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21 de outubro de 2017

Um tributo a Carrie Fisher, a eterna Princesa Leia de Star Wars

Em dezembro de 2016 morreu um ícone do público nerd: a atriz Carrie Fisher, famosa por interpretar a Princesa Leia na série de filmes Star Wars. Ela foi vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 60 anos de idade.


Como fã de Star Wars, fiquei chocada com a notícia e demorei muito tempo pra realizar o que de fato tinha acontecido. A primeira coisa que me veio a cabeça é se Carrie já tinha finalizado a participação dela no próximo episódio da série, "The Last Jedi" (previsto para estrear em dezembro), porque eu não queria que transformassem ela em um holograma (embora o holograma de Peter Cushing em Rogue One tenha ficado ótimo).

Ícone da cultura pop:
Princesa Leia com o rosto pintado como David Bowie e com os dizeres "Rebel".

Alguns podem achar estranho eu estar aqui lamentando a morte de uma estranha, mas a Princesa Leia formou parte da minha personalidade e tenho certeza que ela formou a de muitas outras meninas e mulheres por aí. Ela nos mostrou o que era uma feminista mesmo sem nunca termos escutado essa palavra antes.


Leia mostrou que as heroínas podiam ser tão fortes e corajosas como os heróis, que elas podem se virar sozinhas, organizar seus próprios resgates, sem precisar que os homens as salvem (enredo do Episódio IV, "A New Hope"). Relembrando sempre que isso não era muito comum no cinema naquela época: a estreia da personagem foi no primeiro filme da série, Episódio IV, em 1977. E Leia foi uma das únicas Skywalker que jamais caiu na tentação do lado negro da Força, sendo uma personagem que foi fiel a si mesma durante toda a história da saga. E ensinou também que mulheres podem sim ser líderes da rebelião, generais e chefes de Estado da galáxia!


Leia: lugar de mulher é na rebelião!
Carrie_Fisher


Além de tudo, foi uma personagem em que eu, quando era pré-adolescente, podia me espelhar: ela tinha a mesma cor de cabelo e de olhos que eu, e para uma pré-adolescente, representatividade é tudo! Pra mim era um milagre ter uma personagem principal – que era muuuuuito legal! – que não fosse loira de olhos claros e não estivesse seminua nas cenas ação. Leia era rebelde, entendia de armamentos, era líder da rebelião. E além de tudo, usava umas roupas muito legais, sem apelo sexual. A única exceção é quando ela vira escrava de Jabba The Hutt, no Episódio VI, Return of the Jedi, o que é bem simbólico.

A maneira de humilhar a personagem é colocá-la de biquíni, vulnerável, exatamente o oposto do que ela é. No fim, a própria Leia é responsável pelo assassinato de Jabba, matando assim o seu algoz. 


E Carrie Fisher foi o rosto de tudo isso. Como ela mesmo já disse inúmeras vezes “eu sou a Princesa Leia, e a Princesa Leia sou eu”. Carrie era uma grande entusiasta de Star Wars. Dava com a língua nos dentes sobre os novos roteiros várias vezes, era engraçadíssima, escrevia super bem e passou a vida toda lidando com a bipolaridade, a depressão e a baixa autoestima, inclusive publicando livros e artigos sobre o tema.

Sobre o visual da personagem, a característica mais marcante são os coques laterais que identificam a referência à princesa em qualquer lugar que seja. George Lucas, o criador da série Star Wars, necessitava criar visuais alternativos para os seus personagens, já que a história se passa em outras épocas e em outros mundos. O visual da Leia necessitava ser rebelde, revolucionário, pois se tratava da líder da Aliança Rebelde. Segundo Lucas:
No filme de 1977, eu estava trabalhando duro para criar algo diferente que não era fashion, então eu escolhi um visual de uma espécie de "Pancho Villa" feminina, uma mulher com um aspecto revolucionário. Os ‘montes’ de cabelo dos dois lados da cabeça são característicos da virado do século 20, no México.” 
 
Os cabelos da Leia foram inspirados nos das guerrilheiras que participaram da Revolução Mexicana no início do século 20. Melhor referência que essa não poderia existir!


Confirmando a reapropriação que a personagem sofreu depois, como um ícone de resistência feminina e um símbolo rebelde, uma manifestação de mulheres americanas contra Donald Trump, em janeiro deste ano, fez várias referências à Leia:

“Princesa Leia não deixaria isso acontecer”

“Nós somos a resistência”

Pra finalizar, deixo algumas imagens do figurino nada convencional de Leia: muito branco, tons terrosos, estampas militares e roupas associadas ao guardarroupas masculino.



No Star Wars Celebration deste ano foi lançado um vídeo tributo à Carrie, pontuando algumas coisas que estão neste artigo. Segue:




Que a Força esteja com você Carrie!





Autora:

Nandi Diadorim.

Historiadora e professora na rede municipal de ensino no Rio Grande do Sul.
Guitarrista em uma banda de punk rock.
Cachorreira, gateira, vegetariana, feminista...em suma, a incomodação em pessoa.





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Artigo de Nandi Diadorim em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 

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