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12 de setembro de 2017

Pinup Girl Clothing: loja lança coleção de roupas da personagem Elvira

Depois do sucesso da coleção em homenagem à Wanda Woodward que tem apresentado peças novas a cada temporada, a loja americana Pinup Girl Clothing tem lançado desde o dia 26 de agosto a coleção criada em parceria com a atriz Cassandra Peterson em homenagem à personagem Elvira!

Chegou a hora de colocar o lado Mistress of the Dark para fora! 
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Em 1981 ao apresentar o programa "Movie Macabre", Elvira se tornou uma personagem cômica de extremo sucesso, uma figura icônica para os fãs de terror. Junto com isso diversos produtos com sua figura foram lançados. Agora chegou a hora da marca Pinup Girl Clothing trabalhar em parceria com a atriz Cassandra Peterson, criando mais um capítulo do conceito "Couture for  Every Body", onde as peças apresentadas vão do tamanho XS ao 4X abrangendo aí uma gama imensa de tamanhos corporais, desde o petit ao plus size. A parte triste de tudo isso? A Pinup Girl Clothing não entrega no Brasil, então no momento ficamos na dependência de visitar a loja pessoalmente ou encomendar com alguém que more nos EUA. :(

Cassandra Peterson trabalhou em parceria com Laura Byrnes,
estilista e proprietária da Pinup Girl Clothing.
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Cassandra Peterson e Laura Byrnes / Instagram Pinup girl Clothing

Não é de hoje que Elvira é um ícone da cultura alternativa, mas com a popularidade das Dark Pinups, já tinha até passado da hora de uma marca estrangeira apresentar peças em homenagem e que não caíssem no estereótipo. A marca conseguiu transformar o visual ultra sexy de Elvira em algo mais discreto e confortável mas ainda assim com forte pegada Vamp!


Em entrevista para o jornal LA Week, Cassandra Peterson falou sobre a personagem:


"Adorava a família Addams. Quando criança era meu show favorito. Elvira era uma espécie de versão dos anos 1980 de Morticia e Vampira. Nós queríamos a tornar um pouco mais punk, um pouco mais heavy metal... com o cabelo inspirado em Ronnie Spector".
"Sempre fui super fã de música. Eu adorava a cena do punk e new wave e as coisas que eu usava normalmente naquela época eram alfinetes de segurança e peças no estilo rock and roll".

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Cassandra Peterson / Créditos: LA Week

Nós que acompanhamos a loja Pinup Girl Clothing, sabemos que além das peças retrôs super clássicas, a marca sempre apresenta também umas criações mais darks, mais góticas e isso se explica porque a proprietária, a estilista Laura Byrnes, também cresceu na década de 1980 sendo fã da banda Bauhaus. Isso se reflete na mistura vintage, retrô, pinup, gótico e ícones oitentistas que encontramos na loja.


Sobre a coleção, Byrnes diz que os vestidos mesmo sendo justos foram idealizados um pouco mais soltos, pois não queria ser literal no traje de Elvira mas também se inspirando em Cassandra. Vamos dar uma olhada na coleção:


As peças referenciam o traje da personagem: decote profundo em vestidos justos.




Os acessórios de flores foram criados pela loja artesanal LaCasaDeFlores.

Elvira teve um impacto imenso sobre as meninas que cresceram nos anos 1980, sendo inspiração para as outsiders da época. Mas o sucesso e o estilo da Mistress of the Dark se revelam atemporais, influenciando até hoje as novas gerações alternativas. Vida longa à Elvira!

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Laura Byrnes, Traci Lords, Cassandra Peterson e Doris Mayday na festa de lançamento da coleção.


Dica: A loja Dresshead possui vários vestidos femininos que lembram a coleção da Pinup Girl, clica aqui pra conferir!



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10 de junho de 2017

Breve história do penteado Colmeia (beehive hairstyle)

Margaret Vinci Heldt ficou conhecida mundialmente por ser a "criadora" do cabelo beehive, ou penteado bolo de noiva na nossa tradução. A americana que tinha origem italiana desde cedo mostrou habilidade com os fios. Em 1954, venceria o concurso National Coiffure Championship em Michigan. O prêmio traria renome ao trabalho da cabeleireira e de seu salão, o Margaret Vinci Coiffures, localizado em Chicago.

Com evidência no mercado de beleza, anos depois, surgiria o convite da revista Modern Beauty Shop - hoje, Modern Saloon - pedindo que a hair designer criasse o novo look da década. "Nada aconteceu desde o twist francês, o pageboy e o flip. Eles me disseram: "você precisa vir com algo diferente", revelou ao jornal Chicago Tribune. E assim, em Fevereiro de 1960, estreava na publicação o cabelo beehive.

Ícone contemporâneo, Amy Winehouse ostenta seu famoso beehive. 

A inspiração do penteado veio de um pequeno chapéu preto de veludo, um modelo fez, que tinha uma fita vermelha e duas decorações nas bordas que pareciam abelhas. O cabelo seria criado numa noite enquanto a família dormia. Margaret desceu as escadas de sua casa, colocou uma música e começou a trabalhar no manequim. No dia que apresentou oficialmente para revista, a cabeleireira deu um toque final colocando um broche no cabelo da modelo. Quando um dos repórteres viu o resultado, falou: "Isso simplesmente se parece com uma colmeia (beehive). Você se importa se nós o chamarmos de colmeia?". Pronto, estava batizado o penteado!

Margaret Vinci Heldt segura a foto de sua criação.

O beehive consiste em envolver a cabeça em torno do movimento da coroa, rolando suavemente a "franja" na direção das orelhas. Seu formato é cônico e com uma leve ponta, literalmente uma colmeia, por isso a associação. É necessário muito laquê para segurá-lo firme. Margaret brincava dizendo que avisava as suas clientes que não se importava o que o marido fizesse do pescoço para baixo, contando que não as tocassem do pescoço para cima. O penteado era feito para durar uma semana, um lenço era enrolado em torno ao dormir para não bagunçar os fios.

A modelo Bonnie Strange, fotografada por Johannes Graf na 74 Magazine de 2012:
variação moderna do beehive.

No Brasil, o modelo ficou conhecido como bolo de noiva. Mesmo com o costume de se ver o penteado em festas, na época era usado no dia a dia também. Dizem que quando as mulheres iam ao cinema, sofriam retaliações de espectadores pois o penteado atrapalhava a visão de quem sentava atrás, com pedidos mal educados de que se retirassem do local.

Apesar de Margaret ser conhecida como a inventora, a verdade é que o estilo já era visto no final dos anos 1950. Com a cabeleireira ele teria ganhado o tamanho e a forma como conhecemos. O status chique foi coroado quando Audrey Hepburn aparece no filme "Breakfast at Tiffany", ou "Bonequinha de Luxo" (1961).


Priscilla Presley também é muito lembrada por seus cabelos naquela década.

Na própria década o cabelo já seria incorporado nas subculturas, provavelmente influenciado pelas bandas de garotas sessentistas:

The Velvelettes
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Mary Weiss da The Shangri-Las
60s-girl-band

 The Marvelettes e Connie Francis
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Diana Ross (The Supremes) e  Aretha Franklin  60s-girl-band

e as cantoras Mary Wells,
60s-singer

Dusty Springfield, Dolly Parton e Mari Wilson.
60s-singers 

Conhecido pela maioria com o nome de beehive, alguns também o denominam de B-52, pois o penteado lembra o nariz do jato. Nos anos 1980, seria visto em diversas cores pela cantora Cindy Wilson do grupo homônimo. Na mesma fase, a personagem Elvira mostrava a cara dark do aplique, que tinha como referência as The Ronettes.
Do formato cônico em colmeia, o penteado sofre várias modificações, a mais comum delas é ter o cabelo penteado erguido para cima e para trás, versão simplificada do modelo original.

Quem não lembra dos penteados de Kate Pierson e Cindy Wilson do grupo B52´s?
singers
hairstyle

O beehive dark de Elvira e...
mistress-of-the-dark

... as musas inspiradoras The Ronettes.
1960s-girl-bands

Antes de ser pioneira da cena punk, Debbie Harry usou beehive ainda adolescente e posteriormente como atriz, no filme Hairspray (1988, John Waters). 


O cabelo de Kelly Osbourne se aproxima do colmeia original e
Katy Perry usa uma versão mais quadrada.

A punk Jordan em 1976 e Emily McGregor são exemplos do penteado sendo usado na cena.
jordan-emily-mcgregor

Tão raro quanto no punk é o beehive na estética gótica:
jen-theodora
à direita @jentheodora
 
As subculturas mais comuns de se ver o penteado são nas que possuem
referências ao passado, como na retrô e psychobilly.
@ludmilahouben

Desde a sua existência, o sucesso do penteado permanece ora no alternativo, ora no mainstream. Nos últimos anos, adquiriu status cult devido à Amy Winehouse. Naquele período o beehive aparecia muito no estilo clássico, à la Audrey Hepburn. Quando Amy surge com o visual, a cantora se encontrava numa fase super influenciada pelas girls bands dos anos 1960, citando constantemente as garotas The Shangri-Las, apesar do estilo que usava remeter mais às The Ronettes. Além do cabelo, o olho delineado de gatinho e batom vermelho já vinha de tal década.


O look virou marca registrada e como aquele estilo não era visto há muito tempo pela mídia, ficou no imaginário que o visual dela era único, mas na cena alternativa de Londres o cabelo sempre existiu para as que se identificavam com a moda retrô, a diferença é que não ficaram famosas como a cantora.
Amy revelaria: "Eu sou uma pessoa muito insegura. Sou muito insegura em como pareço. Sabe, eu sou música, não modelo. Quanto mais insegura me sinto, mais bebo. (...) E ao Tracy Trash, que faz meu cabelo, digo: 'Maior, maior!' - quanto mais insegura fico, maior tem que ser meu cabelo".

Quanto mais insegura, maior o beehive.

Sobre seu cabelo e os grupos musicais dos anos 1960

Em entrevista para extinta Fashion TV, a blogueira Tavi Gevinson, ainda adolescente​, descobre que Margaret não gostava nada da versão exagerada que Amy adotou do cabelo. A cabeleireira viveria até os 98 anos num asilo em Chicago, falecendo no dia 10 de Junho de 2016. Quantas estórias um penteado pode contar, não?


E você, gosta do penteado? Conta pra gente!



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5 de setembro de 2016

O Estilo de Freddie Mercury

Freddie Mercury completaria hoje 70 anos! Muita gente solicitou um post dedicado ao músico, então a hora é mais do que propícia, pois além dessa data, no dia 24 de Novembro, será completado os 25 anos de seu falecimento devido a complicações da Aids. Freddie nos deixou ainda jovem, com apenas 45 anos, mas teve uma vida tão intensa, com um legado tão rico e vanguardista que parece ter vivido o dobro.


O início
É sempre bom repetir a importância que a moda tem na construção de um ícone do rock, seja ela usada de forma proposital ou não. Freddie é um grande exemplo de artista que soube alinhar moda e música estrategicamente, tornando-se emblemático tanto pela sua arte, quanto pelo seu visual. Desde o início, já falava da necessidade de uma banda "conseguir fazer a simbiose entre o som e imagem". Mercury queria ser uma lenda, e conseguiu o objetivo não só pelo fato de ser talentoso, mas desenvolvendo a habilidade que possuía por meio de muito estudo.

O interesse pela Arte surgiu na infância em Zanzibar, local de seu nascimento, quando atendia pelo nome real de Farrokh Bulsara. Ali, apreciaria durante horas como ouvinte música clássica e canto lírico. Dos sete ao quinze anos, viveria na Índia para estudar na tradicional escola St. Peter, onde enfim pode se aprofundar em desenho, teatro e música. Nesse período ouviria também rock e blues e chegaria até a montar uma banda: a The Hectics. Teria um olhar ampliado pelo cinema de Hollywood e Bollywood. Mas a estadia que começara com êxito se tornaria um pesadelo na adolescência por causa da sua homossexualidade. Denominado de Freddie, porém ainda Bulsara, retornaria aos 16 anos para casa e ficaria apenas dois devido a guerra que invadiu o país. Seu pai trabalhava para a colônia britânica, que na época dominava a ilha da costa africana, e assim conseguiu visto para se refugiar na Inglaterra. 


Freddie aportava com a família em 1964, em plena eferverscência cultural de Londres. O rapaz se adaptaria logo ao clima da cidade e se matricularia na Isleworth Polytechinic School, que oferecia cursos de artes do espetáculo, design e dança. O estilo se transformaria, conforme trecho da biografia: "trocou as calças de tecido por jeans apertados; usava blusões de couro ou paletós agarrados, camisas brancas, echarpes, botinas de couro. Deixou o cabelo crescer, como todos os amigos, contrariando a vontade da mãe, que achava aquilo horroroso, e mesmo duvidoso: ele poderia passar a impressão de ser um arruaceiro ou mesmo um drogado". Sua visão pelas artes plásticas cresceria, visitaria museus, clubes e galerias alternativas. Conseguiria passar nos exames finais de Isleworth e em 1966, ingressaria na escola Ealing College of Art, da qual nos quatro anos seguintes mudaria sua vida por completo ao iniciar o Queen.

A ligação com a Moda
Freddie teria forte contato com a moda antes mesmo de formar a banda. Ele era desenhista e com a habilidade criou suas próprias roupas no começo de carreira. Trabalharia como vendedor e chegaria a montar um brechó com Roger Taylor no árduo período financeiro que teve pré-Queen. A loja ficava localizada no Kensington Market e permaneceria até 1974, ao alcançar sucesso definitivo com o grupo. Há documentários que dizem ter sido ali que conheceria Brian May, mas na biografia de Selim Rauer o fato ocorreria antes. O certo é que através de Brian, Freddie conheceria a jovem Mary Austin, seu eterno amor e inspiração da música "Love of my Life". Até começarem o relacionamento, Mary era vendedora na famosa loja Biba (já falamos sobre o point londrino aqui) e vários encontros dos dois ocorriam no local. Daí tem se uma ideia de como a moda foi um fator recorrente e importante em sua vida.

O casal Freddie Mercury e Mary Austin

A estética
Conforme a banda evoluía, seu estilo ia modificando. Antes de cada concerto Freddie dedicava cerca de duas a três horas a si mesmo e o cuidado da imagem obtinha uma atenção específica. Gostava de arrumar sua roupa e retocar a maquiagem que era bem excessiva. No lançamento do primeiro álbum homônimo, Queen, o músico e os integrantes possuíam um visual que misturava o resquício do hippie e começo do glam rock. Repare que eles tinham um ar dark, um espírito boho goth que havia na época e era adotado também por nomes como Fleetwood Mac e até Black Sabbath. Chegamos a falar mais sobre aqui



No mesmo ano, em 1973, Freddie entraria em contato com a estilista Zandra Rhodes pedindo que fizesse as roupas da banda para a turnê seguinte, que seria do álbum Queen II. Eles queriam um figurino extravagante, e a jovem designer criaria a icônica blusa branca que formava uma asa quando o cantor abria os braços. A parceria se transformaria depois numa grande amizade. 

A famosa peça era feita de cetim branco plissado.


Mick Rock eternizaria a banda com a clássica pose inspirada em Marlene Dietrich.

Zandra seria conhecida depois por sua moda punk e, vejam só, um movimento da qual batia de frente com tudo o que simbolizava o Queen.


O reconhecimento do público viria de imediato, principalmente depois da apresentação no programa Top of the Pops. A fama internacional se concretizaria com a música "Killer Queen" do álbum "Sheer Heart Attack". As apresentações passam a ter proporções monumentais, digno de uma Rainha. O visual exagerado, cheio de brilho, bijuterias e unhas pintadas de preto acompanharia a banda também no cultuado "A Night at the Opera", de 1975.


Bohemian Rhapsody seria revolucionário no tempo de música e na estética de clipe. Eles aperfeiçoariam a técnica e a partir desse vídeo seria dado a importância definitiva de se lançar músicas associado ao clipe. "Esse procedimento deu origem a canais de tevê como a MTV", trecho da biografia de Selim Rauer. 


Na tour "A day at the races" e "News of the world" de 1977, Freddie estaria com o cabelo um pouco mais curto e usaria vários modelos do famoso macacão de malha com imenso decote frontal, às vezes acompanhado de uma jaqueta de couro por cima. Esse look tinha como inspiração a mesma peça utilizada por bailarinos. A dança era uma grande paixão de Mercury, em especial o ballet, da qual lhe renderia a admiração pelo bailarino russo Rudolf Nureyev. 


Óculos em formato de estrela usado no clipe "We will rock you". 
Que estilo, hein?

A influência japonesa surgiria no kimono.

Em "The Game" ocorreria uma mudança radical. O glam rock saía em definitivo e nasceria um novo Freddie Mercury, digamos mais polido. Como destacado em sua biografia, "o look era mais viril, um jeito mais severo, menos fantasioso: blusão de couro, jeans ou calça de couro, sapatilhas de boxeador ou de lutador, camiseta ou regata". O corpo do músico estaria bem mais tonificado e a famoso bigode que viraria marca apareceria no clipe "Play the game". 


Em cima de Darth Vader

Look fetichista, muito comum nessa fase.

Durante o estudo na Índia, sofreria bullying na escola, sendo chamado de "bucky" (algo como dente de coelho) e apanhava por ser franzino. O bigode serviria como um disfarce dos 36 dentes que possuía e que jamais quis mexer por medo de alterar sua voz. 


A turnê trouxe pela primeira vez o grupo ao Brasil, em 1981. O show foi um marco em diversos aspectos, não havia vindo bandas de rock dessa proporção ao país até então. Em recompensa, o público ovacionou a apresentação que ficaria na memória da banda para sempre, sendo citada inclusive em livros.

Foto: Milton Alves
Nas turnês seguintes como Hot Space, The Works e Magic Tour o visual teria poucas alterações. A maquiagem era apenas um contorno preto nos olhos. A roupa variava entre calças, tênis, às vezes usava camisetas de desenho, regata e a tradicional jaqueta em diversas cores. O que era mais frequente era o roupão amarelo que usava nos bastidores do show. 


Na capa de The Works, o cantor usa um par de converse chuck taylor.

Clipe "It's a hard life" com figurino surrealista

O êxito da música "I want to break free" iria muito além do que esperavam: seria cantada nas manifestações dos negros sul africanos pelo fim do Apartheid.

The Works Tour é a turnê com as apresentações mais emblemáticas. Entre elas está o retorno ao país no primeiro Rock in Rio de 1985 e o show no Live Aid que daria ânimo ao retorno da banda.
Show que o imortalizou: Live Aid 

No ano seguinte seria lançado A Kind of Magic e o sucesso continuaria percorrendo diversos países, incluindo a apresentação histórica em Budapeste, na Hungria. 


Com camiseta da Betty Boop

A famosa jaqueta amarela

Para o concerto de Paris, foi pedido a figurinista Diana Moseley que providenciasse uma coroa e um manto de arminho que pesava mais de dez quilos. A coroa era autêntica pois Mercury não queria uma imitação barata do ornamento. E como era de se esperar, levaria o público e o mundo a loucura por essa aparição.                                                                                                                                                             

A mágica turnê seria a sua última. Em 1987, descobriu que estava com HIV. Naquela época não havia o tratamento que existe atualmente, pelo contrário, o tabu e o preconceito em torno do vírus era enorme. Ele só revelaria a doença na véspera da sua morte. Restava ao Freddie retardar o máximo que pudesse a manifestação da aids, que acabou o levando ao falecimento em 1991.

Nos últimos cinco anos, o músico conseguiu ser bastante produtivo lançando trabalhos em parceria com a cantora lírica Montserrat Caballé - que surpreenderia a todos e principalmente a si mesmo - e mais dois discos com o Queen: The Miracle e Innuendo.

"The Great Pretender" do The Platters é uma versão lançada em produção solo.


Notificada por sua admiração, Montserrat entra em contato com Freddie para que se juntasse a ela num grande projeto. Ela o queria como cantor e compositor para o hino oficial dos Jogos Olímpicos de Barcelona. O fascínio que um tem pelo outro toma conta e os dois acabam fazendo um aclamado álbum juntos. O encontro das divas foi realmente um acalento ao período de dor que enfrentaria. 

A partir de Montserrat faria uma mudança drástica no visual: retiraria o bigode, sua marca registrada, e ficaria assim até o final. As calças e regatas dariam vez ao terno. Dali para frente seria usado cada vez mais roupa para tentar disfarçar a magreza excessiva causado pela doença.  


Não tendo mais condições de sair em turnê, a banda investe na gravação de clipes para divulgar The Miracle e Innuendo. O último seria a canção "These are the days of our lives" gravado em Junho de 1991. O estado de saúde estava bem fragilizado e é perceptível no vídeo. Em apenas cinco meses estaria se despedindo de vez da gente. 

Em 2011, houve em Londres a exibição "Stormtrooper in Stilettos" da qual comemorava os 40 anos do Queen. A mostra focava nos cinco primeiros álbuns da banda. Entre os objetos expostos, estavam as roupas dos integrantes, mostrando como a moda foi um fator importantíssimo na composição teatral do grupo. Em vida, Freddie falava da intenção que tinha de entreter e sabia que tinha que investir muito além da música.
"Poderíamos interpretar as canções sentados, no palco, mas o efeito não seria o mesmo. Se as pessoas vão a um concerto, é para se divertir, é porque querem assistir algo extraordinário e diferente, que a simples escuta de um de nossos álbuns não lhes proporciona. Isso pode parecer um lugar-comum: mas eu gosto de pensar que quando os espectadores vêm assistir a um concerto do Queen, nós seremos capazes, durantes duas horas, de fazê-los esquecer a própria vida, suas preocupações e seu cotidiano, e de permitir que vivam um momento de intensidade único. Depois, é claro, eles voltarão para o que tinham deixado, mas ao menos durante essas duas horas nós teremos conseguido." Entrevista dada a Rudi Dolezal e Hannes Rossacher durante a turnê Magic Tour, em 1986. 

Curiosidade: uma leitora (Tânia) havia nos perguntado se o clipe "I'm going slightly mad" teria sido referência de Tim Burton para o filme Edward Mãos de Tesoura (leia mais aqui). De fato a estética do vídeo lembra muito, mas se houve alguma influência, só pode ter sido do Queen pois esse penúltimo clipe gravado por Freddie ocorreu em 1991, enquanto o longa de Burton é do ano anterior. Poucos devem conhecer essa gravação, vale a pena conferir. A figurinista foi Diana Moseley que trabalhou com eles no Magic Tour.


O post teve como base a biografia "Freddie Mercury" do escritor Selim Rauer, da editora Planeta. Certas informações e trechos destacados ao longo do texto foram retirados desse livro concedido em parceria com a Ideal Shop tempos atrás. Não encontramos a publicação disponível em vendas online, não sabemos se ainda está sendo vendido, porém existem outros no mercado aos que queiram se aprofundar na vida dessa fascinante lenda do rock.


Espero que tenham gostado! :D 


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