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23 de junho de 2011

A Costura do Invisível

A Costura do Invisível é o nome do livro e DVD do desfile que o estilista e artista plástico brasilero Jum Nakao fez 2004 no São Paulo Fashion Week.
O desfile era composto de modelos com cabeça de playmobil e vestidos  românticos e vitorianos na cor branca, em papel vegetal com recortes à laser que formavam rendas. Ao final, todas as modelos na passarela começam a destruir os festidos com fúria. As pessoas presentes choravam ou ficaram chocadas. No camarim, antes do desfile, as modelos também choraram ao saberem que teriam de rasgar as peças.
O desfile foi o acontecimento do ano no mundo da moda. Entrou pra história da moda brasileira e fez o artista rodar o mundo com o projeto. 
O que Jum queria? Queria mostrar como a moda é efêmera, nas palavras dele:
"O ciclo continua. Não se deve ater ao que é estético, mas estar sensível ao que se transforma. Repetir, repetir, até ficar diferente, desnudar a nossa alma.Transformando o invisível em visível". "Toda a engrenagem da moda precisa ser repensada. Ainda não privilegiamos o ato de pensar a moda e isso precisa mudar".
Jum não trabalha mais com moda, só com arte, embora tenha feito o figurino da série da TV Globo "Hoje é dia de Maria".

Essa é uma postagem que queria fazer faz tempo, lembrei de fazê-la agora porque vi o desfile da canadense Breeyn McCarney que achei muito semelhante ao trabalho que Jum Nakao fez.
É claro que fazer desfiles de roupas de papel não é novidade nenhuma, mas gostaria de todos soubessem que um estilista brasileiro fez isso - e fez história - antes da estilista canadense. Ela estará na próxima postagem do blog e vocês poderão comparar os trabalhos.

 
 


Assistam:

20 de junho de 2011

SPFW: Meus Destaques do Verão 2012

Samuel Cirnansk: Sou suspeitíssima pra falar porque adoro ele. Acho-o um dos poucos estilistas brasileiros que cria de forma autoral, sem seguir tendências e sem copiar o que é feito por estilistas estrangeiros. Você pode ver minhas outras postagens sobre ele AQUIAQUI, AQUI, AQUI e AQUI (ufa!).
Neste desfile, Samuel causou polêmica. Os "certinhos" se chocaram com o fetichismo das mãos amarradas e as mordaças dizendo que o desfile foi sufocante e opressor. Ora, isso é arte! A arte provoca emoções nas pessoas. 
O estilista, que faz muitos vestidos de noiva, disse que as mãos amarradas simbolizavam o casamento, os laços de amor, que literalmente amarram os casais apaixonados. 

Reparem nos vestidos de látex enfeitados com rendas. Parecem vindos de uma marca alternativa estrangeira não é? Lindíssimos, um trabalho super delicado. Ele conseguiu deixar o fetiche do látex em segundo plano e priorizando a feminilidade e classe. O vitoriano é comum nos trabalhos do estilista, mas desta vez, haviam toques barrocos em golas, laços, corsets (ele sempre faz) e ombros. Os vestidos de noiva (o forte do estilista) estão tradicionais mas não menos impressionantes e vanguardistas.

Lino Villaventura é misterioso, de poucas palavras mas de um talento que fala por si. O estilista é um dos únicos que sempre trabalha com a "brasilidade" seja em seus materiais, seus bordados, seus tecidos. Se houvesse de fato uma "moda brasileira" o nome de Lino estaria na lista. Fora que, suas peças são reconhecidas mesmo sem a legenda, pois já tem a identidade dele embutida.
Eu caí de amores pelos petticoats, pelos vestidos lady like, pelas segunda pele desenhadas como se fossem renda, do ar fantasmagórico dos vestidos brancos e... repararam que em alguns adornos de cabeça tinha um tipo de spike? Lindo, lindo!

Reinaldo Lourenço: Gosto do trabalho dele, o que eu adorei nessa coleção foram os decotes em formato de gatinho, o recorte do couro no tule e a bolsinha diferente.

Iódice: De vez em quando apresenta coleções interessantes, como ESTA. O que eu gostei da coleção abaixo foram os vestidos super femininos perfeitos pro nosso verão. 
 

Cavalera: Desde o ano passado a Cavalera tem voltado a ter um pé na estética Rock, coisa que tinha abandonado por um tempo. Cá entre nós, acho bobeira eles abandonarem essa herança roqueira (um dos criadores na marca foi Igor Cavalera do Sepultura), pois isso é o que eles sabem fazer de melhor como você pode ver nos desfiles anteriores AQUI e AQUI. Na coleção atual, inspirada em Frida Kahlo e no Dia dos Mortos mexicanos, essas são as peças que mais gostei.

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