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9 de julho de 2019

10 anos de Moda de Subculturas: Conheça a ilustradora Annah Rodrigues, cuja arte estará em nosso zine!

Primeiro, queria dizer pra vocês não desistirem da gente haha! Este blog, nosso Face e Instagram andam suuuuper lentos de atualizações, mas é por um bom motivo: a produção do conteúdo da revista e dos zines comemorativos de 10 anos do Moda de Subculturas! 
Peço a vocês paciência pela ausência mas que não deixem de nos visitar! Preciso  mais do que sempre do apoio de vocês pros projetos de 10 anos se tornarem realidade, por isso criei uma vakinha, onde vocês podem contribuir com qualquer valor, basta acessar a Vakinha Moda de Subculturas e garantir seu apoio

Hoje vocês vão conhecer um pouco mais do conteúdo inédito e exclusivo que está sendo produzido pros 10 anos: apresento a vocês uma de nossas ilustradoras, a Annah Rodrigues, que está criando artes especiais pro zine, que serão mostradas no momento oportuno. Logo logo vocês vão conhecer as outras ilustradoras, porque sim, nossos zines abraçarão a diversidade de mulheres super criativas!

Elvira e Vampira deixaram de lado a rivalidade no desenho da Annah!

Acho muito importante apoiar quem está começando, que é o caso da Annah! Tenho muito orgulho de ter apoiado e divulgado desde o começo do blog as novas marcas alternativas, mesmo que algumas destas tenham nos deixado, ainda acredito que no nicho alternativo apoio mútuo é o que permite que todos cresçam e se fortaleçam!

Quando comecei a pensar quem convidaria pra ilustrar as comemorações dos dez anos, foi importante escolher pessoas aliadas da cultura alternativa. Pessoas que percebo um talento e paixão pela arte. A Annah foi nossa colaboradora aqui do blog, que precisou ficar fora um tempo devido ao TCC, mas logo logo ela volta! No TCC em Design, ela criou uma webcomic com foco nas mulheres do metal! Não é pra aplaudir de pé? Me orgulho muito desta menina que tem um baita caminho pela frente! Você pode ler o comecinho da webcomic Vale do Metal clicando aqui.

É legal ver que a ilustração alternativa tem várias facetas... a Annah tem um estilo que mistura fofo e trevoso com personagens bem diversas e um traço divertido. E é isso que vocês vão encontrar na nossa parceria. Ao longo da entrevista, vocês verão algumas artes da Annah enquanto a arte exclusiva ao MdS fica em segredo...


Personagem usando roupas da Reversa: união entre arte e moda alternativa!

MdS: Conta pra gente como você adentrou na arte do desenho.
Eu sempre desenhei por conta própria, principalmente porque meus pais nunca tiveram condição de bancar um curso pra mim - cheguei a fazer aula de mangá quando tinha 11 anos, mas só por seis meses. Minha mãe sempre me dava cadernos novos de desenho e meu quarto vivia cheio de lápis de cor, pacotes de papel sulfite e pastas com meus desenhos. Também vivia desenhando atrás das provas da escola e nas capas dos meus livros e cadernos - já levei altas broncas por causa disso!
Na transição pro Ensino Médio eu me afastei um pouco do desenho porque queria fazer faculdade de música, e também tinha começado meus estudos formais num conservatório aqui de São Paulo, mas foi uma amiga minha que me fez "voltar às minhas origens". Fui estudar Design e, ao longo da faculdade, evolui meu estilo até chegar no que eu faço hoje.

MdS: Quais suas inspirações artísticas?
Essa é sempre uma pergunta difícil kkk Gosto de muitas coisas: mangás, desenhos animados, filmes do Tim Burton, livros, bandas de metal... Meus artistas favoritos são a Yana Toboso (autora de Black Butler), Hidekaz Himaruya (autor de Hetalia), JP Ahonen (autor de Belzebubs) e o usuário @yukkedondon do Instagram (responsável por algumas artes de camisetas do Ghost recentemente). No geral, o que me atrai é basicamente qualquer coisa que seja fofa e trevosa ao mesmo tempo kkk

Bruxinha feminista!

MdS: Como foi o processo até chegar no estilo de desenho que faz hoje? Como você descreveria seu estilo de criação?
Assim como muita gente que gosta de desenhar, eu comecei desenvolvendo um estilo mais próximo do mangá. Eu basicamente copiava os personagens que eu via na TV e online, e até mesmo arriscava a criação de alguns meus. Fiquei nessa até a metade da faculdade, quando comecei a explorar novas soluções gráficas com influências Burtonescas e de animações com estilo CalArts - já vi gente dizendo que meu traço lembrava um pouco os quadrinhos de Scott Pilgrim também. Posso dizer que meu estilo, hoje em dia, é mais uma variação do que se faz de cartoon aqui no ocidente, mas sem perder referências das minha influências orientais em alguns aspectos.

MdS: Você pretende desenvolver produtos físicos ligados à seus desenhos, como pôsteres, adesivos, papelaria..?
Agora que já estou formada eu quero muuuito começar a vender coisas com os meus desenhos! Estou aguardando o resultado do Pixel Show e pretendo me inscrever no Ressaca Friends este ano - a ideia é começar desde já a pintar nos Artist's Alley de vários eventos pra vender prints, bottons e adesivos, principalmente com artes originais minhas.

MdS: Como colaboradora do Moda de Subculturas, criou postagens de sucesso como "Crescer é abandonar o estilo alternativo" e a entrevista com a Ursula Decay... de que forma você adentrou na cultura alternativa?
Olha, acho que como muitos roqueiros aqui de São Paulo meu contato com esse universo se deu muito com a música e também com a Galeria do Rock. Lembro até hoje o choque cultural que eu levei quando eu visitei lá pela primeira vez e foi uma experiência muito mágica - ver todo aquele pessoal diferente e aquelas lojas era novidade pra mim! Fora isso teve as pesquisas na internet e tal, o que inclui o blog de vocês!

Garotas Alternativas

MdS: O universo da ilustração sempre deu destaque a arte dos homens. No próprio Rock quase não vemos artes visuais feitas por mulheres. Como você se sente nesse meio? Sente solidão, alguma barreira (preconceito)...? Como o campo está se desenvolvendo nesse aspecto de mulheres cada vez mais presentes?
Eu sinto um pouco de desigualdade e falta de visibilidade, sim, principalmente entre a galera que mexe com quadrinhos. Lembrei agora de um curso que fiz de HQ recentemente e, dos 15-20 alunos da turma, só tinha eu e mais uma menina de mulheres! Sem falar da exposição de história dos quadrinhos que ocorreu faz pouco tempo no MIS, onde só lembro de ter visto menções à Marjane Satrapi (autora de Persépolis) e à Laerte (muito provavelmente por ela ter atingido a fama antes da transição de gênero) em meio a troçentos autores homens.

Eu mesma sinto um pouco de receio às vezes de falar que comecei a fazer quadrinhos e a trabalhar com ilustração porque 1) se eu estiver falando com um cara, ele pode querer fazer todo um questionário pra dar o "aval" de que eu sou digna ou não de mexer com aquilo (perguntar que quadrinhos eu acompanho, de qual desenhista ou roteirista eu gosto, que arco de tal série é o meu favorito) e 2) num país onde o maior caso de sucesso de ilustração e quadrinhos é Mauricio de Souza, as chances de as pessoas acharem que o que eu faço é algo infantil são muitas, isso tanto pejorativamente quanto por inocência mesmo. Mas o bom é que hoje em dia eu vejo as minas se juntando pra se apoiarem e divulgar o trabalho umas das outras, seja por grupos em redes sociais ou até em projetos maiores como o banco de dados da Lady's Comics (link aqui: http://ladyscomics.com.br/bamq). No fim das contas, é preciso tomar esse tipo de iniciativa pra aumentar a nossa voz mesmo.

Freakshow!


MdS: Seu trabalho é visivelmente alternativo, você acha que existe alguma uma espécie de "limitação" de lugares onde sua arte possa ser exposta ou apresentada? Sendo assim onde e como você costuma divulgar sua arte para ela se tornar mais conhecida?
Já recebi feedback de profissionais dizendo que o tema que eu abordo nos meus desenhos é muito nichado, fora toda a insegurança e indecisão que um ilustrador iniciante tem em trilhar caminho X ou Y na sua carreira, que clientes atingir, etc. Isso é normal, afinal o mercado funciona assim e ninguém pode viver apenas de fazer Arte só pela Arte em si. Eu já fiz trabalhos de ilustração para clientes pequenos fora do nicho que aceitaria o que eu normalmente faço, mas acredito que com as pessoas certas na minha rede de contatos eu posso conseguir trabalhos bem legais em diversas oportunidades.

Já em relação à divulgação, eu aposto no que é o óbvio nos tempos de hoje: redes sociais. Mantenho atualizado meu Behance e meu Instagram sempre que possível e tenho uma página no Facebook para estar em contato com quem utiliza a plataforma - não vejo mais tanta utilidade no face pro meu âmbito pessoal kkk Tenho outras redes que preciso dar uma ressucitada (vide Deviant Art e Tumblr) e quero muito fazer um site profissional com meus melhores trabalhos. Ah! Agora voltei para o Twitter (@ilustra_annah) e lá eu também posto o que estou fazendo e compartilho trabalhos de outros artistas e coisinhas bacanas :)


MdS: Recentemente você avisou que seu TCC em Design vai ser em quadrinhos sobre as mulheres do metal, você até lançou algumas ilustrações no seu Instagram e disponibilizou dois capítulos num site (eu li e estou adorando!), qual a sua visão sobre mulheres do metal e como isso influenciou no desenvolvimento de seu webcomic?
O rock no geral sempre me foi transmitido como coisa de menino e, depois de toda a pesquisa conceitual que eu fiz sobre o assunto pro TCC, eu percebi que há aspectos que denunciam a predominância masculina e o caráter misógino do meio. Se você é uma mulher que curte metal, os caras sempre vão questionar a paixão que você tem por isso porque pra eles as metaleiras têm que ser ou gostosonas ou então usar um visual tão masculino quanto o deles - além de rolar o lance do "questionário" pra saber se você realmente manja das bandas que você ouve. Se você disser que toca, então, ainda vão ser envolvidos outros tantos paradigmas culturais com base em "instrumento de homem" e "instrumento de mulher", o que não faz o menor sentido!

Eu mesma, ao mesmo tempo em que tive meu gosto musical elogiado por pessoas mais velhas, também fui alvo dessa desconfiança por parte dos caras. E não só essa minha revolta mas também o meu crescente interesse por conhecer mais mulheres e bandas femininas da cena me inspiraram na hora de criar a história do meu projeto. Eu queria dar protagonismo a garotas que vivem na pele o que é ser mulher no meio, seja como musicistas ou apenas como fãs, e tudo sem hipersexualizá-las ou tornando-as inimigas uma da outra, mas sim mostrar que a união faz a força e que mulher também tem lugar no metal.

Gatinho mágico <3


MdS: Espaço para escrever algo que não foi perguntado mas que gostaria de expressar.
Gostaria de dar alguns conselhos: 1) se você está adentrando o mundo dos ilustradores e quadrinistas agora assim como eu, não deixe ninguém te por pra baixo por conta da sua pouca vivência no meio e não pense que todos os veteranos vão te menosprezar - você pode se surpreender e até criar uma boa rede de contatos!; 2) você que é mulher e curte rock e metal, não se intimide com os caras e viva sua vida plena, ouvindo o que você gosta e sem dar satisfação pros outros; e finalmente, 3) apoie as minas ilustradoras, quadrinistas e musicistas da sua cena! 

________

E aí, gostaram de conhecer a Annah? O que acharam da arte dela? Super a ver com o blog né? Espero que tenham apreciado a entrevista e cliquem no banner abaixo pra apoiar nossa vakinha de aniversário!

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Direitos autorais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas. 
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1 de setembro de 2017

Ursula Decay fala sobre suas personagens alternativas em entrevista exclusiva // Interview with Ursula Decay

Tenho várias referências artísticas e ilustradores que admiro. O que mais me atrai é um pouco tanto do estilo das ilustras quanto do tema que o artista geralmente aborda em seu trabalho - normalmente procuro trabalhos que mostrem um pouco de rock, cultura pop japonesa e estilos alternativos.

For English version scroll down

Copyright (c) Ursula Decay

AriannaOlga Veitch, conhecida na internet como Ursula Decay, é uma ilustradora americana que sempre retrata alternativos em seus desenhos e quadrinhos - um reflexo de seu jeito de ser e de seus gostos. Achei seus trabalhos no Tumblr e Deviant Art e me apaixonei na hora! Ela sempre posta desde desenhos isolados de seus personagens até tirinhas em quadrinhos, sempre retratando com fidelidade e riqueza a moda alternativa atual. Curiosa que sou, entrei em contato com ela e trouxe uma entrevista exclusiva para vocês conhecerem-na melhor:

AriannaOlga Veitch-arte-alternativa
Copyright (c) Ursula Decay


Como você descreveria o seu estilo (como se veste e como faz arte)?
Ursula: Minha arte é altamente inspirada em quadrinhos dos anos 1980 e 90, modas de várias subculturas e música alternativa. Gosto de muitos estilos diferentes, então não tenho um visual definido. Amo os penteados dos anos 50, mas também adoro moicanos, então costumo ter um lado da cabeça raspado e alguns cachos. Adoro meias detonadas e camisetas velhas de banda, então tem um pouquinho de punk nisso. Um monte de coisas de Halloween, um monte de coisas de filmes de terror e eu não poderia me esquecer do meu amor por pastel goth!

Quais são suas maiores influências e o que a fez tornar-se artista?
U: Filmes de ação viciantes, claro! Faster Pussycat Kill Kill, Kill Bill, Death Proof, Mad Max, Natural Born Killers, subculturas em geral. Já passei por tudo quanto é estilo no colégio: gótico, punk, skater, grunge... até mesmo uma fase scene! Eu virei artista porque era algo que eu sempre fiz. Venho de uma família de artistas, meu pai e todos os meus irmãos fazem arte.

Arianna na vida real: ela mesma é como suas criações
(imagens de acervo pessoal da artista)



Pode nos contar um pouco mais sobre os seus personagens Oliver e Veruca? O que a fez criá-los e o que eles representam para você?
U: Oliver e Veruca são personagens que eu criei originalmente para um jogo de Dungeons and Dragons dos meus amigos quando estava estudando Arte. Eles eram bandidos num mundo apocalíptico futurista, tipo Blade Runner com Mad Max e 5th Element. Eram caras maus que, no fundo, eram bons. Quando criança, em todos os filmes da Disney que eu via sempre gostava mais dos vilões do que dos personagens principais e sempre me perguntava: "Como que eles se tornaram vilões? Eles já foram bonzinhos?"  Então, hoje em dia Oliver e Veruca são desse jeito: duas pessoas que fazem coisas horríveis, estão numa gangue e levam uma vida selvagem. Mas eu queria humanizá-los e mostrar porque eles são como são. Até porque é bem legal desenhar esses delinquentes!

Da esquerda para a direita: Glam (de Munrou), Oliver e Veruca.
Copyright (c) Ursula Decay

Crazy-Axe-Girlfriend-byUrsula-Decay
Copyright (c) Ursula Decay

O que você planeja para sua carreira artística? Algum conselho para quem quiser ser artista?
U: Quero fazer meus próprios quadrinhos e publicá-los de algum jeito, seja como webcomics ou como volumes físicos. Isso seria um sonho! Agora, um conselho: ARTE É DIFÍCIL! É um negócio difícil de sustentar alguém financeiramente. Você tem que ser forte porque as pessoas criticarão duramente sua arte. Você não pode comparar-se aos outros pois isso só te machucará. Precisa treinar o tempo todo se quiser melhorar e você tem que amar muuuito isso!

Copyright (c) Ursula Decay

Seus trabalhos e demais informações para contato podem ser encontrados no seu TumblrDeviant ArtInstagram, na sua fanpage e seu canal do YouTube.


Copyright (c) Ursula Decay


 Interview with Ursula Decay
 
I admire several artistic references and illustrators, what appeals to me is both the style of the illustrators and the theme their work addresses - I usually look for works which shows rock n roll, Japanese pop culture and alternative styles. 
Arianna Olga Veitch, known on the internet as Ursula Decay, is an American illustrator who always portrays alternative people in her drawings and comics - a reflection of her way of being and her tastes. I found her work on Tumblr and Deviant Art and fell in love with! She uploads since isolated drawings of her characters to comic strips, always portraying with fidelity and richness the current alternative fashion. Curious that I am, I contacted her and brought an exclusive interview so you can get to know her better!

How would you describe your style (the clothes you wear and the way you make art)?
U: My art it highly inspired by old 80′s and 90′s comics, fashion from various subcultures and alternative music, I like a lot of different styles of fashions, so I'm all over the place with my wardrobe. I love the hairstyles of the 50's but I also love mohawks, so I usually have some part of my head shaved with some sort of pin curl, I love distressed holey stockings and old ripped band tees so there's a little crust punk, A ton of Halloween stuff, a ton of horror movie stuff, and I can't forget my love for pastel goth!

Copyright (c) Ursula Decay

What are your biggest influences and what made you become an artist?
U: Cheesy action movies for sure! Faster pussycat kill kill, Kill Bill, Death Proof, Mad Max, Natural Born Killers, Subculture as a whole. I went through all the styles back in high school: goth, punk, skater, grunge... even a cringy scene phase! I became an artist because It's something I’ve always done, I come from a family of artist my father and all my siblings make art.

Copyright (c) Ursula Decay
 
Can you tell us more about your characters Oliver and Veruca? What made you create them and what do they represent for you?
U:
Oliver and Veruca were characters I had originally created for a Dungeons and Dragons game my friends held back in art school. They were criminals in a futuristic apocalyptic world think Blade Runner x Mad Max x 5th Element. They were bad guys who deep down were good . As a kid in every Disney movie, I watched I always loved the villains more than the main characters and always wondered what made them become a villian? were they ever good? so today Olly and Veruca are very much that, 2 people who do horrible things are in a gang and lead a wild life but I wanted to humanize them and show why they are the way they are . Plus it's pretty fun drawing these gutter punks!
 
Copyright (c) Ursula Decay
 
What do you plan for your art carreer? Any tips for anyone who whants to be an artist?
U:
I want to make my own comics and publish them somehow either as a webcomic or in print, that would be my dream job! As for advice ART IS HARD! it’s a hard bussness to make a living in. You have to have a tough skin because people will judge your art harshly. You have to not compare yourself to others cause that will only hurt you. You need to practice all the time if you want to get better and you have to reallllly love it!

Copyright (c) Ursula Decay

Her work and other contact information can be found on Tumblr, Deviant Art, Instagram, fanpage and YouTube channel.


Autora: Annah Rodrigues
Estudante de Design, técnica em Multimídia e ilustradora freelancer.
Uma colcha de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas de época e animes.
Usa sua introversão e sentido de (des)encaixe para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos pouquinhos a cena alternativa de São Paulo.
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Artigo de Annah Rodrigues em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas pela autora baseadas na ideia e contexto do texto.

12 de março de 2017

Crescer é abandonar o estilo alternativo?

Minha mãe e minha avó vêm me dizendo há um tempinho que já está na hora de eu começar a usar sapatos de salto e variar mais meu guarda roupa, porque já sou uma mulher e estou para entrar no mercado de trabalho. Quando comentei de uma professora minha ter sido punk quando jovem, já tacaram uma espécie de indireta: “Com o tempo a gente vê que não dá certo ser assim no meio da sociedade” – palavras aproximadas da fala original.

À medida que crescemos, é normal que seja cobrado de nós atitudes mais maduras como arrumar o quarto, ajudar nas tarefas de casa, ter responsabilidades para com nossas coisas e por aí vai. Beirando a adolescência, temos que deixar de ser criança; beirando a vida adulta, temos que ser ainda mais maduros e deixar de ser adolescente. Porém, é nesse ponto em que quem tem um estilo de se vestir diferente é cobrado para deixá-lo e ser mais “como os outros” – como se os pais não tivessem pegado tanto no pé assim antes pelo fato de serem jovens e de terem esperanças de que isso fosse apenas uma fase.




Mas até que ponto somos velhos demais para fazer algo? 
O que de fato nos torna adultos?
Copyright (c) Annah Rodrigues


Conheço pessoas com mais de trinta anos que ainda leem mangás e HQ’s, coisas altamente associadas, no pensamento popular, a um público bem mais jovem; têm idosos que praticam esportes radicais ou que continuam trabalhando com a mesma intensidade de quando começaram, rejeitando a aposentadoria. Todos eles fazem aquilo que querem, por mais que os julguem por seus atos e os pressionem a se adequar às normas – como agir e fazer coisas mais “adequadas” à sua idade.

A auto expressão através da vestimenta é uma maneira poderosíssima de mostrar quem somos, como nos sentimos e do que gostamos – e isso não tem idade. Visto-me como me visto pois as opções que a grande mídia me oferece não me apetecem. Se eu compro roupa em lojas comuns de departamento, garimpo com todas as minhas forças até achar algo que seja mais a minha cara ou que permita uma customização. No colégio, sentia-me deslocada no meio das outras garotas por não me identificar com aquilo que elas gostavam e até meus doze, treze anos, era praticamente a minha mãe que escolhia minhas roupas. Tomar uma atitude e fugir do convencional foi o jeito de eu me afirmar do jeito que eu sou.

Talvez as pessoas pensem que, sendo a rebeldia relacionada à imaturidade – ou seja, aos jovens, sem ser no sentido pejorativo – , logo o conservadorismo casa melhor com a maturidade, o que justifica exigências de mudança para quem está adentrando a vida adulta. Mas não seriam a autonomia e a forma consciente de enxergar o mundo que nos faz pessoas mais maduras? Como o modo que somos por fora interfere nisso?

Não, vó, não quero usar salto no dia-a-dia – até porque conheço as calçadas da minha cidade. E sim, mãe, meu chefe pode exigir trajes mais discretos, mas nem por isso eu vou me deixar absorver pela massa e me vestir como meus colegas de trabalho – ser adulto tem muito mais a ver com cabeça do que com aparência. 


Leia também: 
Adultos em Idade Produtiva - Criatividade tem limite de idade?
Subculturas não tem idade: Adultos que adentram no mundo alternativo 



Autora: Annah Rodrigues
Estudante de Design e técnica em Multimídia aspirante à ilustradora. Uma colcha de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas de época e animes. Usa sua introversão e sentimento de (des)encaixe para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos pouquinhos a cena independente de São Paulo. 
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17 de janeiro de 2017

Resenha Literária | O Universo Paralelo dos Zines

Há uma forma de comunicação que tornou-se popular dentro dos movimentos punk e riot grrrl, permitindo a liberdade de expressão de seus adeptos: os fanzines. São revistas independentes que surgiram no início do século XX, sem restrições de conteúdo ou convenções de concepção, que mostraram-se ser uma válvula de escape à grande mídia. Do mesmo modo que hoje podemos criar um grupo no Facebook para reunir pessoas com interesses em comum e falar sobre certas coisas, os fanzines eram a “rede social” analógica para pessoas da cena underground – era o modo como “postavam” e “compartilhavam” sobre feminismo, bandas independentes, quadrinhos e outros artistas e ideologias –, contribuindo para fortalecê-la.
Norteado pelo mantra do DIY ("do it yourself", faça você mesmo), típico do underground, Márcio Sno resolveu contribuir para a falta de conteúdo nacional sobre o assunto escrevendo ele mesmo este livro. 

marcio sno

O livro usa linguagem simples e fácil de entender e conta com o resultado das pesquisas feitas por Sno, sua própria vivência no meio underground de São Paulo e experiência como zineiro (editor de zines). Se você é um completo leigo no assunto, pode ser introduzido à definição, características e história dos fanzines, assim como ao vocabulário usado pelas pessoas da cena. Sno conta como era o esquema de produção e distribuição de seus tempos de juventude e o impacto que tudo isso sofreu com a chegada da internet e suas redes sociais, além de mencionar zines importantes como Ficção (primeiro zine brasileiro de quadrinhos, lançado em 1965) e Manifesto Punk (primeiro zine punk nacional, dos anos 1970).


Nos EUA da década de 1990, foi através de zines que garotas punks
informavam sobre feminismo. Era o chamado Movimento Riot Grrrl
riot grrrlriot girl fanzine


É interessante também a menção de projetos pedagógicos que incentivam os alunos a produzirem zines em sala de aula, dando voz aos jovens e fazendo com que sejam ouvidos – o autor também promove oficinas de zines e afirma que há a ampliação de horizontes por parte de quem entra em contato com a prática.

A melhor parte são as dez páginas com todas as referências de pesquisa para o livro! Como já dito, o livro foi escrito em resposta à carência de conteúdo nacional sobre o assunto – os poucos livros brasileiros sobre zines estão listados – , o que o fez procurar por fontes em inglês e espanhol para tanto, desde livros e artigos até documentários e sites.

referencias de pesquisa
Alguns dos títulos da pesquisa (clique na imagem para ampliar)

Recomendo para quem for curioso um desses documentários, de autoria do próprio Sno:

Capítulo I:


Capítulo II:


Capítulo III:


O Universo Paralelo dos Zines é uma publicação da editora independente TimoZine, dá para adquiri-lo através do site deles, pra quem mora em São Paulo, ele também é vendido na Banca Tatuí e na Ugra Press.

Imagem do instagram de Sno @marciosno

“Enquanto a grande mídia estimula as pessoas a consumirem, os zines encorajam as pessoas a fazerem parte e produzirem algo por eles mesmos.” – Márcio Sno


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18 de dezembro de 2016

Autoestima e Mercado Plus Size


Passei esse último semestre inteiro como voluntária num programa de estudos com jovens obesos – na verdade, virei cobaia de tese de doutorado mesmo. Enfrentei durante quase todos os meus dezoito anos de vida o desafio de perder peso o suficiente para ajustar o meu Índice de Massa Corporal e escapar daquelas piadinhas que ouvia das outras pessoas com relação ao meu corpo e, quando encontrei um programa completo de emagrecimento grátis, é claro que eu não deixei passar.

Pois bem, num belo dia tive a ideia de compartilhar com os meus colegas uns posts que falavam sobre autoestima e amor-próprio através do grupo do whatsapp, só pra dar um up na determinação de todos. Mal esperava que uma das médicas, que também estava no grupo do aplicativo, daria uma leve patada em minha pessoa. “Muito bons os posts, Aninha, padrões de beleza não têm nada a ver! Mas não podemos nos esquecer da saúde, pessoal!”, foi mais ou menos o que ela disse. 

OK, pode não parecer tão pesado, mas eu me senti bem incomodada a princípio. Não só pelo arrependimento de ter compartilhado os posts, mas também pela minha preocupação de ter feito com que me interpretassem mal – o que acontecesse muitas vezes com quem questiona a necessidade de emagrecer.

Copyright® Annah Rodrigues

Existe uma linha tênue entre emagrecer por questões de saúde e emagrecer por meras questões estéticas. Já foram constatadas inúmeras doenças que o excesso de peso pode causar e ainda tem-se o ideal de um corpo bonito ser um corpo magro/sarado. Não importa qual desses argumentos será levado em conta, as pessoas desejarão ter o corpo na linha. Mas, e quando chega alguém que se impõe contra esse fato social? Alguém que defende que a beleza não está no exterior ou até que não é preciso ser magro para ser saudável? Os outros a acusam de fazer apologia à obesidade.

Fazer apologia a algo não é condenável, afinal isso quer dizer, literalmente, que você defende uma coisa – a não ser que esse algo vá contra as normas da sociedade. É dito “normal” as pessoas almejarem o padrão magro de beleza e evitarem a todo custo fugir dele.

Agora, aonde quero chegar com essa conversa é que o mesmo acontece com as lojas Plus Size, que estariam defendendo a obesidade... Será?
Tendo em vista que o mercado de moda mainstream disponibiliza determinados tamanhos de roupa justamente pelo fato de promoverem a busca pelo ideal magro de beleza, o segmento surge nada mais nada menos como uma resposta à exclusão que esse faz de quem veste números maiores que 46. Ninguém está promovendo que as pessoas não precisam emagrecer para achar mais roupas legais que lhes sirvam, a verdadeira apologia é em relação à democracia da beleza e bem estar.

Você deve estar se perguntado: “Mas o que raios aqueles posts que você compartilhou no grupo têm a ver com isso?” É simples: assim como os posts, a iniciativa de criar um segmento que promove tal democratização também faz com que os outros tenham amor-próprio, tenham mais vaidade e sintam-se bem. 

Perdi só dez quilos – ainda me falta perder trinta – , mas parece que eu aprendi de vez como cuidar da minha saúde. Ao menos eu sei que, mesmo não tendo um corpo que me ensinaram que é mais saudável e que julgam ser bonito, posso encontrar roupas que me agradem e aumentem minha autoestima.


Autora: Annah Rodrigues
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