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30 de outubro de 2012

O Halloween e as Roupas Alternativas

O Halloween é um festejo muito antigo que data de aproximadamente 600 a.C. A data tem esse nome no hemisfério norte, mas países latinos oficialmente não celebram o Halloween (31 de outubro), e sim o Dia de Finados (02 de novembro), inclusive no Brasil. No México, a data correspondente leva o nome de Día de Los Muertos.
O costume dos “disfarces” nesta data pode ter nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a peste negra dizimou metade da população do continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte, nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura, teve origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500 - 1700). 

Mas onde começa a relação moda alternativa x Halloween?
Vamos associar a palavra Halloween à "terror". E vamos associar moda alternativa com subculturas musicais.

Uma das maiores referências é Alice Cooper, o primeiro artista a incluir elementos de terror no rock n roll com cenários assustadores no palco em 1975.  Porém, em 1958 a canção "Endless Sleep" de Jody Reynolds e a canção "Last Kiss"  de J. Frank Wilson (regravada pelo Pearl Jam) foram as primeiras canções sobre jovens com uma visão mórbida e romântica sobre a morte. Ainda nos anos 1970, bandas como The Doors, The Velvet Underground,  The Cramps,  The Damned e KISS tinham essa mistura de temas mórbidos e de terror.
Em 1982, o Horrorpunk (ou Horrorrock), gênero musical que mistura gótico e punk rock, se inspira em filmes de terror e no Rockabilly de 1950. A banda Misfits é uma das progenitoras do estilo. No mesmo ano o Deathrock, outro subgênero do punk que mistura horror e atmosfera assustadora, tem bandas como 45 Grave e Dinah Cancer trazendo junto referências de surrealismo, cabaret e iconografias religiosas. E é claro, as bandas post-punk como Joy Division, Siouxsie and the Banshees, Specimen, Alien Sex Fiend e Christian Death, que em 1982 lançou o que hoje é considerado o primeiro álbum gótico. De lá pra cá, Rob Zombie, Marilyn Manson, Lordi e Murderdolls talvez sejam as bandas de rock que mais usam dessa imagem assustadora tão comum no Halloween, mas o Death Metal e o Grindcore também carregam em seus temas, artes da capa e nos próprios nomes de bandas, muitas referências ao horror.


Moda
Zumbis, Familia Addams, Familia Monstro, Dark Shadowns, Vampira, Elvira, tudo inspira criações na moda alternativa. A partir de meados dos anos 2000, o Día de los Muertos mexicano entrou na onda com suas caveiras alegres, femininas e simpáticas, filmes de terror antigos  especialmente os dos estúdios Hammer de 1940 (associados à estética retrô/pin-up) e a popularização dos zumbis e vampiros em séries de TV e cinema também viraram grandes referências.
A partir da junção de tudo isso,  temos todo o cenário pronto para que uma moda se desenvolva. Afinal, os ouvintes dos gêneros musicais acima, precisam se vestir de acordo com a música que gostam.


Mas esqueça peças de roupas que você vê por aí em marcas alternativas que o tecido é de Halloween barato, de baixa qualidade, quase carnavalesco. Boas marcas alternativas perceberam que o tema terror vende (muito) e peças de qualidade padrão permitem que você se vista como se fosse Halloween o ano todo sem parecer que está fantasiada.


Alguém percebeu esse nicho de mercado e se especializou

Estou me referindo à marca cult e underground Kreepsville 666, que tem seu foco completamente voltado a criar peças sob tema de horror. A marca começou em 2006 na Escócia (atualmente nos EUA) e por oferecer produtos inovadores, rapidamente ganhou espaço na moda alternativa sendo que suas peças são facilmente reconhecidas. A marca é super imitada, mas é a original "Scary Wear" da moda alternativa. Sabe aquelas mãozinhas de caveira tão replicadas por aí? Kreepsville que popularizou. Assim como os laços de cabelo com olhos, ossinhos e um popular vestido tubinho que imita todo corpo em esqueleto. Na mais recente coleção da marca, zumbis e Elvira são o tema foco.

Separei um editorial com produtos da Kreepsville pra vocês terem uma idéia de seus produtos, título super de acordo: Psychobilly Siren, pois como eu disse ali em cima, das subculturas musicais surgiu a estética. 


É claro, se você quer produzir roupas com tema relacionado, você tem que antes produzir tecidos. E eu sou apaixonada por estes tecidos de tema Horror/ Día de Los Muertos:



Mais alguns exemplos de Moda Alternativa: Acessórios!



Roupas! E pra não dizer que não postei fantasias, dois exemplos de como mesmo sendo fantasias, elas são tão bem feitinhas que as peças podem ser separadas, customizadas e ir pra rua depois.


Hoje em dia é possível se vestir de "Halloween" o ano todo sem parecer que está fantasiado(a), isso acontece devido à profissionalização da Moda Alternativa!



* Artigo original do Moda de Subculturas. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, achamos gentil linkar o artigo do blog como respeito ao nosso trabalho. Tentamos trazer o máximo de informações inéditas em português para os leitores até a presente data da publicação.
Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.
Fotos: Google.

31 de outubro de 2011

Halloween + Pin-ups!

A origem do Halloween é dos anos 600 a.C. e 800 d.C. Os países de língua hispânica não celebram essa festa, e sim o Dia de Finados (dia 2 de novembro). No dia de hoje no Brasil, é comemorado o dia de todos os santos.

O costume dos “disfarces” nesta data pode ter nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a peste negra dizimou metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte, nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade. Possivelmente, a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura, teve origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500 - 1700).

Leia a história completa do Halloween aqui: Halloween - Dia das Bruxas
Leia também: O Dia dos Mortos no México e La Catrina e José Guadalupe Posada.

  
 

22 de julho de 2011

Rick Genest na Fashion Magazine

Que linda a foto em que ele usa o blazer amarelo! Parece cena de filme de terror! Lindo, lindo!!
Tem mais Rick aqui e aqui.
Rick Genest (Zombie Boy) por Mateusz Stankiewicz, FASHION Magazine #36, 2011

2 de novembro de 2010

O Dia dos Mortos nas Subculturas

Há até poucos anos atrás (4 ou 5), falar sobre o Dia dos Mortos era uma grande novidade curiosa. Poucos conheciam, poucas lojas ofereciam peças inspiradas na data.
Desde então, as subculturas descobriram os festejos, imagens e as lendas da celebração latina de Finados e esta tem sido explorada, especialmente na forma de estampas, pelas lojas alternativas e também em fotografias e maquiagem. Antes tema restrito apenas à fãs de Horror Punk, zumbis  ambulantes e aos mais mórbidos, aos poucos conquistou o mercado gótico e mais recentemente até o estilo Pin-up (seja lá o que caveiras e Pin-ups tenham a ver! Mas na moda alternativa tudo é possível).

Lembro até hoje que uma das minhas primeiras fotos do orkut, lá por 2006, era uma foto em que maquiei meu rosto de caveira, inpirada pela data. E sim, aquilo provocava muita curiosidade, as pessoas não entendiam porque eu estava maquiada daquele jeito e meu nick era "Lady Skull". Hoje, esse imaginário já está tão bem divulgado, que dificilmente alguém vai dizer que nunca viu uma maquiagem de caveira no rosto. 

E pelo que posso observar, em minha opinião, essa tendência veio pra ficar na moda alternativa e vai acabar se tornando um tipo de estampa e estética tradicional.


Finados (Day of the Deads)

O dia de Finados, não é apenas um dia pra nos lembrarmos com alegria e melancolia dos que se foram. Também é um dia de reflexão. Refletir sobre nossa vida e tentarmos fazer dela a melhor possível. Afinal (in)felizmente estamos só de passagem e temos que aproveitá-la.

Memento Mori

Os mexicanos sabem como nenhum outro povo celebrar e homenagear seus mortos, vamos nos inspirar na beleza das celebrações de nossos irmãos latinos que enfeitam suas ruas e casas com caveirinhas e rezam para a Santa Muerte para terem amor, saúde, sorte e proteção.


29 de outubro de 2010

Halloween: Decoração

Ah! Nada como a época de Halloween pra dar a desculpa de decorar a casa com enfeitnhos macabros.

Os festejos do Halloween tem origem  nos Festejos Celtas do Samhain,  que começavam no dia 31 de outubro e acabavam dia 2 de novembro (você pode ler a história completa aqui). Nós, que somos latinos não celebramos culturalmente o Halloween, apenas o dia 2, o Dia de Finados ou Dia dos Mortos (leia mais aqui). No Brasil, um país de herança fortemente católica, a data é conhecida como "Dia das Buxas" por herança da perseguição religiosa da Inquisição da Idade Média, onde aproveitava-se a data para caçar e queimar mulheres e pagãos.

Para os celtas, assim como para alguns povos da américa latina (especialmente os Mexicanos), o Mundo dos Mortos é um lugar feliz, sem fome nem dor. Entre o dia 31/10 e dia 02/11, o portal do mundo dos mortos está aberto e eles vagam pela terra para visitar seus antigos lares ou serem visitados por seus familiares e amigos. 
Para não perder os fiéis simpatizantes do paganismo, na Idade Média as Igrejas acabaram por incorporar essas datas à seus calendários oficiais. A data recebeu o nome de "Dia de Todos os Santos", em inglês "All Hallow´s Eve", que deu origem à palavra "Halloween".

Embora muitos pensem que sim, não há nenhuma ligação dessa festa com o mal, apenas a lembrança de que devemos aproveitar a vida ao máximo e lembrar de nossos mortos com carinho.



9 de outubro de 2010

Aniversário: 1 ano de Blog!

1 ano de blog!
588 postagens.
Muita de dedicação em busca dos melhores editoriais, marcas e artistas. Horas de leitura de revistas e livros de moda.

Gosto de postar assuntos completos, com informação e conteúdo pra oferecer um blog com fontes seguras e de boa qualidade, mesmo sabendo que isso pode gerar uma postagem longa. É bom, assim eu fico sabendo quem tem interesse e não tem preguiça de ler. Prefiro passar dias sem postar - como quando faço pesquisas de moda histórica - e trocar emails com o "assunto" a ser postado sempre que possível, assim a postagem fica bem mais interessante.

Ter um blog informativo, é antes de tudo ter  (boa) vontade de compartilhar conhecimento. Não somos pagos por isso, blogamos porque gostamos. Ter um blog informativo sobre Moda alternativa/Underground não é tão simples assim, a estética subcultural ainda é pouco valorizada aqui na nossa terra e falar sobre Moda, algo que pra muitos soa algo fútil, é ainda mais delicado.
Como falar sobre Moda pra um grupo populacional que abomina as regras mainstream? Não é fácil, é preciso buscar na moda mainstream as ligações com as subculturas, para que assim, se “ensine” cultura de moda inserindo-a num contexto subcultural e se perceba que todas as roupas alternativas que usamos hoje, estão nas tribos urbanas por alguma razão.

Sua retribuição são seus comentários sempre bem vindos e suas visitas freqüentes ao blog!
Cada vez que vejo comentários e mais visitas fico feliz e vejo que tem gente interessada. Os comentários são importantes não apenas pra saber se a postagem agradou ou não, mas também pra conhecer ou saber quem são os leitores para que eu possa buscar e selecionar assuntos  que possam ser do seu interesse. Eu acabo sempre postando coisas que gosto, é difícil um blog ser impessoal. Por isso conhecer os visitantes acaba sendo interessante.

Eu, que amo zumbis e esqueletos, decidi que a festa virtual do Moda de Subculturas será ilustrada com as obras culinárias da cakemaker árabe Lily Vanilli! Afinal, é mês de Halloween!
       

                                 

2 de novembro de 2009

Conheça a história do Dia dos Mortos no México


Todo outono borboletas da espécie Monarca, que passaram o verão no norte dos EUA e Canadá voltam ao México para proteção contra o inverno nas árvores. Os habitantes locais sempre dão boas vindas ao retorno das borboletas, onde eles acreditam carregar os espíritos das pessoas que se foram. Esses espíritos serão homenageados no feriado do “Día de los Muertos”.

La Catrina


Borboleta Monarca

El Día de Los Muertos (O Dia dos Mortos) no México - Origens Históricas
Los Días de Los Muertos é um tradicional feriado mexicano em homenagem aos mortos. É celebrado todos os anos ao mesmo tempo que o Halloween e o dia de todos os Santos (1 e 2 de novembro). O Feriado do Dia dos Mortos não é um período triste, mas ao contrário, uma época de lembranças e alegrias. Além do México, também é celebrada em outros países da América Central e em algumas regiões dos Estados Unidos, onde a população mexicana é grande.

As origens da celebração no México são anteriores à chegada dos espanhóis. Há relatos que os astecas, maias, purépechas, náuatles e totonacas praticavam este culto. Os rituais que celebram a vida dos ancestrais se realizavam nestas civilizações pelo menos há três mil anos. Na era pré-hispânica era comum a prática de conservar os crânios como troféus, e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento. Os astecas acreditavam na vida após a morte onde os espiritos dos mortos poderiam retornar como beija flores e borboletas. Mesmo imagens cravadas em antigos monumentos celtas, mostram essa crença, a ligação entre os espíritos dos mortos e a borboleta Monarca. Esta é uma festividade ancestral que foi transformada através do anos. Mas a melhor forma de descrever esse feriado mexicano é dizer que é o tempo que os mexicanos relembram seus mortos e a continuidade da vida. 

Fonte


Duas coisas importantes sobre o Dia dos Mortos: é um feriado de história complexa e varia um pouco de região para região de acordo com os níveis de urbanização. Não é uma ocasião mórbida e sim uma época festiva.
A celebração original teve origem com os nativos Mesoamericanos, no mês asteca de “Miccailhuitontl”, ritualmente dirigido pela "Dama da Morte" (do espanhol: Dama de la Muerte), a Deusa Mictecacihuatl, - atualmente relacionada à La Catrina, personagem de José Guadalupe Posada - e esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos e dedicado às crianças e aos parentes falecidos. No calendário asteca esse ritual ocorria no fim do mês de julho e começo de agosto, mas após a conquista espanhola, o ritual foi transferido pelos padres para o feriado cristão do dia de Todos os Santos. Esse foi o passo pra transformar de profano à celebração cristã. Hoje, os mexicanos celebram o dia dos mortos no primeiro e segundo dias de novembro. Eles ainda relembram os mortos e as festividades modernas misturam o ancestral com influências cristãs.

Fonte
Para os antigos mexicanos, a morte não tinha as mesmas conotações da religião católica, na qual as idéias de inferno e paraíso servem para castigar ou premiar. Pelo contrário, eles acreditavam que os caminhos destinados às almas dos mortos era definido pelo tipo de morte que tiveram, e não pelo seu comportamento em vida. As direções que os mortos poderiam tomar são:

O Tlalocan, o paraíso de Tláloc, deus da chuva. A este lugar iam aqueles que morriam em situações relacionadas com água: os afogados, os que morriam atingidos por raios, os que morriam por doenças como a gota ou hidropsia, sarna ou pústula, bem como as crianças sacrificadas ao deus. O Tlalocan era um lugar de descanso e abundância. Embora os mortos fossem geralmente cremados, os predestinados ao Tlalocan eram enterrados, como as sementes, para germinar.

O Omeyocan. Paraíso do sol, governado por Huitzilopochtli, o deus da guerra. Neste lugar chegavam apenas os mortos em combate, os escravos que eram sacrificados e as mulheres que morriam no parto. Estas mulheres eram comparadas a guerreiros, que já haviam combatido uma grande batalha - a de dar à luz - e as enterravam no pátio do palácio, para que pudessem acompanhar o sol desde o nascente até o poente. Sua morte provocava tristeza e alegria, já que, graças à sua coragem, o sol as levava como companheiras. Dentro da tradição centro-americana, o fato de habitar o Omeyocan era uma honra. O Omeyocan era um lugar de eterno gozo, no qual se celebrava o sol acompanhado com música, cantos e bailes. Os mortos que iam ao Omeyocan, depois de quatro anos, voltavam ao mundo, encarnados em aves de penas coloridas e belas. Morrer na guerra era considerado como a melhor das mortes pelos astecas. Por incrível que pareça, dentro da morte havia um sentimento de esperança, pois ela oferecia a possibilidade de acompanhar o sol no seu nascimento diário e voltar encarnado em pássaro.

O Mictlan era destinado a quem morria de morte natural. Este lugar era habitado por Mictlantecuhtli e Mictecacíhuatl, senhor e senhora da morte. Era um lugar muito escuro, sem janelas, de onde era impossível sair. O caminho para o Mictlan era tortuoso e difícil, pois para lá chegar, as almas deviam caminhar por diferentes lugares durante quatro anos. Ao longo deste tempo, as almas chegavam ao Chignahuamictlán, onde descansavam ou desapareciam as almas dos mortos. Para percorrer este caminho, o defunto era enterrado com um cão, o qual o ajudaria a cruzar um rio e chegar perante Mictlantecuhtli, a quem deveria entregar, como oferenda, trouxas de gravetos e jarras de perfume, algodão, fios coloridos e cobertores. Aqueles que iam ai Mictlan recebiam quatro flechas e quatro trouxas de fios de algodão.

Por sua vez, as crianças mortas tinham um lugar especial, chamado Chichihuacuauhco, onde se encontrava uma árvore da qual os ramos pingavam leite para as alimentar. As crianças que chegavam lá voltariam à Terra quando sua raça fosse destruída. Desta forma, da morte nasceria a vida.


Fonte

Os enterros pré-hispânicos eram acompanhados de oferendas que continham dois tipos de objetos: os que o morto havia utilizado em vida, e os que poderiam precisar em sua viagem ao submundo. A elaboração de objetos funerários era muito diversificada: instrumentos musicais de barro, como ocarinas, flautas, chocalhos em forma de caveiras; esculturas que representavam os deuses mortuários, crânios de diversos materiais;  incensários e urnas. Quando os espanhóis chegaram à América no século XVI, se aterrorizaram com esta prática, e no intento de converter os nativos, fizeram as festividades coincidirem com as festividades católicas do Dia de Todos os Santos e o Dia dos Fiéis Defuntos. Os espanhóis combinaram seus costumes com o festival centro-americano criando um sincretismo religioso que deu lugar ao atual Dia dos Mortos.

O Dia dos Mortos atualmente
Atualmente o feriado consiste em famílias dando boas vindas aos seus mortos de volta às suas casas. Visitando os túmulos de parentes próximos. No cemitério famílias enfeitam tumbas com flores, adornam com amuletos religiosos, fazem picnic e interagem com outras famílias. As pessoas acreditam que a alma dos mortos retorna e fica em torno deles. Elas relembram os que partiam contando histórias sobre eles. As comidas preparadas para o picnic são suntuosas: carnes apimentadas, bebidas de chocolate, biscoitos, docinhos de açúcar feitos em vários formatos de caveira ou de animais-caveira, e um pão especial de ovo chamada Pan de Muerto. Devido à toda essa convivência social, colorida e com abundância de comida, bebida e boas companhias a comemoração do dia dos mortos é um prazer visual aos observadores. Essa festividade é uma interação entre os vivos e os mortos em um importante ritual social como uma forma de reconhecimento entre a vida e a morte e a existência humana. 



Os Festejos Rituais
No dia 31 de Outubro ao som das batidas dos sinos das igrejas, é anunciada a chegada das crianças (os anjinhos) e os adultos sem batizar. As crianças são recebidas em casa pelas suas famílias que previamente prepararam uma mesa com flores brancas, uma vela pra cada criança morta que tenha a família, um vaso com água e um prato com sal. Também se põe brinquedos para que as crianças fiquem contentes. De tarde serve-se o lanche das crianças, o que é "pão de muerto", chocolate, doces e frutas frescas.

Em 1º de novembro, ao meio dia, crianças voltam para o mundo dos mortos. Agora, os altares das casas são decoradas com flores amarelas (Marigold), com velas pretas grandes com o numero de defuntos que tem a família, um copo de água e um prato com sal. Às oito horas as famílias reúnem para rezar o rosário para seus mortos. Depois as famílias colocam as oferendas sobre a mesa a fim de que o falecido pode comer. Geralmente se oferece alimentos que os mortos gostavam em vida. Algumas famílias preparam uma cama limpa para os mortos descansarem.

No dia 2 de novembro, ao meio dia, os sinos tocam de novo sinalizando que os falecidos se vão. Às seis horas da tarde todas as famílias visitam o cemitério levando grandes quantidades de flores e velas para iluminar o caminho de retorno das almas para o céu. Esse ato é chamado de "iluminados" (La Iluminada), e representa o triunfo da passagem desta vida para outra.

Pan de Muertos

A Celebração
As pessoas das cidades se vestem como demônios, fantasmas, múmias, esqueletos e no desfile elas carregam caixões abertos representando os "mortos", os defuntos sorridentes são carregados pelas ruas da cidade em procissões. Os vendedores locais arremessam laranjas enquanto a procissão passa na frente de seus mercados. Os “defuntos sortudos” também conseguem flores, frutas e doces.
Aqui neste link pode-se ver as pessoas vestidas para as procissões e festejos.
Nas casas de família, são feitos altares decorados com itens que eles acreditam serem belos e atrativos às almas dos finados. Alguns deste itens são: oferendas de flores, frutas e comidas e também coisas que remetem à vida da pessoa (fotografias, diplomas, roupas) e coisas que a pessoa prezava em vida. Isso é feito para ter certeza que as almas vão retornar e fazer parte da lembrança.


Fonte
Em comunidades nativas e tradicionais, o caminho da rua ao altar é enfeitado com pétalas de flores para guiar as almas até o altar da família. A tradição também manda que, as crianças sejam relembradas no primeiro dia da festividade ("Día de los Angelitos") e os adultos sejam lembrados no segundo dia. A tradição manda ainda que seja feito um banquete, na manhã do dia 2 de novembro, o dia dos mortos propriamente dito, onde a família vai ao cemitério. Eles carregam flores, doces, cestas de picnics. Limpam os túmulos colocam muitas flores coloridas, pães, frutas, velas. Algumas pessoas levam violões e rádios. As famílias passam a noite inteira no cemitério.

Esqueletos e caveiras são encontrados em todos os lugares: caveiras de chocolate, caixões de marzipan, esqueletos de chocolate branco. O pan de muerto é feito e decorado com ossos. As calacas, figuras de esqueleto feitas à mão são muito populares. As calacas significam um além vida ativo e alegre. Figuras de músicos, generais em cavalos, noivas esqueleto em seus vestidos brancos também são figuras comuns, assim como o papel picado enfeitando as casas
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As famílias modernas apenas fazem um jantar com o Pão de Morto. No sul do México, na cidade de Puebla, é sinal de boa sorte ser um dos que encontra um esqueleto de brinquedo de plástico escondido em cada pão redondo. Famílias e amigos, se trocam presentes em forma de esqueletos de acucar ou outros itens com formatos mórbidos, e o presente é mais valioso se a caveira ou o esqueleto é enfeitada com o próprio nome da pessoa.
Uma outra variação, no estado de Oaxaca o pão é moldado no formato de um corpo ou capa mortuária. E um rosto deve ser colocado na ponta do pão. Durante os dias do festival são feitos nas padarias muitos pães de morto, para poder atender a demanda pelo pão.

Em geral, quanto mais urbanizada é a área, menos importância se dá ao festival. Nas áreas, rurais, indígenas e no sul do México o festival ainda é de grande importância. Na distante Guanajuato, por exemplo, na Noite dos Mortos a população percorre um labirinto de galerias repletas de múmias desenterradas do cemitério ao lado para homenageá-las. Em Xochimilco, vizinha à Cidade do México, os canais construídos pelos astecas ficam engarrafados de trajineras, pequenas gôndolas coloridas, com músicos e famílias a cantar canções de amor e morte.



Curiosidades
- O culto da morte é um dos elementos fundamentais da religião dos antigos mexicanos. Eles acreditavam que a morte e a vida são uma unidade. O culto teve origem há pelo menos 3.000 anos na era Pré Hispânica.

- Os mortos desaparecem para voltar para o mundo das sombras, eles se juntam ao ar, fogo e terra; retornam para a essência que forma o universo.

- Os sacrifícios humanos na Mesoamérica eram considerados como a homenagem que o povo pagavam aos seus deuses,e eles, por sua vez, alimentavam a vida do universo e sua sociedade. Por outro lado, quando alguém morria, festas eram organizadas para ajudar o espírito no seu caminho. Tal como na antiga cultura egípcia, os antigos mexicanos enterrados os seus mortos envoltos em um "tapete", colocar comida para eles, quando sentirem fome porque a sua viagem através de Chignahuapan (“no rio”, ou "em nove rios "), local semelhante ao purgatório, que é muito difícil de passar, porque encontram -se zonas quentes e frias.

- Nesse período eram comum sacrifícios, e conservar crânios como troféus e mostrá-los durante os rituais que simbolizavam a morte e o renascimento. As celebrações eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a "Dama de la muerte" (atualmente relacionada com "la Catrina", personagem de José Guadalupe Posada)
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Crianças vestidas de mortas - vivas

Mais fotos do festejo aqui 
Algumas imagens da caveira Catrina aqui e aqui.

Patrimônio da Humanidade 
Em cerimônia realizada em Paris, França em 7 de novembro de 2003, a UNESCO distinguiu a festividade indígena do Dia dos Mortos como Obra Mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade.


Festejos fora do México
Atualmente nos Estados do Arizona, Califórnia, Colorado, New Mexico e no Texas, descendentes de mexicanos, artistas ,pintores, escultores prestam suas homenagens ao Dia dos Mortos de forma muito colorida e com altares decorados.
O Dia dos Mortos ao estilo mexicano se espalhou também pela Europa como Republica Tcheca, Bélgica, Países Baixos, França, Irlanda, países nórdicos e do leste europeu. Todos eles com o costume de levar flores ao cemitério, presentes pras crianças, acender velas e fazer orações. Na região de Tirol, na Alemanha, bolos são levados aos túmulos. Na Grã Bretanha, as pessoas vão aos cemitérios ao anoitecer para ajoelharem-se diante das lápides, ungirem-nas com água benta, o jantar é deixado na mesa para as almas. Na Ásia Filipinos também tem o hábito de visitar cemitérios, limpar as lápides, cantar, dançar e comer.

Día de Los Muertos na Califórnia - Fonte.

No Japão, o festival Bon Odori existe há mais de 500 anos, é um feriado budista em honra aos ancestrais mortos. Este festival tem se tornado um reunião familiar na qual as pessoas dos grandes centros voltam à suas cidades de origem para visitar e limpar as sepulturas de seus ancestrais. Tradicionalmente inclui danças típicas.  Na Coreia e na China também existem festivais semelhantes onde as pessoas vão cuidar dos túmulos de seus ancestrais.
E em vários outros países com uma herança católica como Portugal, Espanha, Itália, Guatemala, no Haiti tradições vudu misturam-se com as observâncias católicas do Dia dos Mortos. Dia de los ñatitas (do espanhol, Dia das Caveiras) é um festival celebrado na Bolívia. Nos tempos pré-colombianos, indígenas andinos tinham o costume de partilhar um dia com os ossos de seus antecessores no terceiro ano após o sepultamento, contudo, somente as caveiras são usadas atualmente. Tradicionalmente, a caveira de um ou mais membros da família são mantidas em casa para tomar conta da família e protegê-la durante o ano. No dia 9 de novembro, a família coroa a caveira com flores frescas, às vezes também as vestindo com peças de roupa, e fazendo oferendas de cigarros, folhas de coca, álcool, e vários outros itens em agradecimento pela proteção durante o ano. As caveiras também são, por vezes, levadas ao cemitério central em La Paz para uma missa especial e bênçãos.

No Brasil 
O feriado brasileiro de Finados é celebrado no dia 2 de novembro. Similar ao Dia dos Mortos, as pessoas vão aos cemitérios e igrejas, com flores, velas e orações. A festa tem intenção de ser positiva, para celebrar os que estão mortos.
Para a cultura Anglo- Americana, a morte é um tabu, uma tragédia, uma assunto não muito comentado.
As crianças mexicanas, na maioria das vezes, são criadas com a idéia da morte constantemente em torno delas, como parte da própria vida e os doces em formato de caveiras, caixões de brinquedo e esqueletos refletem o carpe diem (capture the day) da sociedade mexicana.
A morte é uma sombra que paira sobre nós então temos que aproveitar cada momento e desfrutar de todas as oras de nossa vida. Portanto durante esse alegre e carnavalesco festejo os mexicanos abraçam o conceito de morte com entusiasmo, alegria, humor, sarcasmo.
A festa do Dia dos Mortos é uma comemoração alegre e festiva que não tem nada a ver com l idéia tétrica da morte, e sim com a celebração da feliz existencia das almas.


"A palavra morte não é pronunciada em Nova York, em Paris ou Londres porque queima os lábios. O mexicano, ao contrário, brinca com ela. A acaricia. Dorme com ela. A celebra. É um dos seus brinquedos favoritos e seu mais constante amor". 
Octavio Paz   

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