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5 de maio de 2017

Roller-Zoku: Fotógrafo registra a subcultura japonesa que mistura Rock n´ Roll e Rockabilly

O fotógrafo Denny Renshaw cresceu na cidade americana de Jackson, berço do Rockabilly e recentemente lançou uma série de fotografias que retratam os Roller-Zoku, uma subcultura japonesa que tem como referências o Rock n´ Roll e do Rockabilly das décadas de 1950 e 1960.


Na década de 1970, as bandas Cools e Carol foram as pioneiras do Rockabilly no Japão liderando o revival musical do estilo: o neo rockabilly, que havia chegado ao país e foi aí que os Roller-Zoku tiveram início. Naquela época, as gravadoras japonesas não diferenciavam rock n´ roll e rockabilly, por isso a moda dos Roller-Zoku mistura características dos dois estilos. "Zoku" pode ser traduzido como "tribo" ou "clã".


Acadêmicos e o senso comum, enxergam subculturas como algo "para jovens" mas isso não ocorre com os  Roller-Zoku, nas gangs há a presença de membros de todas as idades.

 

A estética é uma mistura de rock n´ roll, rockabilly e motocicleta; tatuagens,correntes, spikes, jaquetas de couro e cabelos escuros com imensos pompadours são as características mais marcantes.


O grupo se reúne no Yoyogi Park, em Harajuku, distrito de Tóquio para dançar ao som de American Graffiti fazendo movimentos que incorporam rock n' roll e acrobacias que beiram o teatral, no local existe até uma estátua de bronze de Elvis Presley. Mas as gangs podem ser vistas por toda a cidade.


O fotógrafo relata que não foi fácil fotografá-los, eles não tem sites nem redes sociais sendo necessário um trabalho de busca que envolvia horas de caminhada pela cidade, visitando lojas de discos, shows e bares num processo que ocorreu em 5 semanas espalhadas ao longo dos anos de 2013 e 2015 que resultaram num set de fotografias em preto e branco que documentam os quase 40 anos de existencia da subcultura.


Lançado em 2009, o vídeo para a música "Nothing To Worry About", de Peter Bjorn registra os Roller-Zoku dançando no parque Yoyogi.


Veja também o post da exposição fotográfica Japanarchy, sobre a cena punk underground do Japão e o artigo sobre a decadência dos estilos alternativos em Harajuku culminando no fim da revista FRUiTS.




Fontes consultadas: 



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3 de abril de 2017

ROCKABILLY BRASIL: O primeiro registro em livro sobre a cena nacional

Escrito por Eduardo Molinar, Rockabilly Brasil é o primeiro registro em livro da cena Rockabilly nacional. Publicado de forma independente, é das poucas obras disponíveis sobre as subculturas brasileiras.

subcultura-rockabilly


Eduardo Molinar é um jornalista de apenas 22 anos que escuta rockabilly pelo menos desde os 8 anos de idade. Por muitos anos usou o estilo sem saber que aquilo era rockabilly, até que descobriu que existia toda uma subcultura. De um rockabilly solitário no interior do Rio Grande do Sul viu que existia mais um monte de gente como ele no Brasil todo, e decidiu escrever o livro ao perceber a falta de registros oficiais sobre a cena nacional.


"Mas afinal, o que é Rockabilly?" 
Esta é uma das perguntas que Eduardo mais ouviu na vida especialmente quando contava a alguém que estava escrevendo um livro sobre o tema. Segundo ele, a forma mais fácil de fazer os leigos entenderem é citar Elvis Presley, afinal todos conhecem o Rei do Rock, que é um dos responsáveis pelo surgimento do primeiro subgênero do Rock n Roll.

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"Se você quer ter uma conexão com o movimento Rockabilly, não digo que precisa falar bem, mas não pode falar mal do Elvis"
- Rick n roll

O livro tem linguagem super acessível, não sendo necessário ter conhecimento prévio sobre a subcultura. Começa com uma introdução com a história do Rockabilly na Inglaterra e Estados Unidos, explicando o surgimento do som, da nomenclatura e citando artistas pioneiros como Eddie Cochran, Gene Vincent, Carl Perkins, Buddy Holly e Billy Fury, abordando desde seus primórdios em meados da década de 1950, a sobrevivência do estilo no underground nos anos de 1960 para tomar novo fôlego a partir do fim da década de 1970 com um revival do estilo, o Neo Rockabilly, que trazia bandas como Stray Cats, Polecats, Levi and the Rockats e a mistura sonora de punk com rockabilly.  Daí parte-se para 19 capítulos sobre os pioneiros no rockabilly no Brasil e quem fez parte da cena até os dias de hoje. Nestes capítulos unem-se depoimentos dados exclusivamente para Eduardo Molinar e fotos de época cedidas pelos entrevistados.


subcultura-rockabilly


Quem hoje tem a faixa de 20 anos, ao ler o livro pode ter a experiência de saber como era ser parte de uma subcultura ou de um movimento alternativo numa era pré internet. A dificuldade que havia para conseguir escutar um som, ter um lugar para se divertir e encontrar pessoas semelhantes. Passa-se a compreender do porquê de algumas brigas, gangues e a interação dos rockabillies com outros grupos do underground brasileiro como punks, carecas, góticos e headbangers. Imagine uma época em que novos grupos surgiam e você não fazia a mínima ideia de quem eles eram, uma época em que as informações eram precárias, seria normal rolar um pouco de receio sobre o outro, não é?



O livro é um documento muito importante não apenas sobre a subcultura mas também sobre uma época e suas pessoas. A facilidade que temos hoje de acesso à informação e de interação com semelhantes é imensa, muitos de nós não fazemos ideia do que o pessoal "das antigas" passou pra manter uma subcultura viva, quando vemos que houve muita luta e resistência para que hoje tais cenas ainda se mantivessem ativas, nos faz pensar o quanto devemos ser gratos pelo esforço que aquele pessoal fazia. Dentre estas pessoas, está Eddy Teddy, o primeiro a articular o movimento Rockabilly no Brasil com sua banda Coke Luxe e a fundação do Clube Rockabilly, um local para escutar o som, se reunir e encontrar discos. Há também Eric Von Zipper pertencente à uma das gangues, a Ratz, um dos pioneiros na organização de festas.

Flyer de festa do Rock n Roll Clube do Brasil

O foco é na cidade de São Paulo, onde a cena nacional melhor se desenvolveu  especialmente nas décadas de 1980 e 90, quando havia muito interesse da mídia em retratar estes jovens que se reuniam em clubes como Hoellish, na Praça Roosevelt. Molinar relembra pessoas como Brando, que tinha esta apelido por andar igual ao ator Marlon Brando; o lendáro Johnny Luva, um "ícone do Rockabilly" sempre bem vestido e de topete; assim como  Jeff Billy  do motoclube Molambos e Ivan Tupello do Clube do Rock 1957 em São Caetano. Aliás, a rivalidade histórica de São Paulo com a Grande ABC também tem espaço, Rick n Roll, por exemplo é um dos protagonistas no movimento Rocker no ABC, o subúrbio operário onde surgiu diversas bandas de punk rock favoreceu o surgimento do rockabilly. Rick foi o famoso criador do Campeonato de Topetes em 1988, mesmo ano da novela da Globo chamada Bambolê que trouxe um personagem Rocker. Como habitual, a grande mídia não soube retratar corretamente a subcultura e isso é um ponto muito bem abordado ao longo do livro.

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Interesse da mídia pelo grupo: Matéria na revista Manchete em 1991 / Reprodução

Várias gangues ajudaram a manter firme o estilo no Brasil, como a Ases do Rock´n´Roll, a The Rebels 50´s... é complicado julgar a existência de gangues, pois além de aquela época ser um período de pouca informação, o que podia gerar brigas de rua, por outro lado é por causa das gangues que houve união e resistência no underground. Yé da Gang The Dogs 1954, por exemplo é um dos rockers mais respeitados por punks, góticos e carecas.

Para mim, pra você ser um rocker tem que gostar do visual, da música, dos carros, da decoração... é um conjunto de elementos. Dizer que é rocker é fácil, ser é outra coisa."
- Manero, da gangue The Rebels 50s.

As gangues de meninas também tem seu espaço, é bem legar ver como elas se vestiam e se comportavam com muita atitude junto aos meninos. O livro não esquece do surgimento das recentes pin-ups, como Angie Honeyburst que participou do concurso de Pin-ups do Viva Las Vegas.

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Revista Manchete, 1991 / Reprodução
À esquerda, Angie Honeyburst e à direita Carta do Clube do Rock 1957 à Rede Globo

Pra quem quer começar a ouvir ou conhecer rockabilly, o legal é que ao longo de todo o livro são citados bandas e artistas, assim como filmes, bares, festivais nacionais como o Rockerama Festival e o Big River Festival. Também cita pontos de encontro como a  Barbearia 9 de Julho, de Anderson Nápoles que cansado de ter seu cabelo cortado errado, decidiu oferecer este serviço, afinal barbearias sempre foram locais cultuados pela subcultura e  nada melhor do que um rocker ter o cabelo cortado por outro rocker, assim nada pode dar errado no topete! 


E depois de tanta história, vem uma finalização maravilhosa que se compõe de 36 páginas de fotos e imagens de jornais e revistas sobre a cena! Muitos relatos ficaram fora do livro, mas o autor garante que este não é seu último livro sobre Rockabilly, é apenas o primeiro!

Embora o rockabilly seja muito inspirado no passado, a subcultura acompanha a passagem do tempo, adaptando roupas e estilo de vida ao mundo atual, observamos isso quando vemos as misturas sonoras com outros estilos musicais.


Como adquirir?
Por ser uma publicação independente a forma de adquiri-la é através do próprio autor, Eduardo Molinar, para isso acesse a página Rockabilly Brasil no Facebook e entre em contato para pedir seu exemplar.

Se você já leu o livro, nos conte o que achou!




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Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
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