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6 de novembro de 2016

Moda Alternativa Plus Size: os desafios de atender o público alvo

Várias marcas mainstream se especializaram em atender quem veste tamanhos grandes - acima do 44. Embora a mídia e a propaganda ainda sejam voltadas para o ideal do corpo magro, é possível entrar numa loja de departamento e encontrar uma sessão "especial" plus size (odeio com todas as minhas forças esse termo, mas é assim que somos classificadas na moda). E com as marcas alternativas, será que isso acontece?

*Artigo guest post de Carolina Ribeiro do blog Alternativa GG


Pinup Girl Clothing alternative plus size
®Pinup Girl Clothing

Através da minha vivência - sempre vesti, no mínimo, 44 e atualmente visto 50 - e também das pesquisas que sempre faço na área, notei que as roupas voltadas para o público alternativo fabricadas aqui no Brasil, em sua grande maioria, servem muito mais para eventos do que para o dia a dia. Os tecidos plastificados e sintéticos podem não se ajustar em todos os tipos de corpo, alguns não esticam, outros não possuem sustentação e a qualidade da peça nem sempre permite o uso contínuo.

Outro problema é que as lojas brasileiras não oferecem muitas opções de tamanho, o limite geralmente fica entre 42 e 44, no máximo. É quase impossível percorrer a Galeria do Rock, aqui em São Paulo, e encontrar uma peça na qual uma mulher plus size se sinta bem. Nossa opção é a combinação de calça + camiseta reta.



Moda Alternativa plus size
®Domino Dollhouse/Spin Doctor

Apesar das  críticas ao mercado mainstream que se apropria de símbolos e características das subculturas, tenho que ressaltar o fato de que somente através disso é que mulheres fora dos padrões conseguiram provar uma calça de couro confortável ou encontrar aquela blusa com spikes mais soltinha. Dentre as lojas brasileiras, a única especializada no público underground que nos contempla - até agora - é a Dark Fashion, que fabrica desde o tamanho PP até o EGGG e também sob medida.

Para fugir do óbvio é necessário fazer adaptações. Prefiro adquirir peças básicas e complementar a estética alternativa através dos acessórios e calçados. É preciso ser criativa quando veste acima de 44, porque a inclusão ainda não chegou pra nós nesse meio alternativo. 


®Kreepsville666 - Use o cupom de desconto SUBCULTURAS


* Artigo Guest Post de Carolina Ribeiro autora do blog Alternativa GG para o Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. Para colaborar com o blog ou publicar guest post sobre qualquer tema da cultura alternativa, entre em contato conosco por email.

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8 de abril de 2016

O mangá Nana (de Ai Yazawa), Vivienne Westwood e o Punk

O post de hoje pode ser direcionado às Otomes (meninas que curtem mangás), assim como aos admiradores da Vivienne Westwood e do punk. Mas como a estilista se interliga de forma tão importante aos seguidores de Harajaku, dos mangás e do conteúdo asiático? E o que uma quadrinista de mangá pode nos oferecer de tão grandioso?
*Guest Post de Malú Mairy
 
NANA manga


A japonesa Ai Yazawa é uma Mangaká (quadrinista de mangás) e amante da subcultura punk. Isso é tão nítido, que posso citar várias obras dela que sem dúvida vão abordar elementos de moda alternativa. O mangá ParaKiss (Paradase Kiss) por exemplo, desenvolve-se num ambiente completamente exposto de moda, onde mostra tanto o cenário punk, o gothic lolita, quanto o mundo das Drag Queens que, curiosamente, se passa em uma escola de moda! O enredo é desenvolvido em cima de personagens que precisam de uma modelo para protagonizar uma campanha com fortes inspirações no punk (uma coleção de ateliê que necessita ser apresentada no TCC da escola de moda).



Além dele, em seu mais recente trabalho, Yazawa fez parceria com a fabulosa Courtney Love. O roteiro não é dela (Yazawa), mas podemos desfrutar de seu design nos personagens da obra. Temos um mangá maravilhoso com todos os seus traços, da qual a publicação leva o nome de "Princess Ai" e foi lançado entre 2004-2006 contando a história de uma princesa que veio de outro mundo e acabou parando na Terra, mais especificamente no Japão. O mangá contém 3 volumes e é de co-autoria de Courtney Love, Ai Yazawa, Misaho Kujiradou e Stu Levy.


Agora, a parceria de amor entre Ai Yazawa e a nossa mamãe punk Vivienne Westwood!
Em seu trabalho mais popular, NANA-mangá josei/shoujo (josei é um gênero adulto/shoujo é um gênero direcionado à meninas) lançado no ano de 2000, Vivienne é basicamente a inspiração principal na indumentária da Nana Osaki (protagonista da obra), porém, posso dizer que todos personagens do mangá tem um pouco dela.

Sinopse do anime/mangá NANA: 
Duas garotas chamadas Nana se encontram em um trem rumo a Tóquio por acaso. Depois de uma série de coincidências, elas acabam vivendo juntas em um apartamento de número 707 ("nana" significa "sete" em japonês). Apesar de terem personalidades e ideais diferentes, as duas acabam se tornando amigas "por obra do destino".

Figurino do desenho inspirado nas criações da estilista 


É impossível não notar referências da designer, é tão forte que um dos arcos importantes da história mostra claramente o símbolo da sua marca, que aparece no isqueiro de Shin (um dos personagens coadjuvantes que toca na banda punk da Osaki), e também surgindo várias vezes em seu arco com a Reira (vocalista de outra banda punk em que um de seus integrantes é o ex companheiro da Osaki, "ren").



Uma das melhores cenas do mangá é quando as "NANAS" se conhecem. A Nana Komatsu está indo para Tóquio atrás de seu amor que passou na faculdade de artes, e ao entrar no trem bala - praticamente lotado - avista um assento vazio em que uma mulher com aparência de um "ídolo do rock", de cílios longos, está sentada. Esse lugar vago é ao lado da outra Nana (Osaki), e ambas só descobrem seus nomes similares depois de muita conversa jogada fora, é então que a Komatsu nota o famoso anel da Vivienne e cria um diálogo superbacana em volta da estilista.

trem

A história pega tanta influencia na cultura alternativa que o casal mais famoso do mangá segue fortes inspirações em Sid e Nancy, onde ligeiramente criam-se cenas em que ambos citam o "amor louco" do polêmico casal. 
E por falar em "Nana e Ren" (Nana Osaki e Ren Honjo) - casal da foto acima - é impossível não citar a indumentária dele! A primeira coisa que podemos notar, além de seu cabelo punk "Sid Vicious", é seu colar cadeado. O acessório virou uma sensação entre os fãs do mangá na época. Tornou-se raro encontrá-lo e nem sempre seus preços são acessíveis. O cadeado é estampado com um R de ren (lótus em japonês), e foi-lhe dado como presente/laço de amor pela Osaki. É outro arco muito bacana entre os dois que vale a pena ser conferido tanto no mangá quanto no anime, e não só pela inspiração "Sid Vicious" mas pelo amor que se cria em volta dos personagens.

sid vicious

Sobre a linda parceria entre Vivienne + Yazawa, nada mais justo do que citarmos o famoso "Rocking Horse Ballerina". Pensou que era um ícone à toa para os japoneses? A famosa sandália assinada por Vivienne é um item ESSENCIAL para a vestimenta da Nana Osaki, ela usa em vários momentos e ele é sempre apresentado como um forte adereço em seus looks. O calçado é tão icônico da personagem, que quando a Melissa decidiu trazer para o Brasil em homenagem aos seus 30 anos, o público que mais comemorou foi justamente os fãs do mangá! (e eu, claro.)

rocking horse ballerina

Se interessou e ficou curioso pra conferir essa união mais a fundo? É possível encontrar os mangás em várias bancas/livrarias de todo o país, e ele está em seu 21° volume. O anime chegou a ser publicado até seu 47° episódio e encerrou-se por aí. É que para nossa infelicidade, tanto o anime quanto o mangá, foram paralisados por conta de problemas de saúde da Ai Yazawa. Enquanto exaltamos todo o seu legado e contribuição para o cenário punk mundial, ficaremos na torcida por sua recuperação! Mas a notícia boa é que temos essa maravilhosa parceria da Vivienne + Melissa trazendo a Rocking Horse Ballerina para nos aproximar um pouquinho das NANA's!
Com todo esse currículo, já podemos eleger a Ai Yazawa como a mangaká queridinha dos punks, não é?




Imagens: reprodução
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