Destaques

22 de julho de 2010

Gareth Pugh - Fall 2008

Meu queridinho inglês... aos poucos estou postando os desfiles antigos dele. Para o desile de outono inverno desse ano, clique aqui.
Esse é a coleção de inverno 2008, algumas roupas são com cabelo humano.

21 de julho de 2010

Marchesa Casati

"Marchesa Casati, que usava maquiagem pálida e andava por seu palácio em Veneza parecendo uma cadáver." Valerie Steele


Um pouco de cultura com a história de Marquesa Casati que é, de alguma forma referência na estética gótica/vamp/anos 20.

Luisa Casati (1881-1957), nascida em Milão e denominada Marquesa Casati Stampa di Soncino após se casar com o marquês Camillo Casati, era uma milionária exibicionista que vivia transitando entre as capitais europeias dando festas em seus vários castelos e tinha tigres como animais de estimação. Patrona das artes, ela usava roupas desenhadas por Fortuny e Poiret. Uma mulher fascinante, excêntrica, com um estilo de vida excessivo e extravagante. Uma lenda da moda.

Muito alta e magra, Luisa usava vestidos de rendas de Veneza, mangas balão, cintos e jóias. Ela também branqueava o rosto e esboçava os seus famosos olhos imensos com lápis preto. Usava cobras como colares e causava sensação quando ela andava com elas. Luisa gostou da modernidade das criações de Fortuny, incluindo vestidos de renda plissada, vestidos e cachecóis luminescentes e ajudou a popularizar o designer.

Seus trajes ousados e cabelos tingidos de ruivo não ajudavam na sua reputação. Teve vários amantes e foi cruel a sua própria família, enviou sua filha para longe em uma escola rigorosa num convento e nunca a visitava. Depois de sua irmã foi desfigurada por meningite e Luisa parou de convidá-la para saraus públicos.

Seu retrato de Giovanni Boldini, onde ela usa um vestido preto de cetim Poiret, um grande chapéu com fitas e penas e exibia uma faixa violeta, a tornou famosa em toda a Europa. Artistas e fotógrafos eram ansiosos para capturar o retrato dela.

Em 1930, Casati tinha acumulado uma dívida pessoal de R$25 milhões. Incapaz de satisfazer os seus credores, seus pertences pessoais foram leiloados. Rumores dizem que uma das licitantes foi Coco Chanel. Luisa fugiu para Londres, onde viveu na pobreza. Foi espalhado boatos de ela ter sido vista remexendo em caixotes à procura de penas para enfeitar os cabelos. Morreu em Londres em 1 de Junho de 1957, e foi enterrado no Brompton Cemetery. Um fim trágico para a lenda, que fizera a si mesma em uma obra de arte. Ela foi imortalizada em inúmeras histórias, filmes e coleções de designers como John Galliano que dedicou à ela sua coleção primavera/verão de 1998.

A citação "A idade não pode murchar ela, nem seu velho costume variedade infinita" de Antony e Cleopatra de Shakespeare foi inscrito em sua lápide como epitáfio. Ela foi enterrada vestida elegantemente de preto e pele de leopardo e um par de cílios postiços. Seu túmulo é discreto, muito difícil encontrar e apesar de sua fama e riqueza é bem modesto em comparação com os milhares de grandes monumentos no Brompton Cemetery.

 Tilda Swinton como Marchesa Casati em editorial:


Marchesa Casati em pintura de Giovanni Boldini e o anúncio do perfume John Galliano inspirado na obra em 2008.

Dark, Gothic, Goth, Gothic Metal

Gostaria diferenciar o uso da palavra "gótico" em alguns momentos:
"Gothic", "Goth" e em referência ao "Gothic Metal" e também sobre a palavra "Dark".



DARK:
A palavra Dark é usada no Brasil como referência à primeira geração de góticos que surgiu aqui, nas minhas pesquisas não encontrei referência ao uso desse termo no exterior se relacionando à subcultura. Creio que no exterior a palavra é usada apenas com seu significado normal: um adjetivo que significa "escuridão, obscuridade, sombra, noite, trevas".



GOTHIC/GÓTICO:
"Gothic" ou "gótico" no bom português, era a forma como os renascentistas se referiam à Baixa Idade Média (século XII a XV). Os renascentistas, amantes das artes gregas, belezas clássicas, das proporções perfeitas e do antropocentrismo chamavam tudo que eles consideravam "feio" de "gótico/gothic". Lembrem-se que a Idade Média um período extremamente teocentrico com suas catedrais que se elevavam em pontas infinitas em direção ao céu. 
Os renascentistas comparavam a "feiura" da baixa idade média à uma tribo germânica bárbara, que eles odiavam, os Godos, que destruíram a arte e história clássica européia no seculo IV. Arte essa que os renascentistas veneravam pela beleza. Então, para os renascentistas a palavra gótico tinha o significado de feio, mal gosto e assim chamavam a Baixa Idade Média usando a palavra "gótico" como um significado pejorativo, quase como tirar sarro da Baixa Idade Média se sentindo superior à ela.
A baixa Idade Média nunca foi chamada de "gótica" em sua época vigente. A momenclatura veio depois, pelos renascentistas.

No exterior o termo "gothic" também é usado para se referir ao "gótico histórico" como: "Gothic Architecture". Já a literatura recebeu o nome de gótica (Gothic Literature ou Gothic Novel) porque ela nasceu no século XIX. Nesta época houve um revival da Baixa Idade Média (aquele período que os renascentistas odiavam) as pessoas do século XIX achavam bonito a época medieval e suas histórias. Falo um pouco desse revival na postagem sobre o Período Romântico.
A palavra "gothic" também é usada normalmente como um adjetivo para se referir à "temas obscuros, macabros, morte e escuridão".

Quanto à relacionar a palavra "Gothic" com a subcultura, sabe-se que a música gótica veio do Punk, e essa primeira geração de bandas era chamada de Pós-Punk. Entre 1979 e 1980, a palavra "gothic" começou a ser usada jornalisticamente para se referir a bandas como Joy Division e Siouxsie and the Banshees. A palavra era usada tanto para se referir a bandas quanto aos seguidores das bandas. 



GOTH:
O termo Goth, começou a ser usado em algum ponto de 1983, referindo-se aos membros da subcultura, descrevendo o público da banda Sex Gang Children. E o termo pegou na denominação dos seguidores da subcultura com o tempo. Vide por exemplo tantos livros sobre a subcultura gótica, com o título de Goth e não "gothic": Goth Chic; Goth: Vamps and Dandies; Goth Culture; Goth: Identity, Style and Subculture, etc.

Ok. Essa diferenciação em inglês dá certo. 
Mas devido à própria gramática da língua portuguesa onde não temos uma diferenciação na linguagem, "Gótico" é usado tanto para classificar o adepto da subcultura, quanto para o gótico histórico e a literatura do século XIX. Por isso há tanta confusão entre os leigos com o termo. E também há uma certa confusão com o "Gothic Metal". 

gótica



GOTHIC METAL:
Partindo do princípio que o termo Gothic Metal foi criado no exterior, suponho que tenha sido assim chamado em alusão às Gothic Novel (literatura do século XIX). Sabemos que nessa situação "gothic" é um adjetivo sinônimo de obscuro/medieval/histórico e de temas macabros, de morte e escuridão.

Portanto, em sua origem, o termo Gothic Metal não é uma alusão à subcultura gótica. Assim, o estilo musical denominado Gothic Metal não existe (no sentido de que NÃO PERTENCE) à subcultura Goth. O Gothic Metal, o estilo musical e mesmo o de se vestir (que remonta à referências estéticas da Baixa Idade Média), pertence à subcultura Heavy Metal.

Essa diferenciação de linguagem do inglês para o português gera muitas discussões sobre a existência ou não do estilo musical Gothic Metal. Obviamente o estilo musical existe. O Gothic Metal evoluiu do Doom Metal e tem letras melancólicas e temas sombrios, obscuros, sobre morte ou mesmo temas medievais; usa-se muito coro, referências de música clássica e vocais líricos em alguns casos.
No Heavy Metal o termo foi usado pela primeira vez em 1991, com o álbum denominado "Gothic" da banda inglesa de doom/death metal Paradise Lost. Curiosamente, o estilo Gothic Metal pode ter tido seus primórdios com Christian Death, uma banda de Deathrock; com Samhain, uma banda de HorrorPunk/Heavy Metal e Celtic Frost uma das bandas pioneiras do metal extremo. 
Como vemos, embora distintas, a subcultura Gótica e a Heavy Metal, tem mais coisas em comum do que imaginamos. 

É preciso criar o hábito de identificar o uso da palavra gothic/gótico como adjetivo do uso da palavra significando a subcultura. Isso evitaria mal entendidos e confusões sobre a subcultura.



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Artigo das autoras do Moda de Subculturas. Para usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, linke o artigo do blog como respeito ao direito autoral do nosso trabalho (lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998). Tentamos trazer o máximo de informações para os leitores até a presente data da publicação.


19 de julho de 2010

Out of Line

Revista Noi.se, janeiro de 2009.


O Anjo Barroco de McQueen

A última coleção criada por Alexander McQueen antes de sua morte, trás esse incrível sapato inspirado pelos ornamentos da era Barroca representando a riqueza e a ostentação dos séculos XVII e XVIII.  Todo bordado e com salto em formato de um anjo de prata, cuja asa toma o fomato da curvatura do salto. 
Ao mesmo tempo, o calcanhar do sapato também se relaciona às figuras enfeitando as proas dos navios de guerra da época da Renascença, um símbolo  da riqueza e do poder do proprietário do navio. Uma referência ao envio de "suas" mulheres para a batalha. E a sua estética - conflituosa e violenta - nasceu, segundo ele, ao ver a experiência de sua irmã como vítma de violência doméstica.
Uma obra de arte cheia de significados.
A última coleção de McQueen mostra a fragilidade do designer, já que ele transformou suas usuais mulheres guerreiras em anjos.
Nos resta a admiração.

18 de julho de 2010

Sucker Punch!

Sucker Punch é o primeiro da série de seis filmes do diretor Zack Snyder, cada um dos filmes é um mundo para contar a história de "Baby Doll (Emily Browning), uma garota enviada a um manicômio depois que seu padrastro descobre que ela é a única herdeira da mãe. O objetivo do homem é lobotomizá-la, para que a fortuna fique em suas mãos. A menina descobre então que tem apenas cinco dias até que o cirurgião chegue - e a pressão faz com que ela se refugie em sua própria mente. Na imaginação de Baby Doll, o asilo para insanos vira um bordel - de onde ela pode escapar de um maníaco que quer violentá-la com a ajuda de quatro amigas, enfrentando missões impossíveis."

O filme mistura segunda guerra mundial, ficção científica e fantasia. Tudo isso junto com zumbis e as estéticas cyberpunk e steampunk. A estréia americana é em março de 2011. Mas eu já adorei o figurino e adoro filmes com esse tema meio apocalíptico-fantástico-terror, como  o REPO. E já sei que se eu gostar do primeiro filme vou virar daquelas psicóticas pelos outros da série. Ainda mais que gosto da atriz Emily Browning desde que ela interpretou a orfã vitoriana-steampunk Violet Baudelaire do filme Desventuras em Série.

A foto, mostra Abbie Cornish, Jena Malone, Emily Browning, Scott Glenn, Vanessa Hudgens e Jamie Chung.

Esqueletos no Armário

Há  mais de um ano atrás, no auge da moda gótica/heavy metal no mainstream, Delfina Fendi, a herdeira da grife Fendi, lançou uma peça em  formato dos ossos da mão em ouro branco e diamante que custa em torno $150.000. A peça é lindíssima e foi uma grande idéia de design; estampou diversos editoriais (um deles, da Vogue Itália de junho de 2009, foi postado aqui).

Fotografia "Misfits", com o bracelete Fendi e a caveira do século XIX encrustada de diamantes do artisa plástico Damien Hirst (vale a pena ler a postagem dele no blog).


Por conta do sucesso dessa peça, alguns outros designers e grifes fizeram peças semelhantes, como esta coleção de Akaya Nishi com bracelete, colar e anel:



A arte também se inspirou nos nossos ossos como estas esculturas usáveis do artista Patrick Veillet:




É muito comum ver peças em formato de caveira, mas em formato de esqueleto, até algum tempo atrás era raro, agora já estão começando a surgir entre as marcas alternativas, peças que imitam ou fazem uma releitura da peça original da Fendi por um preço bem mais acessível à nós,mortais, como esta peça encontrada facilmente em diversas lojas underground:


Outra peça interessante são as presilhas de cabelo da Xenaraes Room:


Vale lembrar, que dentro da moda Deathrock, peças em formato de esqueleto já estão presentes há muito tempo.


Eu adoro esse monte de opções, porque sou uma colecionadora de todo tipo de objetos com formato de caveiras e esqueletos, desde roupas até os ossos propriamente ditos.

Julius - Summer 2011

Adorei o clima sombrio, misterioso e o tabalho dele com o couro. 
Destaco a bermuda longa em couro (quase uma calça) e os aventais também em couro que parecem saias por cima das calças justas. 
Eu acho muito legal os homens usarem esse tipo de avental por cima de calças ou mesmo saias. Afinal, na história, os homens usaram saias durante muitos séculos. E vocês, gostam de homens de saias?


17 de julho de 2010

Chanel - Spring 2010

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