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23 de agosto de 2016

O estilo de Elke Maravilha

"Cada um chama atenção como pode, não é, querido? Eu boto uma caveira aqui [ela aponta para o acessório que usa]. O que significa a caveira? O inexorável. Daqui a pouco, eu vou ser assim. Para eu me lembrar. E é uma caveira bem-humorada, porque ela tem uma florzinha; é rock and roll, que eu adoro; é o inexorável mesmo."


O estilo de Elke Maravilha era só dela. Parece algo óbvio a se dizer – afinal, todo mundo tem algum estilo. Só que no seu caso, a estética se desenvolveu de tal forma que se tornou única, sendo a irreverência e seus sinônimos um dos poucos adjetivos a defini-la. Gostando ou não, a artista não passava despercebida. “Comigo as coisas potencializam”, diria.

Assim como Bowie, Elke era também uma colecionadora. A diferença perante o cantor inglês estava em suas inspirações voltadas à sua própria história. A origem russa e alemã encontravam-se facilmente nas vestimentas e adornos. A infância na cidade de Itabira-MG, fomentou sua paixão pela cultura negra da qual costumava transmitir pelos penteados e acessórios. Na juventude, resolveu conhecer o mundo e trouxe em sua bagagem de conhecimento referências de países que logo seriam composição de seus looks e maquiagens, como o Teatro Kabuki do Japão. E vejam só, referência igualmente para David Bowie.

O uso de chifres era simbólico:
 Elke é o animal sagrado dos vikings, o alce, o símbolo da nutrição. 

Tudo era influencia para Elke. Tudo tinha um significado. E ela os interligava através do misticismo. A Mãe Natureza lhe guiava desde pequena as perguntas e respostas sobre a vida, aprendizado que viria de seu pai. Era comum o uso de analogias com animais quando questionada sobre algum comportamento seu ou do ser humano. O estudo de religiões, culturas, tribos e o ocultismo seria forte presença também em seus diálogos. Explicaria certos fenômenos da humanidade pela Astrologia antes mesmo de ser modismo. Aliás, o que ela não fez antes de ser moda? "Eu já usava a estética punk antes do punk gostar dessa própria estética", diria a Antônio Abujamra. 

Colar feito de muiratinga:
 galhos de árvore que nascem em formato de falos. 

Várias entrevistas tentaram desvendar a moda de Elke. Poucos conseguiram ir a fundo. No vídeo abaixo, seu ex-marido, Sacha, diz que por muito pouco Elke não cai no burlesco, no ridículo. Ótima observação: o que faz uma pessoa com estilo extravagante não virar uma fantasia de carnaval? Muitos irão apontar que é a essência. E de fato é um fator importante, mas não sei se suficiente. Elke afirmava que gostava de aparecer, ser comparada a uma árvore de natal não era uma ofensa, pelo contrário. A estética casava perfeitamente com sua personalidade. Mas tinha algo a mais. Quando alguém se destaca visualmente, é natural que chame a atenção e nessas horas o que você tem a dizer também se sobressai. Se a roupa e a fala não se encaixam, automaticamente aquela estética se esvazia por não ser real, podendo chegar a interpretação arrogante do “querer aparecer por aparecer”. É uma linha muito sutil.


Um estilo fora do comum infelizmente acarreta em reações que fogem ao controle: de elogios à violência física ou verbal. Elke passou pelos mesmos perrengues que todo alternativo vive, e comentaria sobre: “Perguntam-me como criei este estilo, este visual que me caracteriza. Digo que sempre busquei compor este jeito, claro que não era assim como agora, pois hoje a coisa é mais abrangente, com o tempo venho me descobrindo muito mais por dentro e colocando o que descubro para fora. Costumo dizer que sempre fui assim, só que com o tempo estou piorando! Na realidade, sempre fui um trem meio diferente, sabe? Ainda adolescente resolvi rasgar a roupa, desgrenhei o cabelo, exagerei na maquiagem e sai na rua... Levei até cuspida na cara. Mas foi bom porque entendi aquela situação como se estivessem colocando-me em teste. Talvez, se meu estilo não fosse verdadeiramente minha realidade interior, eu teria voltado atrás. Mas sabia que nunca iria recuar. Eu nunca quis agredir ninguém! O que eu quero é brincar, me mostrar, me comunicar”.

Ter nascido com o espírito transgressor fez com que Elke quebrasse qualquer barreira de preconceito. Tem gente que pode não acreditar, e por mais que seja chocante a se pensar, existe sim uma retaliação violenta da sociedade diante do que ela considera diferente, mesmo que a pessoa tenha alguma posição de privilégio. Por que é necessário coragem para usar o que se gosta? "Acho tão gozado precisar de coragem para isso. As pessoas têm coragem de matar, né? Tem coragem de umas coisas estranhíssimas, e não tem coragem de se enfeitar!", questionaria surpresa. 

Para muitas mulheres a maquiagem pode ser uma prisão, porém Elke a transformou numa forma de expor quem realmente era. 
Uma verdadeira lady drag. Mais uma vez saindo a frente do tempo. 

À medida que os anos foram passando, contrariando aqueles retrógrados pensamentos de que “é só uma fase”, “você não está velho demais para se vestir assim?", a evolução de Elke não ficava só no físico. Era também uma constante transformação espiritual e mental. Esse era talvez um dos motivos de não ficar ultrapassada, algo que detestava. "Se a gente não quebrar estruturas enrijecidas, quebrar velhas estruturas, doa a quem doer. Doa a gente, doa a quem doer. A gente não tem possibilidades de novas...possibilidades. Nem dentro nem fora da gente, né? É a tal coisa, ficar velho é muito bom, mas ficar antigo é problema, ficar ultrapassado é problema"

Chegando ao mundo no dia 22 de Fevereiro, setenta e um anos depois, em 16 de Agosto, Elke deixava o nosso plano menos colorido. Ali também finalizava um de nossos projetos: entrevistar e conhecê-la pessoalmente. Mas seus pensamentos eram tão fortes que mesmo de longe nos alcançaria. Entre acordos e desacordos sobre suas opiniões, uma delas nos instiga até hoje a reflexão: "Temos uma liberdade sim, a de escolher a prisão que a gente quer ficar". Por fim, um último desejo: que a exposição Elke Quântica Maravilha retorne e percorra outras cidades do país. Diante de tantos retrocessos, o Brasil precisa respirar mais Elke. 


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4 de abril de 2016

As noivas macabras de Hu Sheguang (e o desfile "Cyborg" de McQueen)

Esses dias ocorreu a semana de moda na China e uma marca chamou muito a atenção na mídia: Hu Sheguang. O designer que é de origem mongol, fez um desfile super conceitual, onde todas as roupas eram vermelhas, mas naquela tonalidade bem vibrante. Os looks são bem excêntricos, com um toque de terror/macabro. 
* Para ver as fotos em tamanho maior, basta clicar nelas.

horns pvc
 
O mais estranho é que o tema da coleção é o casamento, e segundo ele, o uso da cor remete ao amor e ao tradicional vestido de casamento chinês. Marilyn Manson iria gostar do resultado!
  

"...peço sua mão em casamento..." 
red hands

O toque de terror, bizarro e macabro entra em splashs de sangue
nos cabelos e corpos das modelos.
red splash blood

Há de se observar, em todo o desfile, o uso do PVC, um plástico vinílico que se associa muito à roupas de fetiche. Na verdade, várias roupas tem referência ao fetichismo, como a máscara abaixo. Desde 2008 quando a estética heavy e black metal foi cooptada pelo mainstream, o fetiche tem sido tema recorrente em desfiles e editoriais de moda. Já tem um tempo que o vinil aparece no meio da moda e chegou a ter um pouco de popularidade entre as fashionistas de 2014 pra cá, especialmente em saias. Mas no Brasil essa tendência não parece virar moda, não sei se por conservadorismo ou por ser um material muito quente e um pouco inapropriado pro nosso clima...

red PVC
red PVC fetish

Laços gigantes, bolhas, pregas...tudo bem exagerado.
bowls


É a primeira vez que a gente faz um post do Hu Sheguang, porém no face do blog já havíamos jogado uma imagem de um desfile antigo. Não há quase informação sobre sua carreira, apenas de que estudou Design e Arte na Gerrit Rietveld Academia em Amsterdam, Holanda. Percebe-se claramente a escolha do curso no gosto dos modelos demonstrados na passarela. Inclusive esse desfile lembra muito a coleção CYBORG de Alexander McQueen. Ao pesquisar a carreira do costureiro, descobri que ele admira o trabalho do inglês. A memória não me veio à toa.

Coleção Outono/Inverno 1998 de Alexander McQueen.
A imagem icônica é nada menos que a top brasileira Shirley Mallmann. 

Debra Shaw e a versão do inglês do vestido de casamento

Veja a coleção CYBORG, inspirada em Joana Darc


A gente ama essa linguagem conceitual da moda não apenas por ter ligação direta com a estética alternativa, como já explicado aqui quanto porque adoramos e estranho e o bizarro! :D Devido a crise na indústria, as apresentações de moda têm sido cada vez menos teatrais e mais focadas no comercial, restam pouquíssimos estilistas de grande nome que utilizam-se dessa proposta atualmente. Então, saber que tal espírito criativo aflora em jovens designers nos faz ter a esperança de que ainda há gente que sonha na criação não se importando com críticas. Viva!



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24 de março de 2016

Os extravagantes calçados Zombie PeepShow

Os sapatos da Zombie Peepshow são o melhor jeito de exemplificar a essência da moda alternativa: não ter limites na arte de criar! A marca tem sede no Texas, sendo fundada pela americana Kayla Stojek, em 2011. 


Os modelos são customizados pela própria dona, um trabalho artesanal que pode levar a 18 horas de feitura, cada aviamento é colado individualmente. Hoje o projeto conta com a ajuda de mais duas pessoas, entra elas sua irmã. É uma empresa ainda pequena, mas que vem alçando voo, sendo já reconhecido no meio alternativo internacional, fazendo parte de eventos e editoriais de moda.

Detalhes que fazem a diferença: tema Halloween

Versão Kawai

Clubber com o pelo e arco íris

 Holográfico e o alfinete do punk

O design dos calçados é totalmente conceitual, porém são usáveis. As inspirações passeiam por temas diversos: Kawai, Horror, Psychobilly, Rockabilly, Vintage, Gore e Pin Up. Uma miscelânea de ideias e experimentações que resultam num produto único, quase uma obra de arte. O valor final é bem elevado, mas é justificável devido a produção. Dificilmente encontrará alguém com modelo semelhante. Ao que tudo indica, o negócio de Kayla cresce a cada dia ganhando consumidoras famosas, como a atriz Whoopi Godberg. 








Até o all star entrou na onda

Além da loja online, outras marcas estão revendendo o acessório, é o caso da DollsKill. A equipe também faz customização sob encomenda para qualquer tipo de sapato. Kayla está aí para mostrar que as possibilidades do design são infinitas e que ainda há muito o que se criar com a moda alternativa.

Eu tô louca por um e vocês??? 




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19 de junho de 2015

Uma maneira diferente de enxergar: óculos em fomato de asa de morcego

Alternativos que tem problema de visão costumam sofrer pra encontrar óculos que representem seu estilo pessoal. Esse é um segmento que a gente, hora ou outra, acaba optando por um modelo "careta" por falta de opção mesmo. Esta que vos escreve tem conhecimento de causa, sou míope, e há muitos anos uso lentes de contato porque sinto uma dificuldade tremenda de me sentir representada pelos modelos de aros de óculos disponíveis no mercado nacional.

Esses dias uma estrangeira que conheço apresentou o link dessa loja alemã chamada Fledermausbrille que fica na cidade de Düsseldorf. Eu fiquei mais uma vez encantada em como a Moda Alternativa me surpreende, sempre indicando que esse lance de "não ter mais o que se inventar" não é, definitivamente, o pensamento padrão dos empresários alternativos.


Os aros e lentes de óculos que a loja oferece misturam o conceitual com o irreverente e elementos da cultura gótica e steampunk.




E sim, o serviço é completo, tem aro, lente, lencinho e caixa pra guardar o acessório...


Fica até difícil escolher os modelos preferidos... estou tendendo para o preto com spikes e o de asa de morcego, tanto o de lente transparente quanto o de sol. E vocês?? :D



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4 de maio de 2015

A falta de cultura de moda e suas consequências

Ao ser lançado um novo acessório no Mercado, observamos a quantidade de comentários negativos advindos do design inusitado da peça. Surgiu então a vontade de se pensar mais sobre o assunto.
O âmbito não é discutir gosto, pois lógico, cada um tem o seu. E sim querer trazer informações de moda que talvez possam ajudar a compreender o conceito de um produto, ou até mesmo a irreverência de uma pessoa. A falta de informação, seja de qualquer assunto, nos torna mais vulneráveis, principalmente a cometer julgamentos errados. Por isso é sempre bom tentar desmistificar o que se desconhece.

Cultura de Moda
Acredito que seja de senso comum a importância da cultura numa sociedade, pois ela está entre os pilares da educação. E o mesmo vai ocorrer quando se refere à Moda. Pode parecer fútil reclamar da não valorização da cultura de moda num país onde a educação é tão precária, só que não é bem assim quando se conhece a profundidade do tema.
A falta de entendimento da área - igual a da cultura em geral - abre portas para intolerâncias sociais, que em casos extremos, pode levar até a morte. Alguns exemplos de atitudes reproduzidas:
- desrespeito à identidade visual de cada ser humano (sabe quando você usa algo incomum e ficam apontando e rindo?);
- desconhecimento do seu próprio estilo acarretando inseguranças estéticas, chegando ao ponto de ser facilmente convencido por opiniões alheias do que deve ou não usar;
- desvalorização de sua própria cultura por vira latismos;
- desconhecer sua voz e não questionar as armadilhas do mercado;
- ser levado pelo excesso de consumo e modismos por pensar que esse é o único meio de “estar na moda”, tornando-se uma fashion victim (vítima da moda).

 "Sem mais vítimas da moda", é o que diz a camiseta da estilista e ativista inglesa Katharine Hamnett


Moda conceitual x Comercial
Questão que causa bastante dúvida aos que estão do lado de fora do mercado. Vamos pegar o caso dos desfiles. A diferença básica entre moda conceitual e comercial é que uma está focada no conceito e outra mais em vendas.

Sabe aqueles looks que você pensa “mas que diacho é isso, quem é que vai usar um treco desses?”, então, o intuito dessas peças não é necessariamente o uso, seu grande foco é mostrar até onde vai a capacidade de criação de um designer. Mas o fato de ser conceitual não significa que não possa ser utilizada. Como dito no post O que é moda alternativa?, há pessoas com forte senso artístico e não possuem medo em ousar. Um belo exemplo: Lady Gaga.

Essa é uma moda que causa muita polêmica no meio, pois diversos estilistas consideram desnecessário a sua abordagem, já que moda significa business (vendas), e deve ser focada em agulha e linha e não em show. Se moda conceitual é relevante ou não para o mercado, aí vai depender da crítica de cada um.

Lady Gaga vestindo Comme des Garçons Inverno 2012

A editora de moda Anna Dello Russo com Moschino Inverno 2014


O lugar da Moda Alternativa
Apesar de existir alternativos de todos os estilos, a moda alternativa se encaixa no conceito do irreverente.  
E o que é irreverente na Moda? É uma estética que abandona o senso comum, está em busca de novas formas, fugindo dos modismos. Pode ser denominado de exótica, quando querem elogiar, ou de bizarro, quando partem para o insulto (se bem que nos chamar de bizarro é até um elogio, rs).

Pessoas com estilo irreverente são minoria, mas isso não diminui sua importância, pelo contrário, detém enorme destaque no mercado já que são as lançadoras de tendências. Como não gostam de usar o mesmo que a massa, procuram se diferenciar criando o que será no futuro novos modismos. A moda japonesa é uma boa demonstração desse fenômeno.

Alternativos também não curtem se vestir igual a massa, repare que somos atraídos por peças consideradas incomuns, ou conceituais, como explicado acima. Aquela bolsa em forma de morcego, um guarda-chuva com desenho de pentagrama, chapéu com contornos de teia de aranha... A moda alternativa está inserida na moda conceitual, não à toa, estilistas com background alternativo são grandes criadores de tendências (Marc Jacobs, Nicola Formichetti, Riccardo Tisci, Gareth Pugh e outros).


"Os movimentos sociais, impregnados de novidade na maneira de se vestir e de se comportar, acabam inevitavelmente gerando algum tipo de identidade visual que, por sua vez, é logo absorvida e transformada em elementos de moda. Incentivados pelo consumo e pelo sistema capitalista, o visual de roqueiros, beatniks, mods, hippies, punks, darks, góticos, clubbers, ravers, yuppies, skatistas, cybermanos e tantas outras tribos sociais acabaram sempre a serviço da gulosa e inconstante Moda."   Dicionário da Moda de Marco Sabino

Acredite: o que você acha esquisito hoje, amanhã poderá estar louca para comprar um! Acessório de cabelo com formato de orelha de coelho no desfile Louis Vuitton e amenizado pela Urban Outfitters

Alternativos são atraídos por peças irreverentes e conceituais. Produtos Miniminou


Look do Dia
O Look do Dia deveria ser uma vitrine de estilo e não de cópia completa, ou seja, no sentido de querer ser totalmente igual a blogueira em questão. Para um alternativo desprendido de regras pode parecer uma obviedade, porém, quando olhamos amplamente, percebemos que muita gente é facilmente induzida a querer aparentar quem não é, o que implica na falta de autoestima. Infelizmente no Brasil isso é bem comum, já que o sentimento de inferioridade atinge a nossa construção social.

Ao contrário da vibe tupiniquim, as estrangeiras posam para seus Looks do Dia sem muitas pretensões. Não costumam seguir tendências, raramente fazem parcerias com marcas e estão adaptadas ao ambiente em que vivem (um fator importante!). Estamos muito acostumados a olhar para o exterior e é necessário certa cautela, pois há grandes chances de frustração devido o nosso modo de vida ser diferente. 

Um punk americano não é igual ao inglês, a mesma coisa com um gótico alemão e um sueco. E por que deveríamos ser iguais? Claro que isso não impede de usar algo que lhe atraia esteticamente, gosto é gosto. Mas por exemplo: eu só uso roupa preta e me mantive assim mesmo com a sensação térmica de 50 graus na minha cidade em pleno Verão. Continuei com o meu gosto, o meu estilo, só que com adaptações. O importante é ter consciência pois assim você cria caminhos de manter a sua estética e não abandoná-la.


Alternativas internacionais: estilo próprio acima de tudo

Para terminar, é bom lembrar que foi se o tempo em que ter cultura de moda pertencia a elite. Pela internet, encontramos livros online gratuitos, sites e blogs muito bons com esse tipo de conteúdo. O Brasil é o país com a maior quantidade de universidades de moda do mundo, tá mais do que na hora de mostrar essa nova cara. Contamos com vocês! ;)



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5 de dezembro de 2012

Calçado Kronier - Parte 2

Como vimos no post anterior, onde citei a marca Kronier como uma das criadoras originais dos sapatos sem salto, percebi que já estava na hora de fazer outra postagem sobre a marca, afinal lá se vão 2 anos!
Como o primeiro post foi uma apresentação da marca, este vai ser sobre algumas de suas criações mais incríveis e criativas. A marca alemã está na ativa desde 1994, é especialsta em criar figurinos e calçados diferentes e extravagantes para eventos artísticos diversos, drag queens e para a cena fetichista.
Vou dar uma geral nas criações da marca cronologicamente pra vocês verem como essa coisa de sapatos bizarros e sem saltos são quase 20 anos anteriores à Lady Gaga, Nina Ricci, Jeffrey Campbell, entre outros ;)

Em 1994 surge a idéia de fazer sapatos com plataformas imensas só que sem saltos e surge este (da esquerda) em 1995. E em 1996:
Black Alien!
 

2000 e 2003:

2004:


2004, feito para Nina Hagen! ... E 2005.

 2006 e 2009:

 2009 e 2012 (pony shoes):
 

Só comparando: Nina Ricci em 2008/2009 e Jeffrey Campbell (atual).

 

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