Destaques

9 de fevereiro de 2017

Tribal Style: a versão alternativa da Dança do Ventre

Tatuagens com motivos florais, piercings, cabelos coloridos, headpieces, bodychains, toda sorte de arranjos com pedrarias, moedas, pingentes, medalhões e flores sintéticas, maquiagem artística bem carregada nos olhos, trajes que levam tecidos pesados, da renda ao veludo, do negro ao translúcido, do opulento ao minimalista... de qualquer modo, é impossível não olhar para uma dançarina de tribal duas vezes e tentar decifrar o que ela tenta nos transmitir através de sua postura imperiosa, da sua dança carregada de uma energia quase palpável. Em movimento, ela transborda sensações e sentimentos; a música, quase sempre instrumental, parece pulsar do seu corpo, em sintonia com a alma.
Rachel Brice
A precursora mundial do estilo tribal de dança do ventre

Profundo, não? Foi assim que me senti ao assistir uma performance de dança tribal pela primeira vez. Foi como prestigiar um monólogo, mas na dança, o verbo é dispensável, sendo a ausência de vozes - tanto na letra da música quanto na boca da artista - carregada de significados. Seus olhos expressivos já nos dizem tudo o que precisamos saber. E nossos olhos, famintos de curiosidade, percorrem a performance com atenção, sentindo aquela estranheza inicial e em seguida despertando nossa emoção. No palco, deixamos de ser quem somos no dia a dia para incorporarmos nossa persona criativa.

Ligada aos nossos valores antigos e sagrados, o estilo tribal traz elementos contemporâneos em sua forma de pensar a dança ao mesmo tempo em que a resgata como uma prática ritualística das nossas raízes antropológicas - nas palavras de Joline Andrade, bailarina e especialista em Estudos Contemporâneos sobre Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), "uma dança que representa a atualização estética da fusão contemporânea entre o moderno e o ancestral"; ou, no dito popular: mais do que uma dança, um estilo de vida!

Joline Andrade (BA) é professora, bailarina, produtora e pesquisadora em dança tribal.


Mas afinal, o que é a dança tribal?

É difícil definir a dança tribal assim, em uma frase, sem dar margem à interpretações errôneas. Se a dança do ventre já recebe uma visão um tanto ofuscada pelos brasileiros, que dirá o tribal! Mas tem um artigo da Mariana Quadros (aqui) sobre os mitos do tribal que tenta esclarecer algumas confusões criadas entre os leigos no assunto. Reforço aqui os pontos do nosso interesse: dançar tribal não é fazer carão, colocar uma música dramática e se aventurar em peripécias abdominais utilizando um figurino preto, assim como também não podemos chamar de tribal qualquer fusão com dança do ventre.


Para compreender esta dança é preciso ir a fundo em seu histórico, matrizes e referências. Para este estudo, apresento um recorte adaptado do trabalho Processos de Hibridação na Dança Tribal: Estratégias de Transgressões em Tempo de Globalização Contra Hegemônica de Joline Andrade:
Numa tentativa de acompanhar a liquidez das informações no mundo contemporâneo, a dança tribal é uma linguagem que, tendo como referência a dança do ventre, surge como uma proposta de agregar diferentes manifestações de danças étnicas das mais variadas regiões do mundo, mesclando conceitos e movimentos de estilos como o flamenco, a dança indiana, danças do Hip Hop e até mesmo posições do(a) yoga, para transpô-las numa estética contemporânea atualizada.¹
O grupo The Indigo Belly Dance Company (2003 - 2013) ficou conhecido no mundo todo após sua turnê Le Serpent Rouge (2007 - 2009), que tinha como principal característica a pegada vaudeville. Fundado por Rachel Brice (a do meio), o grupo era composto também por Mardi Love (à esquerda) e Zoe Jakes (à direita). Mardi Love foi a principal responsável pela estética dos figurinos clássicos de Tribal Fusion; Rachel Brice fundou a escola física e online Datura e Zoe Jakes integra a banda Beats Antique, sendo uma das principais referências em world music.

vaudeville Rachel Brice

Em resumo, ainda segundo a Joline, a dança tribal "é relativamente recente no mundo da dança, mas bebe na fonte de diversas culturas antigas e mistura tudo numa alquimia contemporânea." O estilo surgiu como uma forma de expressão inovadora no final da década de 1960, na Califórnia (EUA), durante os movimentos contraculturais do Woodstock, em meio a episódios sociais, culturais, políticos e econômicos, chegando ao Brasil em meados da década de 1990. Tatuagens e estilos ancestrais de adornos corporais estavam em voga e, desta forma, outros jovens que viviam estilos de vida alternativos se interessaram pela dança, dando forma à linguagem exótica que conhecemos hoje.

Carolena Nericcio é a mãe do American Tribal Style® Belly Dance, estilo que tem como principal característica
a improvisação coordenada em grupo.


Somos uma só Tribo!

Em 2008, Luciana Carlos Celestino trouxe uma importante contribuição para o meio acadêmico sobre a dança tribal: o artigo Sementes, espelhos, moedas, fibras: a bricolagem da dança tribal e uma nova expressão do sagrado feminino, utilizado como uma das principais referências em trabalhos posteriores, onde aponta que "se compreendermos a dança além de uma manifestação estética e/ou artística, poderemos ver a conexão entre a criação poética e o envolvimento que vivenciam as dançarinas"; afirmando ainda que "ao entrarem em contato com a dança, as dançarinas têm uma intenção clara de resgatar valores ligados ao feminino".²


Em síntese, o tribal traz muito da singularidade de cada dançarina. Nossas experiências pessoais bem como nossas vivências artísticas tornam-se estudos complementares de corpo e arte que contribuem para a construção de um vocabulário artístico. Na dança, imprimimos nossa personalidade, encontramos nosso estilo e, por fim, desenvolvemos uma identidade artística. Esta liberdade de criação ocasionou no desenvolvimento de inúmeras vertentes e nomenclaturas diferentes, mas cabe aqui ressaltar que, antes de tentar rotular uma performance, fazemos todas parte da mesma tribo. Confira a seguir alguns estilos de fusão que se destacaram ao longo dos anos, seus precursores e, também, alguns dançarinos de destaque em nosso país:

ATS® e ITS
ATS® é a sigla para American Tribal Style®, estilo criado por Carolena Nericcio; enquanto que ITS é a sigla para Improvisational Tribal Style, cujo conceito é o mesmo - de improvisação coordenada em grupo - mas o estilo varia conforme o grupo. Na foto: à direita temos o grupo Widlcard Bellydance e, à esquerda, o grupo Unmata, ambos de ITS.

Improvisation Tribal Style

Cia Exotika - ITS

Dark Fusion
Ariellah Aflalo (à esquerda) é a principal responsável por trazer a influência dark e gótica na dança do ventre e tribal, sendo uma das integrantes da formação original do The Indigo Belly Dance Company e idealizadora do festival Gothla de fusões dark e teatrais. Nas palavras de Gabriela Miranda (RS), à direita, o estilo Dark traz a expressão teatral, lírica e passional para a dança. A brasileira Mariana Maia (SP), no centro também é adepta do estilo.

 

Ariellah Aflalo e The Lady Fred


Indian Fusion
As fusões com dança indiana são também uma das principais vertentes da dança tribal. À esquerda, Naga Sita, conhecida pelas fusões ritualísticas com Art Nouveu através do seu grupo Apsara; no centro, Moria Chappell, a criadora do Odissi Fusion; e à direita, Collena Shakti, uma das principais referências em Indian Fusion Belly Dance.



Naga Sita


Urban Fusion
A Orchidaceae Urban Tribal é a principal referência em urban fusion. Dirigido por Piny, o grupo mescla movimentos do popping, waacking, vogue e dança contemporânea com dança do ventre.

Orchidaceae Urban Tribal


Tribal Brasil
Kilma Farias (PB) foi a primeira dançarina a realizar experimentações, desenvolver e sistematizar o estilo Tribal Brasil junto com a Cia Lunay, que fusiona a dança tribal com danças afro-brasileiras. Em seguida, surgiram outros pesquisadores na área, como Cibelle Souza (RN) - diretora da Shaman Tribal Co., e Nadja El Balady (RJ).

Shaman Tribal Co.

A cena também é deles

Uma das principais distinções entra o estilo tribal e a dança do ventre como a conhecemos popularmente é que, apesar de ressaltar a feminilidade, a dança tribal se destaca pela criatividade artística e técnica da bailarina, sem necessariamente torná-la sensual, desta forma, os homens também ganharam espaço na área, conquistando o público com o carisma masculino.
 
Illan Riviere Marcelo Justino Lukas Oliver
À esquerda, Illan Rivière; no centro temos Marcelo Justino (SP), também pesquisador em Tribal Brasil; e à direita, Lukas Oliver (SP). Além destes, no Brasil também temos o Luy Romero como uma grande referência masculina.

Illan Riviére


A Autora

Melissa Souza (Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança.

Blog: http://tribalarchive.com
Referências

¹ ANDRADE, Joline Teixeira Araújo. Processos de Hibridação na Dança Tribal: estratégias de transgressões em tempos de globalização contra hegemônica. Monografia (Curso de Pós Graduação em Estudos Contemporâneos sobre Dança) - Universidade Federal da Bahia, 2011.
² CELESTINO, Luciana Carlos. Sementes, espelhos, moedas, fibras: a bricolagem da dança tribal e uma nova expressão do sagrado feminino. In. XVI Semana de Humanidades da Universidade Federal do Rio grande do Norte, 2008.

Sites consultados:
http://fcbd.com
http://www.jolineandrade.com
http://hibridaressonante.blogspot.com
http://www.marianaquadrostribal.com
http://www.tribalarchive.blogspot.com
http://cialunay.blogspot.com.br


Artigo de Melissa Souza em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos. 


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7 de fevereiro de 2017

Veganismo e Estilo de Vida Alternativo: Conheça Coletor Menstrual

Nosso mundo alternativo não é apenas sobre nossas roupas, calçados, maquiagem, cabelos e estilo, ele também adentra nossa filosofia de vida e nossa intimidade. Hoje escrevo sobre um tema que envolve as duas coisas. O veganismo, que é contra qualquer tipo de opressão, independente de quem seja a vítima. Veganas e veganos não consomem alimentos de origem animal, peles, couro, não financiam circos com animais, zoológicos e boicotam marcas que fazem testes em animais. O outro tema é a menstruação que pode ser um tema tabu ainda para muitas pessoas. 


O coletor menstrual é um produto bem antigo, pouco difundido, mas que vem ganhando cada vez mais espaço. Lembro das primeiras vezes que pesquisei sobre o produto. Enquanto vegana eu sempre procurava alternativas para os absorventes, que por norma da Anvisa são testados em animais (sim, no Brasil todos os absorventes são testados em animais). Eu nunca tinha visto para vender e nem conhecia ninguém que usava (na verdade, na época eu não sabia que umas amigas também veganas já usavam), e achava muito estranho introduzir um "copinho" de silicone em mim, muitas de nós já se incomoda com absorvente interno, imagina com um "copinho"? Pensamos na dificuldade em colocar e depois de retirar, onde entramos em outro assunto também importante de ser mencionado: as raízes profundas do patriarcado em nossas vidas: não nos tocamos, não sentimos nossos corpos, não conhecemos nossa anatomia... Há dois anos uso coletor e não troco por nada, a liberdade e o conforto que me proporcionam é fantástico. Claro que nem sempre foi assim, demorei uns 6 ciclos para me adaptar, conhecer meu corpo, pegar o jeito de colocar e retirar sem sentir aquela dificuldade. 

Você já parou para pensar por que a menstruação é considerada um tabu? Algo quase inevitável na vida  das mulheres, onde somos ensinadas a ter nojo de nosso próprio corpo, onde sequer ousamos dizer a palavra "menstruação", a trocando pela famosa frase “naqueles dias”. De onde vem todo esse julgamento social? Mais uma vez o patriarcado, tentando nos deixar mais oprimidas e com baixa estima por nossos corpos, nos odiando e consumindo cada vez mais produtos, assim enriquecendo mais toda essa indústria. 

Ser alternativo é questionar e problematizar
padrões de comportamento.
garota punk menstruada
Ilustração de Mila Bomb

Eu cheguei no coletor procurando uma alternativa de empresas que não testam produtos em animais, mas descobri muitos outros benefícios. Você já imaginou quanto tempo um absorvente leva pra se decompor no meio ambiente? E quantos absorventes uma mulher usa no decorrer da vida? O coletor é reutilizável e pode durar até 10 anos! No primeiro momento pode parecer caro, em torno de 80 reais mas quando colocamos na ponta do lápis, sai bem mais em conta que os absorventes descartáveis. 



O coletor é feito de silicone, bem flexível, que se adapta bem ao formato da vagina. Não absorve a umidade natural da vagina como os absorventes internos e não causa irritações. E por não absorver a umidade natural da vagina é possível treinar mesmo antes do ciclo chegar. O coletor faz vácuo na vagina, impedindo vazamentos e a proliferação de bactérias, assim evitando qualquer odor. 

 Coletor Menstrual

É possível usar a noite toda, nadar, fazer qualquer atividade. É recomendado não ultrapassar um período de 12 horas com o coletor. Eu o higienizo a cada 5 horas normalmente e no final do ciclo passo as 12 horas mesmo, só higienizo de manhã e antes de dormir, mas isso varia muito do fluxo de cada pessoa. Para a higienização, eu retiro o coletor, descarto o sangue no vaso sanitário, lavo o copinho com água e sabão, seco com papel higiênico e coloco o copinho novamente. No final de cada ciclo eu fervo o copinho por 5 minutos em uma panelinha esmaltada e guardo em um saquinho, já comprei a panelinha e o saquinho junto com o coletor. Algumas meninas que são pagãs ou seguem a Bruxaria Wicca, plantam a lua. É uma forma de fazer o sangue retornar à natureza ao invés de ser descartado no vaso sanitário. 
 
 Coletor Menstrual Inciclo

O meu coletor menstrual é da marca InCiclo, entrei no site e procurei uma revendedora perto de onde moro. A marca trabalha com dois tamanhos de coletores, o menorzinho é indicado para mulheres com menos de 30 anos e que não tenham filhos e o maiorzinho para mulheres com mais de 30 anos ou que já tenham filhos. Essa recomendação é baseada na tonicidade do assoalho pélvico que naturalmente perde elasticidade com a idade e gestações. 
Além do coletor eu também tenho absorves de pano, são reutilizáveis e me ajudaram muito na transição para o coletor. Por ser 100% algodão também é uma boa alternativa para quem tem alergia às substancias químicas presentes nos absorventes descartáveis. 

Caso surgem mais dúvidas fico a disposição, se você for mais tímida e quiser mandar sua dúvida no privado, fique a vontade, meus links de contato estão logo abaixo. Também recomendo o grupo “Coletores Brasil – Mestrual cups” no Facebook, voltado para partilha de conhecimento.


E você, já usa coletor menstrual, tem interesse? 
O que acha do produto?

A autora do artigo, Kelly Aline com o seu coletor


Autora: Kelly Aline
Donzela guerreira de um conto de fadas alternativo. Vegana, feminista, esteticista, cursando pós graduação em visagismo, estilo, imagem pessoal e tricologia. Criativa sanguínea apaixonada por cabelos coloridos, piercing, unicórnios, sereias e elfos. Facebook / Instagram


* Embora imagens e a marca InCiclo tenham sido citadas, esta não é uma postagem publicitária.


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3 de fevereiro de 2017

40 Anos do Estilo Gótico (Masculino)

Ano passado, o vídeo "40 anos do Estilo Gótico" [aqui] de Liisa Ladouceur, deu uma repercussão imensa na internet no mundo todo. A polêmica e o sucesso foram tantos que Ladouceur decidiu fazer um segundo vídeo, desta vez sobre a estética masculina. 


 
"A reação a 40 anos de estilo gótico foi esmagadora. Foi um projeto de arte com meus amigos criativos para celebrar uma subcultura e estilo que eu amava, e foi emocionante vê-lo ressoar por tantas pessoas - mesmo aqueles que discordaram fortemente de nossa versão da história do estilo gótico, que era um quadro geral, um olhar generalista para as tendências ao longo dos anos. Para o vídeo masculino, levei seis meses para encontrar o modelo certo que nos deixou dar-lhe um deathhawk. Nós pudemos caracterizar looks góticos que eram mais masculinos - industriais, por exemplo, ou aquelas calças tão clássicas da [marca] Tripp - ao mesmo tempo em que reconhecemos que a androginia e a troca de gênero são um elemento essencial deste mundo.

A moda dos homens góticos é intrinsecamente mais transgressiva do que a das mulheres - ainda hoje é preciso um monte de coragem para um rapaz sair em plena rua com lápis de olho e batom, ou numa saia e arrastão, nunca se esqueça dos anos 1980, quando tudo isso começou.
Ao longo dos anos, os homens góticos foram tão fashion-forward quanto as mulheres, e queríamos celebrar isso. Tenho certeza que ainda haverá discussões sobre o que é e não é gótico o suficiente neste vídeo, mas isso também é um elemento essencial e bem-vindo.
" - Liisa Ladouceur para o site Nosey.

Então aperta o play que vamos falar mais sobre o vídeo logo abaixo ;)




Datas e Estilos
1976 Punk / 1980 New Romantic / 1985 Trad Goth / 1990 Vampire / 1995 Industrial /
2000 Cyber Goth / 2005 Emo / 2010 Edwardian / 2015 Deathrock revival



  • Ladouceur começou de novo pelo Punk 1976, pois sabemos que ambas as subculturas possuem uma ligação histórica.
  • Neste vídeo ela colocou as datas bem grandes; no vídeo anterior sobre a moda feminina, as datas pequenininhas confundiram muita gente que não as notou.
  • Observem como "1990 Vampire", bate certinho com a estética Romantic Goth do vídeo da moda feminina. Naquela época os livros de Anne Rice influenciaram a subcultura.
  • Em "2005 Emo #sorrynnotsorry", Ladouceur já avisa "desculpa sem pedir desculpa".
"Emo", é claro, já está provocando polêmica. Liisa não abordou exclusivamente os estilos góticos (nascidos na subcultura) e sim os estilos que os membros da subcultura ADOTARAM ou que a subcultura INFLUENCIOU. No caso do Emo, houve uma mistura com a estética gótica em determinado momento, e tendo vindo de um braço do punk, os Emos criaram uma espécie ligação estética de punk + goth versão década de 2000.


  • 2010 Edwardian: algumas vezes citei essa estética aqui no blog, especialmente [neste post] onde analiso os eventos alternativo-históricos. A estética eduardiana entrou muito em voga junto do maior acontecimento da cena gótica daqueles anos: o surgimento do Picnic Vitoriano do WGT organizado por Viona Ielegems, evento este que se refletiu aqui no Brasil, com os Picnics Vitorianos das cidades de Curitiba, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro e até Manaus.
  • "2015 Deathrock Revival": É verdade que está havendo um revival estético do Deathrock, inclusive na moda feminina.

Finalizando, gostaria de lembrar que os vídeos têm como foco História da Moda (alternativa) e não somente a subcultura. Então ao assisti-los é preciso dar uma ampliadinha na mente e enxergar essas influências e referências como um todo.
Se gostaram, não esqueçam de  compartilhar ;)


Contem o que acharam do vídeo! :D



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31 de janeiro de 2017

GOTHIC STATION a primeira revista brasileira dedicada inteiramente à Subcultura Gótica

Venho convidar todos os leitores a conhecer e apoiar um projeto de Henrique Kipper. Trata-se da GOTHIC STATION a primeira revista feita por góticos brasileiros e dedicada inteiramente a falar da subcultura gótica no Brasil e no mundo de uma forma que interessa a nós.

Para que ela vire realidade é necessário apoiar a causa,
acessando [este link]

https://www.catarse.me/gothic_station

Quem contribuir recebe a revista em casa, sem custo adicional, o que você precisa fazer é escolher qual pacote de recompensas quer (CDs, Camisetas, Quadrinhos, etc) dentre as 27 opções. É possível pagar por boleto, cartão e parcelamento em alguns casos. 

Sobre o criador 
Henrique Kipper é autoridade quando se trata de subcultura gótica no Brasil. Na cena há mais de duas décadas, o ilustrador e quadrinista do Mondo Muerto divide seus conhecimentos no site Gothic Station (alguns textos daqui já foram disponibilizados no site, como "Cultura de Moda nas Subculturas".

Se lamentamos pela falta de cultura alternativa disponível no país, chegou a hora de apoiar quem está dando um passo à frente e ampliando as opções de lazer e conhecimento sobre as subculturas. Vamos fazer esse projeto virar realidade? Compartilhe esse post pra que o projeto se torne conhecido e chegue aos adeptos da subcultura! ;)

Trevócitos ©Henrique Kipper


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30 de janeiro de 2017

Como é ser Alternativo na Suécia?

Geralmente ter um estilo alternativo chama a atenção de muitas pessoas e, muitas vezes, por causa do visual, surgem as clássicas frases de familiares e amigos: “Você não arrumará emprego assim!”, “Ninguém te levará a sério com esse cabelo verde!”; E a melhor: “Quando você ficar velho, como ficarão essas tatuagens?”. Essas são algumas das perguntas mais ouvidas pelas pessoas que têm um estilo diferente daquele que é ditado pela grande indústria da moda, ao menos essas eram as reações que eu recebia quando morava no Brasil. Atualmente, depois de muitos anos morando fora, já nem ligo se encontro alguém que tem esse tipo de reação quanto às aparências, porque isso acontece raramente na Suécia, país onde moro.

 A modelo sueca Adora Batbrat
Copyright @adora_batbrat

Aqui na Suécia as coisas são um pouco diferentes, claro que está longe de ser um lugar perfeito, mas, comparando com o Brasil, nota-se uma grande diferença no modo como as pessoas são tratadas por causa de suas aparências. Não posso afirmar que não exista certo preconceito e alguns olhares curiosos ao longo do caminho, mas, de forma geral, ser alternativo aqui não é motivo para tanto espanto, pois você pode trabalhar com o que quiser e onde quiser com um visual alternativo. Percebi isso quando a minha filha entrou para a primeira série. Como meu marido trabalhava na escola, era ele quem a levava, assim, não conhecia a professora da minha filha. Ao questioná-lo sobre como ela era, ele respondeu-me: “Ah! É uma baixinha, magrinha e com um diabão tatuado no peito!”, fazendo gestos e apontando para o colo. Eu comecei a rir da maneira como ele a descreveu. Claro que isso seria motivo de espanto para muitos e, provavelmente, motivo para protestos para que ela cobrisse as tatuagens ou fosse demitida do emprego, afinal “Onde já se viu uma professora de crianças tatuada? Isso é má influência!”. Reação típica de muitas pessoas no Brasil.

Bom, depois de um tempo, eu a conheci. Não era um diabão, mas muitas tatuagens em áreas visíveis do corpo, como colo, braços, mãos etc., e ela não usava roupas que as cobrissem para trabalhar. Ao ver outras professoras do local, notei que ela não era a única a adotar um estilo alternativo, pois outra professora do primeiro ano também tinha um estilo mais Rockabilly, e fui notando que não apenas as professoras, mas as pessoas que trabalham nos mercados, nos bancos e até mesmo nos hospitais; e aí vem a melhor das revelações: ser diferente na Suécia não é lá tão diferente, porque as pessoas te avaliam para empregos pelas suas qualificações profissionais, não pela sua aparência. Minha filha tem o cabelo com mechas coloridas e várias de suas amigas também. Todas são tratadas da mesma forma, são ensinadas a respeitar a individualidade de cada um desde pequenas. É muito bacana você ir a uma reunião de pais e ver que não é a única de cabelo colorido e que as pessoas não ficam te olhando com cara feia, como se a sua aparência fosse mudar algo nas suas responsabilidades como pai/mãe etc.


Adora Batbrat e seus filhos. 
Leia a entrevista que o blog fez com ela [neste link].

Pastelbat reside na mesma cidade que eu 
e anda com seus cabelos coloridos e roupas fofas.
Copyright @pastelbat

O estilo predominante por aqui é rockabilly. O pessoal faz festas e não são exatamente temáticas, as bandas locais tocam esse tipo de música, pois realmente gostam e vivem essa cultura. Nas quartas-feiras, eles se encontram em um clube de dança para dançar buggy. No verão, há um desfile de carros antigos, eles andam pelas ruas exibindo seus lindos carros com som alto e última tecnologia. Eu não sou a melhor pessoa para identificar marcas e modelos de veículos, mas é possível ver desde o Ford Tudor e Simca Chambord até aqueles famosos Mustangs antigos. Além disso, em um festival chamado Midsummer, eles fizeram um desfile só com esses carros antigos, tudo muito legal. 

©Cha Trinsi
©Cha Trinsi

Portanto, como disse antes, nem tudo é perfeito na Suécia e pode ser que a qualquer hora alguém sofra algum tipo de preconceito por isso, afinal, estamos lidando com humanos, e ninguém é perfeito neste mundo. No entanto, de forma geral, os suecos são pessoas super mente aberta e ensinam isso aos seus filhos desde a infância, o que torna cada geração menos preconceituosa e mais evoluída.



Revisão textual: Valéria O´Fern [biografia aqui] 



Autora: Cha Trinsi - Mãe, Fotógrafa, fã do bom e velho Rock N'Roll e do estilo Rockabilly. Não resisto a acessórios kawaii, apaixonada por artes, procuro reunir meus conhecimentos para passar uma mensagem de empoderamento feminino e materno nas mídias sociais. Site: www.chatrinsi.com



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27 de janeiro de 2017

Curso Rewind - História e Referências de Moda (+ Cupom de Desconto)

Hoje o post é um pouco diferente e mais direcionado aos leitores que querem estudar, estudam ou são profissionais de moda que querem aprender um pouco mais sobre a importância da História da Moda para a compreensão da moda contemporânea: consegui uma parceria com o Portal Use Fashion pra oferecer a todos os leitores dos meus blogs um cupom de desconto para o curso "Rewind - História e Referências de Moda"! O que tem de interessante neste curso? Sim, As subculturas são citadas por sua devida importância estética na sociedade

https://store.usefashion.com/curso/Default.aspx?IDProduto=62


O cupom de desconto é AmoHistóriaDaModa e deve ser preenchido no ato da inscrição como exemplificado na imagem abaixo. Pra fazer a inscrição, basta acessar ESTE LINK e clicar em "Comprar".

https://store.usefashion.com/Segmentado/Carrinho.aspx?IDProduto=34


Pra quem não conhece, o Portal Use Fashion é uma empresa de pesquisa de tendências de moda e comportamento de consumo que analisa profundamente os mercados globais promovendo inteligência criativa, cursos, workshops, consultorias, relatórios de tendência e uma revista mensal para os profissionais de moda.

Sobre o curso:
Ministrado por Renata Spiller, com 20hrs de carga horária e 3 módulos que são compostos por apostilas, vídeos, matérias do site e exercícios, sendo um curso 100% online que você pode começar imediatamente após a inscrição. E tem o certificado ao concluí-lo.

Aprender sobre História da Moda é fundamental pra entender e criar a moda de hoje pois te dá um repertório de conhecimento e referências que possibilita uma maior liberdade criativa para desenvolver tanto coleções quanto outros tipos de trabalhos, como figurino e consultorias.
Assim como nós, cada vez mais os profissionais de moda compreendem a importância da estética das subculturas e seu impacto social, por isso ao mesmo tempo em que elas estão sendo cada vez mais cooptadas pelo mainstream, aos poucos elas estão recebendo a devida menção nos cursos de moda por sua significância comportamental e estética.

curso rewind historia e referencias de moda use fashion


Aqui neste vídeo vocês tem uma ideia do que vão aprender:




Apostila. Copyright: Use Fashion


Conteúdo:
Módulo 1 // Entendendo a moda e sua evolução histórica

1. Moda: história e evolução
2. A moda contemporânea
3. Os clássicos da moda
4. Entendendo a roupa, a indumentária, a moda e o estilo
5. Moda x estilo

Neste primeiro módulo é dado uma geral de história da moda do século XV ao século XX, este, ilustrado década a década e abordando a revolução industrial, a alta costura, o surgimento do prêt-à-porter e chegando à pluralidade da moda contemporânea e finalizando com a diferença de conceitos de moda x estilo e individualidade.



curso rewind historia e referencias de moda use fashion
bullet bra cone bra
Leia aqui a história do Bullet Bra

Módulo 2 // Moda: um fator social
6. A sociedade e a moda
7. A difusão da moda
8. O street style
9. Moda conceitual x moda comercial


Neste módulo a história fica um pouco de lado e adentramos na questão sociológica e antropológica da moda, onde é mostrado questões como as diferentes funções do vestir e seus símbolos sociais. Aprende-se sobre as teorias de difusão da moda, o surgimento do street style, da fotografia da moda de rua e as diferenças entre as criações comerciais e conceituais.

 moda punk das ruas para as passarelaspunk street style


Módulo 3 // A moda que inspira e renasce

10. O passado como fonte inspiradora contemporânea
11. As releituras na moda
12. Vintage x retrô
13. O recurso da desconstrução
14. Na prática: cases e inspirações


Já no módulo 3, retornamos ao que aprendeu-se sobre história da moda e como o passado é usado por estilistas contemporâneos como fonte de inspiração e releituras. Nisto entra em cena o vintage, o retrô e a desconstrução de tudo que já foi feito.

moda anos 1980 1990 bottons e patches
sid vicious vivienne westwood punk style


Quando a moda se alimenta constantemente da própria história para criações contemporâneas é fundamental entender de onde ela veio. Afinal, se não conhecermos a história da moda, como vamos saber para onde ela vai? No curso “Rewind – Histórias e referências de moda” faremos juntos uma análise completa da história da moda. Entendendo como este forte influenciador para as criações também serve de suporte para a pesquisa no processo criativo de TODOS os setores da moda.

Então fica aqui minha dica e aproveitem o cupom AmoHistóriaDaModa (o banner está ali na lateral direita do blog, no topo) pra se especializarem ainda mais na área! ;D


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