Em meio aos desfiles internacionais, nos chamou a atenção a beleza da grife Saint Laurent, com referências totalmente rock n' roll. A coleção é focada no Inverno 2015, mas iremos mostrar que essa produção já possui uma longa estrada nas subculturas e está longe de durar só uma temporada.
A maquiagem escolhida pela marca nada mais é do que uma versão atualizada do estilo vamp, nascida nos anos 20/30 e mega revitalizada pelas subculturas punk e gótica em meados de 70 e início de 80. As características principais da pintura se constitui de olhos e bocas coloridos em tons escuros.
Desfile Saint Laurent Inverno 2015
A musa responsável pelo look foi Theda Bara, que aconselhada por Helena Rubinstein, explorou seus grandes olhos aplicando muito rímel preto. Encarnada de Cleópatra para o filme homônimo, a atriz utiliza o atributo incluindo um formato egípcio em seu "olhar de panda", adicionada de sua famosa boca vermelho vivo.
Theda Bara como Cleópatra, em 1917:
Décadas depois, o estilo é adotado pelas subculturas por sua rebeldia, já que as cores escuras bem pigmentadas chegou a ser associado em determinada época as prostitutas. Sendo o Punk um movimento que tinha entre seus objetivos desafiar padrões, principalmente de estética, nada melhor do que provocar a sociedade com elementos que repudiavam. E assim mulheres passam a exibir rostos vamps, porém também sendo desconstruída e ganhando novos contornos.
Nancy Spungen: vamp com bochechas mega rosadas:
A cantora Alice Bag:
Sue Catwoman, que transformou o contorno egípcio do olho num gato mais estiloso:
A modelo da loja Sex, Jordan, com versão gatinho exótico:
Na mesma época, Nina Hagen incorpora sua excentricidade ao traço egípcio criando formas surreais:
O delineado invertido foi considerado tendência de verão pelo mainstream, como visto nas marcas Givenchy e Meadham Kirchhoff Verão 2015:
Mas não é novidade, as meninas do Strawberry Switchblade já usavam com lábios vermelhos nos anos 80:
Inicialmente punk, Siouxsie Sioux adentra a subcultura gótica e pós-punk popularizando o estilo. A influência de Theda Bara na maquiagem fica nítida:
Assim como Sioux, a poeta Lydia Lunch ajuda a difundir o estilo nas subculturas:
Hoje, a maquiagem vamp foi tão propagada que o mainstream absorveu e a definiu como um visual sexy, femme fatale. Ela não carrega o forte preconceito de antes, inclusive ter um olhar preto e lábios de sangue já se tornaram um clássico. Rímel, lápis e delineador preto e um belo batom vermelho são itens obrigatórios nas necessaires de muitas mulheres atualmente.
A estética foi parar até nos cinemas. Frank N Furter em 70; Elvira em 80; e Mortícia Addams versão 1990:
Mulher Gato de Michelle Pfeiffer e Halle Berry:
Vamp na cultura dominante; Eva Green e sua make femme fatale em Sin City:
Mas o rock sempre é o rock. Mesmo com a sensualizada dada pelo mainstream, a nova geração de front women resgata o estilo vamp provocador. Musas como Isis Queen e Suzi Sabotage mostram que esse visual sempre vai ser um grande elemento da cena, esteja em passarelas da moda ou não.
Geração 2000; Brody Dalle e Alice Glass:
Marilyn Manson e seu vamp grotesco que o acompanha desde os anos 90:
Beth Ditto e sua inúmeras versões:
Taylor Momsen:
Isis Queen:
Suzi Sabotage se referenciando em Nina Hagen:
Apresentando outra alternativa com um quê de Lydia Lunch:
E aí? Já escolheu qual versão vai usar amanhã????
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