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29 de outubro de 2017

4 Bandas assustadoras para ouvir no Halloween!

O Halloween já está aí e não há melhor maneira de comemorar ouvindo músicas que casem com a ocasião! Hoje trago a sugestão de 4 bandas de temáticas assustadoras para vocês se inspirarem e não deixarem a data passar em branco musicalmente:

Ghost
A banda sueca ganhou notoriedade no cenário internacional em 2010 parodiando a Igreja, usando um Papa sombrio acompanhado por clérigos mascarados e sem nome, cantando letras satânicas de arranjos influenciados por bandas como Deep Purple e Black Sabbath. Tudo partiu da convivência do vocalista Papa Emeritus, cujo nome real é Tobias Forge, com sua madrasta religiosa, criando, assim, todo o universo tenebroso que conceitua o Ghost.


A cada álbum de estúdio existe o costume de "trocar" de Papa, tendo cada um sua própria personalidade e inspirados em personagens famosos de filmes de terror – Papa I era o típico senhorzinho assustador inspirado no vampiro Nosferatu; Papa II, inspirado em Frankenstein, era o mais misterioso de todos e Papa III, inspirado em Drácula, o mais dramático e querido pelas fãs.

No último show da turnê Popestar (30/09), Papa Emeritus III foi retirado do palco por seguranças no meio da última música do setlist, Monstrance Clock, e, para a surpresa de todos, um novo Papa apareceu no palco auto intitulando-se Zero.

“Eu sou Papa Emeritus Zero. A festa acabou. A Idade Média começa agora.”
Será mesmo este o novo Papa do Ghost?



Sugestão sonora para o Halloween: Square Hammer





Finntroll

Partindo para o país vizinho, os finlandeses do Finntroll são conhecidos pela pegada folclórica de suas músicas e de suas vestimentas de trolls – criaturas folclóricas que habitam a floresta. O nome veio de uma lenda finlandesa sobre um grupo de padres suecos que teriam ido à Finlândia e foram atacados por uma criatura selvagem, o Finn-Troll.


Na ativa desde 1997, suas letras remetem a lendas em torno do personagem “Rivfader” e seus súditos trolls, muitas vezes lutando contra invasores cristãos – estes geralmente representados pelos personagens Aamund e Kettil. Utilizam elementos do Black e do Folk Metal, principalmente uma espécie de polka finlandesa, a humppa.
Uma curiosidade é que o primeiro vocalista, Katla, preferiu fazer todas as letras em sueco por questões culturais, já que ele fazia parte de uma minoria falante de sueco da Finlândia – além deste também ser considerado um idioma oficial no país e combinar mais com o visual que os membros usam nos shows. Mesmo depois de sua saída da banda, tornou-se uma tradição escrever todas as músicas em sueco.

Sugestão para o Halloween: Under Bergets Rot





The Misfits
Talvez a banda que seja mais a cara do Halloween nesta lista, os americanos do Misfits marcaram a história do rock como percursores do estilo horror punk, influenciando futuramente o psychobilly também. O grupo surgiu em 1977 nos subúrbios de Lodi, New Jersey, e começou tocando no CBGB – casa de shows que foi berço do movimento punk. Seu nome vem do último filme, homônimo, estrelando a atriz Marylin Monroe, enquanto o som e visual dos integrantes teve grande influência da cena punk, filmes B de terror e sci-fi e da década de 1950.


Eles teriam parado em 1983 após a saída do vocalista Glenn Danzig, mas após várias batalhas jurídicas, voltaram em 1995 no comando de Jerry Only. Uma coisa legal é que a banda leva muito a sério o conceito punk do DIY (Do It Yourself, ou “Faça Você Mesmo”): são eles mesmos que fazem desde suas roupas até os instrumentos e amplificadores usados nos shows!

Sugestão para o Halloween: Monster Mash




Marilyn Manson

Chocando o mundo desde 1989, Manson e sua banda fizeram fama pelos sentimentos anti-religiosos e referências a temas polêmicos de suas letras, conquistando uma legião de fãs. O nome do grupo - que adotou o nome Marilyn Manson and The Spooky Kids até 1992 - provém da junção dos nomes da atriz Marilyn Monroe e do assassino Charles Manson, como uma forma de simbolizar a coexistência entre o bem e o mal, sendo este esquema adotado também para a criação dos nomes dos demais integrantes.


O cantor Marilyn Manson já foi comparado a David Bowie devido à sua androginia, sendo este também uma de suas influências.


O visual e as performances grotescas e chocantes fizeram com que se tornasse o alvo favorito de protestos e críticas de conservadores e religiosos, chegando a banda ser acusada de influenciar o massacre na escola Columbine em 1999 através da insinuação de violência em suas letras. Outras polêmicas também recaíram sobre o vocalista e, mais recentemente, o guitarrista Twiggy Ramirez, mas isso não interferiu na popularidade da banda.

Manson também chegou a se aventurar no mundo das Belas Artes como pintor em 1999, começando a expor seus trabalhos ao longo da década de 2000 e tendo uma galeria só sua, a Celebration Corporation Gallery of Fine Art, localizada em Los Angeles. Ele também disponibilizou algumas litogravuras suas para venda no site oficial da banda.


Sugestão para o Halloween: The Beautiful People




Autora: Annah Rodrigues
Estudante de Design, técnica em Multimídia e ilustradora freelancer.
Uma colcha de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas de época e animes.
Usa sua introversão e sentimento de (des)encaixe para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos pouquinhos a cena alternativa de São Paulo.

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25 de setembro de 2016

CBGB: o berço do movimento Punk

O título pode ser clichê, mas é a pura verdade. O CBGB fez o movimento punk florescer na América. O intuito era de abrir um clube voltado a música Country, BlueGrass e Blues, a abreviatura do nome, porém havia um problema: aquela não era a cidade certa. Mesmo saindo da proposta inicial, Hilly Kristal conseguiu alcançar o seu objetivo de desenvolver uma cena musical. Ele só não esperava que seria o Punk.

Endereço: 315 Bowery, New York's East Village

O local foi fundado no ano de 1973, em plena Nova Iorque. A cidade estava bem longe de ser a metrópole turística convidativa que se conhece atualmente; muitos bairros eram terras sem lei, com vários problemas que iam de violência a falta de saneamento básico, um verdadeiro descaso e abandono do poder público. Hilly passava por sérios problemas financeiros, já havia fracassado duas vezes nos negócios e acumulava uma baita dívida. Mas resolveu recorrer a mãe e pediu-lhe um dinheiro emprestado para poder abrir seu novo empreendimento. Era para dar tudo errado novamente, mas a vida prepara surpresas.

Hilly Kristal

O projeto começou funcionando primeiro como bar, mas logo Hilly teria a ideia de incluir música. Ele sabia que esse deveria ser o investimento, só não imaginava que estaria ajudando a criar um novo gênero musical, já que seu foco era o country. Foi então que uma banda descobriu o lugar e quis tocar lá: era o Television. Esse seria o pontapé de ambos os lados pois tempos depois, o grupo iria ganhar destaque num artigo de Josh Feigenbaum, da qual serviria como uma significativa propaganda da casa de show.

Cartazes de eventos

Mesmo desconfiado daquele estranho movimento, Hilly abriria espaço para performance de novas bandas, atraindo a cada dia mais e mais gente. O recado era igual a todos que queriam se apresentar: só composições originais. Esse acabou sendo o grande motivo de tanto material rico ser exposto e influenciando outros a seguirem fazendo novas criações. Sente os nomes que viriam a frequentar o local após o Television: Talking Heads, Blondie, Patti Smith, Iggy Pop e Ramones. O último, Kristal chegaria a dizer que jamais fariam sucesso. Seu tino para empresário musical não era dos melhores.

Television

Talking Heads

Patti Smith em 1977.

O sucesso veio e em meados da década de 70, o CBGB se tornou um dos maiores points nova iorquinos. O auge não fez mudar o aspecto do ambiente; continuava uma espelunca, as condições eram precárias e até perigosas. Não havia nenhuma higiene com a comida servida e por tudo quanto é canto encontrava-se cocô do Jonathan, o inseparável cachorro de Hilly. Ainda assim, músicos continuavam atraídos a tocar por lá. The Police, Misfits, The Dead Boys, The Dictators, The Cramps, Joan Jett seriam figuras frequentes. Nos anos 80 viria o hardcore punk, com Agnostic Front, Murphy's Law, Cro-Mags, Gorilla Biscuits, Sick of It All e Youth of Today. Na década seguinte teria outros nomes associados, como Sum 41, Korn, Green Day e Guns n' Roses.

Debbie Harry com o Blondie no CBGB em 1977.

David Johansen do New York Dolls e Richard Hell do Television 
no backstage do CBGB.

Bad Brains.

Joan Jett com Runaways no clube em 1977.

Aqui ela está com Dee Dee Ramone em 1976.

The Runaways.

Plasmatics no backstage CBGB. 
A banda é pioneira na mistura de Punk e Heavy Metal.

Apesar do alcance que teve, o andamento não seria tão fácil. Hilly tinha sérios problemas em gerir o negócio e os fracassos anteriores lhe perseguiam. Chegaria quase a falência, por sorte sua filha conseguiu intervir junto com seu irmão, pagando as dívidas acumuladas com a doação financeira de bandas famosas que começaram no clube. O local sobreviveria até 2006, quando fechou suas portas de vez. Durante o período de existência, 50 mil bandas passariam pelo clube. Hilly Kristal, o reconhecido dono, morreria no ano seguinte.

Curiosidades: a efervescência cultural que rondava o CBGB fez com que fosse palco de muitas criações artísticas, entre elas está Punk Magazine, a revista de John Holmstrom e Legs McNeil vendida dentro do clube. A primeira edição sairia com uma inédita entrevista de Lou Reed.


Entre as dores de cabeça que Hilly enfrentaria, foi se meter a empresariar a banda The Dead Boys. Mas até nessa situação criaria-se um símbolo. Quando o grupo foi gravar o primeiro LP, um dos integrantes tinha adesivado no equipamento uma suástica. A produtora Genya Ravan chamou a atenção dizendo que eles não podiam usar aquilo já que Kristal e ela eram judeus. Nesse momento iniciava punks usando camisetas estampadas com suásticas em forma de protesto contra o nazismo. 

The Dead Boys

Quando o Talking Heads foi introduzido ao Rock n Roll Hall of Fame de 2002, fizeram questão de homenagear Hilly e chamá-lo na apresentação. 

O último concerto do clube foi uma performance de ninguém menos que Patti Smith, em 15 de Outubro de 2006. 

A camiseta com a logo do CBGB se tornou uma peça icônica e também uma marca que ajudava a propagar a imagem do local. Duff McKagan do Guns n' Roses foi considerado um dos embaixadores da qual entre muita ocasiões, entre elas no clipe "Sweet Child O' Mine", apareceria usando a famosa t-shirt.


O banheiro era uma das partes mais famosas devido a sua total podridão. No Met Gala de 2013, dedicado ao Punk, seria reproduzido na exposição o ambiente, mostrando o quão reconhecido era o lugar.


Em 2013 ocorreu o lançamento do filme CBGB, o berço do punk rock. Recomendo muito assistir pois retrata com fidelidade a história do clube, dá para se ter informações muito boas sobre o desenvolvimento do punk americano. Sem contar que quem faz o papel principal de Hilly Kristal é o falecido ator Alan Rickman. 


Quando se fala em CBGB, uma das imagens mais emblemáticas que vem a mente é a dos Ramones tocando no local. A forte ligação não é à toa: o clube começaria a lotar por causa deles. Muitos curiosos iriam para conhecer a banda que havia sido citada em uma matéria especial da revista Rolling Stone sobre o evento New York's Top 40 Unrecorded Rock Talent, promovido em 1975, onde tocaram Blondie, Talking Heads, Television e o grupo.

Tommy Ramone chegou a revelar que o CBGB não era um local para adolescentes ou bandas de garagem. No início, os artistas que se apresentavam eram underground, porém não punks. O público que ia era um pessoal voltado a esfera de Andy Warhol. "Havia todo um elemento intelectual", motivo que contrariava o objetivo dos Ramones de tocar para jovens comuns, pois só tinha o "povo da arte". 



É impressionante como um simples e precário clube conseguiu reunir tantas estórias que mudariam o percurso de três gerações. O que começou no boca a boca, hoje já virou tema de filmes, documentários e livros. A história do CBGB mostra o perfeito espírito punk do "faça você mesmo" que nunca deve morrer dentro de nós, pois só ele faz movimentar o que o Sistema esquece ou exclui. ;)


Leia também: A história da Manic Panic  

Artigo de Lauren Scheffel.

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10 de julho de 2015

Alt Trend: Pentagrama Invertido e Baphomet

É sempre bom lembrar que a moda possui várias conexões e entre elas o comportamento. Isso ajuda a entender o desenvolvimento de alguns modismos. O mundo tem passado por momentos bastantes obscuros, de muita insegurança, principalmente em relação ao futuro. Crises econômicas que resultam em maiores desigualdades, terrorismo, intolerâncias, motivos que consequentemente refletem nas criações de moda. 

O ocultismo tem se sobressaído nos últimos anos (aqui, aqui), talvez como uma forma de buscar respostas para tantas mazelas - ao menos na visão mainstream, e símbolos do paganismo, em especial a bruxaria, ganham evidência. Em pesquisas recentes, uma quantidade significativa de marcas alternativas apresentaram o pentagrama invertido nas suas coleções. Às vezes o desenho vem acompanhado do Baphomet, outras surge sozinho ou de forma satírica. 

O pentagrama com a ponta pra cima, tem o elemento espírito no aspecto positivo/luz. Até tempos medievais, representava as cinco chagas de Cristo na cruz, um contraste gritante com hoje, onde o pentagrama é criticado pelos cristãos fundamentalistas. Ainda na Era Medieval, a Igreja retirou o pentagrama e escolheu a cruz como um símbolo mais significativo para o cristianismo, pois lembra não as chagas, mas a dor de Cristo. Assim, o uso do pentagrama como um símbolo cristão cessou e foi gradualmente esquecido.



O pentagrama invertido
No paganismo, o pentagrama invertido representa as energias masculinas dos deuses solares e o Deus da caça. Na Wicca Gardneriana e na Alexandrina,  é símbolo da segunda iniciação, representando a necessidade da bruxa aprender a enfrentar a escuridão para mais tarde tomar o controle em direção à iluminação. O centro de um pentagrama implica um sexto elemento formador: amor/vontade que controla a partir de dentro, governando a matéria e o espírito.



O uso do pentagrama invertido como um símbolo associado com o satanismo não ocorreu até o século XIX. Satanistas não acreditam em um céu (ou um inferno), assim, o símbolo com as três pontas para baixo representa a negação ou a descrença na santíssima trindade.

O pentagrama quando desenhado na testa do bode representa os elementos da terra (Belial), ar (Lúcifer), fogo (Satanás), água (Leviathan), e do Espírito (o Celebrante). 


As duas pontas acima do pentagrama com o bode (Baphomet), representam a individualidade e inteligência; os pontos do meio representam o Adamantine Gates of Hell mantido aberto por duas forças opostas equilibradas, e a ponta de baixo representa a manifestação e o poder físico, o equilíbrio das forças opostas da existência. A palavra Baphomet vem do grego e junta as palavras "Baphe" e "Metis" e significa "Batismo de Sabedoria". A versão do pentagrama invertido com com um círculo em torno dele (o círculo indica o espaço sagrado oferecendo proteção e simboliza a espiritualidade) não é amplamente usado pelos satanistas, mas sim por outras crenças e práticas (como feitiçaria negra, magia negra etc), pois essas pessoas traçam um círculo de proteção em seus rituais.



Na Moda Alternativa
Apesar dos estereótipos, o Rock não possui uma religião definida, aliás, há pessoas que nem possuem. Por quebrar padrões moralistas, o Rock foi logo associado ao satã e muitos músicos se aproveitaram da polêmica para fazer mídia, porém outros de fato acabaram se interessando e aprofundando no tema. Nisso surgiram vertentes que se interligam a religião, é o caso do Black Metal.

Como toda subcultura, é criado uma estética de identificação e logo surgem marcas que atraiam o público alvo. A Toxic Vision é uma das pioneiras nesse segmento, trazendo o pentagrama de Baphomet nas suas estampas desde 2006.


Enquanto para a marca canadense este é um conceito fixo, para outras o símbolo surge em coleções pontuais. Nos últimos meses, veja a quantidade E não são poucas! 

Poison Industries, Spin Doctor, Too Fast

Lip Service

Kreepsville 666

Killstar ajudou a popularizar os símbolos, tem todos os tipos. Baphomet:

Baphomet + pentagrama invertido:

Com e sem:

Versões satíricas:

A Dark Side Clothing também entrou na mesma vibe:

No Brasil, a Miniminou oferece brinco, maiô e vestidos com o pentagrama invertido:

A Black Frost surgiu como uma marca direcionada ao publico fã de Black Metal, o que reflete numa de suas mais icônicas criações, o cinto abaixo:


E vocês, se identificam com o significado do pentagrama invertido? Usam/Usariam alguma peça com o símbolo?



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23 de janeiro de 2015

Kurt Cobain: uma pensata sobre a camiseta estampada com a carta de suicídio

Semana passada, saiu a intrigante notícia de que os sites Ebay e Etsy estavam comercializando t-shirts estampadas com a carta de suicídio de Kurt Cobain e que já haviam vendido 200 mil unidades do produto custando 25 dólares cada.


Quando li de primeira, de cara senti estranheza, era algo bizarro demais para ser verdade. Talvez por ser grande fã de Cobain e conhecer bem a finalidade da carta, tenha sentido tal impressão. Só que de longe fui a única. Logo em seguida soube da petição acusando as empresas de “glamourização das doenças mentais”, e assim, os produtos foram retirados do mercado.

Entre as justificativas do porquê ser falta de respeito, Julian Godinez, criador da petição, descreve que “a doença mental e o comportamento suicida não é uma questão de moda, e não se destina a ser glamourizada ou ser ostentada numa camiseta”.
De fato, essa não é uma estampa qualquer. Não é um simples papel com escritas. A carta representa uma das últimas angústias do cantor. Para algumas pessoas – porque há de tudo – pode parecer uma bobagem, um alarde à toa, mas não é. Doenças mentais têm crescido de forma surpreendente no mundo, a depressão já é chamada de o mal do século. As taxas de suicídio vêm aumentando, inclusive no Brasil, país que tanto vende a imagem da felicidade. Os sorrisos estão ficando cada vez mais forçados.

Mesmo com os altos índices, essas doenças ainda são vistas na sociedade com estigmas supernegativos. Além da tortura física, como depressivo e suicida, Kurt também sofreu, e ainda sofre, do martírio moral. A eterna culpa de ter sido um fraco, já que ele era um homem bem sucedido na profissão que escolheu, era casado e com uma filha. Desse modo, observa-se o desconhecimento sobre o assunto. Não podemos também esquecer o que a família passa. No dia de sua morte, o sofrimento de Kurt pode ter acabado, mas os dos seus parentes foi o início.


Talvez pelo fascínio que os ídolos causam, exista gente, principalmente adolescente, que ache “cool” ter a imagem de depressivo, bipolar, etc, pois de algum jeito ficam mais próximos de seus admiradores. Ou até mesmo isso lhes traga empatia por saber que ambos sentem coisas semelhantes. Porém, é preciso enxergar o lado cruel dessa história. Não é glamour ter transtorno mental. Quem sofre sabe o quão duro e incapacitante é estar nela. A idade vai passando e as frustrações se acumulam. A vida perde o sentido e passa num piscar de olhos!

Se você sofre de depressão ou conhece alguém nessa condição, indico a página Acabe com o Estigma, onde há relatos pessoais sobre o tema. Os testemunhos reais podem servir de conforto para quem está lutando contra o transtorno. E claro, procure ajuda médica, é necessário para enfrentar a situação. Nós também estamos a disposição caso queiram relatar sua história. 

No livro "Kurt Cobain, a construção do mito", Charles R. Cross dedica o penúltimo capítulo abordando o tabu que aos poucos vem sido quebrado. Chega a ser irônico noticiar esse assunto diante de um músico que odiava tanto a imprensa quanto a moda. Ele provavelmente ficaria espantado ao ver fãs usando a camiseta. Fica a questão para se pensar: Será que os transtornos mentais sofrem tanto preconceito que banalizam sem ter a devida noção???

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