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5 de outubro de 2023

Literatura: Romance Gótico "O amor vai nos separar" de Milton James

Em 2015, um casal gótico me contatou perguntando se eu queria postar sobre o casamento deles, eu topei! Esse casal era Milton James e Morgan LeFey. Recentemente Milton me contatou e me contou que escreveu um livro! 

Me mandou de presente "O amor vai nos separar", um romance gótico cheio de referências a história de bandas e subculturas, além é claro, de uma história de amor entre jovens! Eu recebi o livro impresso! É lindo! Se você se interessar, o livro está a venda em versão ebook na Amazon (clica aqui)

Muito obrigada pelo livro Milton, eu adorei que enquanto acontece a cronologia dos eventos de amizades e romances, ocorre também a cronologia de bandas, músicas e subculturas, ótimo pra quem ainda não conhece esse processo passar a conhecer. Segue detalhes da história:


O fio condutor deste livro é a descrição das experiências de um jovem que buscava incessantemente descobrir o sentido da sua vida e que procurava ter uma relação afetiva baseada em um amor verdadeiro. Ao longo de sua vida, envolveu-se com algumas pessoas em relacionamentos apaixonantes, ao mesmo tempo em que se identificou com filmes, músicas, poesias e com a filosofia e a estética do movimento pós-punk, o qual foi fundamental para a afirmação de sua personalidade.


Clique aqui ou na imagem para acessar o livro.
 

O autor conduz o relato das vivências que proporcionaram transformações na vida desse jovem, na efervescência cultural da cidade de São Paulo, nos anos 90, período com bastante influência cultural dos anos 80, que refletiram nas expressões artísticas e comportamentais da época. Nesse contexto, em que transcorre esse movimento de subcultura minimalista, o jovem Caim é o protagonista dessa história intensa e cheia de percalços.

O romance é acompanhado por uma trilha sonora específica, fundamental para o contexto desta história. A leitura desta obra pretende entreter e emocionar, estimulando a imaginação enquanto induz à reflexão sistemática sobre a vida, moldada pelas experiências que formam nosso caráter.

O livro está disponível no formato ebook, 

clique na imagem para adquirir o seu:

   



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Direitos autorais:
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6 de outubro de 2017

Poesia Gótica: Há um Demônio atrás da porta │Elas São de Marte

Lord Byron talvez seja o mais conhecido poeta gótico, assim como Oscar Wilde e sua literatura. E no Brasil Álvares de Azevedo e Augusto dos Anjos são destaques do Romantismo. No entanto, poesia gótica é um gênero ainda desprezado por editoras e não raro ouço pessoas dizendo que não apreciam esse tipo de leitura. Existe esta barreira entre os próprios admiradores de literatura gótica. A poesia se torna um estilo restrito aos incondicionalmente apaixonados por tudo que envolve horror e pitadas de sonhos sombrios independente do formato de escrita.


Há um demônio atrás da porta

Tempo atrás uma leitora entrou em contato dizendo que queria me enviar um presente. Recebi a proposta com bastante surpresa: o presente era um livro de poesias góticas escritas por ela mesma.

Karin Poetisa escreve, como o próprio nome sugere, poesia. Mas não qualquer poesia, ela escreve poesia gótica. Residente em Porto Alegre e premiada em vários concursos literários, Karin divulga seus escritos em seu próprio blog "Há um demônio atrás da porta", mesmo título do livro que ela me presenteou.




Em termos de poesia gótica, confesso que só havia lido os autores românticos do século 19, então foi com grande surpresa e satisfação que tive acesso a este livro com autoria de uma mulher! E nós sabemos como as mulheres são tão ocultadas da história, não é mesmo? Um poema que se chama "Plateia" lembra cena de filme. É assim: 

há fantasmas nas caixas de música.
quantas vezes elas tocam sozinhas?
as bailarinas dançam solitárias,
ou se exibem para as almas penadas?

Ao ler a poesia de Karin em vários momentos me senti ser transportada à um outro mundo. Ora de sonho, ora de pesadelos. Às vezes solidão ou pavor. Melancolia em diversos momentos. Várias passagens de leitura se transformaram em cenas na minha mente, trechos que ficariam perfeitos em filmes de terror.

Karin me presenteou com outro livro que mostrarei a seguir, ambos tem os direitos autorais cedidos à Vila dos Peludos, ONG de proteção aos animais sediada em Porto Alegre que resgata, trata e encaminha animais de rua para adoção. Então se você ama animais, é muito importante que compartilhem esta postagem com os amigos para que mais pessoas conheçam as obras literárias e possam ajudar os animaizinhos. Esse é um ato muito nobre da autora que merece respeito. 



Há um Demônio atrás da porta - Onde Comprar?


A Karin me mandou um segundo presente chamado "Elas são de Marte - Mulheres sem Censura", este publicado em 2015. Hoje muito se fala sobre feminismo e cada dia mais mulheres descobrem o sagrado feminino. Por séculos mulheres precisaram escrever sob pseudônimos masculinos para terem seus escritos publicados. Agora imaginem a situação de mulheres que escrevem sobre erotismo? Ainda hoje em nossa sociedade machista, as que expressam abertamente sua sexualidade não são bem vistas. Nascemos para sermos submissas, puras e românticas mas nunca devemos falar sobre "certos assuntos" pois escandalizamos. Segundo a introdução do livro, há necessidade de quebrarmos o tabu sobre as mulheres que escrevem sobre erotismo, mulheres das mais diversas idades e profissões.

Mulheres são de Marte? A historia vem sido escrita pelos homens há mais de dez mil anos. A mulher vem sendo culpada, demonizada e chamada de "bruxa" quando o homem não sabe lidar com seus desejos. É por isso que este livro tem seu valor subversivo. Cem mulheres foram convidadas a escrever, sessenta e oito delas deixaram seus escritos, incluindo Karin Poetisa. As trinta e duas mulheres ausentes sucumbiram ante ao preconceito da família e, vulneráveis tiveram que largar o projeto. Então este livro - que também tem o direito autoral cedido à ONG Vila dos Peludos, é uma obra muito importante para nós mulheres. Mulheres lendo mulheres. Mulheres deixando de ser de Vênus e sendo de Marte: guerreiras que não fogem à luta!




As 38 mulheres de Marte são listadas ao fim do livro.


Acompanhem Karin Poetisa:




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Pedimos que leiam e fiquem cientes dos direitos autorais abaixo:
Artigo das autoras do Moda de Subculturas. 
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4 de maio de 2017

Os Movimentos Krautrock, Glam, Proto-Punk e o Beat

O que exatamente foram os movimentos Krautrock, o Glam, o Proto-Punk e o Beat e o que eles significaram? Conheci um pouco mais sobre estes movimentos ao ler o livro "Mate-me, Por Favor - A história sem censura do punk" de Legs Mcneil e Gillian Mccain, que conta a história do punk.

Movimento Krautrock
O movimento Krautrock, também conhecido como Krautwave, é um movimento musical das bandas experimentais da Alemanha, do fim da década de 1960 e início da década de 1970. Inicialmente o nome "Krautrock" tinha significado pejorativo, uma vez que seu significado literal une as palavras "pessoa alemã" com "repolho azedo". Mais tarde, com o evidente sucesso das bandas, ganhou um significado positivo, atualmente sendo visto como reconhecimento. São bandas que fazem parte deste movimento: Tangerine Dream, Faust, Amon Düül II e Can, dentre muitas outras. Fica então, a deixa para pesquisar e conhecer bandas novas! Essas bandas manifestavam em suas músicas uma rejeição à cultura anglo-americana dominante nos períodos de pós Segunda Guerra, em prol de uma definição própria, mais radical e experimental, que seria a nova cultura alemã.

Além disso, o Krautrock pode ser considerado uma síntese de influências que vão desde a psicodelia da fase inicial do Pink Floyd, Velvet Underground e La Monte Young até as vanguardas eruditas do século 20. Sem esquecer-se das características minimalistas, atonalistas e do free jazz também. Na prática, caracteriza uma obsessão por dissonâncias, ruídos, colagens sonoras, improvisações e uma maior preocupação com o timbre do que com a melodia. Dentre os gêneros pós punk, eletrônico e alternativo existem muitas bandas que reconhecem a inspiração Krautrock, como Joy Division, Sonic Youth, Gary Numan, Throbbing Gristle e Cabaret Voltaire, dentre outras... Obviamente, não se podem denominar todas as bandas alemãs do período como tal.

Kraftwerk / Foto: reprodução

Glam Rock
Aqui entramos em terras conhecidas, pois quem nunca ouviu falar de David Bowie e Kiss, por exemplo? O Glam Rock é um gênero musical nascido no final dos anos sessenta, na Inglaterra. Esse gênero é marcado pelos trajes cheios de purpurinas, saltos altos, glitter, batons, lantejoulas e paetês, sendo usados, principalmente, por bandas masculinas ou figuras que aludiam à androginia, como David Bowie em sua fase Ziggy Stardust. Uma das bandas mais marcantes desse gênero para mim é Twisted Sister, que adoro! Vale lembrar que o Glam Rock se diferencia do Glam Metal por ter um som menos pesado, o estilo teve influencia na subcultura gótica, basta analisar várias bandas e artistas que exageram em seus trajes andróginos e maquiagem pesada, por exemplo.

David Bowie / Foto: reprodução


Proto Punk
O Proto-Punk na realidade não é considerado um gênero musical distinto. Este nome é usado apenas para designar os elementos percursores do punk rock, que vieram de uma grande variedade de origens, estilos e influências. Para designar uma série de artistas da música que foram importantes para a consolidação do punk rock do final dos anos 1960 até meados dos anos 1970. Dentre os grupos e artistas notáveis estão: Ramones, The Who, The Stooges, The Kinks, The Runaways, David Bowie, T. Rex, The Velvet Underground, MC5, New York Dolls, Lou Reed, Television, Patti Smith, Roxy Music, dentre muitos outros. Alguns artistas como Roxy Music e
David Bowie teriam estendido sua influência até movimentos posteriores, como new wave e post punk. Esse é o movimento que mais tenho afinidade, talvez pela leitura que fiz do livro que citei no início desta publicação, que serviu para que eu conhecesse melhor o universo punk pelos artistas e suas histórias.

The Velvet Underground / Foto: reprodução


Geração Beat
Este é um dos meus movimentos favoritos, e acredito, um dos mais importantes. Beat é um termo usado para descrever principalmente escritores e poetas que se tornaram conhecidos no final da década de 1950 e começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que inspiraram - posteriormente chamados de beatniks. Esses artistas levavam vida nômade, ou fundavam comunidades, consistindo desta forma, no embrião do que viria a ser conhecido como movimento hippie. Uma curiosidade é que John Lennon se inspirou nessa palavra para batizar seu grupo musical, The Beatles. Na verdade, a coisa se tornou ainda maior, pois, a Beat Generation, o movimento hippie e antes de todos, o Existencialismo, contribuíram para um movimento maior, hoje conhecido como contracultura. Os ecos da geração beat podem ser vistos em muitas outras subculturas, além da cultura hippie, como na dos punks, por exemplo. Cara, isso tudo me fascina tanto!
Para mim, é impossível pensar em "geração beat" sem lembrar-se do The Doors, que foi uma das minhas bandas favoritas na adolescência. Um dos ícones desta geração é o livro "On The Road", de Jack Kerouac, que é referenciado em diversos filmes e ícones culturais, até mesmo na série em Sobrenatural, que alude à Sal e Dean (personagens do livro). Assisti recentemente ao filme sobre
"On The Road", "Na Estrada" (2012), inclusive com Sam Riley, o mesmo ator que interpreta o Ian Curtis, no filme "Control"! 


The Doors / Foto: reprodução

Espero que tenham gostado dessas breves definições, apenas uma pincelada para quem sabe um futuro aprofundamento e caso queiram aprofundar, recomendo muito, pois há muito que ser conhecido ainda. Quero voltar em breve com mais artigos sobre música e subcultura pra vocês! 

E vocês, conheciam os movimentos?
Qual seu preferido ou que tem mais afinidade?




 
Autora:
Jaqueline Campos é discente de Têxtil e Moda pela Universidade de São Paulo, e produz conteúdo no blog 4sphyxi4. Mora em São Paulo, é amante da cybercultura e eternamente apaixonada por ficção científica.
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Artigo deJaqueline Campos em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.

3 de abril de 2017

ROCKABILLY BRASIL: O primeiro registro em livro sobre a cena nacional

Escrito por Eduardo Molinar, Rockabilly Brasil é o primeiro registro em livro da cena Rockabilly nacional. Publicado de forma independente, é das poucas obras disponíveis sobre as subculturas brasileiras.

subcultura-rockabilly


Eduardo Molinar é um jornalista de apenas 22 anos que escuta rockabilly pelo menos desde os 8 anos de idade. Por muitos anos usou o estilo sem saber que aquilo era rockabilly, até que descobriu que existia toda uma subcultura. De um rockabilly solitário no interior do Rio Grande do Sul viu que existia mais um monte de gente como ele no Brasil todo, e decidiu escrever o livro ao perceber a falta de registros oficiais sobre a cena nacional.


"Mas afinal, o que é Rockabilly?" 
Esta é uma das perguntas que Eduardo mais ouviu na vida especialmente quando contava a alguém que estava escrevendo um livro sobre o tema. Segundo ele, a forma mais fácil de fazer os leigos entenderem é citar Elvis Presley, afinal todos conhecem o Rei do Rock, que é um dos responsáveis pelo surgimento do primeiro subgênero do Rock n Roll.

subcultura-rockabilly


"Se você quer ter uma conexão com o movimento Rockabilly, não digo que precisa falar bem, mas não pode falar mal do Elvis"
- Rick n roll

O livro tem linguagem super acessível, não sendo necessário ter conhecimento prévio sobre a subcultura. Começa com uma introdução com a história do Rockabilly na Inglaterra e Estados Unidos, explicando o surgimento do som, da nomenclatura e citando artistas pioneiros como Eddie Cochran, Gene Vincent, Carl Perkins, Buddy Holly e Billy Fury, abordando desde seus primórdios em meados da década de 1950, a sobrevivência do estilo no underground nos anos de 1960 para tomar novo fôlego a partir do fim da década de 1970 com um revival do estilo, o Neo Rockabilly, que trazia bandas como Stray Cats, Polecats, Levi and the Rockats e a mistura sonora de punk com rockabilly.  Daí parte-se para 19 capítulos sobre os pioneiros no rockabilly no Brasil e quem fez parte da cena até os dias de hoje. Nestes capítulos unem-se depoimentos dados exclusivamente para Eduardo Molinar e fotos de época cedidas pelos entrevistados.


subcultura-rockabilly


Quem hoje tem a faixa de 20 anos, ao ler o livro pode ter a experiência de saber como era ser parte de uma subcultura ou de um movimento alternativo numa era pré internet. A dificuldade que havia para conseguir escutar um som, ter um lugar para se divertir e encontrar pessoas semelhantes. Passa-se a compreender do porquê de algumas brigas, gangues e a interação dos rockabillies com outros grupos do underground brasileiro como punks, carecas, góticos e headbangers. Imagine uma época em que novos grupos surgiam e você não fazia a mínima ideia de quem eles eram, uma época em que as informações eram precárias, seria normal rolar um pouco de receio sobre o outro, não é?



O livro é um documento muito importante não apenas sobre a subcultura mas também sobre uma época e suas pessoas. A facilidade que temos hoje de acesso à informação e de interação com semelhantes é imensa, muitos de nós não fazemos ideia do que o pessoal "das antigas" passou pra manter uma subcultura viva, quando vemos que houve muita luta e resistência para que hoje tais cenas ainda se mantivessem ativas, nos faz pensar o quanto devemos ser gratos pelo esforço que aquele pessoal fazia. Dentre estas pessoas, está Eddy Teddy, o primeiro a articular o movimento Rockabilly no Brasil com sua banda Coke Luxe e a fundação do Clube Rockabilly, um local para escutar o som, se reunir e encontrar discos. Há também Eric Von Zipper pertencente à uma das gangues, a Ratz, um dos pioneiros na organização de festas.

Flyer de festa do Rock n Roll Clube do Brasil

O foco é na cidade de São Paulo, onde a cena nacional melhor se desenvolveu  especialmente nas décadas de 1980 e 90, quando havia muito interesse da mídia em retratar estes jovens que se reuniam em clubes como Hoellish, na Praça Roosevelt. Molinar relembra pessoas como Brando, que tinha esta apelido por andar igual ao ator Marlon Brando; o lendáro Johnny Luva, um "ícone do Rockabilly" sempre bem vestido e de topete; assim como  Jeff Billy  do motoclube Molambos e Ivan Tupello do Clube do Rock 1957 em São Caetano. Aliás, a rivalidade histórica de São Paulo com a Grande ABC também tem espaço, Rick n Roll, por exemplo é um dos protagonistas no movimento Rocker no ABC, o subúrbio operário onde surgiu diversas bandas de punk rock favoreceu o surgimento do rockabilly. Rick foi o famoso criador do Campeonato de Topetes em 1988, mesmo ano da novela da Globo chamada Bambolê que trouxe um personagem Rocker. Como habitual, a grande mídia não soube retratar corretamente a subcultura e isso é um ponto muito bem abordado ao longo do livro.

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Interesse da mídia pelo grupo: Matéria na revista Manchete em 1991 / Reprodução

Várias gangues ajudaram a manter firme o estilo no Brasil, como a Ases do Rock´n´Roll, a The Rebels 50´s... é complicado julgar a existência de gangues, pois além de aquela época ser um período de pouca informação, o que podia gerar brigas de rua, por outro lado é por causa das gangues que houve união e resistência no underground. Yé da Gang The Dogs 1954, por exemplo é um dos rockers mais respeitados por punks, góticos e carecas.

Para mim, pra você ser um rocker tem que gostar do visual, da música, dos carros, da decoração... é um conjunto de elementos. Dizer que é rocker é fácil, ser é outra coisa."
- Manero, da gangue The Rebels 50s.

As gangues de meninas também tem seu espaço, é bem legar ver como elas se vestiam e se comportavam com muita atitude junto aos meninos. O livro não esquece do surgimento das recentes pin-ups, como Angie Honeyburst que participou do concurso de Pin-ups do Viva Las Vegas.

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Revista Manchete, 1991 / Reprodução
À esquerda, Angie Honeyburst e à direita Carta do Clube do Rock 1957 à Rede Globo

Pra quem quer começar a ouvir ou conhecer rockabilly, o legal é que ao longo de todo o livro são citados bandas e artistas, assim como filmes, bares, festivais nacionais como o Rockerama Festival e o Big River Festival. Também cita pontos de encontro como a  Barbearia 9 de Julho, de Anderson Nápoles que cansado de ter seu cabelo cortado errado, decidiu oferecer este serviço, afinal barbearias sempre foram locais cultuados pela subcultura e  nada melhor do que um rocker ter o cabelo cortado por outro rocker, assim nada pode dar errado no topete! 


E depois de tanta história, vem uma finalização maravilhosa que se compõe de 36 páginas de fotos e imagens de jornais e revistas sobre a cena! Muitos relatos ficaram fora do livro, mas o autor garante que este não é seu último livro sobre Rockabilly, é apenas o primeiro!

Embora o rockabilly seja muito inspirado no passado, a subcultura acompanha a passagem do tempo, adaptando roupas e estilo de vida ao mundo atual, observamos isso quando vemos as misturas sonoras com outros estilos musicais.


Como adquirir?
Por ser uma publicação independente a forma de adquiri-la é através do próprio autor, Eduardo Molinar, para isso acesse a página Rockabilly Brasil no Facebook e entre em contato para pedir seu exemplar.

Se você já leu o livro, nos conte o que achou!




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28 de fevereiro de 2017

Literatura Gótica: os clássicos de Edgar Allan Poe e Mary Shelley

Um sonho que se realiza! Edgar Allan Poe e Mary Shelley agora são parte do catálogo de nossa editora preferida! Ela mesma, a da caveira: DarkSide Books! Vamos todos falir mais um pouquinho com estas obras que precisam estar na coleção dos adoradores da literatura de terror ♥

É bem verdade que para os insiders do gênero, esses livros dispensam apresentações, mas gostamos tanto da DarkSide e seus trabalhos gráficos maravilhosos que vale um resumo. E mais: links pra quem já quiser encomendar os seus! Já  selecionei as ofertas dos sites parceiros do blog, então salve esse post nos favoritos! ;D


Lançamentos da coleção "Medo Clássico"

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Edgar Allan Poe

"É meia-noite. As asas de um corvo se misturam à escuridão. A velha casa em ruínas observa com janelas que pareciam olhos. Você jura ouvir a voz de alguém que já partiu para o outro lado, bem na hora em que um gato preto cruza seu caminho."

No século 19, a literatura gótica nos forneceu clássicas histórias de terror que são relidas até hoje em livros, filmes e nas artes: Tim Burton, Neil Gaiman, Iron Maiden e Green Day foram alguns dos que já homenagearam Poe. O autor ainda tinha H.P. Lovecraft como fã declarado. E assim como Lovecraft, Poe, nascido em 1809, é considerado pioneiro nos gêneros policial e da ficção científica. A vida do autor foi tão dramática quanto os contos que escrevia. Seu primeiro conto é de 1827 e o último de 1849, o ano em que faleceu.

Esta obra da Coleção Medo Clássico tem tradução por Marcia Heloisa, pesquisadora e tradutora do gênero e as ilustrações em xilogravuras feitas pelo artista gráfico Ramon Rodrigues. A edição limitada de luxo tem 384 páginas e é apenas o primeiro volume. SIM! A DarkSide vai lançar outro volume futuramente! Tem ainda o prefácio do poeta Charles Baudelaire, admirador confesso de Poe sendo o primeiro a traduzi-lo para o francês. E “O Corvo” na sua versão original, em inglês, além de reunir suas mais importantes traduções para o português: a de Machado de Assis (1883) e a de Fernando Pessoa (1924).
Segundo o release, "Os contos estão divididos em blocos temáticos que ajudam a visualizar a enorme abrangência da obra. A morte, narradores homicidas, mulheres imortais, aventuras, as histórias do detetive Auguste Dupin, personagem que serviu de inspiração para Sherlock Holmes."

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Frankenstein ou o Prometeu Moderno, Mary Shelley
"Frankenstein, ou o Prometeu Moderno" está completando 200 anos! Esta obra prima foi escrita por uma mulher: Mary Shelley, e se tornou um marco no romance gótico. Se liga no release pra sentir O vel dessa obra:

"Shelley costurou influências diversas, que vão do livro do Gênesis a Paraíso Perdido, da Grécia Antiga ao Iluminismo. O resultado é uma daquelas histórias eternas, maiores do que a vida. Leitura obrigatória em países de língua inglesa, Frankenstein é décadas anterior à obra de Poe, Bram Stoker ou H.G. Wells, e vem sendo publicado ininterruptamente desde 1818.

No verão de 1816, Mary e um grupo de escritores ingleses dividiam uma casa na villa Diodatti, na Suíça, os quatro aceitaram o desafio de escrever um conto de terror cada. Mary concebeu a origem de Frankenstein e curiosamente, Polidori escreveu o que viria a ser "O Vampiro", romance que serviria de inspiração para Drácula, de Bram Stoker.

Foi em 1931 que Boris Karloff deu um rosto definitivo à criatura no imaginário popular.  As referências estão em todas as partes: nos monstros da Universal Studios e da Hammer Films, na comédia musical de horror The Rocky Horror Picture Show, em filmes como Reanimator, inspirado no conto de H.P. Lovecraft, em séries e desenhos clássicos como A Família Addams. A lista é interminável. São tantas versões que é quase impossível não estar familiarizado com a história: Victor é um cientista que dedica a juventude e a saúde para descobrir como reanimar tecidos mortos e gerar vida artificialmente. O resultado de sua experiência, um monstro que o próprio Frankenstein considera uma aberração, ganha consciência, vontade, desejo, medo. Criador e criatura se enfrentam: são opostos e, de certa forma, iguais. Humanos! Eis a força descomunal de um grande texto."

A edição limitada tem mais quatro contos da autora traduzidas por Carlos Primati, estudioso do gênero. As ilustrações foram feitas por Pedro Franz, artista visual e autor de quadrinhos reconhecido internacionalmente. Mas quando foi a última vez que você teve a chance de entrar em contato com a narrativa original desse que é um dos romances mais influentes dos últimos dois séculos? Que tal agora, na tradução de Márcia Xavier de Brito?"

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“E agora, mais uma vez, desejo à minha hedionda criatura que viva e seja feliz.”  Mary Shelley



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17 de janeiro de 2017

Resenha Literária | O Universo Paralelo dos Zines

Há uma forma de comunicação que tornou-se popular dentro dos movimentos punk e riot grrrl, permitindo a liberdade de expressão de seus adeptos: os fanzines. São revistas independentes que surgiram no início do século XX, sem restrições de conteúdo ou convenções de concepção, que mostraram-se ser uma válvula de escape à grande mídia. Do mesmo modo que hoje podemos criar um grupo no Facebook para reunir pessoas com interesses em comum e falar sobre certas coisas, os fanzines eram a “rede social” analógica para pessoas da cena underground – era o modo como “postavam” e “compartilhavam” sobre feminismo, bandas independentes, quadrinhos e outros artistas e ideologias –, contribuindo para fortalecê-la.
Norteado pelo mantra do DIY ("do it yourself", faça você mesmo), típico do underground, Márcio Sno resolveu contribuir para a falta de conteúdo nacional sobre o assunto escrevendo ele mesmo este livro. 

marcio sno

O livro usa linguagem simples e fácil de entender e conta com o resultado das pesquisas feitas por Sno, sua própria vivência no meio underground de São Paulo e experiência como zineiro (editor de zines). Se você é um completo leigo no assunto, pode ser introduzido à definição, características e história dos fanzines, assim como ao vocabulário usado pelas pessoas da cena. Sno conta como era o esquema de produção e distribuição de seus tempos de juventude e o impacto que tudo isso sofreu com a chegada da internet e suas redes sociais, além de mencionar zines importantes como Ficção (primeiro zine brasileiro de quadrinhos, lançado em 1965) e Manifesto Punk (primeiro zine punk nacional, dos anos 1970).


Nos EUA da década de 1990, foi através de zines que garotas punks
informavam sobre feminismo. Era o chamado Movimento Riot Grrrl
riot grrrlriot girl fanzine


É interessante também a menção de projetos pedagógicos que incentivam os alunos a produzirem zines em sala de aula, dando voz aos jovens e fazendo com que sejam ouvidos – o autor também promove oficinas de zines e afirma que há a ampliação de horizontes por parte de quem entra em contato com a prática.

A melhor parte são as dez páginas com todas as referências de pesquisa para o livro! Como já dito, o livro foi escrito em resposta à carência de conteúdo nacional sobre o assunto – os poucos livros brasileiros sobre zines estão listados – , o que o fez procurar por fontes em inglês e espanhol para tanto, desde livros e artigos até documentários e sites.

referencias de pesquisa
Alguns dos títulos da pesquisa (clique na imagem para ampliar)

Recomendo para quem for curioso um desses documentários, de autoria do próprio Sno:

Capítulo I:


Capítulo II:


Capítulo III:


O Universo Paralelo dos Zines é uma publicação da editora independente TimoZine, dá para adquiri-lo através do site deles, pra quem mora em São Paulo, ele também é vendido na Banca Tatuí e na Ugra Press.

Imagem do instagram de Sno @marciosno

“Enquanto a grande mídia estimula as pessoas a consumirem, os zines encorajam as pessoas a fazerem parte e produzirem algo por eles mesmos.” – Márcio Sno


Autora: Annah Rodrigues
Estudante de Design e técnica em Multimídia aspirante à ilustradora. Uma colcha de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas de época e animes. Usa sua introversão e sentimento de (des)encaixe para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos pouquinhos a cena independente de São Paulo. Instagram - Deviantart - Art Blog - Tumblr pessoal - Facebook


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