Destaques

19 de fevereiro de 2012

Moda Praia Alternativa Feminina

Foi-se o tempo em que usar um biquini preto era o máximo que se podia vestir para demonstrar sua alternatividade no litoral!

Embora o Brasil tenha um litoral de 7.367 km, não fomos nós que criamos as mais variadas peças de moda praia alternativa da atualidade. Ao analisar o porquê, chego em algumas conclusões (e vocês podem acrescentar suas idéias nos comentários):

1. Toda subcultura renega a cultura dominante. No caso do Brasil, a cultura dominante é usufruir do litorial sempre que possivel. 
2. Muitos góticos idolatram uma pele pálida vampiresca e fogem da praia para não perderem a aparência de mortos-vivos. 
3. Em nosso país, pele clara pode significar descendência européia. Num país onde a pele morena (bronzeada ou não) é maioria da população, ter a pele clara é "ser diferente", há quem goste desse "status". Há os que  assumidamente negam a cultura dominante que prega a mistura de raças.
4. Há os que só gostam de caminhar na praia e ver o oceano mas não gostam de se bronzear.
5. Há os que não gostam de praia mesmo e ponto final, simples assim. 
6. Como já foi comentado algumas vezes nesse blog: a falta de profissionalização de quem trabalha com moda alternativa evita que se tornem aptos a desenvolverem peças inéditas adaptadas ao nosso clima/cultura. 
7. O crescimento lento do mercado alternativo nacional que não permite ($$) que o lojista crie produtos diferenciados para ver se tem demanda de público.

Em Moda, toda situação exige uma roupa adequada. Você não vai trabalhar de pijamas e não vai no churrascão dos amigos de terno. Na cultura brasileira, ir à praia de roupas é, diríamos, ir contra a etiqueta da vestimenta adequada.

Mas quem de nós, alternativos, nunca foi à praia de roupas, seja porque não queria se bronzear seja porque não tinha uma swimwear alternativa? Eu já!! 

Eu não sou fã da areia da praia mas adoro o mar e adoro caminhar na praia, não me importo de me bronzear, assumo minha cor amarelada! Tenho biquinis e saída de praia alternativos comprado numa loja nacional, a Spooky  Look (que eram disponibilzados na primavera e acabavam antes de dezembro!).

Mas porquê são os gringos que desenvolvem a swimwear alternativa mais legal? 
Entre outros pormenores, observei que algumas das lojas alternativas que criam peças litorâneas são baseadas em Los Angeles, cidade quente e com praia. Outras marcas, simplesmente optaram por oferecer ao cliente a maior variedade possível de roupas, para que a consumidora, se um dia precisar de um biquini, ao invés de ir comprar numa loja mainstream, opte pela loja alternativa. E o que dizer de uma das tendências mais fortes da moda alternativa atual: o estilo retrô/pin-up e seus maiôs com jeitinho de antigos, super comportados...

Você pode acessar os seguintes links pra ver o que já foi postado sobre swimwear alternativa no blog:

Vamos à alguns modelitos que separei pensando em subculturas específicas:


-  Para as meninas headbangers e black metallers: preto e caveira estampas clássicas da agressividade. O maiô de esqueleto é da marca Black Milk (que teve post no blog em 2009).


 - Para as góticas: tons escuros, estampas discretas, maiô preto com detalhe em vermelho.


 - Para as meninas que curtem Hard Rock, Sleaze: verde fosforecente com estampa de onça + roxo + preto (o maiô poderia ser mais ousado e menos retrô, teria mais a ver com a sensualidade destas subculturas).


  - Para Punks e Hardcores: esqueleto e cerejinhas.

  
 - Para as roqueiras em geral: muitas caveiras! E biquini preto altamente customizável com tachas.
 
 - Para a rockeira mais fofa que curte rosa ou roxo sem perder os caveirismos:


 - Para as dethrockers que amam zumbis:


- E para as fãs de moda alternativa retrô:


 E você, gosta de ir à praia? Qual modelito escolheria?


    7 de fevereiro de 2012

    Pauley Perrete é Eleita a TV Star Mais Adorável

    A atriz Pauley Perrette, que interpreta a personagem gótica Abby Sciuto na série NCIS, foi eleita pelos telespectadores americanos a mais adorável e simpática TV Star de 2011. E não foi só isso, ano passado ela também ganhou o prêmio de atriz favorita pela ComicCon e sua personagem foi considerada a mais popular do horário nobre. A atriz tem 42 anos, estudou sociologia, psicologia e fez mestrado em ciência criminal enquanto trabalhava como garçonete em bares até ser apresentada à um diretor de comerciais e se tornar atriz. Pauley também é vocalista de uma banda só de mulheres, a Lo-Ball que tem uma música na trilha sonora do filme "Legalmente Loira",  gravou uma canção que está no NCIS e recentemente lançou um single.

    Sua personagem gótica, Abby, é uma cientista forense. Esqueçam o estereótipo televisivo de uma gótica depressiva, introspectiva e fugidia. Abby é praticamente uma perky goth: alegre, bem humorada, irônica, inteligente e super sociável.

    "Eu acho minha personagem fantástica. Me sinto honrada em interpretar um dos melhores personagens da TV, que é uma modelo para garotas de todo o mundo. Eu ouvi de pais, avós e de diversas jovens que a personagem que eu interpreto tem incentivado-as estudarem matemática e ciências, o que é uma bênção." Pauley continua: "Eu tento viver minha vida com não-negatividade, não há razão para gastar seu tempo sendo cruel, má, isso não é legal".

    Será que essa simpatia pelos góticos ficará apenas na televisão, ou se levará para a vida real?


    Casa de Criadores: Inverno 2012

    Sumemo:
    Na última temporada, ao ver o desfile da Sumemo, eu me lembrei instantêneamente da Cavalera no início da carreira. Mas agora, a marca está sob a criação de Marcelo Sommer. Sommer sempre teve o pé no alternativo e essa influência é notável na coleção abaixo. O desfile tinha banda de rock tocando ao vivo e como o tema foi o universo do rock, caveiras não faltaram! Uma marca que começou pequena, alternativa, voltada pro skate, cresceu e ganhou qualidade e diversidade podendo competir com marcas de renome no mercado.
    O desfile se inicia com o ótimo macacão de esqueleto; tem um moletom que se fecha no rosto e forma um crânio (tem pra vender em algumas lojas de moda alternativa estrangeira); luvinhas de caveira e de esqueleto não faltam. Apreciei muito a variedade de corpos e as pessoas tatuadas, Sommer adora colocar pessoas diferentes pra desfilar.


    Top Hat: A marca começou há 12 anos atrás numa oficina de customização de motos Harley Davidson. Seus clientes costumam ser os próprios motoqueiros de fim de semana. O tema deste desfile foi o automobilismo. Os looks eram bem básicos, mas bonitos. Talvez básico demais pra Casa de Criadores. Essa história de pintar o rosto de caveira ficou bem de acordo, deu agressividade, mas sei lá, já cansou né? E soa repetitivo também já que Herchcovitch já fez desfile com essa maquiagem. Em 2007 até eu pintava meu rosto de caveira, mas isso já foi tão explorado na moda alternativa que acaba banalizando a real história.


    Ronaldo Sivestre fez um desfile com referências góticas. São como vampiros steampunk; tem tiras que amarram o corpo como no fetiche S&M, make pesado cores escuras e... já vi roupas semelhantes algumas peças abaixo em lojas alternativas estrangeiras. Sem problemas! É sempre bom ter acesso à opções nacionais!


    Fotos: Namídia


    6 de fevereiro de 2012

    Minas Trend Preview: Samuel Cirnansk

    Se no desfile de Samuel Cirnansk desta última SPFW foi impossível não lembrar de uma das últimas coleções de Alexander McQueen e ter a sensação de ver um filme repetido, eu resgatei o desfile dele no Minas Trend Preview que aconteceu em outrubro 2011. 
    O desfile, perfeito para as fãs dos anos 20, apresentou versões modernas, femininas e super adequadas aos tempos (e clima!) atuais. É tão lindo quando se consegue fazer releituras sem cair na repetição, no cliché a ainda por cima mantendo seu estilo (Samuel usa renda e tecidos fluidos em todas as suas coleções). 

     

    5 de fevereiro de 2012

    SPFW - Inverno 2012

    Achei edição de inverno 2012 do SPFW bem tediosa (normal pra quem gosta de moda alternativa), me chateia a insistência em copiar a moda da Europa ao invés de criar uma moda genuínamente brasileira. Faz inverno no Brasil sim (mesmo que por pouco tempo), porque tanta roupa de verão? Vi muitos tons terrosos (tendência na Europa mas um perigo pra tonalidade de pele das brasileiras!), tecidos metalizados e bilhosos (incluindo vinil), silhuetas arredondadas, pele, veludo, brilho plastificado e... black total - chega a ser óbvio fazer tudo preto no inverno. Difícil é fazer esse "todo preto" ser de fato interessante.

    Cavalera: A marca fez uma intervenção burlesca sob a direção da corsetmaker Madame Sher para recepcionar os convidados e atrair a atenção da mídia. Até aí ok, tudo lindo! E eu esperava ansiosamente um desfile inspirado no burlesco e veio... o streetwear despojado e urbano de sempre da Cavalera! Alguém entendeu a ligação entre os temas tão diferentes? Eu não, mas enfim... eu adoraria ter todas as peças femininas abaixo no meu guarda roupas.

    Lino Villaventura se inspirou nas imagens sombrias do pintor Francis Bacon, algumas peças tinham "pregas palito", um mini drapeado artesanal do tamanho de um palito de dente. Bordados e detalhes feitos à mão dão riqueza de detalhes às peças. A tTrilha sonora de filme de terror deu o ar sombrio ao desfile.

    João Pimenta: Segundo o estilista, o desfile tinha tema Steampunk. Eu ousaria dizer que o desfile na verdade foi uma mistura de Steampunk (gênero de ficção científica ambientado no século XIX) com Medieval. De steampunk vemos as cores (tons terrosos e cobre), de século XIX vemos a sobriedade no corte e nas cores, os culotes dândis e de medieval a silhueta esguia de alguns looks, as saias longas e o uso das máscaras dos “plague doctors” (médicos da peste negra da Idade Média), que colocavam ervas aromáticas no bico para disfarçar o cheiro dos doentes. A alfaiataria aparece criativa em ternos de 3 peças literalmente sobrepostas de acabamentos arredondados. A riqueza de texturas é agradável ao olhar. Finalmente um desfile original no SPFW.


    Fause Haten:  Que mistura de silhuetas tão diferentes! A inpiração foi os filmes do Elvis dos anos 60 (?). As peças são bonitas mas não senti a conexão. Uma hora shape justa contornando o corpo como nos 40s e de repente vestidos super armados estilo New Look 50s, num comprimento que somente as super altas ficariam bem...

    Ellus:  Se inspirou nos países nórdicos e no heavy metal. A marca sempre foi baseada em temas rock n roll e se dá melhor nas coleções de inverno.

    Reinaldo Lourenço: Normalmente gosto das coleções dele. O tema era Notre Dame, luz e sombra, “novas bruxas urbanas”, e a estética gótica. Veludo, vinil e couro em silhuetas alongadas.


    Samuel Cirnansk: Sempre fui uma elogiadora do trabalho do estilista, mas desta vez me decepcionei um pouquinho. Já vi esse desfile antes (alô, Alexander McQueen?). Sabe quando você murcha? Então... odeio desfile repetido. Tudo lindo e bem feito como sempre, mas ver  cisnes brancos e pretos similares aos já feitos por outro estilista é tão chato! Ok, vamos manter na memória o maravilhoso desfile anterior de Samuel.


    Amapô: o que me chamou a atenção foi a silhueta masculina justa e a bota pesada usada por cima das calças. Dandismo no shape justinho ao corpo.


    Fashion Rio - Inverno 2012

    Como já é habitual, ao final de cada temporada de moda brasileira, separo os looks que mais me chamaram a atenção em cada desfile e que de alguma forma podem ser usados pelo pessoal mais alternativo (endinheirado) ou servem para se inspirar na hora de montar seus visus.
    No Fashion Rio edição inverno 2012, que aconteceu de 10 a 14 de janeiro, se viu muito branco, tranparência, estampas étnicas, conjuntinhos e orientalismo. Enfim, tudo muito tééédio pro meu gosto e tudo muito... verão! 
    Mas consegui selecionar algumas peças que podem fazer parte do nosso guarda roupas do lado negro da força:


    Alexandre Herchcovitch:


    Bianca Marques:

    Maria Bonita Extra: É belamente colorido - e vejam que modelagem linda (e de verão O.o) e eu sei que é metalizado (mas tá tão fofo e bem feitinho!). Adotaria os dois pra dar uma cor no meu armário.
     

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