Destaques

29 de setembro de 2017

Última Quimera: Conheça o zine dedicado a informações sobre a subcultura gótica

Por que lançar um zine em tempos de informação fácil, rápida e democrática na internet?

Entendemos a importância que as novas tecnologias trouxeram para o compartilhamento de informações para o crescimento das subculturas, mas a internet também tem sido usada inclusive para a disseminação de desinformação e ódio. É verdade que as publicações impressas também não estão livres desse mal, mas em meio à links, tags, publicidade abusiva (e não sinalizada) e desvio de foco, as publicações impressas emergem como uma alternativa à esse caos de informação.


O trecho acima foi uma adaptação do texto que abre a primeira edição do zine Última Quimera, editado por Freon (Sad). Enquanto lia, balançava a cabeça concordando com tudo! Como é dito no texto original, mesmo uma subcultura tão citada como a gótica, ainda tem-se a necessidade de rediscutir e refletir sobre a identidade desta tribo no século 21. O zine nasce com a proposta de trazer conteúdo aberto, diverso, sem rivalidades e vaidades à todos que se interessem pelo tema.

Participei das duas primeiras edições e vou contar mais pra vocês sobre cada uma delas.


Última Quimera #1 - Março de 2017
Além da ótima introdução citada no início do post, o zine trás logo de cara um texto de Everton Alves "Rei Peste", com o seguinte questionamento: "Góticos: Crise de Identidade?" onde é abordado o que se tornou a subcultura gótica atualmente. A seguir, Coconut Sioux vem com o interessantíssimo "O Feminino e o Gótico", abordando o machismo na cena e o feminino no imaginário gótico.


O Programa Memória & Vida do Cemitério da Consolação é a entrevista da edição. Surgido em 2014, o projeto entende os cemitérios como potencial local de atividades artísticas, pedagógicas e turísticas a exemplo do que acontece em outros cemitérios do mundo como o Père-Lachaise em Paris. A edição finaliza com o texto "Um olhar sobre a WGT" do alemão Robert Forst falando sobre as mudanças no festival ao longo dos anos, a superficialidade dos "góticos de ocasião" que frequentam o local visando apenas serem fotografados e sobre como o evento necessita se reinventar.


Durante os anos de blog, sempre fui muito questionada sobre o significado da cor preta nas subculturas. Acabei desenvolvendo uma pesquisa própria, não publicada, é um assunto do qual serei estudante por muito tempo ainda. À convite de Freon escrevi um breve texto sobre o tema! É um artigo que vocês só encontrarão lá! É exclusivíssimo do Última Quimera. 

É a primeira vez que revelo um pouco do que pesquisei sobre o significado da cor preta nas subculturas.


Última Quimera #2 - Julho de 2017
Eu poderia dizer que essa edição se torna icônica. Quem tiver vai ter que guardar! Ocorre que nela estão duas matérias que considero registros históricos importantíssimos  para a história da subcultura gótica brasileira. Inicia-se com "Soulshadow - O fim de um ciclo" contando a história da lendária loja de música gótica  aberta em 1995 que se tornou a única loja física de discos especializada em gótico e EBM de São Paulo e talvez do Brasil.
 

Segue outro artigo que pra mim é o mais impressionante publicado até então: "Treibhaus - A primeira casa gótica do Brasil". Imensurável o valor desta matéria num país como o nosso onde é dificílimo encontrar informações sobre a história das subculturas nacionais. Um país onde não valorizamos a memória do passado. Com seu nome tirado do livro "Christiane F", Treibhaus foi abrigo para punks e góticos na São Paulo de 1989. 
Imaginem um mundo sem internet, onde você iria para encontrar pessoas que eram como você? E como ficaria sabendo de sua existência? Como eram produzidos os flyers, como eram as pessoas que lá frequentavam, como era o local por dentro, quais famosos deram as caras por lá, quais os nomes importantes da cena na época, tudo isso está na matéria! Minha dica é que poderia ser pensado seriamente no futuro alguém produzir um livro ou documentário sobre este local. 


O zine finaliza com um texto meu "O fim das subculturas", onde é levantando o que são as subculturas hoje, o que elas se tornaram com o advento da internet e uma abertura à reflexão sobre como serão de agora em diante.


Última Quimera é um respiro no meio do mundo virtual em que vivemos. Quem hoje produz conteúdo na internet tem que "concorrer" de forma extremamente desigual com "likes" pouco acrescentam na proliferação e manutenção da cultura alternativa. Um mundo de publicidade disfarçada, não sinalizada, e conteúdo efêmero prolifera. O conteúdo intelectual que propicia conhecimentos duradouros que servirão para a vida toda, ficam em segundo plano ou são desvalorizados.

É importante dizer que a cultura alternativa só se mantém viva se o conhecimento sobre elas for passado à frente. Se cada geração se envolver com esse conhecimento. Senão criamos um imenso espaço vazio propício para que desentendimentos, erros e preconceitos cresçam. Muitos não conhecem o básico do que é subcultura gótica, punk ou qualquer outra, isso acontece porque a informação que deveria ter sido passada adiante não foi. Então todos sabemos pela internet como uma menina gótica se veste, que marcas usa, como se maquia, como se penteia, mas o que sabemos sobre a cultura da subcultura? É neste momento que percebemos como zines e revistas que chegam focados em informações que enriquecem os debates são fundamentais!

Aproveito a ocasião para oferecer meus textos ou escrever artigos exclusivos a quem tenha zine e queira abordar cultura alternativa. Quem tem zine alternativo e quer me enviar uma edição pra conhecer, ou quem está se livrando dos seus (jogando fora mesmo) pode me enviar! É só me contatar que conversamos!

Infelizmente esse post sai um pouco atrasado, moro fora da capital paulista e recebi os exemplares do zine um tempinho atrás. Mas o zine segue ativo, novas edições virão! Fica aqui a dica para encontrá-los no Sebo Clepsidra.

O zine é distribuído gratuitamente. Vale pegar a publicação apenas se tiver real interesse na leitura. Publicações gratuitas às vezes são descartadas logo que a pessoa percebe que pegou algo que não lhe interessa, então é fundamental valorizar o trabalho mantido e apoiado por quem acredita na cena. ;)

Zine Última Quimera
Onde Encontrar:

Sebo Clepsidra
R. Dr. Cesário Mota Júnior, 296
Vila Buarque, São Paulo - SP


[Editado 09/10]: O zine também é enviado pelo correio, basta entrar em contato:
E-mail: ultimaquimerazine@gmail.com


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Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
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27 de setembro de 2017

Resenha: GOTHIC STATION #2 A Diversidade do Gótico Brasileiro

A segunda edição da revista GOTHIC STATION chega dando mais
visibilidade à diversidade presente dentro da subcultura gótica. 

 




Esta segunda edição vem com um CD. Ótima oportunidade para você conhecer bandas que disponibilizaram faixas exclusivas para a revista. 


Quando falamos em "garota gótica", pode vir à mente de alguns uma moça branca, pálida, esguia e posando para foto num cenário cheio de neve. Isso é resultado de uma visão de mundo/de beleza eurocêntrica (já abordamos neste artigo). No Brasil, esse tipo de aparência europeia ainda é a maior referência mesmo com as diversas etnias presentes em nosso país. Temos góticos afro descendentes, temos góticos asiáticos, temos góticos descendentes de indígenas... então o que os góticos brasileiros tem a nos contar sobre a diversidade dentro da cena? Essa é a matéria de capa da publicação que entrevista 14 frequentadores da cena buscando suas experiências e opiniões sobre preconceito, racismo, comentários maldosos e outras situações que encaram por quebrarem o estereótipo. Estereótipo este que é resultado da forma distorcida que a subcultura é entendida.

 "Somos a própria quebra de padrões" - diz John, um dos entrevistados.

Entremuralhas, o festival que acontece no castelo da cidade de Leiria em Portugal, é outro tema da edição. Assinado por Iluá Hauk, que já foi entrevistada aqui no blog, o artigo conta a história do castelo considerado patrimônio histórico e a atmosfera íntima que o evento proporciona aos participantes.


Mais uma vez escrevi um artigo exclusivo para a revista, o que significa que vocês só encontrarão lá e não aqui no blog. Desta vez foi sobre A Influência da Indumentária Medieval na Estética Gótica. Em seis páginas falo sobre como era a indumentária medieval e como os góticos fazem sua releitura. Finalizo exemplificando outros dois estilos inspirados no medievalismo: o estilo celta e o estilo Romantic Goth.




Quer comprar a revista? Basta acessar o link abaixo. O frete é gratuito! 
https://www.gothicstation.com.br/loja


O festival Woodgothic em São Thomé das Letras (MG), também ganha cobertura de reportagem sobre as atrações compostas por bandas de rock, pós-punk e góticas.


O terceiro festival a ganhar cobertura na edição foi o famoso WGT, que completou 26 anos este ano. Se você pensa em algum dia ir ao festival precisa ler esta matéria cheia de informações (como funciona, transporte, reservas, acomodação, alimentação, o que fazer no festival, segurança entre outras dicas).

 
Além destas matérias, a edição também conta com os recentes lançamentos musicais, entrevistas com a banda alemã Faun e The Beauty of Gemina e mais um artigo sobre a história da literatura gótica tendo foco na filosofia do sublime. E não posso esquecer de citar o artigo "3 filmes dos anos 1980 que influenciaram a estética gótica" (na edição passada foram os filmes da década de 1970).


Finalizo salientando algo que já disse anteriormente, financiar e comprar a revista GOTHIC STATION é apoiar a cena nacional. Se não tem cena gótica na sua cidade, existem sites, blogs, zines e publicações como esta que você pode apoiar, seja comprando, seja divulgando aos amigos. Somente o apoio manterá vivo as vertentes da cultura alternativa nacional.

 


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23 de setembro de 2017

Trance Lifestyle: Festivais de Música e Cultura Alternativa no Brasil e no Mundo

Se você aprecia o contato com a natureza e é adepto de música eletrônica, então sem dúvidas deveria ir a um festival alternativo. Mais do que uma balada de final de semana ou um retiro espiritual, participar de um evento do tipo é uma vivência cultural sem igual, isso porque todo festival alternativo traz uma experiência única de imersão. Seja de 30 horas, 4 dias, 1 semana ou mais, sempre retornamos com aquela sensação gostosa de energia renovada. 

Mundo de Oz


A subcultura trance tem suas origens em Goa, uma ex-colônia portuguesa na Índia que ficou ligada aos neo-hippies e ravers com suas roupas tie-dye e dreadlocks. As primeiras festas em meados da década de 1970 eram na praia sob a lua cheia com violões e flautas. Depois, na década de 1980 surge o trance de equipamentos eletrônicos, DJs de música techno com toques orientais e tribais. Nos anos 1990 na Alemanha, house, pop e outros estilos musicais também são incorporados em batidas aceleradas, década em que as festas se espalham pelo mundo.

Taoísmo, hinduísmo, zen-budismo, hatha yoga, sustentabilidade, filosofia da paz e do pensamento livre são ideologias comuns ao grupo, herdeiros da cultura psicodélica sessentista. Suas festas podem acompanhar o curso da lua, solstícios, eclipses ou equinócios. Estes "primitivos modernos", colocam a mochila nas costas e viajam para festas em praias, florestas ou desertos. Pinturas corporais, bindis, roupas praianas, cores fluorescentes, calças bocas de sino, sarongues, estampas batik, tie-dye,  aliens, deuses hindus... tudo que remeta à espiritualidade e psicodelia são vistos no corpo, nas decorações tribais e nas luzes ultravioletas. Os stands de produtos artesanais dão o toque final nas festas destes viajantes da nova era.

Comemos quando sentimos fome, dormimos quando sentimos sono, desenvolvemos empatia e cultivamos valores como solidariedade e gratidão. É desta forma, respeitando a ordem natural das coisas, se preocupando com o bem-estar do próximo e valorizando o meio ambiente em que estamos inseridos que harmonizamos nossos processos fisiológicos, emocional e espiritual. Pensando nisso, preparamos uma lista de indicações de festivais de música e cultura alternativa no Brasil e no mundo + algumas dicas para tranceiros de primeira viagem, para você embarcar nessa sem receios e se permitir se sentir um espírito livre:

Festival Lightning in a Bottle

No Brasil


1. Universo Paralello



Um dos maiores festivais de arte, música e cultura alternativa da América do Sul, acontece entre dezembro e janeiro numa praia paradisíaca na Bahia. Além da música eletrônica, uma parte do festival é dedicado à música chill out, reggae e world music, além de intervenções artísticas e oficinas diversas.


2. Pulsar Festival



São 5 dias de vivências e oficinas de permacultura e artes somadas a uma experiência audiovisual única, realizado em Julho nas montanhas de Ipoema, Minas Gerais. Neste, a entrada de menores de idade não é permitida!


3. Kundalini


Acontece no Rio Grande do Sul no mês de fevereiro em meio a cachoeiras, canyons e trilhas guiadas, com opções de alimentação vegetariana e vegana e restrição de bebidas alcoólicas. O evento conta com um espaço especial para as crianças, além de terapias holísticas, cinema e exposição artística.


4. Trance in Moon


O evento teve início com amigos de grupo secreto em 2013, em São José da Bela Vista-SP e acontece em abril, no feriado de páscoa. A entrada não inclui acomodação e é preciso levar também 1kg de alimento não perecível.



5. Mundo de Oz
Acontece em abril na Aldeia Outro Mundo, em Lagoinha-SP. Trata-se de um festival de música, cultura e ecologia, com atividades artísticas, ecológicas, cênicas e educativas, além de uma programação especial para as crianças e palcos alternativos com os mais variados estilos musicais.





No Mundo

1. Tomorrowland


Um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, realizado na Bélgica, com toda a sua temática fantasiosa e tudo mais. A Netflix traz um documentário especial sobre uma edição do evento que aconteceu no Brasil em 2015:






2. Boom Festival


É uma bienal de cultura visionária realizado em Portugal durante a lua cheia de agosto. Começou em 97 como uma festa rave, mas evoluiu ao longo das suas edições e hoje é um festival multidisciplinar, transgeracional e intercultural.


3. Ozora Festival


Um dos maiores e mais tradicionais festivais de cultura alternativa do mundo, com sede na Hungria, desde 2004 realiza edições “one day” em diversos países.



4. Lightning in a Bottle


O festival se estende por mais de uma década celebrando arte, música e sustentabilidade na Califórnia, em maio.



5. Burning Man


Acontece num deserto em Nevada. Todas as atrações do festival são organizadas pelos próprios visitantes e não se pode pagar por nada. No último dia do evento, todas as obras fixas são queimadas!





5 Dicas para Tranceiros de Primeira Viagem

É comum que a mídia sensacionalista demonize os festivais de trance destacando situações que envolvem o uso de drogas e álcool em excesso, violência, marginalização, vandalismo e outras ocorrências que acontecem em TODOS os tipos de festa. Mas um festival de música eletrônica não se resume a pessoas com este tipo de comportamento – pelo contrário, um bom festival se preocupa com o bem-estar de todos os presentes e reforça a segurança para que situações como estas não interfiram no andamento da festa. Inclusive, muitos festivais recebem famílias, animais de estimação, menores de idade acompanhados de pais ou responsáveis, enfim, pessoas de todas as faixas etárias, crenças e filosofias. Em resumo, ir a um festival alternativo revela um mundo inspirador, onde nos libertamos de paradigmas e repressões da sociedade, onde nossas mentes e corações se tornam livres!


1. Viva a natureza!

Sempre é bom se informar sobre o local do festival e ir bem precavido, principalmente se você não é acostumado a passar a noite em meio à natureza - seja na praia, na montanha, na cachoeira ou no deserto. Reserve: protetor solar, repelente, itens de higiene como lencinhos e sabonetes biodegradáveis, dentre outras coisas.
Se for investir em acessórios de camping, compre uma barraca que aguente noites frias e dias quentes, vento e chuva. Também vale a pena levar cangas, colchão inflável, mantas e cadeiras dobráveis para ter uma boa noite (ou dia, rs) de sono e ficar bem descansado para curtir a festa sem problemas. Alguns festivais dispõe de redes fixas ou postes para colocar sua rede, fica a dica.
Para além da decoração psicodélica, conceitos de permacultura e bioconstrução são muito valorizados em festivais de trance, então faça a sua parte e respeite o meio-ambiente, não jogue lixo no chão, não agrida a natureza, não destrua as obras fixas nem vandalize o evento de qualquer forma.


O chill out é um espaço comumente utilizado para descansar e repor as energias. Fotos: 1/3. Universo Paralelo | 2. LIB


2. Pratique o P.L.U.R.

Leve em conta que festivais deste tipo reúne pessoas de todas as crenças e filosofias, então vá de mente aberta, seja solidário e evite discussões e intrigas sempre que possível.  Socializar, paquerar, dançar muito sem se importar com o julgamento dos outros é ótimo, mas respeite o espaço do seu próximo, não tente forçar uma situação e, principalmente, não faça nada sem o consentimento do outro.

Aproveite a oportunidade para conhecer pessoas novas, se possível faça contatos antes mesmo de ir para a festa, se estiver indo de carro ofereça aquela carona solidária, e não se acanhe em pedir auxílio caso tenha dificuldade para montar sua barraca ou coisas do tipo. Faça a sua parte e respeite as regras da festa, não coloque cadeiras em pistas que são para dançar e utilize o banheiro destinado ao seu gênero.

Paz, amor, união e respeito são os valores que regem a cultura trance. Foto: Kundalini


3. Como se vestir?

Guarde o salto alto e o jeans em casa e dê preferência a roupas e sapatos confortáveis – essa é a regra! Evite acessórios pesados ou de valor para não correr o risco de perder; quanto à maquiagem, leve somente o básico e essencial! De qualquer forma, cuidado para não exagerar na bagagem, principalmente se estiver indo de excursão ou carona.

Óculos escuros e bandanas ou boné/chapéu/boina são ótimos acessórios para se proteger do sol, tops, mesmo biquínis, shorts e vestidos caem super bem para usar durante o dia, e não pode faltar um moletom, cardigã/poncho para usar durante a noite; nos pés, vale chinelos – sim, chinelos – ou rasteirinha e um tênis confortável, all star, coturno ou botinha de cano curto.

Esses eventos sempre contam com uma feira mix ou pelo menos com alguns expositores de peças artesanais, acessórios e roupas em geral. É muito difícil voltar para casa sem levar nada! Mas dentre os acessórios que vale a pena investir, destacamos as cartucheiras - muito úteis para andar com o celular e os documentos sempre contigo.


1. Mundo de Oz | 2. Tomorrowland | 3. Universo Paralelo


4. Sobre alimentação e hidratação

Não exagere na bebida ou substâncias ilícitas, se mantenha bem hidratado e não deixe de fazer as principais refeições do dia. Mesmo que o evento aceite cartão, vá preparado financeiramente para não ficar limitado nem ser pego desprevenido.

Conforme o evento, a praça de alimentação pode conter diversas opções de lanches, massas, doces ou salgados. Há alguns que contam inclusive com cozinha comunitária. De qualquer forma, leve água, balas/chicletes e comidinhas em geral em embalagens térmicas e transparentes – não se esqueça de conferir a lista do que pode ou não levar!

No Mundo de Oz a água é gratuita e a última edição contou com uma cozinha comunitária. Fotos: 1. LIB | 2/3. Mundo de Oz

 

5. Aproveite a programação

A música não pára, então acostume-se com a ideia de dormir e acordar com música eletrônica na cabeça. Conhecedores do estilo sempre verificam a line up para saber o horário que seus DJs/gêneros favoritos estarão tocando, mas não se preocupe que com o tempo nosso ouvido aprende a filtrar os ritmos que mais nos agradam.

As intervenções e oficinas artísticas mais comuns incluem malabares, pirofagia, dança e artes circenses, além de artesanato, pintura, dentre outros. Fotos: 1. Boom | 2. Pulsar | 3. LIB

Espaços destinados à redução de danos, chamados comumente de áreas de cura, oferecem terapias holísticas, massagens, doação de reiki, meditações e práticas de yoga. Fotos: 1. Mundo de Oz | 2. Trance in Moon | 3. LIB

De qualquer forma, não se esqueça das demais atividades culturais que o evento oferece: prestigie as intervenções artísticas, participe das oficinas, assista palestras, sente-se em volta de uma fogueira, veja as mensagens, fotografias, esculturas e demais artes expostas, faça uma prática de yoga ao amanhecer, enfim: são muitas possibilidades!



A Autora

Melissa Souza (Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança.



Blog: http://tribalarchive.com


Artigo de Melissa Souza em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 
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21 de setembro de 2017

Juventude, depressão e subculturas (Setembro Amarelo)

Fui uma adolescente deprimida. Não sei se alguém não o foi. Sempre fui muito sensível às opiniões alheias e ao mundo ao meu redor, sendo que qualquer coisinha me fazia chorar. Era realmente uma "manteiga derretida", como alguns colegas de escola gostavam de me chamar. Por sentir tudo demais, era óbvio que eu me tornaria uma deprimida. E posso dizer hoje que foi por isso que conheci o rock e suas subculturas. Penso que esse foi o caminho de muitos outros adolescentes também.

Leia também: Garota Interrompida e Setembro Amarelo

Ultimamente tenho pensando nessas questões por causa da popularização de uma série do Netflix, 13 Reasons Why, que eu não assisti (nem pretendo, por motivos particulares), mas li inúmeras resenhas sobre, que trata de bullying, depressão e suicídio juvenil. O impacto que essa série está tendo sobre a juventude é avassalador, o que me leva a crer que somos uma sociedade que não está se preocupando o suficiente com os seus jovens.

A mim, preocupa a romantização que esse tipo de produto faz da depressão e do suicídio, como se fosse algo poético e até mesmo bonito. Essa ideia é reforçada dentro de algumas subculturas, como a gótica, e dentro do grunge também. Quando eu era mais jovem, costumava pensar que "os bons vivem pouco" e muitas outras meninas da minha idade pensavam o mesmo. Que o bom era morrer cedo, sem envelhecer, pois assim seríamos jovens para sempre. Exemplos não nos faltavam: Kurt Cobain, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, curiosamente todos mortos aos 27 anos. Pra um adolescente, 27 anos é muito, pois a inteligência temporal da maioria deles ainda não está bem sólida. Hoje, aos 28 anos, eu percebo como é curto esse tempo!
 
Imagem: Reprodução

Também sinto que a falta de adultos referência é o que faz o adolescente ter esse tipo de pensamento. Adolescentes reparam nos adultos que os cercam, e não gostam absolutamente do que eles veem. Por exemplo, a falta de adultos que seguem suas subculturas mesmo depois de certa idade, faz o jovem pensar que para ser adulto, ele deve abrir mão de seus gostos musicais, pessoais, estéticos, etc. Há alguns anos eu sentia isso, que para ser adulta era necessário deixar as subculturas para trás, e esse assunto já foi abordado várias vezes aqui no blog (links no fim do post). A falta de referências adultas é muito prejudicial, e faz com que o adolescente não queira se tornar adulto, não queira seguir sua vida, afinal, "os bons morrem cedo".



Por outro lado, ainda que exista essa romantização da depressão e do suicídio em algumas subculturas, o que faz muitos jovens seguirem em frente depois de entrar em contato com elas, é a auto aceitação que as mesmas promovem, como uma via de mão dupla. Ou seja, não interessa o quão estranho e deslocado você se sinta, você é importante justamente por ser assim, não fazer parte da grande massa, não ser apenas mais um no meio da multidão. Dessa forma, pertencer a uma subcultura é, com certeza, um exercício de resistência (porque você vai se aborrecer com os outros que não te entendem) e muitas vezes, de sobrevivência (como quem diz: EI, EU ESTOU AQUI! EU EXISTO!).

Leia também:
- Adultos e a moda alternativa: manter ou abandonar o estilo? 
- Subculturas não tem idade: adultos que adentram no mundo alternativo
- Adultos em idade produtiva: criatividade tem limite de idade?
- Crescer é abandonar o estilo alternativo?



Autora:

Nandi Diadorim.

Historiadora e professora na rede municipal de ensino no Rio Grande do Sul.
Guitarrista em uma banda de punk rock.
Cachorreira, gateira, vegetariana, feminista...em suma, a incomodação em pessoa.


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14 de setembro de 2017

Ensaio Fotográfico Alternativo: Conheça o trabalho de Carolina Sakuma (+ Cupom de Desconto)


Você tem o sonho de ser fotografada no estilo modelo alternativa? Você já imaginou fazer um ensaio personalizado de temática alternativa para postar em seu blog, no Instagram e suas redes sociais? Fazer um book ou ter suas fotos como decoração?
E que tal se a fotógrafa fosse super entendida da moda e cultura alternativa?

O post de hoje é sobre Carolina Sakuma, fotógrafa brasileira que compartilha a mesma paixão que nós pela temática alternativa! 

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Rubia, Youtuber do "Nosferotika" / Foto: Carolina Sakuma


A partir de agora, quando vocês fecharem ensaio de fotos com ela, basta usar o cupom "SANA" que vocês terão um desconto mega especial!


Contatos da Carol para orçamento:
Instagram: http://instagram.com/carol_sakuma
Facebook: https://www.facebook.com/carolsakumaphotography/


 
Sarah Amethyst / Foto: Carolina Sakuma

Se uma foto de celular não faz justiça ao seu estilo e personalidade, a Carol vai sentar com você e elaborar uma sessão super especial. Com certeza você não se arrependerá de trabalhar com ela! 

Luzia Perséfone / Foto: Carolina Sakuma


Quando digo que a Carol entende de fotografar alternativos em seu universo é porque as fotos sempre são impecáveis e tudo a ver com o fotografado. Sua abrangência é tão grande que vai de uma sessão lolita à uma fetichista!

Medora Ruiz / Foto: Carolina Sakuma

Carol já fotografou Lea Kakao, Karine (My Subarashii Loli Days), Ichigo (Reino de Morango) passando pelas musas Nay Firens, Desiree Baptista, Vanp (Vanessa Profili), a rainha gótica Rubia (Nosferotika), a pin-up Sarah Amethyst, o catálogo virtual da Loja Reversa e o da Candy Color... isso é apenas pra vocês sentirem sua experiência. 

Day Almeida / Foto: Carolina Sakuma

Lembro que no começo do blog a gente nem via trabalhos deste tipo aqui no Brasil... cansei de postar editoriais alternativos gringos por não ter opção nacional. Ter fotógrafos especializados na cultura alternativa é algo recente no BR, e a Carol é pioneira!

Nayara Lauren / Foto: Carolina Sakuma
Sky Martins / Foto: Carolina Sakuma
Cosplay Vincent Valentine -Débora Fuzeti / Foto: Carolina Sakuma

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Vicki of Asgard, Yoi Fox, Caroline Lye / Foto: Carolina Sakuma

Mariana (Lady in Lust) / Foto: Carolina Sakuma

Vanessa Profili - Circus Hair / Foto: Carolina Sakuma

Então não esqueçam: é só pedir o orçamento e fechar photoshoot usando o cupom "SANA"! Seu blog, Instagram, seu um book e suas fotos vão ficar maravilhosas, tenho certeza! <3

Carol fotografada por Matheus Pinheiro: http://www.matheuspinheiro.com/ensaio-carolina-sakuma-ccbb-sao-paulo/


A Carol atua na cidade de São Paulo!
E em junho de 2013 ela participou na nossa finada sessão "Look do Leitor", clique aqui pra ver!

O artigo foi escrito no feminino ("modelo alternativA") pois a maioria de nosso público é mulher, mas Carolina fotografa rapazes também!  Então meninos, podem contatá-la! ;D




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