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15 de junho de 2015

"Moda Alternativa" Feminina no século XIX

Pouco se fala, mas no século XIX houve uma espécie de “Moda Alternativa” usada por mulheres que rompiam padrões sociais. 
Decidi falar desse assunto aqui no blog porque ele tem muito a ver com post que publicarei logo a seguir, e é importante para que se entenda o contexto histórico da época. Tanto essas mulheres quanto a roupa que elas usavam foram precursoras do que viria a ser um novo comportamento feminino frente à sociedade no século XX.

Você com certeza já ouviu a frase "feministas são mulheres feias, lésbicas ou solteironas”. Ela tem sido usada há pelo menos 150 anos para “estereotipar” as mulheres que lutavam por seus direitos e que usavam roupas que fugiam do padrão social, ou seja, roupas alternativas à moda vigente na época. 
Já passou da hora de conhecer um pouco da história pra poder superar isso, certo?


Histórico
Durante alguns milênios, a participação da mulher na sociedade foi relegada ao princípio da procriação e de coadjuvante do homem. Por séculos não lhes era permitido sequer o aprendizado (nos faz também lembrar da luta da paquistanesa Malala para que mulheres também sejam alfabetizadas). A ideologia do século XIX, era altamente patriarcal e esta estipula identidades de gênero fixas, onde os trajes femininos e masculinos tendem a ser claramente diferenciados, e quem adotar em público a roupa do sexo oposto será considerado revoltante e repugnante. Só que com o advento da industrialização, resultado da Revolução Industrial, a mulher foi obrigada aos poucos a se lançar no mercado de trabalho...

As mulheres que no século XIX resolveram se lançar no mercado de trabalho eram de classe operária (pobres) ou mulheres (de qualquer classe social) que optaram por ficar solteiras - significando serem independentes de um homem pra pagar suas contas, o que na época era algo tão desafiador que elas eram relegadas à cidadãs de segunda classe (entendem porque "ficar pra titia" é um termo que sugere que ser solteira é algo negativo?).


Os Trajes
Por trabalharem, essas mulheres decidiram vestir calças, subvertendo a moda da época, que a gente sabe, eram roupas super volumosas, cheias de anáguas e corset. Roupas lindas, mas que limitavam os movimentos femininos e simbolizavam o ócio aristocrático, que era a atividade apropriada para as esposas e filhas da classe média e alta.


Comparação de trajes de meados do século XIX: 
à esquerda, o traje "alternativo" com calças e saia mais curta 
e à direita, o traje da Moda com saias longas e mais pesadas.


As calças também foram usadas como rebeldia (siiiim, mulheres rebeldes sempre estiveram por aí!). E como as questões de gênero eram muito definidas na época, e calças eram associadas à homens, essas mulheres, corajosas e pioneiras, foram assediadas socialmente, algumas vezes de forma violenta. E passaram a usar a peça somente nos ambientes domésticos, em círculos fechados ou na área rural. 

Uma mulher usa calças em casa, local que não seria hostilizada.
E uma jovem usa vestuário alternativo, com elementos da moda masculina
(paletó,colete, camisa, gravata, chapéu de palha).


Algumas eram feministas que exigiam uma participação maior das mulheres na sociedade. E daí vem a frase que citei acima: é claro que numa sociedade tão patriarcal como a do século XIX, mulheres de calças, só podiam ser "lésbicas, feias ou mal amadas! E querem roubar o lugar dos homens!".
Mas as mulheres que decidiam trabalhar, serem solteiras, usarem calças, não estavam querendo ser homens, queriam apenas uma opção de roupa mais leve e que as permitisse mais liberdade de movimentos.

Quer dizer... essas mulheres sugeriram opções alternativas, mas tinham sua estética ridicularizada até não poder mais. Em 1850, Amelia Bloomer apresentou um traje que consistia de uma saia curta sobre uma calça turca volumosa. Amelia e outras mulheres, usavam-no por ser confortável, prático e seguro - sem a intenção de lançar moda. Mas a peça chamava muita atenção, atraia multidões de homens agressivos e tamanho era o assédio, que elas precisaram parar de usar a roupa poucos meses depois pra evitar mais violência. 

Trajes com bloomers (calças bufantes)

Lá por 1880 apareceu uma turma da nova geração, uma espécie de "contracultura" (no sentido anacrônico da palavra) de artistas e escritores, que eram contra o que eles viam como a desumanização provocada pela era Industrial. Eles foram chamados de Pré Rafaelitas. Para eles, a rigidez das roupas e espartilhos vitorianos eram desinteressantes e artificiais.

Através do revivalismo romântico eles produziam arte de vanguarda. Desenhavam vestidos
inspiradas na Era Medieval que foram gradualmente adotados por suas esposas, filhas e pessoas ligadas ao círculo de amizade. A moda mainstream se opunha à esta moda alternativa e zombava dos pré-rafaelitas na mídia.
Eles acreditavam que a sociedade era obcecada por uma falsa aparência de respeitabilidade. Defendiam uma cultura que dependia de bens artesanais e roupas com base nos estilos do final da Idade Média, pois as roupas medievais eram simples, elegantes e bonitas. Muitos deles eram vegetarianos ou defensores dos direitos animais.



Comparação entre o traje mais leve da turma alternativa (pré rafaelitas) e o traje da Moda do período, mais rígido, austero e elaborado.

 
O vestido estético oferecia mais liberdade de movimento do que a moda em vigor na Inglaterra Vitoriana. Estas mulheres não usavam espartilhos e sim corpetes, vestidos fluidos, com pregas suaves. A cava das mangas era no lugar “normal” contrastando com o ombro caído da moda vitoriana que restringia os movimentos dos braços.


O vestuário alternativo dos pré-rafaelitas
tinha peças mais soltas e inspiradas na era medieval.

Oscar Wilde e
Charles Dodgson, também conhecido como Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas, eram defensores e adeptos desta moda alternativa. O estilo de Wilde é amplamente reconhecido como  a moda masculina (alternativa) do movimento estético. Cabelos lânguidos, jaqueta e calções de veludo, chapéu de abas abertas, calças ao estilo turco, gravatas com o nó solto. Wilde era uma das figuras centrais do Movimento e foi muito ridicularizado, mas entendia sobre o poder de se comunicar através da aparência.

Oscar Wilde e Lewis Carroll, defensores de uma moda alternativa


Enquanto as mulheres de calça as usavam somente em casa e os Pré-Rafaelitas desfilavam nas ruas suas roupas de inspiração medieval causando rebuliço, em 1890 apareceu um esporte novo, chamado Ciclismo.
As mulheres da elite ficaram encantadas com as bicicletas! Caras demais para a classe baixa comprar... E a bicicleta exigia trajes mais soltos para poder pedalar. Assim, quando a classe média e alta passa a sentir a necessidade de "usar calças" e peças mais leves, acontece uma mudança definitiva sobre as roupas que as mulheres usavam. É inegável que era impossível andar de bike com os trajes vitorianos elegantes!


Elite vitoriana adota elementos da moda alternativa, calças
e roupas mais leves para poder pedalar

Com o tempo, o traje "alternativo" acabou sendo utilizado por uma parcela maior das mulheres, como as atrevidas gibson girls que foram as precursoras das pin-ups!

O ciclismo é um símbolo de empoderamento e emancipação que mudou em definitivo a forma como as roupas eram vistas, dando liberdade ao corpo feminino. E as roupas alternativas, tiveram sua parcela de responsabilidade ao colocar novos elementos na moda dominante.

Concluindo
Vale olhar com outros olhos para as frases machistas citadas, olhar as bicicletas com outros olhos... quem insiste em dizer que Moda Alternativa não tem importância social, que não muda o mundo, olhe os exemplos acima... Tanto o trabalho, quanto a educação passaram a dar às mulheres a necessidade de se sentirem mais representadas politicamente na sociedade. Leitura, estudo, trabalho, usar calças, saias curtas e biquínis, hoje coisas corriqueiras, vieram de longas batalhas femininas... Uma luta que se travou por quase um século, inclusive através de um movimento que será assunto do post a seguir. ;)


Para saber um pouquinho mais:
Vocês podem ler textos mais detalhados sobre esses assuntos no meu outro blog, o História da Moda:
- Moda Alternativa no Século XIX
- A Roupa Estética e da Reforma


Curiosidade: ainda hoje em alguns países árabes, mulheres são proibidas de pedalar. E aí, aproveito pra indicar pra vocês um filme que fala sobre isso: "O Sonho de Wadjda", sobre uma garotinha árabe que sonha ter uma bicicleta, ouve rock e usa all star e é meio fora do padrão. É o primeiro filme escrito e dirigido por uma mulher saudita e questiona de forma muito sutil a posição das mulheres na sociedade árabe.


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Artigo original do blog Moda de Subculturas. É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

30 de outubro de 2013

Como fazer um Bustle Vitoriano (molde + dica)

Esse post é especial pras meninas que adoram a moda vitoriana! Especialmente aqueles trajes que tem um voluminho no traseiro! =D
O aparato que dava o tal volume se chama bustle, em português também é chamado de "anquinha".

Estou oferecendo em meu blog de História da Moda, um molde histórico (de 1874) e uma dica barata de como fazer esta armação de saia. Embora pareça difícil, não é tanto, ainda mais se você tem um conhecimento prévio de costura e montagem de roupas. Um dos motivos de eu publicar esse molde é que até então não vi um site nacional que disponibilizasse um tutorial em português.
Embora não tenhamos um moda alternativa-histórica forte no Brasil - talvez até mesmo pela falta de saber como fazer tais roupas - essa é uma oportunidade dos interessados de aprender a fazer uma peça de época.

Para ler o post, clique na imagem do vestido vermelho (uma releitura do vestido da personagem Mina do filme Drácula de Coppola). Esse vestido é um ótimo exemplo de como a anca pode ser usada em releituras alternativas vitorianas.

http://modahistorica.blogspot.com.br/2013/10/como-fazer-um-bustle-molde-dica.html

10 de junho de 2013

Corpos de Subversão: Mulheres Tatuadas da Era Vitoriana aos Dias de Hoje

O livro Bodies of Subversion - A Secret History of Women and Tattoos, publicado originalmente em 1997 teve agora reedição em versão ampliada. A autora é Margot Mifflin, uma professora de arte e cultura interessada na importância das tatuagens nas artes visuais. O livro é considerado a bíblia da história das tatuagens femininas e aborda o tema sob uma perspectiva feminista. Esta edição tem 100 fotografias inéditas a mais do que quando foi publicado pela primeira vez. A necessidade de atualização do livro surgiu porque na última década mais mulheres estão tatuadas, exercendo trabalho como tatuadoras e, pela primeira vez na história, há mais mulheres tatuadas nos EUA do que homens.

A maioria das pessoas pensa em tatuagens como um fenômeno moderno. Mas é uma subcultura que existe e tem uma história muito mais longa do que se imagina. Margot Mifflin aponta o início da tatuagem ocidental com a descoberta do Capitão Cook de nativos Maori tatuados na década de 1760. No início, as tatuagens eram "picadas com a mão" já que a agulha elétrica só foi inventada em 1891.

Você ficaria surpreso ao saber que as tatuagens eram consideradas uma tendência de moda dentre a classe alta da era vitoriana?

 
Os exploradores do século XIX, ao voltar para o Reino Unido cheios de contos sobre as estranhas e maravilhosas mulheres tatuadas que viam em suas viagens, fizeram com que rapidamente estas se tornarem uma tendência de moda entre as mulheres da classe alta da sociedade vitoriana. Posteriormente, a tendência chegou nos EUA. 
As mulheres tinham pernas ou braços tatuados com os nomes de seus maridos ou com desenhos decorativos que funcionavam como jóias. A tendência diminuiu por volta da virada do século, em parte porque as mulheres de circo começaram a aparecer na década de 1880, e a prática rapidamente tornou-se associada com as mulheres das classes mais baixas. Essa idéia de associar tatuagem com classes baixas permaneceu por um bom século, agravada por outros fatores. Algumas mulheres vitorianas foram tatuadas contra a sua vontade para virarem atrações circenses já ser uma atração "bizarra" gerava renda aos proprietários de circos.
"Mulheres da classe alta vitoriana estavam fazendo um gesto feminista. Elas estavam tomando o controle de seus corpos quando eles tinham pouco poder em outro lugar", explica Mifflin. 

Em 1892, o futuro rei George V da Inglaterra, teve uma Cruz de Jerusalém tatuada durante uma visita ao Oriente Médio e dita uma tendência nas cortes européias, tanto que em 1898, Edward VII também fez uma tatuagem assim como o rei Frederico IX da Dinamarca; o Rei da Romênia, o Kaiser Wilhelm II; o rei Alexandre da Iugoslávia e o czar Nicolau II da Rússia. E houve boatos de que a Rainha Victoria também tinha uma. Em 1900, a primeira exposição tatuagem é realizada em Londres, o que popularizou a idéia de tatuados virarem atrações circenses.

Na década de 1920, a popularidade das tatuagens diminuiu devido à Grande Depressão e da II Guerra Mundial. Em 1945, se você queria uma tatuagem, teria de se dirigir para a parte mais obscura da cidade, onde haviam bares e shows burlescos e chegar em uma pequena loja que oferecia poucas idéias em três ou quatro cores. A tatuagem só retorna nos corpos femininos em 1970, quando foram reivindicadas pelo movimento feminista nascente. Questões do direito ao aborto, contracepção e regulação do governo dos corpos das mulheres chamou a atenção para a questão de quem está controlando o corpo das mulheres e porquê. No livro, Mifflin aponta que a partir da década de 1980, com a popularização das cirurgias estéticas, as mulheres tomam mais consciência de seus corpos; revistas de tatuagem e convenções surgem e artistas na MTV diziam que ter tatuagens era algo legal. Assim, elas se popularizam até se tornarem parte da cultura dominante na década de 1990 como uma declaração "rebelde fashion".
Nos dias de hoje, você pode encontrar um famoso estúdio de tatuagem e tatuadores celebridades e marcar uma consulta, haverão equipamentos higienizados, poderá escolher entre dezenas de cores de tinta vegan-friendly e desembolsará alguns mil reais por uma peça personalizada de arte.
 
Algumas mulheres ilustradas (literalmente) no livro:
Olivia Oatman: no início do século XIX, Olivia Oatman teve sua familia morta por índios yavapis no oeste dos Estados Unidos. A tribo a raptou e fez nela a primeira tatuagem em uma mulher branca que se tem notícia. Aos 19 anos foi resgatada e virou celebridade local por sua tatuagem tribal no rosto. Embora tenha se casado com o pecuarista John B. Fairchild, ela nunca teve filhos e adotou uma filha, Marnie, em 1877. Depois que ela morreu com 65 anos em 1903, surgiram rumores de um casamento anterior com um chefe  Mojave, que ela teria tido dois filhos, mas isto nunca foi comprovado.


Nora Hildebrandt foi a primeira mulher a ser tatuada para ser uma atração de circo. Ela fez sua estréia em março de 1882. Nora foi tatuada por seu pai, o alemão Martin Hildebrandt, um dos primeiros homens ter uma loja de tatuagem nos Estados Unidos, mais especificamente em 1846. Ela era a tela de seu pai quando ele não estava tatuando marinheiros ou soldados da Guerra Civil. Estima-se que ela teria tido 365 tatuagens do pescoço aos aos pés. Ela viajou com o Barnum and Bailey Circus durante a década de 1890 e é considerada "a mãe de todas as mulheres tatuadas de circo".

 
Irene Woodward, também conhecida como La Belle Irene, começou a realizar performances como mulher tatuada na década de 1880. Fez sua estréia em grande estilo em Nova York, poucas semanas depois de Nora Hildebrandt. Trabalhou em museus e fez viagens por toda a Europa com grande sucesso. No palco, alegou ter sido tatuada por seu pai, mas na verdade foi tatuada por Samuel O'Reilly, então aprendiz de Charles Wagner. Irene passou 15 anos trabalhando em circo.


Maud Wagner, é considerada a primeira tatuadora americana. Teve encontros amorosos antes do casamento (com seu futuro marido Gus) em troca de aulas de tatuagens. Ela também era trapezista e contorcionista. Seu marido Gus, foi o primeiro a utilizar uma máquina de tatuagem elétrica. Sua filha Lovetta Wagner também tornou-se uma artista reconhecida, apesar de não ter tatuagens.

 
Mildred Hull, "A Rainha Bowery", nasceu em 1897. Era uma mulher tatuada e uma tatuadora. Mildred começou a sua carreira no circo como dançarina exótica e depois virou tatuadora sendo uma das primeiras a aprender tatuagem sem a ajuda de um namorado ou marido. Em 1939, ela tinha seu estúdio chamado Tattoo Emporium, que compartilhava com um barbeiro. Tatuou muitas mulheres ao longo de sua carreira.


Artoria Gibbons, cujo seu verdadeiro nome é Anna Mae Burlingston,  conheceu o tatuador Charles Gibbons, com quem se casou em 1912. Seu marido tatuou todo o seu corpo com motivos religiosos, já que Anna era devota da Igreja Episcopal. Junto com Charles, ela trabalhava como mulher tatuada na década de 1920 sob o nome artístico Artoria Gibbons. Entre suas tatuagens estavam a Anunciação de Sandro Botticelli e a Sagrada Família de Michelangelo. Artoria chegou a dizer que se tornou uma mulher tatuada devido à problemas econômicos já que o trabalho como mulher tatuada era uma boa maneira de sobreviver.

 
Lady Viola nasceu 27 de março de 1898, e seu nome verdadeiro era Ethel Martin Vangi. Foi tatuada em 1920 por Frank Graf e logo se tornou conhecida como "a mulher tatuada mais bonita do mundo". Ela trabalhou em museus e participou do circo Thomas Joyland até os 73 anos de idade.


La Bella Angora foi performer de um circo alemão do início do século XX, e alcançou grande fama. Também criou a história de palco de que suas tatuagens foram feitas quando ela foi sequestrada em terras distantes por selvagens.

 
Betty Broadbent teve  seu corpo tatuado por homens como Van Joe Hart, Charlie Wagner, Red Gibbons e Tony Rhineagear. Betty gostava de passar o dia na beira da praia e foi uma das circences mais fotografadas de sua época. Fez história ao aparecer no primeiro concurso televisivo de pessoas completamente tatuadas durante a Exposição Mundial de 1937. Ela disse que em sua pele havia mais de 350 tatuagens, incluindo várias celebridades de seu tempo, como a Rainha Victoria. Betty passou 40 anos viajando por toda a América do Norte, Austrália e Nova Zelândia além de ser tatuadora eventualmente. Em 1981 foi a primeira pessoa a entrar no Hall of Fame das tatuagens.


Elizabeth Weinzirl começou a se tatuar com  47 anos de idade na década de 1950,  porque segundo ela, seu marido queria ter uma mulher tatuada.



Cindy Ray: a primeira musa dos tatuados.


Outras imagens do livro:

 
 

A autora também fala da mãe de Winston Churchill (estadista britânico), Lady Randolph, que tinha uma cobra tatuada no punho. Sobre Janis Joplin, histórias curiosas: a tatuagem que tinha no peito, era um presente para os rapazes - a cereja no topo do bolo. Já a pulseira florentina que tinha no punho que virou símbolo do feminismo, foi feita para todos. O livro também fala das mulheres que usaram a tatuagem ao invés de próteses para esconder as marcas deixadas pelas mastectomias.

Sutiã tatuagem: a arte esconde marcas de mastectomia

Mufflin também discute sobre o fato de que muitas das publicação sobre o tema são escritas por homens. A autora discorre se as pin-ups tatuadas das capas destas revistas são boas ou más para o feminismo. Muitas mulheres tatuadas são retratadas por si mesmas ou pelos outros como objetos sexuais nas convenções de tatuagem.

As revistas de tatuagem ainda focam no público masculino, trazendo mulheres sensualizadas em suas capas:

Esta versão atualizada do livro tem uma seção sobre ​​celebridades como a tatuadora Kat Von D, a mais famosa tatuadora do mundo atualmente e assim como aborda o impacto de reality shows de tatuagens na cultura mainstream (aqui)..


As mulheres tatuadas de hoje ainda vivem à margem da sociedade se tatuadas em locais bem visíveis? Apesar de toda a popularização, se você faz uma escolha para ser tatuada num local visível, você corre o risco de ser  inelegível para certos tipos de trabalho. É interessante levantar o questionamento se tatuagens ainda são muito estigmatizadas na nossa sociedade. ;)



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17 de novembro de 2012

O Figurino do filme Anna Karenina

Com os frequentes eventos de revivalismo histórico ocorrendo em diversos Estados do Brasil, filmes de época acabam se tornando objetos de pesquisa pra quem quer se iniciar neste nicho e criar um look adequado ao dresscode de tempos passados.
É preciso ter em mente quando se assiste à um filme, uma série ou uma novela de época que o figurino é sempre a idéia do produtor, diretor e figurinista, pois são entretenimento e não documentários históricos. Isto se chama liberdade artística e eu sou a favor dessa liberdade, mas quem está se iniciando no estudo de história da moda através de filmes, é bom saber que não dá pra confiar 100% na veracidade de um figurino.
Este fim de semana estreiou nos EUA a quinta versão cinematográfica do filme Anna Karenina que foi todo filmado dentro de um teatro russo e o figurino... bem, teoricamente deveria ser 1870 (late victorian), visto que na época os aristocratas russos estavam obcecados pela moda francesa, mas o diretor e a figurinista optaram por dar sua própria visão, misturando 1870 com o New Look Dior . Duas silhuetas diferentes!

O New Look Dior é uma releitura do Early Victorian e não do Late Victorian então, quando assistirem o filme lembrem-se deste anacronismo e que figurinos nem sempre deve ser levado como 100% de referência, a não ser, é claro, se você deseja fazer uma releitura.

Figurino do filme, vejam este vestido roxo:

 

Agora reparem a semelhança do traje roxo da foto com o conjunto Zémire de 1954 de Dior:

Trajes que se usavam em 1870, época da história:

Figurino do filme, algumas peças lembram 1870 outras o New Look:

E você, gostou do figurino? Aprecia esse anacronismo ou prefere figurinos fidedignos?

4 de janeiro de 2012

Concurso Lady e Lord Vitorianos: Prêmios!


Já montou seu look para o Concurso Lady e Lord Vitorianos?
Com certeza você nunca teve a oportunidade de ganhar tantas peças de moda alternativa de uma só vez! E é esta oportunidade que o Moda de Subculturas está dando à você com ajuda dos blogs Poesia Retrô e do Diários Anacrônicos. 

Prêmios:
A loja Dark Angell vai premiar o Lord com um relógio de bolso e a Lady com um conjunto de acessórios (gargantilha + bracelete):

 

A loja Pulchra vai dar um broche pra Lady:


A loja Dark Fashion vai dar uma luva de renda pra Lady e camiseta pro Lord.

A loja Dark Front vai premiar a Lady com um espelho de mão e o Lord com um monóculo steampunk. Ambas as peças são importadas, da marca inglesa Alchemy Gothic!


A loja Devas Acessórios vai premiar a Lady com uma mini cartola e o Lord com uma cartola masculina.



A loja Belladonna vai premiar o Lord com um cravat/jabô.


A Loja Tia Turva vai premiar o Lord e a Lady com um conjunto de bottons com imagens vitorianas masculinas e femininas; também terá bottons do blog Moda de Subculturas!

 

Como participar?

O concurso é dividido em duas etapas: na primeira, você deve enviar fotos do seu look inspirado na Era Vitoriana. 
A segunda etapa consiste em responder às seguintes perguntas:
• Perguntas de Literatura promovidas pelo blog Poesia Retrô (a Lady e o Lord devem responder):
1. Cite e explique com suas próprias palavras as características do Romantismo enquanto escola literária.
2. Quais foram as primeiras reações anti-românticas na década de 1870?
3. Cite um poema do Parnasianismo.
Links para consulta:
http://poesiaretro.blogspot.com/2011/01/historia-da-literatura.html
http://poesiaretro.blogspot.com/2011/04/poesia-da-belle-epoque.html

• Perguntas de História da Moda promovidas pelo blog Moda de Subculturas:
Perguntas apenas para a Lady:
1. Como era a estética do Early Victorian?
2. Como era  estética do Mid-to-Late Victorian?
Perguntas apenas para o Lord:
1. Quem influênciou a moda masculina vitoriana?
2. Como era estética masculina vitoriana?
A pergunta de História promovida pelo blog Diários Anacrônicos será enviada para o email do participante.
Monte seu look inspirado na Era Vitoriana, responda às perguntas e envie tudo para: modadesubculturas@gmail.com
Boa sorte!!

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