá nomes fantasia à suas peças. Perguntei se podia dar nomes à elas e optei por nomes de mulheres inspiradoras nas mais diferentes áreas da cultura. Mulheres da moda, da literatura, da mitologia, da fantasia, do cinema, música e da cultura alternativa. Mulheres que impactaram o mundo a seu jeito, assim como as peças desta coleção tem seu impacto tanto na minha vida quanto na das clientes e admiradoras.


  • “Lisbeth” 5091 é o vestido com harness (arreio), um acessório fetichista que ascendeu ao mundo graças à subcultura pós punk. O vestido é em viscolycra preta, com busto forrado e saia assimétrica em duas camadas. Possui alças em courano com regulagem por ilhóses, onde você pode aumentar ou diminuir o decote de acordo com o tamanho de seu busto ou sua vontade.
    O harness, também em courano, é removível, tornando o vestido um modelo 2 em 1: com o harness é um vestido punk/goth estiloso e sem o harness, se torna um vestido preto básico confortável para todas as ocasiões. O harness pode ser aplicado em outras peças da Dark Fashion que possuem alças afiveladas. O nome “Lisbeth” homenageia a personagem Lisbeth Salander criada por Stieg Larsson, a personificação de uma mulher alternativa e segura de si, assim como a cliente da Dark Fashion.
  • “Doro” 5090 é o nome do vestido em viscolycra com sobresaia em tule. Suas alças são reguláveis na parte de trás e cruzadas na frente com ilhóses. O decote tem ilhóses e amarração. O nome do vestido remete à cantora Doro Pesch, que tem como forte marca de seu estilo pessoal o uso de corpetes com amarrações.
    Este vestido tem o busto forrado, saia mullet e sobressaia em tule também mullet em comprimento mais longo que a base em viscolycra. É um vestido super fresco, ideal para dias quentes. A saia fluída balança ao caminhar, delineando de forma maravilhosa todos os tipos de corpos, fornecendo um visual etéreo. A parte superior com as tiras de ilhós e amarração tem grande impacto visual. Um vestido super diferente e a cara da Dark Fashion!
  • “Dita” 5092 é o nome do vestido tubinho com alças cruzadas reguláveis. Inspirado na estética de começo de carreira da dançarina burlesca Dita von Teese, um ícone alternativo de mulher sensual porém elegante, justamente a proposta deste vestido. O modelo está disponível em duas versões de tecido: lycra cirré e veludo.
    Mas o vestido Dita surpreende: ele acompanha uma saia godê em tule com o cós ou em veludo ou em cirré. A saia de tule é uma peça emblemática na cultura alternativa e usada em cima do ajustado vestido 'quebra' sua sensualidade, trazendo um visual sofisticado e diferente. Perfeito pra quem quer sair do óbvio num vestido tubinho.
    Tecnicamente, o vestido “Dita” também vai te surpreender, pois a Dark Fashion é uma marca que preza por qualidade e também pelo conforto da cliente, fazendo o vestido ser forrado. Isso mesmo! Tanto o modelo em cirré quanto o modelo em veludo são forrados com viscolycra, fazendo com que o vestido apesar de justo, não marque de forma deselegante sua roupa de baixo e os detalhes de seu corpo. Não se preocupe que os tecidos são respiráveis! É bastante raro uma marca nacional pensar em forrar das peças e isso só demonstra a atenção aos detalhes da Dark Fashion. Não poderia haver elegância maior num vestido chamado “Dita”.
  • O vestido “Aurora” 5093 é certamente a peça mais impressionante que você verá nesta coleção. Um modelo super diferente do que é vendido no mercado alternativo nacional e leva este nome por parecer ter saído de um conto de fadas, podendo se tornar, com alguns ajustes, um vestido de noiva dark. Este vestido em viscolycra, tem decote império (logo abaixo do busto) franzido no decote, com detalhe em cirré logo abaixo do busto. Cirré também é o tecido de suas alças reguláveis. O brilho ‘molhado’ do cirré em contraste com a viscolycra e o tule, tornam a peça um modelo único.
    A saia do vestido é composta de duas camadas assimétricas de tule, longas e volumosas, dando à peça um ar etéreo, sublime, romântico, como se fizesse parte de um “dark fairytale”. Peças românticas são caracterizadas por tecidos fluídos e historicamente inspirados (neste caso, um modelo Império). Este vestido remete à uma imagem de fuga para o campo, para um mundo mágico e por vezes fantástico. O vestido perfeito para encontrar beleza nas sombras, seja na floresta, num castelo em ruínas ou no seu próprio palácio assombrado.
  • A blusa com tiras cruzadas, leva o nome de “Maya” 2029, homenageando toda a elegância do estilo Dark Pin-up. A blusa de alças cruzadas aparece na história da moda em meados do século 20 e desde então, se mantém como uma peça incomum e que aparenta muita distinção.
    A blusa está disponível em 3 (três) tecidos diferentes, cada um para uma ocasião. A levíssima viscolycra para o dia a dia, o veludo para um momento elegante e a lycra cirré para os momentos de lazer. Com certeza você vai querer possuir todos! A blusa possui alças reguláveis e é forrada na parte frontal, garantindo a elegância.
  • A saia de Tule “Madeleine” 5035 tem como base uma minissaia em visco lycra e por cima duas camadas assimétricas de tule de altura midi com as pontas adornadas com barrado de renda. O tule, transparente, de caimento fluído e esvoaçante potencializa o ar de mistério. O nome é uma referência à estilista Madeleine Vionnet que revolucionou a moda feminina com seus vestidos de saias transparentes que promoviam movimentos livres e naturais.

  • “Dóris” 2030 é o nome da blusa frente única em veludo com com decote princesa e detalhe em renda. Sua amarração se dá na parte traseira do pescoço com tira em veludo. Sem dúvida uma peça marcante! O nome homenageia as divas de Hollywood como a atriz Doris Day. Estas atrizes, fascinavam com seus ombros e costas de fora ajudando a popularizar o modelo frente única, peça que também está na história das subculturas sendo um dos modelos preferidos pelos jovens alternativos da década de 1960. 
  • A saia de renda “Olympia” 5034 tem como base uma minissaia em viscolycra, por cima possui uma camada assimétrica de renda de altura midi adornada nas pontas por um barrado de renda. A renda de caimento encorpado balança ao caminhar, resultando numa peça de sofisticada de beleza impactante. O nome é uma referência ao Monte Olimpo, local de morada dos deuses gregos, afinal esta é uma peça digna de uma mulher-deusa!
Modelo: Sana / Sapato: Reversa / Foto: Bárbara Tomásia Fotografia

Tecidos
A coleção Dark Glamour trás o conforto da viscolycra, a ousadia e a sensualidade do cirré e o clássico veludo, tendo como complementos a renda, o tule de malha e o courano envernizado.
A viscolycra (93% viscose, 7% elastano) é respirável, super confortável, macia e perfeita para os dias quentes.
A lycra cirré (85% poliamida, 15% elastano) fornece um brilho envernizado efeito látex ou brilho molhado (Wet Look), sendo uma malha resistente e confortável que não esquenta por conter fios de poliamida em sua composição. 
O veludo irlandês (95% poliéster, 5% elastano) trás o conforto por conter elastano e sendo um material mais encorpado é perfeito para dias amenos, locais com ar condicionado ou eventos e saídas à noite.
A renda (90% poliamida, 10% elastano) e o tule (90% poliamida, 10% elastano) são os tecidos que trazem a transparência, caimento fluido, remetendo a criações luxuosas sendo super adequados ao nosso clima.
O courano envernizado (material sintético) se destaca nos detalhes com ilhóses e tiras.


Fiquem de olho
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E não esquece o cupom de desconto: 
Cupom de desconto de lançamento: GLAMOUR
Cupom de desconto na loja/pós lançamento: SUBCULTURAS


Essa coleção mostrar um pouco do meu lado de estilista de moda alternativa. Unindo os universos que amo junto com uma grande marca brasileira do segmento. Adoraria conhecer a opinião de vocês sobre a coleção!




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