Destaques

4 de abril de 2016

As noivas macabras de Hu Sheguang (e o desfile "Cyborg" de McQueen)

Esses dias ocorreu a semana de moda na China e uma marca chamou muito a atenção na mídia: Hu Sheguang. O designer que é de origem mongol, fez um desfile super conceitual, onde todas as roupas eram vermelhas, mas naquela tonalidade bem vibrante. Os looks são bem excêntricos, com um toque de terror/macabro. 
* Para ver as fotos em tamanho maior, basta clicar nelas.

horns pvc
 
O mais estranho é que o tema da coleção é o casamento, e segundo ele, o uso da cor remete ao amor e ao tradicional vestido de casamento chinês. Marilyn Manson iria gostar do resultado!
  

"...peço sua mão em casamento..." 
red hands

O toque de terror, bizarro e macabro entra em splashs de sangue
nos cabelos e corpos das modelos.
red splash blood

Há de se observar, em todo o desfile, o uso do PVC, um plástico vinílico que se associa muito à roupas de fetiche. Na verdade, várias roupas tem referência ao fetichismo, como a máscara abaixo. Desde 2008 quando a estética heavy e black metal foi cooptada pelo mainstream, o fetiche tem sido tema recorrente em desfiles e editoriais de moda. Já tem um tempo que o vinil aparece no meio da moda e chegou a ter um pouco de popularidade entre as fashionistas de 2014 pra cá, especialmente em saias. Mas no Brasil essa tendência não parece virar moda, não sei se por conservadorismo ou por ser um material muito quente e um pouco inapropriado pro nosso clima...

red PVC
red PVC fetish

Laços gigantes, bolhas, pregas...tudo bem exagerado.
bowls


É a primeira vez que a gente faz um post do Hu Sheguang, porém no face do blog já havíamos jogado uma imagem de um desfile antigo. Não há quase informação sobre sua carreira, apenas de que estudou Design e Arte na Gerrit Rietveld Academia em Amsterdam, Holanda. Percebe-se claramente a escolha do curso no gosto dos modelos demonstrados na passarela. Inclusive esse desfile lembra muito a coleção CYBORG de Alexander McQueen. Ao pesquisar a carreira do costureiro, descobri que ele admira o trabalho do inglês. A memória não me veio à toa.

Coleção Outono/Inverno 1998 de Alexander McQueen.
A imagem icônica é nada menos que a top brasileira Shirley Mallmann. 

Debra Shaw e a versão do inglês do vestido de casamento

Veja a coleção CYBORG, inspirada em Joana Darc


A gente ama essa linguagem conceitual da moda não apenas por ter ligação direta com a estética alternativa, como já explicado aqui quanto porque adoramos e estranho e o bizarro! :D Devido a crise na indústria, as apresentações de moda têm sido cada vez menos teatrais e mais focadas no comercial, restam pouquíssimos estilistas de grande nome que utilizam-se dessa proposta atualmente. Então, saber que tal espírito criativo aflora em jovens designers nos faz ter a esperança de que ainda há gente que sonha na criação não se importando com críticas. Viva!



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1 de abril de 2016

Com qual subcultura você se identifica?

Essa enquete eu queria na verdade publicar no nosso grupo do Face, mas a rede social não aceitou a quantidade de opções ¬¬ 
Um bocado chato, então eu tive que fazer pelo docs.google e vou postar aqui. 
Basicamente é só responder à pergunta "Com qual subcultura você se identifica?".
Ok, eu sei que muita gente hoje não faz parte de nenhuma subcultura, mas mesmo assim tenho a curiosidade de saber em termos de ideologia e/ou estética, com qual delas vocês tem mais afinidade. Pode escolher mais de uma opção!

Se não conseguir ver o formulário abaixo, pode acessá-lo por aqui.

* Atualização: consegui deixar a enquete disponível no grupo (aqui)


* Estamos com uma Pesquisa de Público também. Em breve ela será finalizada para fazermos uma análise, se quiser responder, clique aqui.

31 de março de 2016

Stooge: Black Collection

Quando a Stooge lançou em seu Facebook um mini vídeo preview da nova coleção, algo me chamou a atenção naqueles segundos: havia uma mulher negra plus size! Logo me pus a pensar no que estava vindo por aí: peças em tamanhos maiores e uma modelo negra estampando o catálogo? Sim! Dias depois são liberadas as fotos do editorial e a surpresa foi não apenas o investimento no plus size, mas em dois modelos fora do padrão: La Roberta e Nahem Romano.


Considerando que nosso mercado alternativo ainda é pequeno (embora cresça a cada dia, peca por várias lojas apresentarem produtos iguais ou muito similares)  dá aquele ânimo ao ver que uma pequena empresa está dando um passo além e saindo do lugar comum. É um risco, claro. Mas se não arriscar, como saber se há receptividade do público? 


Nessa nova empreitada da marca vemos em torno de 40 peças em modelagens que vão do P ao EG. A Black Collection investe na base: as peças são todas pretas e lisas podendo ser usadas sozinhas ou acompanhadas de outras peças de coleções antigas da marca. Um destaque é a underwear, tops, short e anágua para serem usadas por baixo das blusas, saias e vestidos.

Tops, short e anágua de renda: underwear!

Nesta foto vemos a anágua embaixo do vestido.

Na pesquisa de público que estamos fazendo no blog, uma das minhas surpresas foi a alta quantidade de leitores que diz se importar mais com a origem ética do que com o preço das roupas. E agora a Stooge está trabalhando com consciência ambiental, usando matérias primas certificadas de acordo com as normas ambientais vigentes no país e disponibilizando retalhos e sobras de tecidos para pessoas e instituições que os reaproveitam. A marca produz peças na cidade sede da marca no Paraná, preferindo fornecedores e artistas parceiros que residem no Brasil.


Seguindo a cartilha das coleções anteriores, as peças unissex estão presentes, desta vez em maior quantidade. Ao contrário de empresas mainstream que têm dado vexame ao não saberem o que é moda unissex, apresentando publicidade com modelos andróginos ou peças floridas, a Stooge mostra que não precisa ser andrógino e não precisa remeter aos anos 1970 pra uma peça ser usada pelos dois sexos, é muito mais uma questão de modelagem do que de estampa ou formato de corpo. Três belos exemplos são o macacão, o vestido longo assimétrico e a regata de renda usada pelo boy (nas fotos no site podem ser vistos usados por ambos). 



Como comentado no post do desfile do Nicopanda, transgressão hoje é a abolição dos estereótipos de gênero; transgressão também é, num mercado que idolatra mulheres brancas, magérrimas e altíssimas, investir em associar sua imagem com os excluídos, com os que não tem representatividade midiática, apostando na inclusão. A marca também embarcou no empoderamento feminino, super justo! Afinal, as mulheres são uma grande parcela dos consumidores de moda alternativa.


A loja tá com frete grátis em todas as compras, você pode ver aqui se tem alguma revenda perto de você e não esqueça que também tem vários produtos das coleções antigas com desconto.

Estão convidados a nos contar o que vocês acharam dessa nova visão da marca!  :D


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29 de março de 2016

Nicopanda: Punk e Street Style Japonês

Nicola Formichetti, à frente da marca Nicopanda, apresentou um desfile inspirado desde o street style japonês da década de 1980, passando por vintage, punk, gótico, clubber, pêlos, glitter e peças semi-unissex.
Além do resgate de subculturas que está havendo nos recentes desfiles, percebemos que a transgressão hoje está na falta de gêneros, ou seja, no intuito de acabar com aquilo de "roupa pra homem", "roupa pra mulher". Que cada um use o que quiser. Pra isso, só falta a mente das pessoas acompanhar esse evolução.

Atitude meio Club Kids no lookbook na coleção de pré-inverno, vocês não acham?


Desfile
A marca apresentou peças com possibilidade de serem usadas no dia a dia e não apenas na passarela.
(clique para aumentar as imagens)

A modelo abaixo usa cabelos coloridos e maquiagem punk cat eye

Close na make porque esse olho é foda!

Pêlos, calças bondage e à direita, referência à cena rockabilly japonesa em casaco com brilho e com modelagem que lembra a década de 1980/90.

 
Moda semi-unissex, ou seja, a mesma peça pode ser usada por homens e mulheres.  Como vemos direitinho exemplificado na peça de babados abaixo.


 Uma espécie de vestido branco, com luvas prateadas e moicano com cor de rosa.

Essa passarela de glitter... até eu tô cheia dos glitter aqui em casa rsrs!
Outro destaque foram os creepers, feitos em colaboração com a marca italiana Metal Gienchi e os harness (arreios) feitos pela marca fetichista Nasty Pig. Mas não se irritem. Formichetti, como mostramos aqui, é uma das pessoas que mais estuda e conhece subculturas, podem crer que ele aborda a estética com muito respeito e identificação pessoal.
 

 Versão vermelha do creeper

Uma foto publicada por METAL GIENCHI (@metal_gienchi) em


E ainda tem mais desfiles! 
 

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24 de março de 2016

Os extravagantes calçados Zombie PeepShow

Os sapatos da Zombie Peepshow são o melhor jeito de exemplificar a essência da moda alternativa: não ter limites na arte de criar! A marca tem sede no Texas, sendo fundada pela americana Kayla Stojek, em 2011. 


Os modelos são customizados pela própria dona, um trabalho artesanal que pode levar a 18 horas de feitura, cada aviamento é colado individualmente. Hoje o projeto conta com a ajuda de mais duas pessoas, entra elas sua irmã. É uma empresa ainda pequena, mas que vem alçando voo, sendo já reconhecido no meio alternativo internacional, fazendo parte de eventos e editoriais de moda.

Detalhes que fazem a diferença: tema Halloween

Versão Kawai

Clubber com o pelo e arco íris

 Holográfico e o alfinete do punk

O design dos calçados é totalmente conceitual, porém são usáveis. As inspirações passeiam por temas diversos: Kawai, Horror, Psychobilly, Rockabilly, Vintage, Gore e Pin Up. Uma miscelânea de ideias e experimentações que resultam num produto único, quase uma obra de arte. O valor final é bem elevado, mas é justificável devido a produção. Dificilmente encontrará alguém com modelo semelhante. Ao que tudo indica, o negócio de Kayla cresce a cada dia ganhando consumidoras famosas, como a atriz Whoopi Godberg. 








Até o all star entrou na onda

Além da loja online, outras marcas estão revendendo o acessório, é o caso da DollsKill. A equipe também faz customização sob encomenda para qualquer tipo de sapato. Kayla está aí para mostrar que as possibilidades do design são infinitas e que ainda há muito o que se criar com a moda alternativa.

Eu tô louca por um e vocês??? 




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