Destaques

29 de novembro de 2017

A Tecnologia de tecidos com proteção solar aplicado à moda alternativa: saiba como funciona e onde encontrar!


Num país quente como o nosso  com sol a maior parte do ano, já é possível encontrar tecidos com tecnologia de proteção contra raios solares UV. A boa notícia é que podemos encontrar peças numa loja alternativa nacional: a Dark Fashion!

VESTIDO 5080

Na loja, todos os tecidos em malha cirrê (ou ciré) possuem esta tecnologia. A malha cirrê é essa malha de efeito "molhado" que dependendo da luz e do brilho pode parecer que você está vestindo couro ou vinil.  

BLUSA 2020 / BLUSA 2074

A empresa Rosset, responsável pela produção do tecido, fabrica esta malha pensando no público fitness e de esportes de alta performance, mas na marca alternativa encontramos peças para uso diário, urbano, assim podemos usufruir da tecnologia UV nos nossos looks alternativos!
SAIA 5020 / SHORT 4504

As roupas com filtro UV protegem o corpo enquanto a peça estiver vestida (óbvio né? haha), o fator de proteção é 50+, bloqueando 97.5% dos raios ultravioleta. Por garantia, todas as peças que recebem esse tratamento possuem uma etiqueta que a Dark Fashion anexa em cada uma das peças.


E não, o fator não vai embora com as lavagens, basta seguir as orientações anexadas na etiqueta da roupa: lavá-las à mão sem alvejante, secar à sombra e não guardar molhadas. 
CALÇA 4014 / CALÇA 4200

Como funciona?
O tecido recebe o acréscimo de produtos fotoprotetores, e pelo que se comprovou em testes, são realmente eficientes. Não à toa a tecnologia surgiu num país com clima quente, a Austrália, que em 1996 passou desenvolver tecidos com proteção solar visando reduzir a alta incidência de câncer de pele na população daquele país.
Por estas e outras que a Dark Fashion é uma das melhores marcas alternativas, além de oferecer peças em todos os tamanhos, com qualidade e acabamento impecável, agora também investe em tecidos tecnológicos que dão aquela ajudinha na saúde! Aproveito pra postar uma foto de uma blusinha da marca que é minha nova queridinha! <3

E vocês, já usam peças com proteção UV?

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27 de novembro de 2017

Levando o Punk para as massas: icônica exposição dedicada à banda Nirvana está em cartaz em São Paulo.

Está em cartaz desde o dia 12 de setembro deste ano a exposição “Nirvana: taking punk to the masses” no Lounge Bienal, dentro do parque do Ibirapuera, em São Paulo. A exposição passou antes pelo Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Visitei a exposição no dia 03 de novembro e trago aqui um pouco das minhas impressões sobre o evento.



O foco da exposição era mostrar como o Nirvana levou o punk às massas, ou seja, como fez com que um estilo musical pós-contracultural se tornasse popular. Isso não é muita novidade pra quem é fã da banda, mas de qualquer forma vale a pena visitar a exposição pelos itens que citarei a seguir.

© Nandi Diadorim

Pra quem já leu os livros do Charles Cross sobre o Kurt Cobain – o mais famoso é o Heavier than Heaven (Mais pesado que o céu, no Brasil) – vai reconhecer muita coisa por lá. As primeiras fitas K7 da banda, os encartes dos primeiros shows, as artes gráficas feitas pelo próprio Kurt – para a banda ou não – fotos raras, primeiros setlists, letras de músicas escritas a mão; isso tudo você já viu nestes livros. Mas ver ao vivo é bem diferente, um pouco emocionante até. Eu como fã inveterada da banda, sei que essa foi a oportunidade que eu tive de chegar mais perto deles.

© Nandi Diadorim

Existem algumas raridades na expo também: entrevistas em vídeo que nunca foram ao ar, fotos nunca antes publicadas, muito material de áudio e vídeo sobre a cena de Seattle (e não apenas do Nirvana), infelizmente muitos sem legendas. Muitas roupas usadas por Kurt e Krist também estão expostas.

© Nandi Diadorim
© Nandi Diadorim

Quanto a mim, as peças que mais me tocaram foram as guitarras (talvez por eu ser guitarrista também). Não quero soar tão espiritualista assim, mas as guitarras do Kurt guardam muito da energia dele; é possível quase sentir isso, tantos anos depois. Fiquei arrepiada de ver elas lá!!

© Nandi Diadorim


Entre guitarras lindas, impecáveis e bem cuidadas, como a famosa Fender Mustang, estão lá também as guitarras completamente destruídas nos shows; ou ao menos parte delas. Kurt destruía elas sem dó nem piedade. Dá quase pena de olhar pra elas, sobreviventes da história.

© Nandi Diadorim
Outra peça impressionante é a boneca do In Utero, usada nos shows dessa turnê, em duas versões diferentes, em tamanho real. Também estão lá um baixo do Krist Novoselic e um pedaço da bateria usada pelo Dave Grohl.


Além das peças, ambientes especiais também foram criados: uma sala imitando o cenário do Unplugged MTV, com cortinas e os candelabros usados no programa; e um espaço para fotos imitando a capa do Nevermind, onde você pode perseguir uma nota de dólar fictício (risos!).

© Nandi Diadorim

É claro que eu bati uma foto minha fazendo isso...
© Nandi Diadorim

Só não curti muito uma espécie de dark room (não entrei) que capturava sua imagem reagindo ao som da banda. Achei desnecessário, fora que você cedia seus direitos de imagem ao entrar na sala.
Em suma, uma exposição que vale muito a pena, você sendo um grande fã ou não. Se você não é um grande fã, você conhecerá a trajetória da banda. Se você é um grande fã, você vai pirar com os instrumentos e as raridades.



Pra quem quer dar uma olhada:
apressem-se, a exposição encerra dia 12 de dezembro!
Paz, amor e empatia!










Autora:
Nandi Diadorim.

Historiadora e professora na rede municipal de ensino no Rio Grande do Sul.
Guitarrista em uma banda de punk rock.
Cachorreira, gateira, vegetariana, feminista...em suma, a incomodação em pessoa.






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Artigo de Nandi Diadorim em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 

22 de novembro de 2017

Marca investe em acessórios para as Horror Pin-ups! Entrevistamos a proprietária da loja Ravenous, que tem chamado a atenção por seus acessórios de temática gótica.

As pin-ups com pegada dark são um fenômeno de estilo alternativo aqui no Brasil, e óbvio que com a demanda de clientes, nada mais justo do que surgirem lojas para abraçar o desejos deste público!


Estefani Pereira mostra as bolsas veganas da marca Ravenous.

A Ravenous é uma marca de acessórios alternativos especializada em acrílicos produzidos artesanalmente e com foco em temáticas da cultura alternativa especialmente temas góticos.
Em recente expansão a loja criou uma linha de bolsas com matérias crueltyfree/veganas. Embora seu público seja muito amplo, é inegável que se tornou uma marca queridinha das Horror/Goth/Dark Pin-ups! 

Assim como muitas outras marcas alternativas, a loja é comandada por uma mulher. Para mim, marcas alternativas são uma forma de empoderamento e independência feminina, há muito girl power envolvido, o empreendedorismo destas garotas pode inspirar muitas outras!! Go Girls! <3

Apresento agora entrevista com a proprietária Estefani Pereira, que comanda a confecção artesanal das peças. Ela nos conta sobre seu envolvimento na cena alternativa, o processo de criação e os desafios de ter uma loja alternativa. Lembrando que:

Leitores do blog tem direito a cupom de desconto na loja, o cupom é
SUBCULTURAS
e pode ser usado em qualquer compra acima de R$28,00. <3


A postagem está ilustrada com as peças que recebi da marca.
Este é o colar Bride of Frankenstein [aqui].

Moda de Subculturas: Conte-nos como se interessou por moda alternativa.
Estefani Pereira: Desde de muito cedo me tornei admiradora do universo alternativo, começando pela parte musical, onde tive grande influência da família, mas confesso que demorei para me relacionar com a moda! Meu interesse fashion só rolou aos 15 anos quando comecei a frequentar baladinhas Underground da grande São Paulo e foi lá, que tive um contato real com o estilo. Ver toda a produção e estética do público Goth me inspirou a vivenciar isso e posteriormente trabalhar nesse ramo!

MdS: Como decidiu trabalhar com esse segmento específico e ter sua própria marca?
EP: A decisão de trabalhar com acessórios veio de uma necessidade pessoal. Antigamente, como consumidora eu não encontrava peças alternativas que me agradavam 100% ou que estavam financeiramente ao meu alcance. Pensando nisso, comecei a produzir acessórios para meu próprio uso, o que acabou se tornando um hobby! Quando minhas amigas viam o que tinha conseguido fazer com montagens de colares e brincos, pediam para que eu fizesse modelos iguais para elas também. Foi quando percebi que não era a única com essa necessidade e que o meu hobby era admirado por outras pessoas! Pensando nisso e na escassez de lojas nacionais e confiáveis nesse segmento, me aperfeiçoei no trabalho e decidi lançar a Ravenous em 2015.



MdS: Como você definiria a Ravenous e que tipos de itens a pessoa encontra na loja?
EP:
A Ravenous é uma coletânea de muitas coisas. Trazendo elementos místicos, alternativos, referências de estilos e inspirações pessoais para cada peça! Sempre com o intuito de oferecer ao público algo que ele se identifique e o represente. Nosso catálogo é composto por colares, brincos, camafeus, anéis, chokers, e recentemente por bolsas e itens decorativos.


MdS:
Você já tinha uma habilidade natural pro artesanato ou foi estudar técnicas? É uma área que exige um pouco de detalhismo, certo?

EP:
Sempre gostei muito de artesanato e tive facilidade em trabalhar com diversos materiais. Porém, tudo exige aperfeiçoamento! Como você disse, é algo que precisa ser detalhado e alinhado. Ao trabalhar com peças acrílicas foi necessário aprender técnicas de corte, gravação e principalmente de criação da arte que é por onde tudo começa. Na real é um estudo continuo!




MdS:
Como é o processo de escolha das peças a serem vendidas, é seu gosto pessoal, um "feeling"... há alguma influencia da estética de subculturas?

EP:
Essa parte é muito intuitiva! Começando pelo meu gosto pessoal, inspirações e o que o público está procurando. Tento conciliar tudo na estética alternativa da loja para chegar no resultado final.


MdS: Quais as peças de maior sucesso?
EP:
É difícil dizer! Felizmente todos os modelos estão sendo bem aceitos. O Colar e os Brincos Spider Web são muito queridos pelo público, e os novos modelos exclusivos, como o Colar Magic Moon e o Brinco Moon Phases estão disparando ♥ Porém, nada supera o famigerado Maxi Brinco Pentagram (risos).




MdS:
Quais suas peças favoritas?

EP:
Ahhhh pode tudo?! Haha Eu amo todos os modelos. Mas confesso que todas as peças exclusivas da loja são as minhas preferidas do coração. Deve ser aquele orgulho de mãe!


MdS: O que acha do mercado alternativo no Brasil tanto como consumidora quanto como empreendedora?
EP:
Está melhorando a cada dia e isso é maravilhoso! Hoje podemos encontrar com facilidade peças de qualidade e que represente nosso estilo. Marcas independentes que se preocupam com a questão ambiental e artesanal são as minhas preferidas! Claro que ainda tem muita coisa para se melhorar e inovar, como por exemplo a pouca quantidade de lojas que oferecem vestuário plus size e produtos de matéria prima 100% nacionais, mas aos poucos estamos chegando lá! Acredito que a tendência é só melhorar.





MdS:
Quais os pontos baixos e os pontos altos de ter uma marca alternativa?

EP:
São pontos que andam lado a lado, pelo menos pra mim! O ponto baixo é a dificuldade de encontrar matérias primas ou até mesmo mão de obra de qualidade com um bom custo beneficio para repasse! Mas acredito que isso seja um obstáculo de todas as lojas, não só as alternativas. É realmente frustrante você ter uma ótima ideia e ter dificuldades em executá-la por essa questão, mas é aí que entra o ponto alto: conseguir realizar o projeto mesmo assim, extrair o melhor até chegar ao produto final e poder oferecer ao público o que foi idealizado com qualidade, é realmente gratificante!


MdS: Pode nos contar o que você programa para o futuro da marca?
EP:
Eu sonho muito e adoro segredos! (risos) Só posso dizer que no momento estou muito focada em aumentar nossa sessão decorativa.

Colar Spider Web [aqui]



MdS:
Para os leitores que quiserem comprar seus produtos, onde eles podem encontrar e como podem entrar em contato?

EP:
Por enquanto nossos produtos são vendidos somente online através do nosso site (www.ravenous.com.br) O atendimento também é exclusivamente online de segunda à sexta das 09:00 às 17:00 através da nossa FanPage (www.facebook.com/ravenousloja), Instagram (@ravenousloja) ou email comercial (contato@ravenous.com.br)



Pacote, panfleto e adesivos dos produtos.


Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre mais sobre a Ravenous! Usem o cupom SUBCULTURAS para ter desconto e companhem a loja nas redes sociais! Nos sigam no Instagram pra ver mais fotos das peças recebidas <3



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17 de novembro de 2017

Leitores revelam qual profissão "escondem" por baixo de elaborados estilos alternativos!

No mês de outubro, na França, a "Association des Cultures inhabituelles et Décalées" fez uma série de fotos com o intuito de mostrar que pessoas com visuais alternativos, membros de uma cultura ou de uma comunidade desconhecida e por vezes incompreendida, podem perfeitamente ter uma profissão e uma vida de cidadãos comuns. As fotos eram parte de um projeto para financiar uma exposição sobre o tema, e pode ser acessado neste post que fizemos na fanpage do blog no Facebook.
Inspirada pelo projeto francês e por tantas outras vezes que nos dedicamos a manter o estilo alternativo mesmo quando temos uma profissão tradicional, convidei leitores a participar de uma versão nacional do projeto. O convite ainda está aberto aos leitores e leitoras que quiserem ter sua foto incluída na postagem, basta nos contatar pela fanpage do Face ou por e-mail enviando suas fotos, nome e profissão.

Caroline, Comissária de Voo (Instagram).

Angélica Burns (Instagram), jornalista e vocalista da banda Hatefulmurder.

Ana Onório, programadora (Instagram).
 
Elaine Campos, auxiliar administrativa 
(Instagram).

Kelly Aline, esteticista e colaboradora aqui do blog (Instagram).

Eduardo Molinar, Jornalista.
Autor do livro sobre a história do Rockabilly no Brasil (aqui).


Sandra Henriques, cantora, costureira e bombeira nos
Bombeiros Voluntários de Leiria (Portugal).


Karen de Souza (Instagram), auxiliar administrativa de clínica médica aeronáutica. Maquiadora, modelo e dona da marca de moda alternativa Karen Souza-Moda Personalizada.

Nayara Soares, funcionária de escola e
blogueira/youtuber do Eccentric Beauty (Instagram).

Everton Figueiredo, Nutricionista (Instagram).

Lara Ávilis, designer gráfica e fotógrafa (Instagram).


Vivien Garbin, professora e doutoranda (Instagram).

Jéssica Rossa, radialista, atriz de teatro voluntária e dona do blog Na Mente de Alice (Instagram).


Eduardo Kiss, gótico vamp que trabalha como analista de TI, síndico profissional, promotor de eventos e cosplayer nas horas vagas (Instagram).

No mundo atual, fazer parte das regras do sistema dominante é necessário para manter determinado estilo de vida com mais liberdade e independência. Um estilo de vida alternativo não impede ninguém de ser um profissional competente.

Quando julgamos alguém somente pelas roupas do dia a dia, pelas roupas do trabalho, podemos estar totalmente enganados... uma pessoa alternativa, um semelhante, pode estar escondidinho ali embaixo! <3


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10 de novembro de 2017

Como é ser gótico e alternativo em Portugal?

A leitora portuguesa Oriana Bats do blog "Bats on the East Tower" nos enviou esse relato sobre como é ser gótico ou alternativo em Portugal. Se você é nosso leitor e mora no exterior, fica o convite para nos mandar suas observações sobre a cena alternativa no país em que reside, basta enviar o texto para este e-mail. Confira também a postagem escrita pela colaboradora Cha Trinsi sobre Como é ser alternativo na Suécia.


Festival Entremuralhas - Fonte

A existência de diferentes culturas é um fenómeno mundial. Nascem e crescem. Espalham-se e alteram-se (não necessariamente por essa ordem). Mas existem, regra geral, em todo o lado. O meu país, Portugal, não é excepção.
Portugal é um país de dicotomias: tanto existem as chamadas “cidades grandes”, como terreolas no meio de nenhures onde, depois do fenómeno da TDT (Televisão Digital Terrestre), há quem não consiga ver o Telejornal. 

Sinto que o mesmo se passa com as culturas consideradas mais alternativas/diferenciadas: nuns lados são bem aceites. Noutros, bem… são menos. Foi graças a essas dicotomias que resolvi pedir ajuda a alguns amigos para escrever este post. Pensei que, dar apenas a minha opinião (sendo eu uma pessoa que vive numa zona mais rural) seria pouco para abordar o tema. Falemos então primeiro das minhas vivências, antes de passarmos às dos meus amigos. 

A localidade onde vivo, apesar de apenas distar 50km da capital, já é considerada zona rural. A zona tem imensos cafés, cabeleireiros e alguns locais abertos à noite onde se pode ouvir música e beber algum copito. No entanto, esses locais apelam mais para música considerada “mainstream”, o que por aqui significa kizomba e grupos/cantores mais conhecidos. 

Apesar de, na maior parte do tempo, não ter quaisquer problemas, também por aqui podemos ver algumas reacções bem engraçadas. Lembro-me, por exemplo, de uma senhora que foi contra uma placa de um café (e a deitou ao chão), porque não fez outra coisa que não olhar para mim. No entanto, nem tudo são coisas divertidas. Uma vez fui seguida por 2 homens que distribuíam panfletos religiosos (sobre a família, e como só uma boa relação com Deus levaria a que a pessoa fosse feliz, etc). Enquanto vinham atrás de mim, diziam que tinha de deixar o Diabo, que Deus me ia perdoar… aparentemente cabelo azul e roupa preta dá em coisas destas.

Tal como já mencionei, pedi ajuda a alguns amigos de diferentes partes do país para compor este post. Recebi então alguns relatos, desde estereotipização, dificuldades em arranjar emprego/conseguir expressar-se (em termos visuais) um pouco mais no emprego onde está, passando por “purificações com água benta” e recordações constantes acerca da época do ano em que nos encontramos (o típico “Ainda não é Halloween/Carnaval” ou “O Halloween/Carnaval já passou”). Isto tudo entre outras situações.

No entanto, nem tudo são coisas más. Em 2010, surge o festival Entremuralhas. Com o lema “Há uma cultura que não se vende nas prateleiras do hipermercado”, o festival foi-se desenvolvendo em torno da música menos comercial (alguns dos nomes que já passaram por cá: Clan of Xymox, VNV Nation, Vive La Fête, Har Belex, Aesthetic Perfection, She Past Away e Parzival). A atenção dada por parte dos media a este evento (assim como o aparecimento de algumas reportagens mais sérias) contribuiu para esclarecer alguns mitos. No entanto, este não é o único festival dedicado a música mais diferenciada que existe em Portugal, sendo que outros bastante conhecidos são o SWR Barroselas, o Vagos Open Air e o Amplifest, entre outros. Temos também eventos mais pequenos como o Halloween Metal Fest, que se realizará pela primeira vez este ano. Existem ainda alguns eventos relacionados a modificação corporal, que também costumam ter algum destaque nos media. Todos, à sua maneira, contribuem para uma diferente visão das culturas alternativas/diferenciadas em território português.

Godvlad no Vagos Metal Fest - Fonte

Portugal tem ainda muito que mudar, começando pelos membros de culturas alternativas/diferenciadas em si. Aqui ainda existe muito quem diga que há pessoas que se “põem a jeito”*. Lembro-me de ver num fórum relacionado a música vários posts (já algo antigos) que criticavam outras culturas alternativas, por exemplo. Isto para além de comentários sobre as pessoas que se “punham a jeito”* (no sentido de receber comentários negativos ou preconceituosos) porque chamavam muito a atenção (seja por atitudes, roupas, etc) e depois queixavam-se, na opinião dos comentadores, sem qualquer razão. Sinceramente não vejo muita gente vestida “over the top” em Portugal, a não ser para eventos e acontecimentos do género. Mas, como passo pouco tempo em cidades, essa observação pode ser tendenciosa. No entanto, como tentar que haja mudança, se os próprios têm semelhantes pensamentos? 

Tenho plena consciência de que as coisas já estiveram piores. Basta ver uma reportagem, penso que dos anos 90, sobre Black Metal que começa assim: “A música de Satanás, uma década depois, os seguidores do Black Metal, anticristãos e satanistas, aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Profanar cemitérios e incendiar igrejas são rituais satânicos cumpridos por muitos dos que fazem do Black Metal uma forma de estar na vida.”. Ou mesmo algum artigo sobre um crime que ocorreu em Ílhavo em 1999, que foi definido como tendo conotações satânicas, pois o autor tinha uma banda de Heavy-Metal e vestia-se a rigor. Claro que as coisas já estiveram piores e, nalguns lados, pouco mudaram. Como faço muita pesquisa relacionada ao tema, é fácil ter essa noção. No entanto ainda há muita coisa que precisa de ser alterada. Tanto no meu país como no resto do mundo.



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